Cinderella

A primeira briga


Após levantar e me vestir mandei uma mensagem para mamãe me encontrar no hospital do meu avô Carlisle, peguei minha bolsa e desci com Honey nos braços, a mesa do café ainda estava posta, Lucy passava algumas instruções para uma das empregadas e ao me ver dispensou a moça vindo ao meu encontro.

— Bom dia filha!

— Bom dia Lucinha, você viu a hora que o Jake saiu?

— Sim menina, não faz muito tempo, ele continua estranho e nem quis tomar café!

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— Ele não deixou nenhum recado para mim?

— Não! Por acaso vocês brigaram filha?

— Não Lucinha, ao menos eu acho! Suspirei deixando Honey no chão – Preciso dar o café da Honey, eu vou sair, mas vou levá-la comigo! Falei puxando a cadeira me sentando a mesa.

Lucy sorriu – Não fique com essa carinha triste filha, casais brigam no final se entendem, ele ama tanto você.

Concordei com a cabeça e sorri timidamente – É tem razão.

— Eu vou dar o café dessa coisinha marrom enquanto você toma seu café! Lucy falou chamando Honey que a seguiu sabendo que era hora de sua comida, meu sorriso se desfez e olhei para a mesa, peguei minha bolsa a abrindo tirando meu aparelho celular na esperança de haver alguma mensagem dele, mas não havia nada, decidi eu mesma enviar uma mensagem.

“Acordei e não estava ao meu lado, senti sua falta, Nessie.”

Deixei o celular sobre a mesa e tentei comer um pedaço de bolo, mas fiquei enjoada na metade, tomei um gole de café amargo tentando diminuir minha ânsia de vômito, respirei fundo e sai da mesa indo para sala, Honey apareceu pulando em minhas pernas.

— Já terminou seu café? Falei me agachando e a pegando, em seguida a coloquei na sua bolsa e transporte, peguei minha bolsa e saindo sem seguida, Quil e os rapazes já estavam a postos me aguardando próximo ao carro.

— Bom dia Nessie! Collin falou sorrindo enquanto abria a porta para mim.

— Bom dia Col! Respondi entrando no carro.

— Hoje Honey vai passear, já estávamos com saudades! Quil falou entrando no carro e se sentando no banco do motorista.

Deitei Honey em minhas pernas deixando minha bolsa ao meu lado no banco – É eu ando abandonando minha melhor amiga! Respondi beijando a poodle que lambeu meu rosto me fazendo rir, os rapazes também riram enquanto saiamos da casa.

— Vamos para a loja?

— Não Quil, vamos ao hospital do vovô, vou encontrar a mamãe lá.

— Alguém doente Nessie? Collin perguntou.

— Não, consultas de rotina!

— Tudo bem! Quil respondeu enquanto dirigia.

Após minutos de tráfego finalmente estacionávamos diante do ClN medical center, como de costume os rapazes saíram primeiro do carro, Collin abriu a porta para que eu saísse – Eu não sei quanto tempo demorarei, vocês podem ir tomar café ou fazer um lanche que eu os aviso assim que sair.

— Certo! Eles concordaram.

Entrei no prédio indo à recepção, mamãe já havia chegado e me aguardava folheando uma revista, ao me ver ela se levantou vindo ao meu encontro – Bom dia mãe! Falei enquanto ela me puxava para seus braços.

— Bom dia filha, como esta hoje meu amor? Ela perguntou enquanto fazia um carinho gostoso em meus cabelos.

— Mais enjoada do que ontem! Respondi.

— Seu avô pediu para que eu o avisasse quando chegasse! Ela respondeu de forma carinhosa – Mas honestamente filha, eu tenho absoluta certeza que tem um bebê aí dentro.

— Eu também, e depois de ontem ele decidiu aparecer, estava escondido até uns dias atrás! Respondi sorrindo enquanto ela me puxava até a recepcionista pedindo para que a moça avisasse a Carlisle que eu havia chegado.

Pegamos o elevador indo ao sexto anda, observei pela pequena placa obstetrícia que meu avô assim como a minha mãe tinha absoluta certeza da minha gravidez, seguimos pelo pequeno corredor entrando na sala 12, vovô sorriu ao me ver se levantando da cadeira onde estava e me abraçou.

— Um mês sem vê-la e já me aparece com surpresas!

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— É verdade vovô, você passa mais tempo nesse hospital do que em casa, e eu achando que o Jake trabalha demais! Respondi sorrindo.

Vovô me soltou de seus braços e cumprimentou a mamãe, em seguida virou-se na direção do outro médico que estava na sala- Quero apresentar o meu amigo Adam Boyer, ele é um dos melhores obstetras que conheço, por isso o contratei!

O médico sorriu de forma gentil – Olha um chefe elogiando é algo raro! Sem estendeu a mão e o cumprimentei, mamãe também o cumprimentou e então nos sentamos diante de sua mesa.

— Está me dizendo que está gravida, mas tomou anticoncepcionais nos últimos meses?

— Sim! Respondi, acredito que desde o primeiro mês em que comecei com as injeções eu já engravidei, como acreditamos que era seguro meu marido e eu não usamos outro método.

— Nada é 100%, porém são raros os casos em que uma mulher engravida tomando anticonceptivos, na maioria dos casos a mulher fez uso de antibióticos ou engravidou nos intervalos entre injeções, também pode existir a probabilidade de ter tomado uma dose insuficiente, enfim, vamos fazer uns exames e ver como está esse bebê.

Olhei para mamãe e concordei com a cabeça, meu avô nos acompanhou até uma outra sala, uma enfermeira me ajudou a trocar de roupa enquanto eu era aguardada por eles para o ultrassom.

— Vamos lá! O médico falou enquanto passava um gel e minha barriga, colocava o aparelho olhando para a pequena tela – É parabéns mamãe, temos um bebê aqui sim! Ele falou sorrindo.

Não sabia como descrever a sensação ao ouvir aquela confirmação, alegria, medo, desespero, na realidade eu não estava pronta, meus olhos lacrimejaram, mas consegui segurar as lagrimas e sorri ao sentir a mão da mamãe apertar a minha.

— Seu bebê tem 11 centímetros, você está com uma gravide de 11 semanas, quer saber o sexo?

— Já dá para saber? Perguntei me sentindo enjoada mais uma vez.

—Sim!

Olhei para mamãe que sorriu largamente enquanto meu avô olhava a tela ao lado do médico.

— Quero! Respondi.

— Vamos lá pequenino, mostra pro tio o que você é? Ele sussurrou movendo o aparelho em minha barriga – Prepare um enxoval rosa, tem uma princesa aqui.

Ri baixinho sendo vencida pelas lagrimas, o médico limpou o gel da minha barriga e então mamãe me ajudou a descer da cama, após me vestir novamente os encontrei novamente no consultório.

— Eu realizei esse exame porque o uso das injeções podia causar algum dano a criança, mas está tudo bem com ela, você fará uma ficha e terá consultas mensais comigo, você sabe que toda mulher precisa fazer um pré-natal.

—Sim eu sei! Respondi.

— Quanto aos enjoos tem um médico na família, caso persistam e comecem a incomodar demais Carlisle me avisará.

— Obrigada! Respondi dando um sorriso enquanto me levantava, demos um aperto de mão e então mamãe e eu saímos da sala acompanhadas de meu avô.

— Não me parece feliz! Vovô falou enquanto caminhávamos.

— É por causa do Jake? Mamãe perguntou – Acha que ele não vai aceitar?

Neguei com a cabeça – Não, eu acho que o Jake já desconfia disso, só espera que eu confirme, é que eu estou com medo.

Mamãe sorriu e passou um dos braços em volta dos meus ombros – Que tal comermos alguns cupcakes enquanto conversamos sobre bebês?

Concordei com a cabeça e meu avô sorriu, o abracei me despedindo dele e então mamãe e eu caminhamos até a recepção, como eu iria no carro dela enviei uma mensagem a Quil avisando para que apenas nos seguisse.

— Me fala, esse olhar distante é realmente por causa do bebê? Mamãe perguntou enquanto dirigia.

— Na verdade não! Suspirei – Jake esta estranho comigo desde ontem, depois do nosso almoço ele foi para casa e eu passei a tarde com a Emma, acho que ele no fundo não gostou, quando eu cheguei em casa ele foi um pouco ríspido, passou horas no escritório e quando fomos dormi não me deu nem boa noite.

— Estranho? Mamãe respondeu franzindo as sobrancelhas – Meu amor pode ser algo no trabalho, seu pai anda também bastante estressado, tem dias que eu nem falo com ele! Ela falou gesticulando com as mãos sobre o volante.

— É pode ser! Murmurei

— Mas hoje essa notícia do neném, com certeza ele vai te cobrir de carinho como sempre faz, e se prepare porque se Jacob Black já é super protetor a tendência é piorar.

— É, tem razão! Concordei com a cabeça.

Mamãe decidiu não ir para a loja, passamos o dia conversando sobre a sua gravidez, em alguns momentos mandei algumas mensagens ao Jake mas ele não leu nenhuma delas, já começava a anoitecer quando mamãe foi embora, pedi para Lucy preparar um jantar especial, me vesti e esperei por Jake no horário que ele sempre chegava.

Mas ele não chegou.

— Nessie, filha!

Abri meus olhos e Lucy me chamava, me sentei percebendo que estava no sofá – Jake já chegou?

— Não! Lucy respondeu olhando para o relógio – Estou preocupada filha ele sempre chega cedo.

— Eu também! Respondi pegando o meu celular ligando para ele, porém ele não atendeu, decidi ligar para um dos seus seguranças que me disse que ele estava no Trappiste, agradeci o segurança e desliguei o celular me levantando – Ele está ótimo! Respondi caminhando até a escada – Desfaz a mesa, divide a comida com os empregados.

— O que aconteceu filha?

— Nada, só preciso dormir! Respondi subindo as escadas e indo para o quarto.

Por mais que buscasse respostas para a atitude de Jacob Black não encontrava nenhuma, tirei a roupa e após um banho vesti algo leve me deitando na cama, coloquei Honey ao meu lado e acariciei seus pelos, dei um breve cochilo acordando com o som do abrir da porta, porém não me mexi na cama, Jake entrou sentando-se na cama, podia sentir o odor da bebida, virei meu corpo na cama dando as costas para ele e fechei os olhos.

Me movi na cama e abri meus olhos, já havia amanhecido, sentei lentamente enquanto Honey pulava me pedindo seu café, sorri dando um beijo na poodle, olhei para o lado e Jake dormia com a roupa que havia chego, só havia tirado os sapatos, respirei fundo e levantei lentamente, tomei um banho e após me vestir abri o guarda-roupa pegando uma bolsa e algumas peças de roupa, Jake moveu-se na cama ao ouvir o som do zíper da bolsa se fechar.

— Ness...Ele sussurrou fazendo uma careta, sua cara de ressaca era explicita, ao me ver com a bolsa nas mãos deu um grande pulo da cama – Para que essa bolsa?

— Eu estou indo para a casa dos meus pais! Respondi pegando a minha bolsa menor e a bolsa de Honey.

— Ness, espera vamos conversar! Ele falou se aproximando em seguida segurou minhas mãos – Por favor, vamos conversar ta bem?

Puxei minhas mãos das mãos dele – Estou tentando conversar com você faz dois dias Jake, você me ignorou.

—Amor eu posso explicar!

— Jake, eu não sei o que está acontecendo com você, seja o que for eu espero que resolva, mas eu não tenho culpa!

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— Ness eu amo você, me escuta não...

— Jake chega! O interrompi passando por ele e abri a porta saindo do quarto caminhando de forma apressada pelo corredor.

— Nessie, amor, espera! Ele gritou correndo atrás de mim, mas o ignorei, sai da casa me aproximando do carro, porém senti sua mão segurando meu braço – Amor por favor me escuta.

— Jake! Respondi olhando para o meu braço o que o fez me soltar – Eu sou sua esposa e você precisa me respeitar!

— Ness, não, calma..

O ignorei entrando no carro.

— Para onde vamos? Collin perguntou.

— Para a casa dos meus pais! Respondi passando uma das mãos sobre uma lagrima que havia insistindo em sair.