Caso Arquivado.

Capítulo IV — Arquivado?


Capítulo IV.

Hinata estava exausta, completamente cansada. Estava em frente ao computador, lendo e relendo a matéria escrita por sua amiga, Yumeko. Confessaria uma hora ou outra que ela era uma ótima jornalista, dava ótimos palpites, mas nenhum deles foi suficiente para ela chegar a onde queria.

Suspirou pela milésima vez, dando mais um gole em seu café, já gelado. Faltava apenas 5 horas para o caso ser arquivado, e ela não tinha nada em mente do que dizer para o chefe, dizendo as supostas ligações entre as vítimas, assassinatos e datas. Ela sequer tinha um criminoso em mente!

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Okay, nessa parte, ela tinha Koshio, mas, quem acreditaria em uma mulher de 26 anos, frustada com a vida e todos, culpando uma adolescente com amnésia?! Exatamente, ninguém.

Encostou sua cabeça em seus braços, sentindo seus longos cabelos se espalharem pelo mesmo. Logo, escutou passos apressados ecoarem no corredor, se aproximando cada vez mais.

— Hinata, tenho uma boa notícia para você! — Iori exclamou feliz, se sentando ao lado da mulher, com aparência deplorável.

— Hm... E o que seria, Iori...Kun. — Era cansativo fingir uma personalidade meiga e melosa, já que, depois da boa noite (apenas para Iori, já que para Hideki foi a pior transa de sua vida), Iori a pediu em namoro na frente de todos, como ela iria recusar aquilo sem ser vista como uma qualquer? Mas no fim, esperava ser pelo menos algo bom, para lhe retirar um sorriso da carranca.

— Temos mais três horas adicionais para resolvermos o caso! Ou, dar explicações sobre ele para o chefe.

Bulufas. Três horas para mais dores de cabeças e pensamentos em quem estava praticando o ato com pessoas. Estava sem chão, perderia tudo aquilo que conquistou, graças á uma pirralha sem noção, fracote e com amnésia.

— Oh! Que ótimo, senpai. Eu fico tão feliz, assim poderei finalmente resolver o caso! — Todos perceberiam que aquilo era teatro, menos o próprio Iori, que apenas sorria apaixonado.

Três e quarenta e cinco, Quinta feira de 2009.

Era a nona vez no dia que Hinata tentava pensar em algo que interligasse entre os casos, mas nada resolvia. Parecia que o mundo estava conspirando contra ela, tudo havia a impedido de conseguir um bom resultado.

Nara se aproximou da mulher, sentando na mesa e a encarando.

— E aí, gatinha. Já resolveu o caso? — Perguntou, rindo baixo ao ver os olhos raivosos da mulher serem direcionados á si.

— Não encha o saco, Nara. Você e seus pensamentos são irritantes demais.

A sinceridade de Hideki alfinetava muitas pessoas, mas Nara achava isso... excitante. Talvez ele fosse um maníaco como muitos lhe chamavam.

— Por quê não tenta conversar com os parentes das vítimas, perguntando sobre o passado de cada um? Talvez isso ajude e-

— É ISSO! — Hinata exclamou, empurrando Nara da mesa e sorrindo. — Obrigada, agente Nara-kun. Você me ajudou bastante.

E a última coisa que o homem viu, foi os cabelos longos e sedosos baterem em seu rosto, enquanto a mulher se afastava.

Seis e um, Quinta feira de 2009.

— Chefe! Por favor, eu sei que já se passou algumas horas a mais, mas eu realmente preciso que me escute! — Hinata batia desesperadamente na porta de seu chefe, sem esperanças.

Quando a porta foi aberta, a mesma quase caiu nos pés de Tsuko, logo um sorriso foi formado no rosto dela. — Chefe Tsuko! Eu tenho boas notícias.

— Diga, agente Hideki. — Ditou sério, enquanto se apoiava na mesa e dava um gole em seu cappuccino.

— Eu conversei com os parentes das vítimas assassinadas, e descobri bastante coisa a respeito.

— Desembuche, agente, não tenho todo o tempo.

— Descobri que as vítimas tinham um segredo, cada uma tinha uma quantia de dinheiro guardada no local, e então o piquenique era a deixa.

— Eu não entendi, senhorita Hideki. Por favor, seja mais clara, você tem 1 minuto.

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Hinata começou a suar e ficar ofegante, ela passou três horas ou menos conversando com aquelas pessoas irritantes para no final levar um ''tapa'' na cara?!

— As famílias Tomoko, Toshio, Nakamura e etc tinham um dinheiro ancestral guardado no piquenique, foi como uma antiga guerra.

Hinata não sabia explicar, todas suas palavras saiam errado, ela parecia eufórica.

— Eu não compreendi absolutamente nada, senhorita Hideki. Por isso, eu arquivo o caso 428. Ele nunca existiu nesta delegacia.

— E a família das vítimas?! E as próprias vítimas? Elas não serão justiçadas? — Iori adentrou o local, após ouvir por um bom tempo a conversa.

— Não tem o que dizer, agente Iori. Eu dei tempo suficiente para bons agentes, ou o que eu achava que eram, resolver um caso simples. Agora, mais pessoas morreram e pessoas mortas não serão justiçadas por culpa de dois incompetentes. Que isso não se repita, caso contrário, serão demitidos.

O ''casal'' foi expulso da sala do chefe, enquanto Hinata estava aos prantos. Perdeu sua maior oportunidade de subir de cargo, quem sabe, talvez ser a vice-presidente da delegacia. Tudo foi por água abaixo, por um erro seu.

Mas, ela nunca assumiria aquilo. Para si, ela nunca errou; e nunca erraria.

— Foi sua culpa! VOCÊ não me ajudou em nada, eu tive que me virar sozinha! — Hinata batia desesperadamente no peito de Iori, enquanto um semblante confuso se formava em seu rosto.

— O-O quê?! Do que está falando, Hinata-chan? Está tudo bem?

— Se não fosse por você, eu seria a vice-presidente dessa imundice... eu teria meu cargo apropriado, mas por SUA culpa, eu ainda serei a simples agente Hideki!

O silêncio reinaria no local, se não fosse os soluços de Hinata ecoarem pelo local, e a culpa subir pelo corpo e mente de Iori. Então, se não fosse por ele, sua amada Hinata estaria no cargo desejado?

Se ele simplesmente não existisse,

Hinata estaria num cargo melhor?

E então, Iori fez a única coisa que ele podia fazer no momento; abraçar a mulher, mesmo que ela se debatesse em seus braços, ela não negou. E o resto da noite de ambos, foram lágrimas e culpa.