Chrono Crusade - After Heaven

Capítulo 12 - O Paradeiro de Azmaria


- Aion!

Com o mesmo sorriso descontraído, Aion desencostou-se do caixão de Madalena e virou-se para eles.

- Sempre precipitado, Chrno. – comentou Aion abanando a cabeça – Mas, desta vez, não estou aqui para combater. Mesmo que a Maria Madalena esteja contigo, tenho outras prioridades, desta vez.

- O que é que queres, Aion!? – exclamou Chrno, ainda em frente de Rosette.

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- Estou à procura dos teus cornos. – respondeu Aion, prontamente – Foi por isso que vim aqui mas só estavam aqui os meus.

- P-Para é que queres os cornos do Chrno? – perguntou Rosette, detrás de Chrno.

- Eu sei do vosso plano. – informou Aion – Vocês querem os cornos do Chrno para desfazer o contrato mas eu não posso permitir isso.

- Porquê? – murmurou Rosette.

Mas Aion não respondeu à pergunta. Colocou uma mão em cima do caixão de Madalena e suspirou com se tivesse pena.

- Pobre Maria Madalena. – disse ele, irritando Chrno – Porque é que ela não conseguiu reencarnar como vocês? Porque é que ela tem que ser a única a sofrer?

- Ela não está a sofrer. – corrigiu Chrno – Ela está no céu.

- Talvez eu deva ressuscitá-la. – disse Aion, como estivesse a sugeri-lo a ele próprio – Certamente, daria menos trabalho do que a sua reencarnação.

- Desgraçado! – Chrno ia atacar mas Aion desapareceu antes de Chrno ter a oportunidade de lhe tocar – Eu não vou deixar que ele toque nela.

Como se estivesse a limpar a marca de Aion, Chrno passou a mão na madeira do caixão. Rosette olhava para ele.

Chrno nunca lhe tinha contado muito sobre a sua relação com Madalena, apenas que ela tinha sido morta por sua causa.

- Chrno, já que os teus cornos não estão aqui, devíamos voltar à Ordem. – disse Rosette. Não queria que ele estivesse ali. Sabia que lhe trazia más memórias e ela não queria vê-lo sofrer.

- Sim. – concordou Chrno – Os meus cornos…eu lembro-me de os ter deixado no campo de batalha onde matei o Aion. No entanto, as coisas mudaram por aqui. Devíamos informar-nos com o Padre Remmington antes de planearmos o próximo passo.

Rosette avançou, agarrou a mão que estava em cima do caixão e puxou-o para fora de lá, sem reparar em Bobby que entretanto se tinha escondido. No entanto, quando passaram pelo arbusto onde ele estava agachado, Chrno olhou diretamente para ele, sem parar de andar.

A reação do Padre foi a esperada quando viu Chrno entrar no Convento.

Depois de lhe contarem o que tinha acontecido, Remmington parecia pensativo e, sobretudo, preocupado.

- Percebo o que estás a sentir, Chrno. – disse ele – Mas proteger o corpo de Madalena não é a prioridade. Encontrar os teus cornos devia ser a primeira coisa com que devias preocupar-te. A segunda é proteger a Rosette. É mais fácil raptá-la do que trazer Madalena à vida.

Chrno fechou os olhos e suspirou.

- Se ele a trouxer à vida, ela ficará sob o controlo dele. – lembrou Chrno, trazendo más memórias a Rosette.

- Não podemos continuar a fazer isto sozinhos. – Remmington recostou-se na cadeira da cantina onde se tinham reunido. Ainda não era hora do almoço e a hora do pequeno-almoço já tinha passado, por isso estavam sozinhos – Se a Fiore está a dizer a verdade, precisamos de trazê-la para o nosso lado, até porque também nos convém ter a Satella de volta.

- E a Azmaria? – perguntou Rosette.

Remmington levantou-se, ignorando a pergunta de Rosette. – Também devíamos contar à irmã Charlotte. Agora que o Aion está de volta…

- Padre Remmington, posso falar consigo, a sós? – pediu Chrno, levantando-se também.

- O que é que se passa? – perguntou Rosette que não fazia ideia do que aquilo se tratava.

Remmington ficou a olhar para Chrno durante alguns momentos e percebeu que ele já tinha descoberto. – Rosette, por favor, podes retirar-te por um minuto?

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Rosette franziu as sobrancelhas mas resignou-se. Mesmo se saísse mais tarde, conseguiria tirar informações do Chrno mais tarde. Por isso saiu para o jardim.

- Você…sabe onde está a Azmaria, não sabe? – perguntou Chrno, indo direto ao assunto. O silêncio do Padre foi a sua resposta – Tem que dizer à Rosette onde é que ela está.

- Ela só sofreria mais se soubesse onde ela está. – disse Remmington – Tu também não lhe podes contar que tivemos esta conversa.

- Ela está a sofrer mais por não saber onde é que ela está. – contrapôs Chrno.

- Chrno ela…ela está praticamente morta. – disse Remmington desviando os olhos – Quando a encontrei, ela estava inconsciente. Provavelmente foi atacada por algum demónio à solta, ou quem sabe, apenas tenha sido um assalto que correu mal. – explicou ele – Foi pouco antes de saber que a Rosette tinha voltado. Primeiro pensei que fosse só uma semelhança impressionante, mas depois a Rosette veio até aqui e eu não tive dúvidas que a rapariga era a Azmaria.

- Onde é que ela está agora? – perguntou Chrno, chocado pelas notícias. Remmington tinha razão. Se Rosette soubesse daquilo, só ia sofrer mais. No entanto, não podiam esconder o paradeiro de Azmaria durante muito mais tempo.

- Está no hospital, inconsciente. – respondeu Remmington – O corpo dela começou a falhar pouco tempo depois de a terem admitido. Já não consegue respirar sem a ajuda de uma máquina, Chrno. O cérebro dela ficou danificado devido à queda que levou. Isso deixou-a em coma.

- Que tipo de destino é este? – murmurou Chrno virando os olhos para o chão – Porque é que nós estamos de volta? Elas não merecem passar por isto.

- Chrno, eu encontrei a Azmaria no sítio onde ela morreu. – advertiu Remmington – E, pelo que eu ouvi, a Rosette foi encontrada inconsciente em frente ao Orfanato antes de ser levada para o hospital. Tu acordaste no Pandemonium.

- Então, as almas estão a renascer em sítios marcantes das nossas vidas anteriores. – concluiu Chrno – O que quer dizer que a alma da Satella vai renascer em São Francisco.

- Também temos que considerar o sítio onde ela morreu, o sítio onde ela matou a irmã ou…

- A casa onde ela viveu com a irmã e os pais antes de serem mortos pelo Aion. – Chrno levou uma mão à cara – Na Alemanha.

- É claro que primeiro vamos procurar nos sítios mais próximos e também temos que perguntar à Fiore onde é que ela “acordou”. – lembrou Remmington – Só em último caso é que viajam para a Alemanha.

Chrno abanou a cabeça lentamente. É claro que ia acabar por sobrar para eles e, para começar, nem sabiam onde é que tinha sido a casa onde Satella vivera antes.

- Se o Aion estiver realmente a considerar reviver Madalena, também temos que proteger o Joshua. – continuou o Padre – Já tratei da segurança da Azmaria mas, quando se trata do Aion…

- Chrno!

A conversa terminou abruptamente quando Rosette entrou, esbaforida, na cantina.

- Quanto tempo é que tencionas demorar! – exclamou ela com os braços cruzados – Temos que treinar. Este corpo não está habituado a lutar contra demónios!

- Façam isso. – disse Remmington – Eu tenho que ir falar com a Irmã Charlotte.

Cinco minutos depois, Remmington estava em frente à secretária que um dia tinha pertencido à Irmã Kate. Charlotte, olhava pela janela, para Rosette e Chrno que treinavam com pistolas e outras armas do gênero.

- Não concordo com a presença da Claire, aqui. – começou Charlotte – Depois de ter tentado passar-se pela Irmã Rosette, acho que as outras Irmãs também não vão ficar contentes por a terem aqui. Mesmo depois de eu a ter repreendido, ela continua a tentar parecer-se com a Santa, a usar aquele relógio falso e aquele tipo de penteado…

- Irmã Charlotte. – Remmington levantou-se e foi para o lado de Charlotte – Com todo o respeito, ela não está a tentar imitar a Rosette. Ela é a Irmã Rosette.

- Que barbaridade é que está a dizer? – Charlotte olhou para o Padre, chocada – Não é possível…

- Eu pedi-lhe que trouxesse isto de volta. – Remmington tirou a moldura onde a fotografia da feira popular onde os quatro tinham tirado uma fotografia era exibida – Olhe bem para ela. E, se não acredita na rapariga, olhe para o rapaz que está ao lado dela.

-Então foi a rapariga que roubou a fotografia. – Charlotte olhou para a fotografia uma vez e depois para o par. Depois para a fotografia outra vez e para o rapaz que sorria para Rosette depois de ser deitado ao chão – Não pode ser! Ele é igual ao rapaz que acompanhava a Irmã Rosette. Mas como é que pode ser possível?

- O Aion também voltou. – informou Remmington a olhar para a cara pálida de Charlotte – No entanto, não pode comentar isto com ninguém ou a Rosette estaria em perigo.

- Por Deus. – Charlotte levou uma mão à testa – Eu disse coisas horríveis à Santa.

- Por favor, não a trate como Santa. – pediu Remmington – Ela passou por maus momentos durante essa parte da vida.

- Posso…Posso conhecê-la, padre? – perguntou Charlotte que nem tinha dado muita importância ao assunto de Aion – Quero-lhe dar as boas-vindas ao Convento.

O Padre suspirou mas cedeu.

Rosette puxou Chrno para cima.

- Chrno, se não te concentrares, não consigo treinar. – disse Rosette a fazer beicinho – O que é que se passa contigo?

Chrno sacudiu a terra dos calções e pensou em dizer a verdade, mas decidiu que ainda era muito cedo.

- Estava a pensar que devíamos manufaturar mais munições especiais. – mentiu Chrno.

- Mesmo sem o Elder aqui? – perguntou Rosette – Ninguém sabe criar esse tipo de armas.

- Tenho a certeza que ele deixou anotações de como fazer as munições. – disse Chrno – É só uma questão de tentarmos. E, com os demónios que escaparam do selo, ainda à solta, vamos precisar mais do que balas normais para matá-los.

- E também temos o Aion. – murmurou Rosette – Tens razão, Chrno. Eu vou tentar fazer as munições, mais tarde.

- Eu não sei se isso é uma boa ideia. – comentou Chrno desviando os olhos para o lado.

- O que é que disseste, Chrno!? – Rosette agarrou-o pelo pescoço e começou a esfregar o punho fechado na cabeça dele.

- Nada, nada! – apesar de estar a ser “atacado”, Chrno ria-se.

- Hum…não queria interromper, mas…

Rosette olhou em frente e viu Charlotte que olhava para eles sem saber o que dizer. Rosette largou imediatamente Chrno, que caiu ao chão no mesmo momento.

- Irmã Charlotte, nós estávamos só a…treinar. – explicou Rosette – Peço imensa desculpa por incomodar.

- Não, não! Eu é que tenho que pedir desculpa por não ter acreditado em si desde o princípio. – corrigiu Charlotte pegando nas mãos de Rosette – É um prazer conhecê-la, Irmã Rosette.

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- Eh? – Rosette olhou para Remmington que estava atrás de Charlotte mas ele limitou-se a encolher os ombros – Também é um prazer conhecê-la e queria agradecer-lhe por nos deixar usar o Convento para treinar. – com alguma dificuldade, libertou uma mão para chamar Chrno para perto – Este é o meu parceiro, Chrno.

- É um prazer conhecê-lo, senhor Chrno. – cumprimentou Charlotte, passando das mãos de Rosette para as mãos de Chrno – Podem ficar à vontade e usar o Convento durante o tempo que precisarem.

Chrno riu-se desconfortavelmente. Perguntava-se se ela os ia tratar sempre assim dali adiante, agora que sabia a verdade.

- Vou-vos deixar em paz, agora. Divirtam-se e passem aqui a noite, se quiserem – anunciou Charlotte, puxando o Padre para longe, também.

- Isto foi…estranho. – disse Rosette olhando para Chrno – O que é que devemos fazer agora?

- Eu não posso ficar em tua casa para sempre. – disse Chrno – Talvez deva aceitar o convite da Irmã Charlotte, e passar aqui a noite.

- Isso não é justo. – protestou Rosette – Eu também queria ficar aqui!

- Tu tens que proteger o Joshua. – lembrou Chrno ouvindo-a soprar de irritação – Não te preocupes. Eu não vou a lado nenhum.

- Eu não estou preocupada! – disse Rosette cruzando os braços – Porque é que não vamos para a cantina, agora? Está quase na hora do almoço.

Chrno seguiu Rosette com um sorriso preocupado. Talvez devesse contar a Rosette que tencionava voltar para o Pandemonium depois de ter acabado com Aion e depois de desfazer o contrato.

Se não conseguissem encontrar os cornos, seria a vez dele de morrer por ela.