Após o almoço, Lizzie decidiu dar uma volta pelo lugar. Era longe o suficiente da cidade para que não tentasse fugir e perto o bastante para que pudesse se distanciar de todas aquelas emoções.

Vasculhou ao redor, reconheceu um jardim ao longe e encaminhou-se para lá.


– É estupidez, estupidez. Por que mexer em uma ferida dessas? - dizia consigo mesma, apesar de saber a resposta melhor do que ninguém.


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Darcy deitara-se após o almoço. Fora uma refeição completamente indigesta. Além de ter de confrontar antigos dramas (que acreditava muito bem enterrados na memória), não conseguia controlar que os sentimentos anteriores viessem à tona. Era como se a história dos dois sofresse uma pausa e os sentimentos fossem congelados. Ao retomar o contato com a musa inspiradora, tudo voltou ao ponto em que parara.


Não conseguindo dormir, decidiu olhar à janela. Adorava aquele chalé por ser calmo e tranquilo, uma das características que mais apreciava na Inglaterra. O bucolismo era uma forma de escapar à vida cheia de privações, pressa e desgostos da cidade grande.


Ao mirar o jardim da propriedade, percebeu que Lizzie ali estava. O modo como estava compenetrada, deixando que suas emoções viessem à tona, a tornava tão magnífica que Darcy imaginou nunca ter visto quadro mais belo. Encontrou sulfite e lápis no escritório e pôs-se a desenhá-la.


Lizzie, sem perceber que era observada, virou-se e seus olhos se encontraram. Apesar do tremor inicial, nenhum dos dois desviou o olhar. Fitzwilliam a criava de acordo com seus olhos, os de Elizabeth encorajavam o artista.


No desenho, a paisagem ao lado estava difusa, somente as feições da moça eram bem definidas naquela figura. Darcy anotou cada uma das cores no verso do papel e guardou o conjunto em uma pasta. Possuía um grande tesouro.