Circus

Ato XIII - Não vai rolar


— Mas, me conta — Thalia se aproximou de sua cama, onde Leo estava jogado de barriga para baixo com a cabeça espremida contra o travesseiro. — O que rolou lá?

Ele franziu o nariz, não querendo tocar tanto no assunto de que tinha mais esperanças e apostava mais em Bianca do que ela pode lhe dar, mas não poderia colocar a culpa nela, certo?

— Nhé — murmurou, levantando os olhos para observa-la se sentar ao seu lado, deitando da mesma maneira que ele estava, ficando de frente.

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— Vocês não ficaram? Ela te deu um pé mesmo depois de eu ter deixado claro o que era pra rolar ali? — questionou curiosa, vendo-o rolar os olhos em reprovação. — Não me negue respostas, amiguinho! Isso é feio! Olha que vou fazer greve de carinho!

Leo arregalou os olhos, ultrajado.

— Você não faria isso!

— Tenta pra ver. — Respondeu, subindo as sobrancelhas em um semblante desafiador, indicando que não era uma boa coisa contraria-la.

Ele bufou, negando em reprovação.

— Nós ficamos sim — confidenciou, fisgando o nariz em desinteresse. — Mas não...sabe? Desde que aquilo aconteceu, você sabe da minha maldição.

— Você tem que parar de procurar ela em outras pessoas. — Thalia suspirou, esticando a mão para acariciar o rosto dele, que começou a mexer a perna compulsivamente como se tentasse se coçar. — Se controla, menino! Lobo ou humano? Lobo ou humano? Lobo ou humano?

Leo riu, balançando a cabeça.

— Eu não tenho culpa se você faz carinhos estratégicos em lugares que eu adoro!

— Uma pessoa normal não faz isso, ela só encara nos olhos e, em filmes de romance, o casal se beija... — ele a interrompeu:

— Eu não sou uma pessoa normal! Sou um lobisomem! Mas se você quer um beijo, eu te dou! — para enfatizar a frase, Leo se inclinou em um movimento rápido e deixou um beijo no nariz da garota, que recuou a cabeça com uma careta de nojo. — Não faz essa careta porque você já beijou muito minha boca!

— Aí, Leo! — resmungou, negando. — Você tá com bafo! Andou comendo lama de novo?

— Ah... — o lobo abriu um sorriso cúmplice, se entregando enquanto ela balançava a cabeça em negação.

— Eu ainda vou comprar uma coleira pra você, Totó!

— Boa sorte para achar uma que caiba em mim. — Retrucou, voltando a se acomodar na cama. — Mas, em, e você e o Nico?

Thalia repentinamente sentiu o sorriso brincalhão em seu rosto sumir, dando lugar para um crispar de lábios conforme seu rosto ficava vermelho.

— Ele é meu amigo, Leo. E você sabe disso! Pare de fazer investidas como quem deveríamos ter alguma coisa a mais do que isso! — resmungou, constrangida.

— Ué?! Eu já fui sua babá por muito tempo, depois virei seu melhor amigo e a gente namorou! Por que você não pode dar uns beijinhos nele?

Thalia o fitou por alguns segundos com as sobrancelhas juntas em uma careta de desaprovação, depois suspirou e virou-se de costas para ele.

— Boa noite, Leo.

Não satisfeito, o Valdez sorriu e assumiu a forma lupina, levantando as patas e se jogando nela, fazendo com que a Djinn arregalasse os olhos ao quase ir ao chão, sentindo as patas pesadas do melhor amigo a pisotearem.

— Mas, Leonidas! O que é isso? — ela riu mesmo que estivesse com um lobo em cima de si. Ele uivou baixo e entrecortado, mostrando sua felicidade e deixando uma lambida viscosa no rosto de Thalia. — Ai, Leo! Eu te mereço!

Leo apenas abanou o rabo, colocando a língua para fora e se acomodando melhor contra ela, para que, por fim, adormecesse em um meio abraço com uma humana.

A porta do quarto se abriu e revelou Jason com um sorriso travesso, este que suspirou antes de notar o jeito que a irmã era abraçada por uma massa peluda alaranjada.

— Quanto tempo ele vai continuar dormindo aqui? — o loiro negou em reprovação, apontando para os dois como quem diz “como diabos essa garota consegue dormir desse jeito tendo alergia a lobisomens?”.

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Thalia apenas deu de ombros em resposta, se acomodando a Leo e fechando os olhos para que pudesse adormecer, já que o dia seguinte um longo dia.

Nico e Bianca chegaram juntos em casa, se deparando com Hades tomando um chá enquanto lia as noticias de um jornal velho, sentado no sofá como quem se interessava nas páginas e não tinha um trabalho a fazer com seres sobrenaturais que queriam matar o povo tudo.

Contudo, não obtiveram atenção, então foram direto para o andar de cima, onde Bianca foi parada antes de entrar em seu quarto.

— Então — Nico chamou sua atenção, referindo-se ao que havia acontecido mais cedo na pista de skate.

— Ah...eu acho que ele não vai me procurar de novo, a missão é toda sua, maninho. — Ela deu dois tapinhas amistosos no ombro dele.

— Porra, você beija tão mal assim? — o di Angelo começou a rir quando ela o fuzilou, torcendo o nariz em desgosto. — Ou ele se tocou que não era tudo isso, sabe como é, um dos irmãos tem que ser lindo, e claramente o papel ficou pra mim.

— O beijo foi bom, o clima que não, afinal, eu não gosto dele, ele estava meio obcecado demais, me rondando como se fosse seu brinquedo preferido e com mil sonhos envolvendo ninhadas...enfim, não favoreceu.

— Você também, hein? — Nico negou em reprovação. — Nem para querer ter ninhadas com o coitado!

Bianca deixou um tapa contra o bíceps do irmão, que sorriu brincalhão e deu as costas, murmurando um “boa noite” antes de entrar para seu quarto, determinado a dormir, mas seu cérebro apenas começou a arquitetar coisas que poderia fazer com Thalia nas duas semanas estipuladas por seu pai, mesmo que, agora, estivesse com ela por mais vontade do que obrigação.

Ok, Bianca. Dessa vez sem demorar até o amanhecer. A di Angelo pensou consigo mesma, vestindo uma jaqueta de couro vinho e olhando-se no espelho, assentindo em confirmação quando viu o quão gata estava com aquela roupa. E, dali, foi em direção a sua janela, abrindo-a e não tendo dificuldades em descer até estar na rua, suspirando baixo e indo em direção ao começo do pequeno beco para onde dava sua casa.

No entanto, assim que colocou seu pé para sair dali, braços fortes envolveram sua cintura e ela começou a rir, tampando a própria boca para que não se denunciasse. Virou-se, sorrindo ao reconhecer as feições do homem que a abraçava, mantendo-se nas pontas dos pés e selando seus lábios em um beijo que não foi nem hesitado antes de retribuido.

— Por que você demorou? — ele questionou.

Bianca apenas torceu o nariz em resposta.

— Eu tive que sair com meu irmão, mas agora estou aqui, vai querer aproveitar o tempo comigo ou falando dele?