Cartas pra Você.

Reencontro


01 de abril de 2011

Tom acabou de ligar pra Dandara para saber se ela estava disponível para saírem juntos. Pelo jeito estava, já que meu irmão abriu um sorriso do tamanho do mundo, igual quando uma criança ganha um doce qualquer.

Alugamos um carro e eu o levei na casa da amiga da Gabi. Agora eu estava sozinho, indo na direção da casa da pessoa que só quer como amigo. Não tenho certeza absoluta se é esse o tema da nossa futura conversa, mas provavelmente é. Eu não me importo, ela tem todo o direito de escolher a amizade ou algo além disso, porém se ela fosse minha namorada, eu ia explodir de tanta felicidade.

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Eu estava perdido nas ruas de São Paulo. Da ultima vez que vim pra cá, não foi tão difícil achar o apartamento onde Gabi morava.

Passaram-se horas e horas e eu ainda estava naquele labirinto de avenidas. Até pensei em ligar pra ela pra pedir ajuda, mas queria fazer uma surpresa.

Só fui achar o bendito apartamento no fim da tarde. Estacionei meu carro no primeiro lugar que eu achei e fui entrando no prédio com pressa.

-Ei, senhor! – gritou um cara baixinho com um uniforme esquisito. Acho que ele trabalha no prédio – Não pode simplesmente entrar sem antes avisar ao morador que está aqui. Por gentileza poderia dizer o numero do apartamento para que eu possa permitir a sua entrada?

Fazia alguns meses que estava aprendendo português pela internet e compreendi o que ele quis dizer. Respondi com certa dificuldade. Essa língua é dificílima.

-Eu querer fazer surpresa.

-Não vou deixar que entre antes de dizer o número.

Que carinha insistente. Aproximei-me do balcão onde ele estava e continuei:

-Quanto querer para deixar eu subir? – mostrei várias notas de cinquenta na sua frente e lhe entreguei quatro delas. Ele me olhou desconfiado, mas me deixou subir.

-Boa sorte com a surpresa, senhor.

-Obrigado. – “Como é bom ser rico”, pensei.

Passei pelo primeiro, segundo, terceiro e cheguei ao quarto andar. Parei em frente ao quarto 483.

O nervosismo começou a tomar conta de mim. Não sabia se batia na porta ou se voltava para trás. “E se ela realmente não quiser namorar comigo e não gostar de me ver aqui? Mas ela gostou quando soube que eu viria. E se ela estivesse mentindo sobre aquele tal primo, o Bruno? Ele poderia ter um caso com ela e ficou com medo de me contar. Mas depois ela me beijou. O que eu faço?”

Apenas saberia as respostas para todas as minhas duvidas se conversasse com ela. Bati na porta e esperei.

Ouvi passos, depois o barulho que as chaves fazem quando batem uma nas outras e em seguida vi a maçaneta virando aos poucos. Comecei a tremer. Como ela me fazia ficar assim sendo que nem a vi?

A porta se abriu e lá estava ela. Gabi estava linda como sempre. Cabelos longos e presos destacavam seus olhos que estavam azuis por causa da lente.

Não ia me comportar como um idiota como da ultima vez que a vi. Não ia ficar calado com cara de bobo.

Ia começar a falar, mas fui interrompido por uma coisa que realmente não esperava, o que me deixou confuso ainda mais. Mas tudo bem. Vou prolongar aquilo o máximo que puder.

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