Caminhos

Festa do pijama - Regina


A desordem em minha mente era tanta que a dor de cabeça não estava passando nem com magia nem com remédios. Além de confusa eu estava chateada demais, chateada com a ausência de Henry, Elise e Sarah que fazia tudo parecer ainda maior... o vazio parecia maior, a tristeza parecia maior, a casa parecia maior... até as minhas vontades de queimar Swan viva pareciam ter aumentado.

Toda a minha dor estava me corroendo aos poucos, mas eu não faria nenhuma besteira, não depois de Henry começar a me aceitar de voltar, não depois daquelas duas meninas surgirem... Então minha única alternativa para aquele sábado era beber sozinha ao som de boas musicas, mas antes mesmo do sol se pôr a campainha tocou e para minha surpresa e alegria eram eles, Henry, Elise e Sarah.

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— O que?... – Meu coração bateu ainda mais forte ao ver o sorriso dos três. – O que estão fazendo aqui?

— Achou que se livraria tão fácil da gente? – Elise sorriu de canto.

— É claro que não, mas... – Eu realmente achei que eles não fossem voltar tão cedo.

— Então tira essa carinha de sofredora do rosto e vamos fazer uma festa! – Sarah se balançou como uma dança e entrou.

— Festa? – Perguntei diretamente para ela enquanto Henry e Elise entraram.

— É mãe, uma festa, uma festa do pijama. – Henry estava tão feliz como há tempos eu não via. – Já resolvemos tudo, vai ter até um jogo chamado...? – Ele olhou para elas.

— Jogo das lembranças. – Sarah disse assim que eu bati a porta.

— Isso! O jogo das lembranças... estava com jogo das memórias na cabeça. – Ele balançou a cabeça sorrindo. – É um jogo com magia... elas falaram que posso conseguir fazer também... elas vão me ensinar... – Ele estava entusiasmando com magia, aquilo era estranho para mim.

— Mas Henry... Eu não sei se quero você fazendo magia, não depois de tudo... Você há um tempo disse que nada disso te interessava.

— É verdade, mas naquela época minha referencia eram você e Gold... – Ele fez uma carinha engraçada como se pedisse desculpas. – E eu achava que magia estava diretamente ligada a coisas ruins... mas depois que as conheci – ele apontou para as meninas. – tudo mudou... A magia é como tudo na vida, mãe... ela tem dois lado, se eu quiser usar para as trevas eu vou me tornar alguém ruim, agora se eu usar para o bem, eu posso ser um herói.

— Em pensar que há menos de uma semana você ainda estava me odiando... – Olhei para elas e sorri como um agradecimento.

— Você sabe que eu nunca te odeie não é, mãe? – Ele se aproximou de mim. – Eu só estava com raiva, sabe... é que... você era só minha mãe, nada mais que minha mãe... ai eu descobri que havia um passado antes de mim... um passado negro... eu apenas fiquei com raiva por descobrir que a pessoa que eu mais amo no mundo era um ser humano... – Ele pegou em minha mão. - um ser humano e não um super-herói...

— Na verdade eu sou a vilã... – Sorri sem humor.

— Você não é mais a vilã, você é minha mãe. – Ele sorriu e me abraçou em seguida, me fazendo sentir vontade de chorar.

As meninas sorriam, mas eu vi em seus olhos o quanto aquele abraço as incomodaram. Não por finalmente Henry se abrir comigo e me abraçar como há tempos não fazia, mas por não estarem junto a ele em meus braços. Elas não eram minhas de verdade, mas enquanto estivessem naquele mundo ali comigo elas seriam sim.

Ainda abraçando Henry eu as chamei com uma das mãos, que se olharam por um milésimo de segundo, afirmaram com a cabeça e vieram ao nosso encontro. Um abraço tão gostoso que eu perderia horas ali... era muito amor me envolvendo, eu nem sabia ao certo o que fazer com aquilo.

— Sei que não sou mãe de vocês duas. Mas eu quero deixar bem claro que enquanto estiverem aqui nessa realidade eu sou sim mãe de vocês... sou mãe dos três... e quero que quando voltarem possam contar as suas mães o bem que fizeram à todos nós. – Eu sorri feliz para elas.

— Bem? – Sarah perguntou meio confusa.

— Vocês estão aqui há alguns dias apenas e já evitaram muitas coisas ruins... trouxeram meu filho de volta a minha vida e me deram o prazer de conhece-las. – Sorria feliz, verdadeiramente feliz. – Vocês são muito especiais, Regina deve ter orgulho de vocês. – Achei engraçado falar de outra eu.

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— É nossas mães tem sim, elas fizerem um bom trabalho com a gente. – Elise se gabou sorrindo para irmã.

— Emma sempre diz que o maior orgulho da vida dela é termos como família. – Um sentimento estranho que misturava raiva e tristeza tomou conta de mim ao ouvi-la falar de Emma, mesmo que fosse a da outra realidade. – Desculpa. – Sarah pediu ao perceber que minha expressão mudou.

— Não vamos falar de pássaros, vamos começar os preparativos para a nossa grande festa do pijama. – Elise apontou com a cabeça para a escada e foi subindo na frente

— Grande? – Perguntei com um pouco de medo ao começar a subir também. – O que planejam exatamente?

— Vai ter pizza, pipoca, torta de maçã, bolhas do riso no chocolate... – Elise foi enumerando as coisas.

— Jogo das lembranças, histórias de luzes, desfile trocado... – Sarah completou, mas Elise a interrompeu.

— Desfile trocado não vai dar... – Ela comentou meio que brigando com a irmã.

— Porque não? – É claro que fiquei curiosa.

— Porque nossas roupas não estão aqui... – Sarah mentiu com um sorriso torto ao chegarmos em frente a sala de TV.

— Vamos trocar o desfile por um filme... – Elise entrou na sala de TV. - E vamos acrescentar... imitações para gente rir bastante.

— Nossa!... Imitações... saudades quando a gente brincava disso sempre... – Sarah falou diretamente com a irmã com um leve sorriso de quem se lembrava de algo bom. – Lembra quando o Levi estava imitando a minha mãe e todo mundo cismou que era você... – Elise afirmou com a cabeça junto do seu melhor sorriso.

— Mas ai acabou que deram como empate já que ele me imitando e ele imitando a Regina era igual... – Seu sorriso se transformou em algo triste. – Estou com tanta saudades do Levi... Parece que não o vejo há muito tempo.

— Levi deveria ter vindo junto...

— É, talvez se ele tivesse vindo, não teríamos parado aqui, ou talvez já teríamos partido...

— Quem é Levi? – Eu estava curiosa e Henry também.

— Nosso outro gêmeo. – Elise respondeu rápido junto a um sorriso torto.

— Outro gêmeo? – Henry tirou as palavras de minha boca.

— Brincadeira, ele é nosso tio... – Sarah contou rindo fazendo-me respirar aliviada e Henry se decepcionar. - Mas como até os nove anos nós três fomos criados juntos e éramos apresentados ao mundo como trigêmeos meio que nunca paramos de nos considerar irmãos...

— Ainda mais que todos nós ainda moramos praticamente juntos... – Elise completou.

— Juntos como?

— Snow, Charming e Levi moram na casa vazia que tem aqui ao lado, isso na nossa dimensão... Você mesma que sugeriu quando a maldição foi quebrada...

— Impossível de imaginar... – Me encostei ao braço de um dos sofás. – Mas... como assim vocês foram criados juntos até os nove anos e que maldição é essa exatamente... Na verdade vocês ainda não contaram nada, a única coisa que sei é que aquela Regina e aquela Emma tiveram vocês duas...

— Ah... – Sarah fez uma carinha de duvida. – Você tem certeza que quer saber? Porque vamos ter que falar da nossa Emma também...

— Na verdade a história toda é sobre Regina e Emma... – Elise sorriu sem jeito.

Fiquei na duvida se queria ouvir ou não aquela história, eu estava curiosa para saber mais sobre elas, porem não sabia se queria ouvir o quanto aquela Regina tinha uma vida maravilhosa, e como que ela havia conseguido seu final feliz, coisa que eu nunca teria.

Mas talvez Sarah e Elise partissem no dia seguinte, e eu não queria que elas passassem por minha vida sem ao menos eu saber quem eram de verdade.

Elas estavam hospedadas em minha casa há alguns dias, já estava na hora de começar a conhece-las mais profundamente.

— Não tem problema, aquela Emma, não é a mesma que essa. – Falei mais para mim do que para elas.

— Ok, então a festa vai começar! – Sarah sorriu feliz para a irmã, ambas balançaram as mãos e trocaram nossas roupas para pijamas.

— Mas ainda não são nem seis horas. – Eu reclamei ao me ver com minhas roupas de dormir.

— Regra numero um pra a festa, ela não tem hora para começar nem para acabar. – Sarah explicou e olhou para Elise em seguida.

— Regra numero dois da festa, é obrigatório o uso de pijamas. – Elise completou.

— Vamos arrumar o ambiente para começar a contar a história junto com o jogo das lembranças. – Sarah falou ao levantar ao mesmo tempo que Elise.

Enquanto eu estava sempre me controlando para não usar magia, elas faziam tudo apenas com movimentos das mãos, para elas magia era praticamente como respirar.

Apenas com movimentos de mãos Sarah fechou as cortinas, Elise deixou a sala a meia luz, afastaram os moveis deixando um vão na sala em frente a TV, fizeram uma cama improvisada no chão e por fim fizeram surgir um grande balde de pipoca no meio dos travesseiros.

— Preparados? – Elise perguntou feliz, fazendo todos afirmarem. – Se joguem! – Ela apontou para a cama no chão já se jogando.

Ficamos em volta da pipoca, Henry foi o único que deitou de bruços já a espera de uma longa e animada história.

Meu coração batia forte enquanto eu apenas tentava controlar aqueles sentimentos insanos em mim. Elas iam penas contar uma história, nada mais que uma história. Aquela Regina não era eu e aquela Emma não era a Swan... apenas pessoas parecidas com a gente... Pelo menos foi o que eu tentei reforçar em minha mente antes de começar a ouvir.

— Já podem começar! – Henry falou de boca cheia e eu apenas o olhei. – Desculpa... – Ele pediu ao engolir.

— Vamos contar que nem a Glinda? – Elise perguntou animada para a irmã.

— Não existe forma melhor. – Sarah sorriu.

— Glinda? – Toda hora vinha um nome diferente, mas esse era familiar. – A Bruxa boa de Oz?

— Essa mesma, quando chegar o momento certo você vai entender. – Sarah explicou ao olhar para Elise.

— A história é bem grande vamos tentar contar da melhor maneira possível...

Era muita informação, muito conteúdo, muitos detalhes... Me perdi em algumas partes, e me senti dentro da história em outras. Ainda mais do jeito que elas contaram começando com “era uma vez” e tudo mais.

Foi incrível, foi lindo, foi a história de amor mais bela que eu já tinha escutado e visto - já que elas fizeram questão de nos mostrar algumas lembranças de certos fatos.

Quase chorei em muitas partes, mas segurei ao máximo e me fiz de forte.

Eu achei que a história mexeria comida, mas ela me desestabilizou completamente. Aquela Regina era mais do que eu poderia um dia sonhar para mim. Eu não sei como ela conseguiu, mas eu sabia que não era merecedora de nada daquilo.

Meu coração estava tão apertado com tudo que eu tinha ouvido, que eu podia sentir as lagrimas escorrer por dentro de mim.

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— Deixa eu ver se entendi tudo... – Eu tentei recapitular toda a história contada por elas. - Emma e Regina descobriram seus sentimentos em Neverland, uma maldição fez com que tivesse uma separação, fazendo todos voltarem para Floresta Encantada e Henry e Emma irem morar em NY... Na Floresta Encantada foi como se a maldição que a Regina laçou não tivesse dado certo, fazendo todos perderam as memorias dos últimos trinta anos. Foi ai que Regina e Tinker viraram melhores amigas... – Eu fiz careta mais uma vez ao pensar em Tinker como amiga. – Emma e Henry conseguiram suas memórias depois de meses e foram até a Floresta Encantada procurar por todos. Em um encontro com Henry e Emma, eles foram encurralados e Regina começou a ser drenada com magia... Foi ai que Emma a salvou com um beijo de amor verdadeiro, mas Emma levou uma flechada envenenada, e Henry foi quem conseguiu o ingrediente principal para um antidoto. Emma e Regina se declararam... e foram morar no castelo dos Charmings... – Aquela parte era ainda mais difícil de imaginar. - Mas o relacionamento entre elas era segredo... A Bruxa má do oeste é irmã mais velha da Regina... – Ter uma irmã ainda não fazia sentido. – Regina ficou gravida magicamente de vocês duas meninas, que pela profecia de Rumple seriam as salvadoras da maldição da irmã má... Vocês nasceram, foram morar com David e Snow em Nárnia por nove anos e voltaram para quebrar a maldição, levando finalmente o final feliz de todos. Mas ai ainda tinha a irmã malvadona que a outra bruxa boa fez com que se redimisse e entrasse para o time da família feliz. E todos vivem maravilhosamente bem até então...

— É... basicamente isso. – Elise passou o dedo no fundo do pode de pipoca para lamber o sal, mas eu a recriminei com o olhar. – Droga! – Ela reclamou. – Nem nisso vocês são diferentes, depois ainda tem a coragem de dizer que não são a mesma pessoa. - Todos rimos.

— Quero que contem algumas curiosidades sobre vocês duas... – Quebrei o silêncio e me ajeitei entre os grandes travesseiros. – Tipo... quando eu adotei o Henry, eu consegui descobrir que Emma era a mãe biológica dele, mas eu tomei uma poção para esquecer.

— Jura? – Sarah e Elise perguntaram juntas.

— Dessa a gente não sabia. – Elise falou pelas duas.

— Nem eu. – Henry completou.

— Elise é chorona. – Sarah entregou a irmã.

— Eu não sou não! – Reclamou choramingando. – Você fica me difamando, eu tenho uma imagem a zelar.

— Imagem de chorona! – Sarah implicou.

— Pare se não conto todos os seus podres. – Elise ameaçou fazendo a irmã fingir medo.

— Vamos a curiosidades de verdade... – Sarah pensou por alguns segundos. – A gente nunca dome separadas.

— La em casa, cada uma tem seu quarto, mas a gente dorme juntas, cada noite no quarto de uma. – Elise.

— E quando vocês brigam? – Henry perguntou.

— A gente pode ter a briga que for que na hora de dormir a gente dorme juntas. – Sarah respondeu.

— O quanto vocês duas e Henry brigam? – Henry estava curioso sobre o outro ele.

— É mais ou menos assim... – Sarah começou a explicar. – Elise e Henry vivem se implicando, já eu e ele temos uma relação mais calma, mas quando a gente briga, sempre tem que ter alguém para separar, e esse alguém na maioria das vezes é o Levi... Já que Elise fica apenas colocando pilha para brigarmos mais.

— Ele deve gostar de ter vocês como irmãs... e o Levi também, mesmo que seja tio...

— É a gente se diverte bastante... – Elise sorriu para ele.

— Ainda mais nos finais de semana... sempre tem evento... – Sarah completou. – Hoje seria dia de que? – Perguntou para a irmã.

— Sei lá... O último final de semana ia ser do Lariel, então esse seria da Narissa... Provavelmente faríamos algo bem infantil e depois passaríamos a noite escondidos em algum lugar de Storybrooke ou do mundo.

— Vocês usam o portal escondidas? – Eu perguntei preocupada.

— As vezes... – Elise sorriu sem jeito. – É que a gente gosta muito... mas sempre tomamos cuidado. E é sempre lugares seguros e que sabemos que vamos voltar em segurança.

— Do mesmo jeito que vieram parar aqui? – Eu falei em tom de briga, mas era apenas preocupação.

— É diferente, dessa vez não foi escondido... Quer dizer... o lugar sim, mas a viagem não.

— Se eu pudesse ir até as mães de vocês eu contaria para elas e faria vocês ficarem de castigo por um ano.

— Pior que ela faria isso mesmo. – Henry comentou.

— Sabemos que sim. – Falaram juntas.

— Não vamos falar dos problemas hoje... vamos voltar a diversão. – Eu não queria pensar nelas partindo.

— Vamos sim! – Elise levantou. – Hora de começar a fazer a torta de maça e pedir a pizza.

— Nós que vamos fazer a torta? – Perguntei achando graça.

— Claro que não! Você que vai. – Sarah respondeu rindo.

— Não sabia que ia ter que cozinhar hoje.

— Ah mãe, você faz essa torta super-rápido. – Henry também levantou.

— Eu sei filho, não estou reclamando...

Descemos, pedimos as pizzas, eu fiz a torta, já elas ficaram tentando ensinar magia para Henry. Eu não estava muito à-vontade com aquilo, mas acabei cedendo ao ver o quanto ele estava entusiasmado e elas felizes.

Ele não fez muita coisa, apenas conseguiu ascender e apagar a luz, mas para sua primeira aula era um grande avanço.

Levamos toda a comida para a sala de tv, comemos até não aguentarmos mais e nos deitamos na cama com tudo apagado.

Foi quando começou a tal histórias de luzes... eram historinhas bobas, nada demais, coisas como contos infantis... mas o incrível eram as luzes, tudo que era contato era ilustrado com imagens feitas de luzes coloridas... era como ver as estrelas dançando.

Eu simplesmente amei e fiquei impressionada com a capacidade que elas tinham de nos entreter com tão pouco... era apenas luz e historinhas... mas elas fizeram aquilo se tornar maravilhoso.

Depois vieram as imitações junto com o chocolate que eles colocaram bolhas do riso. Rimos o tempo todo, rimos com tanta força que depois de muitas imitações idiotas, nós nos jogamos cansados na cama improvisada ao chão.

Eu estava me sentindo uma criança. Na verdade nem mesmo na infância eu tinha me divertido daquele jeito. Cada minutinho com eles três ali comigo fazia meu coração perder um pouco da escuridão, eu podia sentir meu coração bater cada vez mais feliz com aquelas crianças.

— Qual filme vamos assistir? – Henry perguntou depois de um longo silencio.

— Eu voto terror. – Elise levantou a mão.

— Ah não, vamos assistir algo leve, para gente relaxar... não quero ficar tensa. – Sarah reclamou

— Eu voto na Sarah. – Sorri para Elise que fingiu estar brava.

— Eu também voto na Sarah. – Henry falou diretamente para Elise.

— Isso é injusto! – Elise protestou. – Mas tudo bem, era sua vez mesmo. – Ela deu de ombros para Sarah.

— E será minha vez nas próximas três.

— Vez? – Henry perguntou confuso.

— Outra curiosidade. – Elise quem respondeu. – Tudo que a gente faz é dividido igualmente, se ela escolheu o filme hoje, a próxima vez é minha. Se ela quer ficar em casa hoje, quem escolhe o que fazer amanha sou eu... e assim vai...

— Uau. – Foi a única coisa que eu disse, tudo nelas era incrível.

— Por favor, eu peço com todas as minhas forças, nunca mais vão embora! – Henry ficou de joelhos. – Ou me leva com vocês não ligo de ter outro Henry lá... – Ele ria.

— Para criança! – Sarah riu o empurrou e fazendo-o cair de volta no colchão. – Tudo vai dar certo. – Ela piscou para ele.

— O que estão planejando em? – perguntei ao ver o sorriso torto dos três.

— Nada mãe! – Ele sorriu travesso confessando que estavam sim planejando algo. – Vamos deixar você escolher o filme. Pode até ser aquele seu preferido.

— Ah! Eu não quero assistir Orgulho e Preconceito! – Elise reclamou. Eu me assustei com o fato dela saber, mas depois eu relaxei ao lembrar que ela sabia mais de mim do que eu imaginava.

— É esse mesmo que vamos assistir! – Sarah levantou indo até a estante de DVDs. - E não reclama se não vou escolher AI Inteligência Artificial.

— Não, pior ainda... Vamos de Orgulho mesmo...

Nos acomodamos em frente a TV e começamos a assistir ao meu filme preferido.

Eu tinha achado que Elise não queria assistir porque achava o filme chato, mas na verdade ela não queria porque ele a fazia chorar. Aquilo me deixou ainda mais orgulha dela ser minha, mesmo não sendo.

No meio do filme a campainha tocou.

— Estão esperando alguém? – Perguntei para eles que negaram, mas olharam-se como cumplices. Achei estranho, mas deixei passar.

Desci as escadas e abri a porta, dando de cara com quem achei que fosse. Swan.

— Swan? – Minha voz saiu mais surpresa do que eu realmente estava. Meu coração batia mais forte do que eu desejava. E minha raiva se misturava com toda a história que as meninas haviam contado.

— As crianças, onde estão? – Ela perguntou de um jeito diferente. Tinha aflição em seus olhos, mas sua respiração não estava tão desregulada.

— Estão na sala de TV assistindo um filme. Por quê? – Eu não estava afim de papinho, queria que ela fosse embora para eu voltar à minha festa do pijama, mas eu estava curiosa, tinha algo estranho nela... quase que eu conseguia ver a Emma da noite anterior sem medos e pronta para me atacar.

Ela passou a mãos nos cabelos, molhou os próprios lábios fazendo meu corpo instintivamente tremer por dentro. Eu tentei ler seus olhos, mas foi todo rápido demais, ela me agarrou, me beijou como se fosse o último, me jogou contra a parede já me segurou com firmeza. Foi difícil resistir, foi difícil negar ao meu corpo o que ele estava implorando, mas eu fui furte o bastante para empurra-la e tirá-la de perto de mim.

— O que você pensa que está fazendo, Swan? – Eu perguntei brava, mas não obtive nenhuma resposta, ela simplesmente desmaiou a minha frente.