Can I Have This Dance?

I Need To Keep Myself Calm... It Isn't What Seems


POV Rebekah


Stefan e eu fomos até a praça encontrar alguns amigos. Até que ele sussurra no meu ouvido:

–O que acha de irmos pra casa, tomarmos um banho e sair pra ver um filme? - fingi pensar um pouco.

–Me parece uma boa ideia.

Despedimo-nos de nossos amigos e fomos embora, cada um pra sua casa. Eu precisava das roupas de meu closet para me arrumar.

Chegando a casa, não encontro com Henry. Separo uma roupa e vou para o banheiro. Saio de lá pronta e para minha surpresa, meu irmão está jogado na minha cama, dormindo. O mais estranho era que ele estava sorrindo enquanto dormia. Não me importei muito. Peguei logo meus pertences e saí, evitando fazer barulho para não acordar o vampiro dormente. Dirigindo até a casa do meu namorado, a imagem de Henry dormindo com um sorriso no rosto me volta à mente de forma vívida. O que será que aconteceu esses dias? Ou será que ele estava sonhando com Augustine?

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Chegando a casa de Stefan, não bato ou toco a campainha. Simplesmente entro. Ele passou a deixar a porta destrancada quando sabe que vou voltar a casa dele. Procuro por ele na sala e não acho, então subo até o seu quarto. No corredor, ouço uma voz de mulher. Ao chegar à porta do quarto de meu namorado vejo a cena mais inesperada do mundo: Stefan está abraçado a uma garota que se encontra de pijama e deitada no peito de meu namorado. Eles conversam despreocupadamente. Sem pensar, saio correndo e sem querer faço um estrondoso barulho ao deixar minha bolsa cair no piso de madeira. Eles parecem se assustar e ouço a voz de Stefan:

–Rebekah?

Corro um pouco mais e saio pela porta da frente, batendo-a com vontade, produzindo um som alto.

Entro em meu carro e acelero bruscamente, mas não sem antes ver Stefan gritando meu nome na varanda. Dirijo de volta a minha casa, em meu celular, várias chamadas perdidas de meu namorado, ou ex, não sei. Abro a porta de casa e faço barulho demais, lembrando-me de meu irmão apenas quando ele já estava frente a frente comigo, curioso para descobrir o porquê de tanta ira.

–Ele está com outra! Mentiu pra mim! Estavam os dois deitados conversando. E a garota estava seminua. Eu deveria voltar lá e arrancar a cabeça dela! - despejava tudo em Henry, que ao ouvir minha última frase, se pôs a tentar me conter.

–Hey, calminha aí! O que houve com a Rebekah que não quer humanos mortos? E antes que me esqueça, se você arrancar a cabeça de Melissa, eu arranco a sua. - olho para meu irmão com uma expressão extremamente confusa. O que ele queria dizer com aquilo?

–Você sabe quem é aquela garota! Sabia o tempo todo! Não me contou por causa da sua maldita vontade de me ver sofrer! - ele apenas balançava a cabeça. Nunca vira meu irmão tão calmo e paciente. E foi então que eu comecei a me acalmar. Talvez eu estivesse começando a entender.

–Você deixou que Stefan dissesse alguma coisa? Que ele se defendesse? - era uma pergunta retórica.

–Não, mas você já sabia disso.

–Só queria confirmar. Já que você quase matou os dois, me permite dizer quem era ela? – ele faz uma pausa dramática.

–Diga logo! Estou ficando impaciente.

–Melissa é a irmã de seu namorado. Ela está na cidade há dois dias. Chegou à noite.

–E como você sabia sobre ela? Por que ela veio pra cá? Ah meu Deus! Você se alimentou dela! - agora eu estava assustada.

–Não é nada disso. Se me permitir, explicarei tudo. - assenti. - Ela estava perdida, caminhando sozinha com um endereço na mão. Eu a encontrei depois que nós fizemos o acordo. - É, Melissa está aqui faz realmente dois dias. Fiz sinal para que ele continuasse. - Não fazia ideia de quem era ela, mas algo na garota me chamou atenção. Foi então que eu os vi. Dois ladrões, que pareciam apenas dois cidadãos comuns, começando a cercá-la. Aproximei-me rapidamente. Quando eles a abordaram, ela se assustou tanto que desmaiou. Corri até ela e antes que ela caísse a peguei e deitei-a no chão. - meus olhos estavam arregalados. Ele quebrou o acordo? Matou dois humanos? Ainda que para salvar a irmã de meu namorado!– Não, eu não os matei. – suspiro, aliviada. - Além de termos feito um acordo, eu precisava tirar logo a menina dali. Ela parecia frágil. - ele sorri, o que me deixa surpresa. - Então joguei o homem contra uma árvore, desacordando-o. E a mulher eu hipnotizei para que se entregasse a polícia. - demoro um pouco para processar suas palavras. Quando finalmente consigo acreditar que ele não matou, corro em sua direção, sorrindo, e o abraço. Ele corresponde, deixando-me incrédula.

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–Fico feliz que você não tenha matado os dois, apesar de eles terem merecido. Devia ter deixado Stefan explicar. Até que pensando bem, eles se parecem muito fisicamente.

–Eu também notei. Eu cuidei de Melissa, porque sabia que você estava aproveitando o tempo com Stefan depois do que eu fiz e do que esse vampiro misterioso também fizera. Eu sinto muito pelo que fiz. - Agora já ficou estranho. Ele está mesmo se desculpando por ter acabado com a minha noite de sexta? Olho para Henry surpresa.

–Sim, estou me desculpando. - ele responde ao meu pensamento. - Acho que você deveria ir até a casa de Stefan e conversar com ele.

–É, acredito que devo.

–Você pode me dar uma carona? Eu gostaria de dar uma volta com a Melissa.

–Meu irmão está apaixonado? - perguntei zombando. Faz tempo que não temos um momento pacífico assim. Estava sentindo falta. Abraço Henry de novo. - Não importa se está ou não. Seja feliz. Eu amo você.

–Eu também a amo, irmãzinha. E sim, estou apaixonado. Sua cunhada é encantadora.

–Eu ainda não tive a oportunidade de conhecê-la.

–Vamos agora.

–Mas... Stefan não o conhece, mas Melissa sim. Será que ele vai aceitá-lo?

–Uso meu charme. - disse de maneira que me fez rir.

Peguei a chave do carro e junto de Henry, voltei para casa de meu namorado.

–Como vou simplesmente aparecer na casa de Stefan e dizer que tenho um irmão? Aliás, irmão esse que está apaixonado pela irmã dele! - ri nervosamente. - Ele vai achar que eu escondi minha história dele, o que não deixa de ser verdade. Que namorada eu sou, não?

–Você sabe que não pode contar a verdade sobre o passado a ele agora, não sabe?

–Sim, eu sei. O que não impede que eu me sinta culpada.

–Quando chegar o momento, se assim desejar, eu estarei lá com você.

–Wow. Quem é você e o que fez com o meu irmão vampiro? Ele podia ser muitas coisas, menos gentil ou prestativo. O que o amor não faz com as pessoas, hein?

–Se quiser que o Henry de sexta-feira volte, é só parar o carro e nós vamos então para a floresta, onde ninguém vai assistir um dilacerando a garganta do outro. - disse ele tentando parecer sério. O que não aconteceu, já que, após uma troca de olhares, começamos a gargalhar.

–Você anda muito bobo.

–É o amor, gata. - disse, piscando pra mim. Um sorriso maroto brincava em seus lábios. - Você também anda boba.

–Eu sei. Nessa tenho de concordar com você. - sorri apaixonadamente. - Então seremos uma grande família, não é? Eu e Stefan, você e a irmã dele.

–Ao que tudo indica, sim, nós seremos. Se nossos respectivos pares não nos largarem quando descobrirem o que somos. E Melissa ainda não é nada minha.

–Pois então peça-a em namoro. Posso fazer uma festa. Mas só se você prometer que não vai arruiná-la.

–Seria muita gentileza sua. E mais uma vez me desculpe por estragar a sua festa. - enquanto olhava em seus olhos, notava que ele estava sendo sincero. - Se quiser que ela seja sua, não me importo em dividir. - Henry encarava os próprios pés, claramente evitando meus olhos.

–Tudo bem, irmãozinho. - sorri ironicamente. - Me contento em apenas fazer a festa. Não precisa dividi-la comigo. Mas obrigada mesmo assim.

–Se você mudar de ideia, a oferta ainda vai estar de pé.

–A Melissa realmente mexeu com você, não?

Quando ele ia responder, algo, ou melhor, alguém passa pela frente do carro. Freio instantaneamente, apesar de saber que nem eu, nem Henry, nem a vampira que passou por nós se machucaria. Foi simplesmente instinto. Ofegante, viro-me para perguntar a Henry:

–Você conseguiu ver a vampira?

–Não. Estava olhando para você. Pretendia responder à sua pergunta. Quando olhei para ela, tudo o que vi foi o cabelo. Mas pelo menos agora já temos uma pista de quem matou o irmão da tal amiga de Stefan. Quem será que era?

Passamos o restante da viagem até a casa de Stefan refletindo sobre a vampira loira que vimos. Alguma coisa me dizia que eu já a havia visto durante minha existência. Só não sabia dizer onde ou quando. Quando chegamos à casa de meu namorado, decidimos em um acordo silencioso que não conversaríamos sobre o que aconteceu. Toco a campainha e aguardo. Quem abre a porta é Peter, que apenas abre a porta sem dizer uma palavra que seja. Henry me olha curioso e eu movo os lábios dizendo sem emitir som algum, dando de ombros:

–Hipnotizado. Peter, por favor, convide-o a entrar.

Meu irmão me olha incrédulo e me dá um tapinha nas costas seguidos pelas seguintes palavras:

–Que menina má essa minha irmã.

–Você já pode tirar esse sorrisinho presunçoso da sua cara. - disse tentando parecer irritada com o comentário dele, o que foi difícil, já que estávamos nos entendendo muito bem naqueles momentos entre irmãos. Ficamos sentados no sofá esperando por Stefan e Melissa, pois quando fui procurá-los no andar de cima, Peter decidiu dizer que eles não estavam em casa. Henry estava ficando impaciente e preocupado, pois ele temia que minha cunhada corresse algum tipo de perigo estando na cidade. Mas rapidamente essa preocupação se dissipou quando ouvimos as vozes dos dois na varanda, conversando animadamente sobre o passeio que fizeram. Bom, pelo menos Melissa estava animada. Ao abrir a porta e ver meu irmão, ela veio correndo para abraçá-lo.

–Henry!

–Olá, Melissa. - e dá um beijo na bochecha dela, que cora.

–Mas quem é você e o que faz na minha casa com a minha namorada? E quando você conheceu minha irmã se ela chegou hoje?

–Oi pra você também Ste. - ele finalmente olha pra mim e sua expressão é de alívio. - Eu já soube que Melissa é sua irmã. Não que você não tenha me contado sobre ela, mas na minha imaginação ela era uma criança. Desculpe-me pela maneira como agi. - Aproximei-me dele e o abracei. Ele se afastou de mim, apenas para que pudesse me dar um beijo apaixonado. Quando faltou ar, nos separamos e Henry e Melissa tentavam olhar para qualquer lugar que não estivéssemos.

–Acho que já chega, não concorda, Melissa? - pergunta zombeteiramente meu irmão para a menina que se encolhe sob seu abraço.

–Henry, por que você não vai... Deixa pra lá. Stefan, esse é Henry, meu irmão mais velho.

–Não é curioso? Os mais velhos com as mais novas. - Melissa comenta. Todos olham para ela ao mesmo tempo. - Acho que pensei alto demais.

–O que ela quer dizer com isso, Rebekah? Seu irmão e minha irmã...?

–Sinceramente eu ainda não sei meu amor. Mas algo me diz que é sério.

–Não gosto disso. Sinto que não posso confiar nele. Mas depois conversarei com Melissa e quem sabe não levo seu irmão pra dar umas voltas? - ele sussurra, sem nem desconfiar que Henry possa escutá-lo.

–Se eu deixar. Não quero vocês dois por aí sozinhos. Só Deus sabe o que ele pode dizer pro meu namorado. - resmunguei, sendo recompensada com um beijo por conta da minha insegurança. Henry é meu irmão mais velho. Vai que ele decide me fazer passar vergonha? Não posso permitir que ele conte histórias da minha infância.– Deixe-os se conhecerem. Garanto que se meu irmão fizer algo com Melissa, eu mesma vou pegá-lo.

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–Quem diria, não? Você chegou a casa querendo matar a própria cunhada e agora me ameaça caso eu faça algo de ruim para ela. O que não vai acontecer nem em sonhos. - diz Henry e abraça Melissa com força suficiente pra mostrar que não importa o que aconteça, ele irá protegê-la.

–Agora me diz como vocês se conheceram e se apaixonaram assim tão rapidamente. Você chegou hoje, não foi, irmã?

–Bom... - olho para Henry implorando silenciosamente que ele salve a garota do embaraço em que se meteram. E dá certo, porque ele imediatamente a interrompe.

–Sua irmã chegou à cidade há dois dias, Stefan. Enquanto procurava por sua casa, um casal de ladrões tentou assaltá-la. Sua irmã se assustou, o que era de se esperar, e desmaiou. Eu estava passando por ali e bati no homem. A mulher fugiu. Melissa estava caída no chão. Peguei-a no colo, em seguida suas malas e levei-a para a casa em que moro com Rebekah. - ele fez uma pausa e riu. Melissa corou. - Quando despertou, na manhã seguinte, tudo o que fez foi gritar. Então eu a tranquei, sozinha, e fui dar uma volta, esperando que Melissa se acalmasse. Quando voltei, ela chorava muito e parecia estar com medo. A situação parecia um tanto engraçada. Eu a salvei e ela estava com medo de mim. - Melissa estava era certa de ter medo. Até conhecê-la, qualquer um o achava monstruoso.– Mas tudo o que fiz foi dizer a ela que era um prazer conhecê-la e contei que meu nome é Henry. Os olhos verdes de sua irmã me contaram que ela é especial. Encontrá-la foi um presente. Espero que você entenda que sinto algo muito forte por ela. Sei que é inesperado e incrivelmente repentino, mas lhe garanto que é verdadeiro.

–Ste, acho que realmente precisamos conversar. - disse Melissa. Ela o chamou pelo apelido que tinha dado ao irmão na infância, aquele mesmo com o qual eu o chamava. E eu não senti ciúmes. Sabia que isso aconteceria. Era o jeito carinhoso de ela tratar ele.

–Sim, Melissa, vocês precisam. Mas antes eu gostaria de conversar com seu irmão.

Peguei a mão de Stefan e o conduzi até seu quarto no andar de cima. Entrando no cômodo, permito que ele passe por mim e fecho a porta. Antes de me aproximar dele, viro-me de costas e sussurro na direção da porta, sabendo que meu irmão vai escutar:

–Leve Melissa para dar uma volta. Comporte-se e proteja-a. Quando eu terminar de conversar com Stefan, aviso.

–Ok. - ouço-o sussurrar de volta. Quando a porta bate, vou até a janela e confirmo que eles estão do lado de fora. Só começo a falar depois que meu irmão e minha cunhada somem do meu campo de visão.

–Então, Stefan... Acho que lhe devo desculpas. Eu deveria saber que era sua irmã, ou ao menos tê-lo deixado explicar. Confesso que agi de maneira idiota e infantil e... - ao me virar de volta pra ele, sou surpreendida com um beijo. Demoro algum tempo para corresponder, tentando assimilar o que aconteceu, mas ele não se importou. Continuou me beijando até nos faltar ar.

–Não importa o que você fez ou pensou. Achei que nunca mais a veria. Estou tão feliz por tê-la aqui comigo novamente.

–Também estou muito feliz por estar aqui. Mas não foi por isso que eu disse que queria conversar com você. O que quero falar é a respeito de Henry. - vejo-o fazer uma careta.

–Sei que ele é seu irmão, mas não confio nele.

–Infelizmente, não tiro sua razão. Também não confio em meu irmão. - Stefan me olha confuso e tenta me interromper, mas ergo a mão fazendo sinal para que ele me escute. - Mas nunca o vi tão feliz, empolgado e apaixonado como agora. E acredite: isso tem um significado muito maior pra mim do que pra você. Não preciso nem esperar para saber que ao sinal do menor risco que a sua irmã possa correr, - enfatizo o 'possa' - ele estará lá para protegê-la. Isso eu posso garantir.