Cinderella de vans

Beijo roubado


Passei a semana inteira com o Hunter, ja que nao tinha mais ninguem legal naquela escola, porra, que merda isso. E finalmente, chegou sabado, que é quando eu me encontro com o Lucas, a semana demorou uma eternidade pra passar.

– Eai diabinha. - ele falou me abraçando.

– Oi. - sorri e abracei ele, ai, como eu amava esse abraço.

– Olha o que eu vou fazer, vou dar essas flores pra Rebecca e depois convidar ela pra sair.

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– Ainda ta na dela? Porra, Luc, rebaixou totalmente o nivel.

– Aposto que vai dar certo.

– Torcendo por ti.

– Ta bom. - vi a Rebecca com o cabelo ruivo dela preso em uma trança que ia até a cintura falando com ele e o Lucas entregando as flores pra ela, e depois ela jogando no chão, rindo e indo embora. É, isso nao é um bom sinal.

– Luc...

– Que merda...! - ele xingou o nada e eu abracei ele.

– Ei, ela é uma vagabunda e nao te merece...

– Voce é demais Blake.

– Voce tambem Luc. - ele logo esqueceu e fomos dar umas voltas de skate, depois de um tempo, como sempre, sentamos para descansar.

– Ei, Blake, um dia se quer se casar?

– O que? Da onde saiu essa pergunta? Viramos garotinhas agora que ficam falando do dia em que vamos casar e blá blá blá? Olha, que eu odeio isso.

– Nao, eu só quero saber.

– Ah, seila, sabe? Tipo, eu nunca pensei nisso. - ele deitou na minha perna - Acho que esses negocios ridiulos, tipo, planejar todo a sua vida, que graça tem? Se for pra ser, que seja.

– Voce ta afim de alguem, entao?

– Nao!

– Entao, me diz voce ja beijou alguem, além daquele seu amigo, acho que Bernardo?

– Não.

– Por que?

– Porque não.

– Você é apaixonada por ele ainda?

– Não! - gritei.

– Então, o que é?

– Nada.

– Blake, sei tudo sobre voce... Tudo mesmo. - ele reforçou - Me diz: voce ainda gosta dele?

Ta, deixa eu te falar sobre o Bernardo, ele morava no mesmo prédio que eu quando eramos pequenos, ele era meu melhor amigo, e a gente fazia tudo juntos, ele era meu único amigo e era tão importante pra mim, muito mesmo, e aos nove anos como eu já disse, ele me beijou só que a gente mal sabia o que aquilo significava e aos dez ele se mudou do meu prédio e a gente simplesmente foi perdendo o contato.

– Bem, se lembra que eu e o Bernardo nos beijamos, neh?

– Sim... - ele fez cara de duvida.

– A gente nem sabia o que era um beijo, mas a gente fez uma promessa.

– Qual promessa?

– "Blake, eu te amo e voce me ama, mas nós ainda somos muito pequenos pra namorar, por enquanto vamos ser só amigos, ok?" "ok" "Só que eu quero que voce me prometa que eu vou ser seu primeiro namorado e o seu segundo beijo" "prometo."

– Fala sério. - ele riu - É por causa disso? Por causa de uma promessa que fez a sete anos atrás?! - ele falou a eu saí, não precisava ouvir ele falando aquelas merdas.

– Blake... - ele segurou o meu braço quando eu tava saindo - Espera.

– Isso é importante pra mim, sabe quantas coisas são importante pra mim? Quantas pessoas são importante pra mim?

– Sei, Blake.

– Voce é importante pra mim. O Bernardo é importante pra mim. E só. Sabe, ser diferente é uma merda, as pessoas me julgam antes até de me conhecer e eu nunca tenho uma chance.

– Blake, desculpa.

– A gente nunca brigou, por que voce foi fazer isso?!

– Calma, Blake, esta tudo bem, me perdoa?

– Sim. - falei sorrindo.

– E onde esta esse Bernardo?

– Nao faço a minima idéia...

– O que?! Voce nao sabe onde ele esta?! E se voce nunca encontrar ele Blake?

– Eu vou. Tenho certeza. E uma das únicas certezas que eu tenho.


– Como foi seu primeiro dia na nova escola? - perguntou o Aaron, meu psicologo. Sim, eu tenho um psicologo. A esperança da minha madrasta é que ele me ajude a "ser quem eu devo ser" como ela diz. Ou seja, uma garota. Mas na verdade ele só é uma grande perda de tempo.

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– Normal. - como sempre, não falava quase nada quando vinha aqui.

– E as amigas? Fez alguma? - sei que a Gretchen o obrigava a falar coisas sobre garotas.

– Não.

– Falou com alguma?

– Sim.

– E como foi?

– Chato. - ele anotava tudo, mas não entendo o que tinha para anotar.

– Acho que voce devia se abrir um pouco mais Blake, talvez tenha todo um mundo que voce nao conhece. - assenti e continuamos com a nossa consulta de sempre. E finalmente, estava livre. Era um encontro semanal, todas as segundas eu ia direto da escola para o escritório dele.

Cheguei em casa morta de fome, que nem sempre.

– Oi Regina.

Regina era a empregada lá de casa, mais era como uma mãe pra mim. Unica garota que eu me sentia bem conversando, ela tinha vinte anos no máximo, trabalhava lá em casa para sustentar sua familia e era a beleza em pessoa, olhos azuis, loira, delicada e feminina, pelo menos por fora era feminina porque por dentro era que nem eu, por isso a gente se dava bem.

– Oi Blake. - ela sorriu - Quando vai trazer o Lucas aqui de novo? - ela sorriu maliciosa. A Regina tinha uma quedinha pelo Lucas e eles ficavam as vezes, tipo, varias vezes, e ela sempre me contava cada detalhe do que aconteceu, o que era estranho, já que ele era meu melhor amigo.

– Não sei. Por que, hein? - ri da cara dela. A Regina era o mais perto que eu tinha de uma amiga.

– O que vai fazer hoje? - ela perguntou mudando de assunto.

– Combinei de encontrar com o Hunter. - sim, eu já tinha falado dele para a Regina, sim, eu não escondia nada dela.

– Hummm... - ela sorriu, novamente pensando em segundas intenções.

– Cala a boca, você sabe que ele é só um amigo, eu vou me certificar disso.

– Voce que sabe, Blake.

– Ta bom. - dei de ombros e sai da cozinha, indo pro meu quarto, colocando uma roupa e saindo para o encontro com o Hunter.

Quando cheguei lá, fiquei um tempo babando olhando pra ele, até que ele me viu e me abraçou.

– Eai. - como sempre os garotos me tratavam como um garoto, e isso não fazia diferença pra mim. Na verdade, o Hunter me tratava como garoto até o momento de eu colocar o meu biquini, dai eu já era outra coisa pra ele.

Eu já estava pegando o jeito da coisa, surfar quero dizer, então resolvemos parar para descansar. Já estava ficando tarde, e o sol estava se pondo e ficamos ali olhando o por-do-sol. E ele foi chegando mais perto e mais perto, até que eu virei o rosto.

– O que foi? - ele perguntou em duvida.

– Somos só amigos, não confunda as coisas.

– Sabia que voce ia fazer isso.

– Fazer o que?

– Me deixar com cara de bobo.

– Ah Hunter..

– Voce tem namorado, mesmo. - ele deu de ombros.

– Namorado? - perguntei rindo - Então, pode me dizer quem é o meu namorado que nem eu sei.

– Aquele garoto que esta sempre com você, Lucas?

– Até parece. - eu ri - Somos só amigo.

– Você sente alguma coisa por ele, eu tenho certeza.

– E esta certo. Eu sinto alguma coisa por ele, eu amo ele, amo muito ele, amo mais do que qualquer coisa, ele é meu melhor amigo.

– Só amigos?

– Sim.

– Então ta. - ele falou e me beijou. Empurrei ele pra longe e sai correndo, ele gritou meu nome e correu atrás de mim, no meio da praia tinha um banheiro quimico e eu entrei, é, estava desesperada mesmo.