Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros

Segunda Fase - Episódio Dois. O Santo Seiya


O cosmo de Jabu queimava como um vulcão em erupção. Energia quente se dispersava na forma de vento, fazendo esvoaçar a sua capa e a cauda de escorpião na sua máscara. Seiya, com suas asas brilhantes, fitava Jabu com tristeza.

— Você não quer fazer isso Jabu. Eu sei, eu consigo sentir que você não quer.

— Não há desejos mais, Seiya. Há necessidades. Há um plano.

— Plano? – Perguntou Seiya. – Do que você está falando, Jabu?

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— O que importa é que não pode mais ser detido. E o primeiro passo é tirar você do caminho.

Os olhos de Jabu ascenderam em um brilho negro.

— Picada de Escorpião! – Gritou Jabu.

A velocidade estonteante do cavaleiro de Escorpião enganou os olhos de Seiya, e o indicador de Jabu apareceu apontado para o rosto do cavaleiro de Sagitário, mas dessa vez o resultado foi diferente. Seiya, com a mão esquerda, desviou a direção do indicador segurando o pulso e fazendo o brilho de repulsão e uma miríade de micropartículas de cosmo passar ao lado da sua cabeça, explodindo um enorme rochedo logo atrás.

Seiya imediatamente concentrou uma poderosa cosmo energia em seu punho e disparou um golpe contra Jabu, que defendeu com sua mão livre. Ambos cavaleiros estavam cara a cara, segurando os punhos um do outro.

— Veja só, – disse Jabu – uma oportunidade de tentar um golpe que há muito tempo eu não usava.

Jabu pulou sem soltar Seiya. Em um movimento fluido em meio ao salto, ele recolheu as pernas e concentrou energia nelas.

— Galope do Unicórnio!

O chute de Jabu fez Seiya explodir contra o chão. Com o impacto, Jabu saltou longe e aterrissou com suavidade. Ele observava com orgulho a poeira e os estilhaços de rochas que se levantaram graças ao golpe. Mas antes da poeira baixar, Jabu começou a sentir um cosmo grandioso queimando dentro da nuvem. O cosmo era tão grande que o cavaleiro de Escorpião podia ouvir a sua própria armadura tilintar. Era como se estivesse nascendo um universo diante dele. Quando a poeira finalmente baixou, Seiya estava em uma posição de ataque. Suas mãos se moviam lentamente: ele estava traçando a posição das estrelas da constelação de Pégaso. O cosmo era visível, palpável até. Ele se condensava em forma de pequenos riscos de luz que se direcionavam até Seiya e em seguida transbordavam em forma de fachos. De súbito, o lendário grito do cavaleiro de Sagitário foi bradado a plenos pulmões:

— Meteoro de Pégaso!

O punho se moveu em uma velocidade absurda, e de cada golpe surgiu um raio de luz, cada raio cortou o ar e ascendeu a chama da esperança. Mas, misteriosamente, Seiya notou que seus golpes estavam parando ante uma gigantesca esfera vermelha.

— Mas o que é isso? – Perguntou o cavaleiro.

— Se esferas microscópicas de repulsão te deixaram de joelhos Seiya, imagine o que essa de seis metros lhe fará!

Jabu tinha seu dedo indicador em riste e a outra mão segurando o punho para poder controlar o peso da energia na ponta do dedo. A grandiosa esfera vermelha flutuante flamejava como uma estrela.

— Orgulho de Antares! – Gritou Jabu.

A esfera disparou, arrebentando os meteoros e ignorando-os como uma força superior.

— Não! – Berrou Seiya. – Eu não vou desistir de você Jabu, nem que eu tenha que te derrotar para isso. Queime, meu cosmo!

Os raios dos meteoros se intensificaram, estilhaços de luz que se espatifavam começaram a acertar o entorno de Jabu. A esfera começou a perder velocidade até parar. Seiya gritava cada vez mais alto, e quanto mais alto gritava, mais forte o seu golpe ficava.

Então, o primeiro raio de luz atravessou a esfera, fazendo Jabu se defender com uma das mãos. Em seguida outro. E outro.

— Não pode ser – disse Jabu.

O Orgulho de Antares explodiu. O vento causado pela força de repulsão arremessou Jabu e Seiya para distâncias opostas. Seiya ainda se erguia quando, ao levantar o olhar, Jabu já estava parado diante dele com o dedo em sua testa.

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— Vejo que ainda merece o título de cavaleiro lendário, – disse o Escorpião – mas acabou, Seiya.

Jabu começou a concentrar seu cosmo destruidor no dedo pressionado na testa de Seiya, que ainda estava ajoelhado. Mas então, de repente, Seiya ergueu seu punho e aperta a mão de Jabu, fechando o seu dedo e dissipando o cosmo que estava se formando nele.

— Não Jabu, não acabou, – disse Seiya. – Você irá voltar. Aquele jovem que amava Atena. Sempre mais dedicado e apaixonado que os outros. Você já amava Saori antes mesmo dela despertar sua verdadeira identidade. Enquanto eu ainda a tratava como uma riquinha mimada, você já a protegia, como uma futura deusa e seu servo. Você foi o primeiro a acreditar nela e sei que será o último!

Com essas palavras, o cosmo de Seiya se renovou. Em um relance, Seiya pode jurar ter visto lágrimas de sangue no rosto de Jabu, e imediatamente ele se lembrou de já ter visto isso outra vez no passado distante.

— Eu era um capacho! – Disse Jabu, livrando sua mão do aperto do punho de Seiya. – A tratei como a rainha que sempre foi, e fui esquecido assim que deixei de ser útil.

— Jabu – disse Seiya enquanto se levantava. – Você irá voltar, irá se livrar disso, e voltará a ser quem era, nem que eu tenha que expulsar isso do seu corpo com meus punhos.

Seiya, em um movimento rápido, puxou o braço de Jabu e tomou as suas costas, segurando-o sob os braços.

— Que essas asas douradas me deem força e arrastem meu oponente! Turbilhão de Pégaso!

Impulsionados pelas asas douradas, os cavaleiros da esperança voaram pelos ares, carregando um destino incerto.

De volta às Doze Casas, Atena se voltou para Hyoga.

— Os cosmos de Seiya e Jabu estão se chocando – disse a deusa.

— Sim, mas tenho a sutil impressão que ambos estão hesitando – respondeu Hyoga.

Preocupados e tristes, Hyoga e Atena sentiram vários cosmos explodindo no Santuário. Em meio ao turbilhão de sensações, Hyoga tentou reconhecê-los todos. Jabu e Seiya eram os mais nítidos, mesmo sendo os mais distantes. Sentiu então o cosmo mortal de Nachi e o cosmo gentil de Shun. O cosmo de Geki era como um tremor de terra, mas o do seu misterioso inimigo da Casa de Gêmeos era como uma sombra fria.

Por fim, o cosmo de Ban era moderado e preciso, enquanto o do Mestre do Santuário, aquele que nem mesmo Shiryu, com todas as suas permissões, sabia da verdadeira identidade, era sereno como uma lenta canção. Hyoga podia jurar já ter sentido aquele cosmo antes, mas não se lembrava com certeza.

— Atena, – chamou Hyoga. – Quem... Quem é o Mestre do Santuário?

— É um aliado. E eu confio nele.

As palavras de Atena não deixaram espaço para dúvidas.