Capítulo Quatro de Camélia
Narrado do ponto de vista de Sasuke Uchiha
Samambaia (Sinceridade)
A maioria das pessoas acredita em coincidências, até mesmo eu tenho que admitir que em certo ponto da vida eu também acreditei que haveria momento onde algo simplesmente aconteceria por que assim foi destinado, por exemplo, o momento onde nos romances a garota lentamente levanta seus olhos de um livro e olha para o garoto e encontra-o olhando-a de volta e naquele instante ocorrem todas aquelas emoções como as borboletas no estômago e tudo mais. É claro que eu não acreditava no exemplo que citei, apenas achava que em determinado momento eu simplesmente passaria por algo normalmente definido por coincidência, como por exemplo, quando o seu chefe acaba por “coincidência” te encontrando quando precisa que você faça um trabalho para ele.
No entanto há coisas que não se pode acreditar que sejam coincidências, talvez ainda possamos fechar os olhos e dizer que foi uma simples armação no destino. Alias, se irei falar de armações eu acho que devo deixar claro algo: eu não mais acredito em coincidências, em certo ponto após ser muitas vezes enganado eu acabei por perceber que a maioria das coisas simplesmente não passa de armações, resta apenas às pessoas decidirem se devem se confortar pensando ser uma armação do destino ou enfrentar a realidade de que alguém em algum lugar armou isso.
Essa história, por exemplo, começou a partir de muitas armações que as pessoas definiriam como coincidências, um encontro no parque onde eu por coincidência acabo por encontrar uma garota que seja idêntica a da pintura que me é querida, uma festa onde por coincidência eu acabo me reencontrando com essa garota e temos uma breve conversa, e uma série de outros acontecimentos que por coincidência acabaram me levando a me afeiçoar por essa garota.
Uma coisa que gostei bastante quando li o livro “A menina que roubava livros” foi que apesar de se o narrador tivesse mantido o mistério até o fim ele provavelmente conseguiria mais impacto ele optou por ser honesto com seus leitores e em certo ponto da história nos contou que a Liesel não ficaria com o Rudy, apesar de saber que aquilo provavelmente magoaria alguns dos seus leitores ele seguiu em frente com sua decisão e foi honesto com seus leitores.
É por isso que decidir ser honesto nesse momento e me abrir falando sobre o que provavelmente poderia ser um segredo de novela mexicana se bem utilizado, mas isso aqui não é uma novela mexicana e sim apenas um relato de alguém que quando começou a escrever isso estava bastante amargurado com certas coisas, devo admitir que ainda há certos fatos que eu simplesmente não consigo aceitar e prefiro ignorar até que seja o momento certo para abordar.
O meu romance com Sakura Haruno não foi algo que simplesmente surgiu a partir de um pequeno grupo de coisas com as quais tínhamos afinidade, tampouco foi um romance sangrento e trágico ao qual nossas famílias se opuseram e então nos forçou a dar início a uma segunda guerra de Tróia. O nosso “romance” se é que tenho direito de me referir a nosso relacionamento por esse termo, surgiu a partir da manipulação de um grupo de pessoas nas quais eu já confiava ou ainda começaria a confiar.
Esse grupo de pessoas acabou por achar que eu seria o seu mais novo empreendimento, devo dar ênfase ao fato que alguns sabiam mais que outros e por isso tem mais culpa, afinal eu era o tipo de pessoa perfeita para ser manipulado.
Deixe-me contar um pouco sobre como o plano deles começou. Após algum tipo de encontro cada um deles começou as suas maquinações, uma pequena pesquisa sobre minha vida e gostos, uma entrevista para um jornal, um encontro no jardim botânico e então depois chegou ao primeiro grande passo do plano deles: a festa.
Tudo tinha começado como apenas outro dos planos insanos do Naruto para fazer com que eu me integrasse na alta sociedade, divulgasse meu trabalho e ganhasse prestígio. Então lá estava eu em uma festa cheia de pessoas esnobes, comida que não se parecia realmente com comida e finalmente a única parte boa, as bebidas. Não que eu seja o tipo de cara que realmente gosta de beber até se esquecer até mesmo o nome, eu apenas bebo socialmente e ali naquele ambiente terrível tudo o que eu queria era algo que me distraísse até o momento onde eu pudesse fugir do Naruto sem ele realmente acabar com a minha paciência.
Esse foi o meu segundo erro, pois ao beber eu estava abaixando minha guarda para que eles me atacassem e enfiasse suas garras na minha carne, para quem não percebeu o primeiro erro foi ter ido aquela festa.
Ao menos devo dar créditos a Sakura por ter tido paciência o suficiente para esperar até o momento certo para atacar, além disso, ela tem que levar mérito sobre a forma como ela sempre conseguiu me ludibriar.
Eu ainda gostaria que alguém me explicasse o que a maioria das mulheres tem com vestidos vermelho ou preto, tudo bem que essa cor realmente fica bem em alguma delas, mas é esquisito se estar em uma festa onde a maioria das mulheres se veste como se estivessem indo para um funeral, mas ainda prefiro essas a aquelas que usam rosa ao ponto de cegar alguém.
Talvez eu não devesse falar mal sobre o rosa já que naquele momento eu fiquei encantado com a Sakura e bem, ela meio que parece a própria encarnação do rosa com aquele cabelo.
“Você não parece estar gostando muito da festa.” Ela disse quando se aproximou de mim, naquele momento como eu estava distraído eu acabei me assustando e o meu estado só piorou quando percebi que era ela, mesmo que naquele momento ela fosse apenas alguém que eu tinha visto no jardim botânico eu sabia que queria me aproximar dela, devo isso a aquele meu instinto de curiosidade ou talvez ao meu lado de estupidez.
“Você é aquela garota do jardim botânico.” Eu exclamei estupefato, ela então se virou para mim e me analisou descaradamente.
“E você é aquele perseguidor pervertido.” Ela respondeu e levantou uma de suas sobrancelhas com uma expressão um pouco divertida.
“O que?! Eu não sou um perseguidor pervertido!” Naquele momento deixei de lado todas as fantasias que eu tinha em relação a ela e fiquei um pouco furioso por ela ter me insultado sem nem ao menos conhecer-me.
“Um cara que fica encarando mulheres que estão sozinhas em parques provavelmente não é um bom tipo.” Ela respondeu e aquilo apenas serviu para me enfurecer ainda mais. Provavelmente ela percebeu que eu não tinha gostado da maneira que ela agiu pois ela continuou. “Meu nome é Sakura Haruno, sou escritora.”
“Sou Sasuke Uchiha, o pintor.” Eu resmunguei.
“Ah eu sei disso! Justamente por isso vim aqui, para parabenizar-lhe por suas obras, elas são realmente belas.” Ela exclamou.
“Se você realmente conhece minhas obras então por que não me diz a sua favorita?” Eu desafiei-a.
“A minha obra favorita é Camélia.” E com isso ela me deu um sorriso e fez uma saída triunfal.
E então ali começou a minha obsessão por ela, alguns pequenos encontros e ela tinha me dobrado ao ponto de que eu estava cada vez mais atraído em sua direção e isso tudo apenas por causa da minha curiosidade e do modo dela de bancar a rainha do gelo indiferente a mim.
Na manha seguinte quando o Naruto veio me dar o “relatório da última batalha” ele parecia ainda mais animado do que o normal o que sempre significa ainda mais problemas que o normal. Logo ele começou suas declarações sobre como minha imagem tinha melhorado e sobre o fato de uma amiga dele ter ido comentar com ele sobre como sua amiga estava interessada em mim, às vezes o Naruto parece mais interessado em fofocar que no seu trabalho realmente.
Eu me limitei a dar apenas respostas monossílabas, porém quando ele começou a falar sobre a mulher interessada em mim e sobre o fato de ela ter cabelos cor de rosa eu acabei deixando minha mente vagar sobre a garota que eu havia descoberto se chamar Sakura Haruno e na qual eu aparentemente estava interessado.

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