Apareço na cela do coringa. Olho em volta e só vejo paredes cinzas com marcas de mão pintadas com sangue.

– Coringa ?- O chamo estranhando.

– Olá, minha linda .- Ele aparece com um olhar louco encharcado de sangue.

*Eu olho ele de cima a baixo e me afasto*

– Você... Você.. é insano! - Eu grito assustada.

*Ele chega perto de mim e põe a mão no meu rosto*

– Como você - Ele leva sua boca até meu ouvido.- Doutora Harley Quinn.

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Acordo de repente ofegante, olho em volta e levanto meio atordoada por causa do sonho. Me arrumo, prendo meu cabelo e vou direto pegar meu crachá.

– Bom dia , diretora. O crachá por favor. - Eu digo com pressa.

– Ham.. okay - Ela vai até o cofre pega e me dá. - Você está bem?

– Estou ótima. - Eu pego o crachá e sorrio. - Até.

*Eu chego na cela , mostro o crachá e entro.*

– Cheguei. Mesmo horário... - Eu digo e sento.

– Porque está tão séria ? - Ele pergunta e ri.

– Porque está tão séria? - Ele repete a pergunta.

– Tive um sonho com você - Eu digo.

– Comigo? - Ele senta na cama.- Nem lembro como são sonhos... Para mim eles são um mito.- Ele diz fechando os olhos.

– Você não tem sonhos ?- Eu pergunto.

– Eu tenho pesadelos.- Ele olha pra mim. - Lembranças da minha infância.

– Me conte sobre sua infância - Eu sorrio.

*Ele suspira*

– Eu era um garoto estranho , sonhava em ser comediante , achava que o mundo era muito triste e precisava de um pouco de graça, e eu traria essa graça, mas... As pessoas não me "entendem".

– Eu entendo. - Digo sem querer, interrompendo-o.- Digo... Posso entender se me permitir...

*Ele dá uma risadinha*

– Obrigada, Doutora. Estou sentindo que posso confiar em você. - Ele diz.

– Claro que pode confiar em mim. - Eu digo.

– Me diga Doutora Harley... - Ele diz se aproximando. - Seus amigos te chamam de Harley Quinn ?

*Eu dou uma risadinha e olho pra ele que estava sério me observando*

–Ham... Eu não tenho amigos...

–Bom, agora tem. - Ele diz apontando pra debaixo da mesa com a cabeça.

*Eu olho e vejo uma caixinha, me abaixo e pego*

– É pra mim ?- Pergunto meio impressionada.

– Sim. - Ele diz ancioso para que eu abra.

*Eu volto a olhar o presente e depois abro devagar.*

Ahhh... Um anel? Esse doido acabou de me dar um anel , mas esse é diferente... Ele tem o desenho do palhaço Arlecchino. Eu estava maravilhada , ninguém nunca tinha me dado um presente tão lindo e simples como esse.

– É.. lindo- Eu digo botando no dedo. -Obrigado, Mr J. Mas... Como conseguiu isso ?

–Bom... Tenho meus truques... Os guardas daqui não são lá tão honestos. - Ele sorri.- E pra mim? O que você tem ? - Ele pergunta.

– Ham.. nada... Eu.. posso trazer amanhã ? - Pergunto envergonhada.

– Certo... Harley Quinn. Vou esperar ansiosamente. - Ele diz no meu ouvido.

*Um guarda entra*

– Já acabou o tempo, pode se retirar Doutora Quinzel. - Diz o guarda.

*Olho pro guarda e depois para o Coringa.*
Eu não queria deixa-lo, ele deve se sentir muito sozinho e eu sou a única que o entende, mas... É preciso.

– Certo... Me dê um minuto para encerrar - Eu digo.

*O guarda assente e espera fora da cela*

– Não queria que fosse... - Coringa diz. - Gosto da sua companhia Doutora.

– Voltarei amanhã à mesma hora e trarei seu presente. - Digo.

*Ele sorri*

– Vou esperar animado. - Ele continua sorrindo e volta a se sentar na cama.

*Eu sorrio e saio da cela. O guarda vê que eu estava sorrindo pra ele e me olha torto.*

– Algum problema ? - Pergunto meio irritada.

– Como pode sorrir para um monstro desse ? Ele matou mais pessoas que eu possa contar. - O guarda diz.

– Não devia fazer perguntas que seu cérebro não aguentaria as devidas respostas. Até amanhã.

*Eu saio andando*

Hunf , eles acham que ele é uma aberração mas vou provar que até os mais danificados podem ser bons.

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*Eu olho pro anel e sorrio*

– Harley Quinn... Arlequina. - Eu digo em voz alta e acabo gostando de como isso soa.

*Eu ando até o refeitório e me sento do lado de Killian*

– E aí , como foi com seu paciente? - Pergunta Killian .

– Foi ótimo , eu sinto como se eu estivesse o entendendo. - Eu digo pegando um pouco de café. - Ele é fascinante... Sua mente deve ser o maior desafio da minha vida.

– Ah nossa... - Ele diz meio atordoado - A minha paciente só chora , não tem desafios ela já se sente culpada então porque está aqui? Psicopatas não sentem culpa.

"Psicopatas não sentem culpa"

É isso! Se eu fizer o Coringa sentir culpa vou poder provar minha tese, provar que todos temos salvação.

– Você é um gênio.- Eu digo , pego um pão e saio correndo.

Ham... Eu sou ? - Diz killian não entendendo nada.

Eu troco de roupa , não seria legal comprar presente de jaleco, e saio do sanatório. Eu queria comprar uma coisa simples e linda assim como o anel, mas acredite, estava difícil. O que eu daria para um psicopata ?

Entro em umas 5 ou 6 lojas. Eu fico olhando e olhando tudo da loja, até que vejo um pequeno carrinho... Me lembra... Ah não.

~Flashback~

– Harleen.- Uma mulher loira me chama.

Eu olho, era minha mãe, Lydia. A pessoa mais doce que eu conheci em toda a minha vida, quando saímos juntas era só risadas e brincadeiras, ela fazia eu me sentir segura... Me sentir sã.

– Sim, mamãe! - Eu falo me apresentado igual um soldado.

*Ela dá uma risadinha*

– Olhe. - Ela aponta para uma caixinha de música com duas pessoas dançando.

– O que é isso ? - Pergunto.

– É um instrumento musical que nos relaxa - Ela diz pegando a caixinha.

– Eu quero mamãe , eu quero mamãe ! - Eu digo tentando pegar a caixinha da mão dela.

*Ela olha pro preço e depois suspira*

– Harleen... Que tal a gente tomar um sorvete e depois voltar, o que acha da ideia querida ? - Ela diz botando a caixinha no lugar.

– Eeeee sorvete !!! - Eu digo saltitando da loja.

Como eu disse... Muito meiga pra me dizer a verdade sobre a caixinha , eu vi essa caixinha mais uma vez e... Ela só tocava uma única música para mim agora , a música da morte.

~Outro flashback~

Minha mãe tinha finalmente se separado do meu pai, estava mais feliz do que nunca, agora só faltava ela conseguir minha guarda e ficaríamos livre de tudo e de todos. Minha mãe queria comemorar então levou um presente pra mim... A caixinha. Ela estava indo me buscar na casa do meu pai quando um carro se aproximou dela e alguém tirou em seu peito sem dó nem piedade. Ela caiu... E minha caixinha também , ouvi tiros ela não estava muito longe então desci e corri até ela, só vi o carro acelerando e minha mãe caída na calçada .. Junto com a minha caixinha que estava com um bilhetinho em cima.

"De : Mamãe ❤
Para : Maluquinha"

~Fim do flashback~

Esse... carro é igual ao que matou a minha mãe.

Eu suspiro e volto a olhar as coisas da loja, fico um tempo procurando... Até eu bater o olho numa caixinha de música. Ahhh, não era os mesmo bonequinhos e não era da mesma cor mas.. era um caixinha linda e simples.

*Eu pego ela, levo ao caixa e compro*

– Mr. J vai amar esse presente. - Digo feliz e saio da loja.

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