Os dois seguiram por um curto corredor, mas quando Ford achou que ela iria para a sala Julia virou e abriu uma pequena porta que estava num canto. Ele não disse nada e apenas a acompanhou. A porta dava para uma escada que os dois desceram até que chegaram ao que deveria ser um porão, mas era muito maior do que a casa acima deles.

– Hey Krig? – Julia chamou, mas sem ouvir resposta ela parou voltando a empunhar a arma de um jeito sério – Krig? – ela chamou de novo num tom mais baixo e começou a entrar pelo corredor de prateleiras com caixas e mais caixas, umas fechadas e outras abertas.

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Ford também pegou a arma, mas ficou bem mais atrás. Se houvesse algo errado ele tinha consciência de que não seria de nenhuma ajuda estando muito perto. Eles andaram pelos corredores até que eles se abriram num espaço circular no centro do lugar. Ali haviam várias mesas com diversos computadores todos ligados e conectados uns aos outros. Três telas de 32 polegadas num semicírculo estavam apagadas, exceto a central que exibia um sinal verde piscando com um sonoro bip. No meio do lugar, em uma grande e confortável poltrona de couro preto estava um homem. Usando fones pretos, com uma lata de refrigerante na mão pendurada pra fora do braço da poltrona.

Julia suspirou cansada e guardou a arma na cintura outra vez. Então os dois se aproximaram do homem. Era magro, deveria ter em torno de uns 50 anos, nariz um tanto pontudo, cabelos loiros ralos, pele branca e um tanto pálida. Julia riu um pouco encarando-o, dos fones saia um leve som de musica clássica. Julia calmamente chegou perto e lentamente puxou uma arma de trás do homem, então se afastou rindo baixinho.

– Fica mais pra trás Ford – ela sussurrou para o rapaz que deu de ombros e as afastou alguns passos.

Julia então voltou para perto do homem e, delicadamente ergueu os fones de um dos ouvidos dele, então deu um passo para o lado e respirou fundo para gritar logo depois:

– ACORDA KRIG!!!!!!!! – ela gritou o mais alto que pode.

O pobre homem levou um susto pulando na poltrona derrubando a lata vazia de refrigerante e derrubando também um joystick que estava em seu colo. Com pressa e desespero ele levou a mão direita para as suas costas atrás da arma, mas não achou nada enquanto fazia a poltrona girar. Mas então as gargalhadas de Julia fizeram-no entender o que estava havendo e ele parou de se mover e procurou com os olhos a garota.

– Quantos anos você tem? Cinco??? – ele pergunta coçando os olhos com uma mão e tirando um óculos de grau do bolso latera do moletom amarelo claro que usava.

– Desculpa Krig – falou Julia apertando a barriga que já doía de tanto rir – Mas pensa pelo lado bom kkkkkkk Ao menos eu só te assustei e não tirei uma foto sua nessa situação.

Ele fez a poltrona girar de novo e a aproximou das telas de computador. Então parou e girou a cadeira de volta encarando Ford que estava um pouco atrás de Julia.

– Quem é ele?? – perguntou Krig um tanto irritado – Porra Julia, eu sempre digo pra não trazer as pessoas aqui!!!!

– Hey, calma ai dorminhoco – fala Julia rindo pouco – Ele tá comigo e é confiável. É filho da minha madrinha, uma velha amiga da minha mãe.

– Grmmm – murmura Krig descontente.

– Seu complexo é muito bem montado – fala Ford olhando em volta – É incrível aqui dentro.

– Ora....parece que o garoto entende das coisas – diz Krig prestando um pouco mais de atenção em Ford.

– Krig, o que eram as marcas de pneus na estrada quando eu cheguei? – perguntou Julia mudando de assunto.

– Ah....eh....pois é né – suspirou Krig – Eu tive que pedir para entregarem alguns circuitos, coisa pra manutenção de alguns computadores meus. Se soubesse que vocês estavam vindo eu tinha mandado você trazer pra mim Juli, mas quando me avisou eu já tinha pedido.

– Então não era nada sério – murmurou Julia suspirando e dando de ombros – Tá, chega disso. Krig eu trouxe mais informações, vamos trabalhar. Temos que saber o porquê minha mãe desceu do carro naquele lugar – falou Julia decidida se aproximando dos computadores de Krig.

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– Eu ajudo, só me fala o que fazer Krig, entendo um pouco de informática e redes então acho que posso ajudar – disse Ford se aproximando também.

Os três passaram o resto do dia pesquisando e cruzando informações. Era perto da meia-noite quando Krig disse que os dois deveriam fazer uma pausa. Julia saiu pra pegar comida enquanto Krig levantou para caminhar até suas coisas e separar alguns equipamentos que sabia que Julia iria querer levar depois. Ford ficou distraidamente vagando pelas informações que o programa de busca havia feito.

Quando Julia estava voltando para perto dos computadores com cervejas e salgadinhos Ford de repente fica sério e encara algo na tela.

– Mas que merda é essa?? – ele murmura confuso apertando algumas teclas e então arregalando os olhos – Gente....Venham aqui ver isso.

– O que houve? – pergunta Julia se aproximando e olhando a foto que estava na tela.

Era uma imagem antiga de uma cadeia de pequenas montanhas, em baixo da imagem estava escrito: Mina é abandonada por falta de recursos para a exploração. Desemprego atinge as cidades vizinhas.

– Isso é um recorte de jornal de pouco mais de 150 anos atrás – fala Ford – Perto da época que minha cidade foi criada. Segundo a minha mãe, os tataravós dela chegaram ali e se instalaram como criadores de cavalos. Lembro dela comentar que antes eles criavam raças rusticas para trabalho pesado de puxar carroças. Isso – ele aponta para as pequenas montanhas ao fundo da imagem e depois abre uma nova imagem, do jornal que noticiava o carro alugado encontrado na cidade vizinha à dele, o carro da mãe de Julia – São as mesmas montanhas daqui – completa Ford apontando as elevações que apareciam ao fundo da imagem da reportagem atual.

– É o mesmo lugar – murmurou Julia – Por isso a minha mãe mandou recortes de jornais antigos com a história da cidade.....não era pesquisa sobre os Cloud’s em si....era sobre a cidade mesmo....

– Ela encontrou isso – falou Krig encarando as duas imagens que agora dividiam a tela – Ela achou algo nessas velha mina...

– Não tem como estar inteira agora – murmurou Ford – A construção é antiga demais.

– A não ser que alguém bancasse uma reestruturação e uma reforma do lugar – disse Krig voltando para o seu computador – Juli é melhor você voltar pra cidade. Eu vou pesquisar certinho sobre essa mina e te mando as atualizações de hora em hora. Mas o melhor é você mesma ir até lá ver o que tem pra achar. Algo me diz que vai encontrar algo sim.

– Tem razão – diz Ford – Podemos chegar à cavalo sem levantar muitas suspeitas, seria até fácil assim.

– Certo, vamos Ford – Julia concorda com a cabeça à mil de tantas informações e ideias – Krig manda o que encontrar pra mim daqui umas horas, o Ford pode analisa tudo enquanto eu dirijo. Só paramos quando chegarmos na casa da Tia Jes – ela completa encarando Ford que concorda.

Logo depois os dois estão saindo enquanto Krig continuava com seus refrigerantes e salgadinhos em frente ao computador pesquisando e recolhendo informação. Mas Julia já sabia o que precisava saber. Algo dentro dela dizia que sua mãe estava naquela mina abandonada. E dizia também que havia muito mais coisa lá dentro além da Amélia. As respostas estariam lá naquela cidadezinha. Como ela sempre soube que estavam.