O Endereço

Mais uma vez Percy estava se arrumando para ir a biblioteca junto com Thalia, que havia concordado, depois de um certo apelo, em ir apenas amanha para o colégio.

Thalia andava apressadamente como se fosse ganhar algo realmente importante, Percy se arrastava ao seu lado, não que ele não gostasse de ler, mais era que as vezes a irmã pegava um pouco pesado, o moreno poderia dizer onde se encontrava cada livro da seção de biologia a irmã parecia ter lido a biblioteca inteira pois ficou um pouco difícil ela encontrar algo para ler.

Percy seguiu seu olhar para as pessoas que passavam ao seu redor, todas elas pareciam apressadas com seus telefones em punho ou mesmo no ouvido, alguns berrando com alguém do outro lado da linha, crianças com seus uniformes de aula prontos para o primeiro dia na escola, faziam Percy lembrar o quão bom era aquele tempo. Crescer e amadurecer eram duas palavras que seu pai falava quando ele era criança e que só agora faziam sentido para ele.

Os poucos raios de sol batiam levemente pelas ruas a neve aos poucos derretendo permitindo a passagem de todos, pelo menos sem tombos, Percy pensou antes de sacudir o pé tirando o gelo do tênis. Thalia adentrou na biblioteca seguida por Percy e a mesma se dirigiu a Mary que em tão pouco tempo já os conhecia.

-Olá Mary – a morena cumprimentou sorrindo para a senhora a sua frente que lhe devolveu um sorriso amável.

-Por aqui outra vez Thalia? – perguntou Mary soltando um riso baixo, Thalia acenou sustentando o seu sorriso.

-Garanto que tentei tirá-la daqui, mais está difícil – disse Percy se intrometendo na conversa e recebendo um tapa da irmã.

-Tudo bem – disse Mary agitando as mãos a sua frente – Tenho certeza de que ainda não leu livro algum daquela seção – indicou Mary para Thalia.

-Qual? – quis saber Percy seguindo o olhar da irmã para uma estante ao longe perto da parede perto da janela, Thalia agradeceu e seguiu para a direção dos livros, Percy suspirou e por fim seguiu a irmã se sentando na poltrona ao lado da janela e viu sua irmã pegar alguns livros em mãos e observá-los.

Thalia sentou-se em frente ao irmão sem nem ao menos tirar os olhos do livro Percy então colocando uma das mãos no bolso da calça percebeu que seus fones de ouvido estavam no mesmo então os tirando e rapidamente colocando no telefone se pôs a escutar algumas musicas e olhar distraidamente para a janela.

Passados mais ou menos vinte minutos Percy escutou a risada abafada da sua irmã e voltou seu olhar para a mesma que lhe indicou que se aproximasse mais Percy então tirando um dos fones, inclinou-se sobre a mesa a sua frente.

-O que foi? – perguntou a irmã lhe virou o livro apontando para uma anotação a lápis ao lado das linhas da pagina.

-Esta certo e essa conta não e tão fácil de fazer – disse a irmã analisando novamente, Percy olhou para os números que estavam anotados ao lado só de ver as contas ficou confuso.

-Não entendo – respondeu Percy a irmã revirou os olhos e tentou lhe explicar de uma forma bem resumida enquanto só via uma careta no rosto do irmão desistiu de explicar.

-Olha ele pertenceu a alguém – comentou ela vendo o verso da capa um nome meio borrado mais que continuava lá.

-A quem? – quis saber o moreno.

-Annabeth alguma coisa – respondeu Thalia semi-serrando os olhos na tentativa de ver o sobrenome apagado.

-Deve ser louca que nem você para ler estes livros – disse Percy e Thalia arqueou uma sobrancelha franzindo os lábios, Percy lhe deu uma piscadela antes de voltar a escutar a musica e ela se concentrar no tal livro.

Alguns minutos mais tarde Percy havia deixado os fones e se encaminhou para a mesma prateleira onde Thalia pegara o tal livro da garota ele a olhou por um momento encontrando um livro de Agatha Christie e seus suspenses policiais, o moreno passou os olhos por vários nomes, dentre eles o de J.K Rowling e seus bruxos, Rick Riordan e seus seres mitológicos dentre eles pegou um cujo autor desconhecido e folheou e viu que neste também tinham anotações ele observou a ortografia e viu que era feminina então virando o livro lá estava o nome na capa. Annabeth Chase. Ele reconheceu o mesmo nome que estava no livro de Thalia.

O moreno achou estranho mais só por curiosidade pegou outro livro qualquer e viu a capa e lá estava novamente o nome da garota ele soltou um sorriso então devolvendo o livro para o lugar e pegando um de biologia que havia encontrado e se sentando a frente da irmã que nem ao menos o olhou.

Ao ler o livro, lá estavam às mesmas anotações, essa garota sabe de tudo? Se perguntou enquanto sorria com a nota escrito a lápis na parte superior a impressão do livro. Após alguns capítulos Percy virou vendo novamente a capa, e logo abaixo meio apagado estava um endereço que ao parecer parecia dela. Ele pensou por um momento se esse ainda era o endereço da dona do livro, ou se mesmo ela existisse, ele poderia lhe mandar uma carta, pensou mais logo tratou de fechar o livro e afastar tais pensamentos.

Ele nem mesmo a conhecia e lhe mandaria uma carta? Reclamou consigo mesmo.

Mais não irá lhe doer nada em mandar mesmo assim disse sua consciência.

Mais realmente seria estranho um desconhecido lhe mandar uma carta não acha? Perguntou o moreno para si mesmo.

Claro que não contradisse a consciência.

Mais que coisa, pensou, eu estou discutindo mentalmente se mando uma carta para uma garota ou mulher, ele ainda não sabia é claro, totalmente desconhecida para ele apenas por breves notas que a mesma colocou em um livro, que loucura!

-Hey acorda – chamou Thalia o irmão agitando a mão direita a sua frente Percy a olhou.

-O que foi? – perguntou enfim a olhando Thalia deu de ombros.

-Vamos, já está na hora do almoço – respondeu saindo a sua frente Percy olhou de repente incerto para a pagina do livro por fim rasgando a folha com o endereço e o guardando rapidamente no bolso da jeans.

Ele levantou-se e seguiu sua irmã dando um breve tchau para Mary que se despediu do garoto com um sorriso gentil. Ele caminhava ao lado da morena perdido em pensamentos ele parecia um vândalo rasgando a folha sem permissão, parecia que tinha voltado aos antigos tempos de colégio ele sorriu com a lembrança e nada no mundo o faria acreditar que seria realmente tudo diferente quando escrevesse a tal carta.