Chéri

Fin Décembre


Fin Décembre

A mulher parada ao lado do balcão mostrava-se entediada, enquanto seu marido conversava alegremente com o ruivo. Hermione suspirou e tentou colocar em seu rosto o melhor sorriso que possuía, embora duvidasse que conseguiria em algum momento ser verdadeira diante aqueles dois.

Mas ela tentaria.

Ela se aproximou e sorriu para a dona do mais lindo par de pernas que nunca vira, e dos olhos arrogantes e azuis, que lhe lançou um olhar de puro nojo. Caso ela ainda estivesse na França, no cargo qual ocupava naquele lugar, ou se estivesse realmente afim de ver aquela mulher engolir aquela sua superioridade idiota – ela mostraria á ela quem realmente era Hermione Jean Granger, e com todo o prazer. Mas estava somente na loja de George, e estava ali para ajudá-lo. Apenas isso, e por isso manteve o sorriso, enquanto a cumprimentava.

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-Boa Tarde senhora.

-Boa Tarde. – respondeu ela ainda com aquela pose de superior, evitando em tocar a mão de Hermione.

Mas o que ela não notou foi o efeito da voz da “empregadinha” em seu marido. Assim que ele ouviu a voz dela, ele interrompeu a conversa e virou-se. Todo aquele tempo ele estivera de costas para mulher conversando com George, e por isso não notara a nova presença ali. Qual agora parecia que nunca mais ele perderia de vista.

-Boa Tarde senhor. – cumprimentou a castanha com formalidade.

George olhava de um para outro, diferente da quarta pessoa daquele grupo – a mulher arrogante – ele sabia o que aquele dois já havia vivido, e entendia o lado de Hermione enquanto essa demonstrava desconhecer aquele casal, quando na verdade fizera parte do intimo de ambos – mesmo que uma parte deles não soubesse disso.

-Boa Tarde. – respondeu o homem num nervosismo visível.

Hermione desviou o olhar do dele e fitou George, o ruivo tinha um semblante sereno e parecia conter um sorriso, certamente estava achando aquele acontecimento divertido.

‘É tudo culpa sua’ dizia ela em pensamento olhando para o ruivo.

-Desculpa interrompe-lo, George, mas há um homem lhe procurando. – informou ela apontando para porta.

A loja já estava fechada o expediente havia finalizado um pouco mais cedo, pois George queria levar Angelina para sair – comemoração de aniversario de casamento – aproveitariam a chance, já que as crianças estavam na casa de seus pais. Por isso ele torceu o nariz ao ver quem o procurava, era o fornecedor de diversos ingredientes que ele usava para fabricar os logros. Ele havia esquecido completamente daquele homem, bufando – coisa rara em vê-lo fazer – seguiu para o recém chegado.

Assim que ele se afastou Hermione olhou o casal e mais que depressa pediu licença explicando que tinha que arrumar ainda algumas coisas.

E agradecida ela se enviou nas ultimas prateleiras da loja, onde realmente precisava dela.

Entendida com o trabalho não notou a aproximação, somente quando ele tocou-lhe o ombro, a assustando, ao ponto de fazê-la derrubar as caixas que acabara de empilhar.

-Victor, por Merlin, o que está fazendo?

Hermione ouviu a mulher resmungar distante o bastante para não ver que seu marido a tomara em seu braços, e que agora estavam olhando um para o outro.

-Nada demais, somente olhando a loja. – respondeu ele, o inglês perfeito – como ela já se acostumara, há muito aquele búlgaro deixou de falar erroneamente a língua inglesa, apesar de ainda possuir um sotaque forte. –Estava com saudade. Por que não me avisou que estava no país? – disse para a castanha.

-Eu também. E foi de última hora que resolvi vim, por isso não avise. E sem falar que, como disse da última vez que nos virmos, é melhor pararmos de nos encontrar.

-E por quê? – sussurrou ele encostando-se seus lábios no dela. – Por causa de Emma? Você sabe como é nosso casamento, não sabe?

Hermione sabia, toda sociedade sabia. Victor Krum casara com Emma Hudson em nome da fama. A bela meia-veella, filha do presidente da confederação inglesa de quadribol. Uma bela mulher e um talentoso jogador de quadribol, que as vésperas de se aposentar tinha que dar um trunfo para conseguir continuar no mundo do quadribol. Agora ele era infeliz num casamento superficial aturando a garotinha do papai para manter o emprego de técnico na seleção inglesa.Hermione havia reaparecido em sua vida no momento que ele pensava em jogar tudo para o ar. Ela tinha, ironicamente, salvado o casamento dele.

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Ela tentou o empurrar, mas ele era mais forte que ela, e isso era visível. E antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ele a beijou. Ao fim deste, ela finalmente se soltou dele.

-Ficou maluco. – sussurrou nervosa. – Quer mesmo que ela descubra?

-Não seria má idéia. – disse divertido. – Quem sabe assim poderia me casar com quem realmente amo.

Aquilo mexeu com a castanha, e ela não podia negar. Quanto tempo ela não esperou por algo daquela forma, uma oportunidade de ser feliz? É claro, se casar-se com um futuro desempregado fosse sinomino de felicidade.

-Para de falar bobagens. – repreendeu ela voltando a encarar a pilha de caixas derrubadas. – Você precisa dela.

-E você acha que eu não conseguiria manter meu emprego sem ela? Ou conseguir ser técnico em outro time?

Ela virou-se para ele. Já havia visto aquela cena antes, diferente, mas com o mesmo contexto. Eles estavam na França, depois de uma partida de quadribol – o pior da temporada do time – e para se distrair o moreno se encontrou com a castanha. Naquela noite não houve insinuações de casamentos, mas teve aquela mesma questão – ele não era capaz sem ela? E Hermionenão responderia, como também não o fizera naquela noite. O que ele queria afinal de contas, que ela mentisse?

Ignorando a pergunta feita ela começou a empilhar as caixas.

-Você pensa o mesmo que todo mundo, não é?

Realmente estava repetitivo demais, pensou ela tentando não se incomodar com aquela conversa.

-Esqueça isso, ok? – disse ela em tom cansado. – Como também espero que esqueça o que aconteceu conosco. – disse o olhando sobre o ombro.

-Quer mesmo isso?

Ela suspirou e voltou-se para as caixas. Aquelas perguntas sempre a irritava, fosse porque ela não queria responder, ou porque se o fizesse teria que se revelar mais que queria – que naquele caso era pedir para ele não esquecer de nada, tão pouco dela. Mas é claro que ela não diria uma coisa daquela, e não pediria nada. O seu retorno para Inglaterra havia trazido também o sofrimento de anos atrás, e era esse sentimento que estava a conduzindo naqueles dias que estava de volta, e era ele que gritava para sua razão se calar, gritava para que seu corpo se deixasse levar por aquele caminho outra vez... Para esquecer.

Ela não podia deixar aquilo voltar como era antes, não mais.

-Sim eu quero. – disse o mais firme que conseguia.

-Não, você não quer. – disse ele firme.

Se não fossem os sons de passos na direção deles, Victor a teria beijado novamente, e ela teria cedido.

-Vai continuar nesta loja mesmo? – indagou a garotinha do papai com a voz mais fresca possível.

-Sim. – respondeu o moreno impaciente, virando-se para ela.

-Então eu lhe encontro no hotel. – disse, para em seguida se retirar.

Um casamento daquele não era bom para nenhuma parte do casal. Pensou Hermione olhando o perfil de Victor, que parecia triunfante.

O beijo urgente do moreno a fez perder-se, como sempre acontecia quando se encontravam. Mas sua mente estava longe naquele instante. Apesar de sentir ardentemente aqueles toques de Victor, tão voraz como sempre, a imagem do rapaz se distanciando do caldeirão furado, enquanto deixava para trás um cigarro – embora fosse algo banal – a tinha tragado por completa.

Ela sabia perfeitamente quem era. Ele tinha adquirido aquela mania de ficar ali a esperando, embora nunca conversassem, ele ficava ali, e ela gostava daquilo.

Scorpius. Esse era o nome com qual ele se apresentara, claro junto com um sobrenome que num passado distante a teria feito se afastar rapidamente dele. Malfoy. Contudo aquele tempo já não importava mais, apesar do pai não ser o seu sonho, o filho parecia ser promissor.

E somente em pensar nesta possibilidade, rasgando toda a razão de Hermione, ela gemeu ao simples contato dos lábios de Victor em sua orelha. Um toque tão trivial, que a fez se sentir ridícula. Pensando em algo tão impróprio, afinal de contas, ele apenas era um garoto.

Um garoto de lindos e misteriosos olhos azuis acinzentados.

Outro gemido.

Ela suspirou e tentou tirar a imagem do jovem Malfoy, fumando enquanto a mirava com aqueles olhos intensos, quais ela sabia que preveria vê-la nua – como agora estava. E ela sentia que se ele desse uma chance disso acontecer, ela não o impediria.

‘Merlin, o que aconteceu com a velha Hermione?’ – indagou ela entre sorrir ou gemer com a investidas de luxurias de Victor.

Ela fechou os olhos forçando a imagem do loiro sair de sua mente, para então deixa-la em paz, o que se mostrou uma tarefa difícil agora que tinha os olhos fechados, e a imagem dele diante de si se tornara ainda mais vívida.

‘- Scorpius Hyperion Malfoy, ao seu dispor’ Scorpius-pensamento lhe dizia, repetitivas vezes.

Ela afundou as unhas nas costas de Victor, o fazendo gemer mais alto. Ela em resposta gemeu.

Agora a sintonias de imagens, toques e movimentos acelerados estavam perfeitos. Então Hermione percebeu que o seu Scorpius-pensamento estava fazendo amor consigo. Para ela naquele instante quem estava invadindo o seu sexo, não era Victor, e sim ele. Ainda que aquilo lhe parecesse errado – primeiro por pensar em outro enquanto estava com Victor e segundo porque esse outro era apensa um garoto.

-Chéri. – balbuciou ela.

Caso Victor conhecesse o mesmo livro que Hermione, talvez não teria se empolgado naquele instante a levando ao ápice daquele contato, junto com ele.

Suados e deitados lado a lado, Hermione olhou para o moreno que lhe sorria. Vê-lo ali no lugar do outro, a fez ter a plena certeza que: Victor Krum não tinha mais espaço em sua vida, e que estava ficando louca por querer se envolver com um garoto... Mas não tinha culpa, era ano novo – sim era ano novo, ela olhou o relógio da parede para confirmar, o relógio marcava 12:03 – e no inicio de ano era preciso ter uma vida nova...