Carnage Coffee

Lágrimas e Dor


Era uma madrugada fria, Ken estava no café lendo um livro, sentia uma vontade imensa de fumar. Estava sem cigarros, teria que comprar um maço, resolveu ir à loja de conveniência próxima para comprar e depois voltaria a trabalhar.

Colocou seu casaco e saiu caminhando normalmente, observando a paisagem local. O vento não era tão forte, então estava tão tranquilo com aquela semana, sentia mais tranquilo sobre sua dívida, trabalhava até mais alegre e já havia se esquecido da dificuldade que passou.

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Estava passando em frente a praça e viu que num banco próximo havia um homem enchendo a cara. Balançou a cabeça, o mundo estava mesmo perdido. Mas reparou bem no bêbado e assustou ao ver que era Hyde enchendo a cara com uma garrafa enorme de cachaça em mãos, chorava descontroladamente.

Nem pensou duas vezes e correu até onde ele estava sentindo seu coração doer em o ver naquele estado. Queria saber o que havia acontecido.

-... Hyde? – Perguntou chegando bem próximo do outro tentando fazer o outro encarar.

- Hic... O q-que... Você quer? – Dizia com a voz bêbada mesclada com chorosa, abaixou a cabeça encolhendo-se mais ainda.

-... Nada, mas o que houve? – Sentou ao lado do baixinho naquele banco de madeira o encarando ainda mais preocupado. Suas roupas estavam sujas de terra, provavelmente caiu no meio do caminho.

- Nada... – Colocou as mãos no rosto com dificuldade já que segurava a garrafa, como se fosse uma forma de se proteger.

- Você não está bem, Hyde... Se quiser, eu posso te ajudar.

- Está tudo acabado... – Tirou as mãos do rosto de começou a chorar ainda mais.

- O que houve? – Perguntou um pouco assustado, já imaginando o que poderia ser.

- De novo... – Se encolheu de vez e as lágrimas pareciam um rio de tão rápidas que corriam por seu rosto.

Ken havia realmente entendido a situação, com uma imensa dor no coração e dó de Hyde o tomou em seus braços dando um forte abraço, tentando de alguma forma aliviar a dor do outro, o que era impossível, mas tentava.

-... Eles estão mortos... – Sua voz quase não saia entendível, o abraçou com toda sua força enterrando o rosto no ombro de Ken.

-... Sinto muito... – Não havia mais o que dizer naquele momento difícil.

- Eu não quero mais viver... – Confessou apertando a garrafa de vidro em sua mão ralada.

- Não fala assim...

- Não tem mais sentido viver, tudo acabou... Tudo.

Ken não sabia mais o que dizer para acalmar o menor, sabia que palavras para conter a dor e vontade de morrer eram dispensáveis. Acariciava o cabelo dele, tentando o acalmar. Sentia seu casaco ficando cada vez mais molhado naquela região por lágrimas quentes de Hyde.

- P-por que isso? Eu não entendo. – Depois de certo tempo resolveu falar, queria entender.

-... Eu também não entendo se todos vocês são gente de bem...

- Eu não vou aguentar toda essa dor... – Jogou a garrafa que segurava no chão, mostrando aquele líquido escorrendo.

Hyde ainda chorando e perdido, soltou do forte abraço com Ken, levantou do banco e se agachou perto dos inúmeros cacos de variados tamanhos, todos molhados. Observava-os com o olhar perdido, até que pegou um dos maiores cacos e em sua mão o apertou com toda força que poderia, fazendo a ponta do caco ficar vermelha, sua mão estava sangrando.

- Heeey, não faça isso... – Agachou-se próximo do outro e tirando com cuidado aquele caco sujo de sangue da mão de Hyde e já levantando o outro junto. – Vem... Vamos para casa.

- Eu não quero...

- Venha... Não te deixarei sozinho neste estado...

-P-pode ir pra casa... Eu tô bem aqui...

- Para com isso Hyde. – Pegou na outra mão do outro e foi o puxando para o caminho do seu apartamento.

Hyde chorava ainda, andava sem rumo e direção, o caminho era torto em sua visão um pouco embaçada. Sentia tudo ficar fraco dentro de si, não ouvia nada, só via o olhar do maior muito preocupado, sentia-se desprezível. Sentiu uma forte tontura e quase foi ao chão, se não fosse a forte mão de Ken o segurando. De nada adiantou, havia desmaiado.

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Ken se desesperou ao ver Hyde cair desacordado no chão. O pegou no colo e continuou o caminho, vendo o rosto molhado do outro. Não entendia porque aquela desgraça aconteceu novamente em sua vida, Hyde não merecia aquilo, não mesmo. O apertou mais contra si, Queria o ajudar o quanto mais possível.

Chegou ao seu prédio, abrindo o portão com muita dificuldade. Entrou agradecendo por ser tarde da noite e não ter ninguém no térreo para perguntar, enchê-lo a paciência do motivo pelo qual aquele baixinho estava desmaiado com a mão sangrando em seu colo.

Entrou em seu apartamento, logo deixando Hyde no sofá. Trancou a porta e foi arrumar algumas coisas bagunçadas em seu quarto. Depois foi dar novamente banho em Hyde com maior dificuldade do que na vez anterior, parecia que seu corpo estava mais mole, deveria ter bebido muito daquela vez.

Depois que o tirou do chuveiro, o secou sem pressa, vendo o quanto ele estava transtornado, sua face parecia assustada e muito triste. O entendia completamente, não era fácil encarar aquela situação normalmente, muito mais a ele que sofria ainda com a morte do irmão, e em pouco tempo eram os pais.

Levou-o para o quarto logo vestindo uma roupa sua que estava separada em cima da cama. Depois voltou ao banheiro e pegou debaixo da pia sua pequena caixa de primeiros socorros. Fez um curativo na mão machucada de Hyde tomando o maior cuidado para não o machucar, depois guardou a caixa no lugar que estava.

Ajeitou Hyde em sua cama e o cobriu com vários cobertores. Ficou por um tempo observando o outro que aparentava ter um sono tranquilo, também, depois de ter bebido muito já era o esperado. Lembrou-se que havia deixado aberto o café. Vestiu seu casaco trancando a porta da sala quando saiu, iria rapidamente ao estabelecimento o fechar, não poderia mais continuar trabalhando.

Logo estava de volta, demorou menos de cinco minutos para ir e voltar, a sua sorte que era em frente ao seu apartamento. Resolveu que tomaria um banho quente e dormiria porque já sentia um pouco de cansaço. Voltou ao quarto para pegar uma muda de roupas e ficou encarando Hyde da porta, o semblante melancólico era bem aparente, mesmo que ele estivesse dormindo profundamente.

Acordou dos pensamentos e pegou suas roupas e rumou para o banho. Pensava em como falaria com o outro no dia seguinte, ele deveria conscientemente estar mais abalado do que bêbado, perguntava-se se não houvesse o visto na praça, o que ele poderia ter feito, com certeza se machucaria muito.

Daquela vez resolveu não se aproximar tanto de Hyde, pegou atrás do guarda-roupa seu colchão e o colocou ao lado da cama. Pegou lençóis limpos e cobertores, logo arrumando tudo ali para conseguir dormir. Apagou as luzes do apartamento e tentou dormir.

Não conseguia dormir, estava muito preocupado com Hyde, tinha receio que ele mesmo sob o efeito de muita bebida alcoólica acordasse perdido ou algo assim. Ficou observando aquele vazio escuro por horas, até que o sono começou a ganhar de sua preocupação, quando viu já estava embalado em um sono muito pesado.

***

Já se passavam do meio dia, a luz ofuscada do céu nublado entrava por aquela janela iluminando muito a cama. Abriu os olhos observando tudo em volta, percebeu que não estava em casa, mas era um lugar já conhecido por uma situação passada muito semelhante. Olhava para o teto, tentando se lembrar do que aconteceu.

Hyde se lembrou do motivo de estar deitado naquela cama, e a tristeza afogou toda sua alma novamente, preferia que não se lembrasse, seria menos doloroso. Não tinha vontade de se mexer, não moveria um músculo dali mais. A vista ficou muito embaçada, e logo sentiu as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Ken estava acordado há muito tempo, estava sentado de costas para cama, organizando alguns documentos que estavam um pouco jogados pelo quarto. Ouviu alguém fungando e a voz de alguém que chorava. Virou-se e deparou com Hyde que olhava para o teto, mas depois de notar que o observava o encarou, com os olhos cheios d’água.

Levantou-se ali do chão e se sentou na cama, passando uma das mãos no cabelo escuro do outro, uma forma de tentar o consolar da dor. Hyde não respondia as carícias, apenas o encarava chorando, estava encolhido, como se o mundo ali fora daquela cama fosse totalmente perigoso. Fungou mais uma vez, e com dificuldade se levantou, sentando-se na cama ainda perdido nos pensamentos.

-... – Não sabia o que dizer, o seu olhar dizia tudo ao dono do café que o encarava com pena.

-... Ô meu amigo... – Abraçou Hyde com força, algumas lágrimas escaparam de seus olhos também, de certa forma estava machucado ao ver seu amigo daquela forma e pelo motivo.

- Q-quando eu fui viajar... Eles foram assassinados um dia depois... Eu só tive um sonho ruim, dias depois, quando faltavam dois dias para eu ir embora daquele país... – Havia tomado coragem para contar, lembrando-se de todos os acontecimentos, sentindo ainda pior por dentro.

- Poxa, Hyde... – Voltou a acariciar o cabelo do outro, sem saber o que fazer ao menos o ouvir seria uma ajuda.

- Eles eram tudo para mim... – No momento mais lágrimas saíram de seus olhos inchados. – Agora eu estou sozinho...

- Não... Você não tá sozinho, eu vou te ajudar a encontrar quem fez isso... – Abraçou-o mais forte, já chorando junto, não conseguia mais conter suas lágrimas.

Ken sabia muito bem que estava já assumindo uma responsabilidade que não era sua, mas queria ajudar, queria além de dar forças ao amigo o ajudar em tudo o que fosse necessário. Não era justo o ver naquela situação e ficar de braços cruzados.

E Hyde, o encarava surpreso, vendo que o outro também chorava, não entendia.

- S-sério? ... – Seus olhos inchados ficaram ainda maiores, estava surpreso com a declaração do maior.

- Sim... Eu sei o quanto é ruim viver sozinho, ainda mais neste inferno que é Londres. – Soltou-se um pouco de Hyde, para enxugar s insistentes lágrimas que não paravam. – Eles não tinham o direito de fazer isso com você.

- Eu terei de viajar amanhã. – Disse chorando ainda mais, aquela viagem seria ainda mais dolorosa.

-... Para onde vai? – Voltou ao abraçar fortemente, tentando o acalmar.

- P-pro enterro deles... Mas eu não sei se tenho coragem. – Hyde só de imaginar sentia arrepios por todo o corpo, não queria ir de forma alguma.

-... Quer que eu vá junto? – Perguntou ciente da loucura que estava prestes a fazer, não tinha dinheiro nem para comer, muito mais para viajar e ainda mais em cima da hora, nem sabia de onde tiraria o suposto dinheiro.

- M-mas eu não quero te incomodar...

-Você nunca me incomoda, Hyde, por favor.

- Tudo bem... Mas eu pagarei sua passagem e suas despesas por lá... – Disse já sabendo que teria dinheiro o suficiente para bancar a viagem para duas pessoas, não se importava, realmente queria o outro junto de si no momento mais crucial de sua vida.

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- Ah... Tudo bem vai... – Concordou apenas porque não tinha dinheiro, se tivesse não deixaria que o outro pagasse.

Hyde abriu a tentativa de um sorriso, ao menos não iria sozinho. Se fosse sem Ken, talvez não aguentasse ficar no enterro, poderia até encher a cara de novo. Sua vontade nem era ir, sabia que seria o adeus definitivo e não queria aquilo, queria manter as boas memórias, mesmo que fosse algo impossível.

- Vem... Você deve estar com fome, vamos almoçar. – Ken se soltou de Hyde, o puxando pela mão.

-... Eu não quero...

- Hyde... Vamos.

-...

Ambos foram para o outro cômodo. Ken deixou Hyde na sala enquanto foi preparar algo rápido para comerem, não queria deixar muito tempo o baixinho sozinho, queria estar o quanto mais ao seu lado.

Hyde observava novamente aquela sala, nada havia mudado nem mesmo a pequena bagunça de sempre. O triste era saber que sempre que estava ali era por algum motivo ruim, enchia a cara e acabava parando na cama de Ken. Mas no momento sentia nada, apenas aquela dor dentro de si gritando, devorando-o.

Seus olhos foram para aquela cortina que cobria aquela porta balcão. Queria ver a vista. Levantou-se do sofá e foi até a porta que felizmente estava destrancada. Saiu sentindo forte vento batendo em seu corpo descoberto de muitas roupas. O que cobria seu pequeno corpo era apenas uma blusa de manga comprida branca de Ken.

Colocou as mãos naquela grade gelada que o impedia de pular dali observando tudo. Dava para ver boa parte da região e o café. Aquilo era tão calmo, tão reconfortante, como se aquilo lhe atraísse. Em sua volta, tinha em cada canto um vaso de plantas Sentiu uma imensa vontade de pular dali, Fechou os olhos já pensando em como faria aquilo.

Mas não conseguiu concluir seu pensamento.

-Hyde, vem almoçar... – Ken apareceu na porta o encarando preocupado.

- Tá... – Falou baixo se virando para o outro e o seguindo para dentro do apartamento.

- Está frio lá fora, pode pegar um resfriado. – Trazia já da cozinha um prato bem grande com muita comida. Colocou na mesinha na qual Hyde estava em frente sentado no chão.

Pegou o seu prato e se sentou ao lado deste, já sem cerimônias devorando sua comida com vontade. Estava com muita fome nem havia tomado café da manhã esperando que Hyde acordasse para que tomasse juntos, mas as horas se passaram e ele continuava dormindo e sua fome aumentando.

Percebeu que o outro nem havia encostado na comida. Soltou um suspiro, sabia que era normal não sentir fome numa situação como aquela.

- Hyde, come... Eu sei que não cozinho muito bem, mas pelo menos tente...

- Eu não quero...

- Hyde, por favor...

- Eu não tenho vontade... Nem de respirar tenho vontade...

- Hyde, ficar assim não vai trazê-los de volta... Você precisa de muita força para fazer justiça, se continuar assim vai ficar cada vez mais fraco...

O outro não respondeu, encarou-o por um bom tempo com um olhar perdido. Olhou para o prato na sua frente, respirou fundo. Pegou a colher e colocou um pouco de comida logo levando a boca. Mastigava lentamente querendo não engolir. Engoliu a força.

- Eu mal sinto gosto na comida... – Disse pousando a colher no prato novamente.

- Não precisa sentir gosto... Só se alimentar... – Estava ficando mais preocupado com a situação, não o queria ainda mais mal depois.

- Eu não consigo... Parece que estou comendo ferro que desce rasgando minha garganta...

- Faz uma forcinha... Por mim... – Já apelava sem saber mais o que fazer e o viu respirar fundo.

- Tá...

Hyde começou a comer bem devagar, mas ao menos estava se alimentando, Ken sorriu de leve voltando a comer sua comida sempre olhando para Hyde. No final das contas o baixinho comeu metade da comida que havia no prato, não o forçou comer mais nada, já estava de bom tamanho para alguém que não queria nem colocar uma colherada na boca.

Depois Hyde voltou para cama, mas não dormiu e Ken resolvia alguns afazeres do apartamento. Uma hora ou outra entrava no seu quarto para ver se estava tudo bem com Hyde, ele estava sempre deitado de lado olhando para algum ponto fixo e chorando. Aquilo rasgava de certa forma seu coração, odiava o ver daquela forma.

Hyde pensava apenas em tudo aquilo que havia acontecido. Quando ligou para o tio naquela noite de pesadelos, o mais velho não conseguiu esconder e contou tudo a Hyde que sentiu o mundo desabar, e depois só ouvia a voz do outro lado da linha pedindo para que viesse para a cidade o quanto antes possível, os corpos já haviam sido reconhecidos, estavam apenas à espera do enterro.

Logo o dia havia acabado e Hyde continuava chorando. Ken o ajudou a jantar, era difícil já que ele não via graça em mais nada. Depois do pouco que o baixinho comeu foi tomar banho praticamente obrigado porque queria voltar a sua meditação dolorosa.

Depois Ken tomou banho e se preparou para dormir, no dia seguinte teriam muito que fazer, mesmo que não fosse divertido, teriam que acordar cedo. Ken não aguentou ficar acordado por muito tempo pelo cansaço desde madrugada que cuidava de Hyde. Este ficou acordado por quase toda noite, com vontade de sair dali e pular da sacada.

Sua cabeça girava, e até encarar o escuro era desconfortável. Vários pensamentos passavam pela sua cabeça, vontade de morrer era o que predominava, enquanto ao mesmo tempo queria permanecer vivo e descobrir toda a verdade sobre aquele banho de sangue que estava acontecendo em sua vida.

Tudo em um mesmo ano, como um tsunami que arrastou as únicas pessoas especiais que tivera, que convivia, mesmo se longe e mesmo que não desse muita atenção, eram aquelas que lhe davam forças para todos os dias levantar da cama. Agora se elas não existiam, de que adiantaria viver, ou melhor, fingir que está vivendo?

Suspirou e sentiu os olhos molhados, novamente chorando. As lágrimas não trariam ninguém de volta à vida, sabia muito bem disso, mas não conseguia fazer nada se elas vinham a todo o momento em que ele tinha memórias do passado, sejam elas de anos atrás ou recentes, como da ligação que recebera do tio.

E, aliás, só de pensar que teria que viajar e ver os parentes restantes por causa do enterro de pais sentia uma dor tão grande no coração, como se correntes aprisionassem seu coração e apertassem com uma força sem fim, sentia até falta de ar. Não sabia como encararia os caixões e os enterraria dando seu adeus. Não queria ir, queria fugir de tal responsabilidade tão grande. Mas sabia que deveria ir, pois seria horrível se não fosse se despedir das pessoas que lhe criaram tão bem durante tantos anos. Seria a viagem mais cansativa de toda a sua vida.

Mas quanto mais pensava, mais chorava e sentia sua cabeça girar,mais o sono o embalava, fazendo todos aqueles pensamentos insanos descansarem junto ao seu corpo cansado. Por mais que não quisesse dormir era inevitável lutar com a própria mente e o próprio corpo. Caiu no sono torcendo não ter pesadelos.