Na cabana...
Os Winchesters, Prue, Ruby e Anna voltaram para a cabana abandonada no meio do nada. Enquanto Sam pegava algumas coisas dentro do carro, Dean andava de um lado para o outro na cabana.
— É melhor voltarmos ao quarto do pânico.
— O que? Para sempre? – Ruby perguntou indignada.
— Só estava pensando alto.
— Ei! Ei! Vocês dois podem parar. – Prue alterou a voz.
— A graça da Anna sumiu entenderam? – Ruby falou nervosa. – Ela não pode ser anjo, não pode nos proteger. Não podemos lutar contra o céu e o inferno contando só com a Prue, e não podemos chamar as irmãs dela. Vai ser suicídio.
— Eu vou dar uma volta. – Prue disse saindo da cabana.
Ela já estava se distanciando da cabana, quando Dean se aproximou dela.
— Hey, o que aconteceu? – ele a fez parar de andar.
— Nada.
— Nada não.
— Dean, por favor... eu só preciso ficar sozinha...
— Você vai ficar fugindo até quando? Nem parece a mesma Halliwell que eu conheço. – Dean a olhou.
— Pois é, ela mudou. – Prue voltou a caminhar.
— Você não vai mesmo me desculpar não é?
— Não sei, Dean. Eu não consigo pensar nisso agora.
Prue percebeu que ele tinha parado de segui-la. Aquilo doía, ela se sentia a pior das pessoas, mas ela tinha que recuperar a confiança em Dean, antes de qualquer coisa. E esperava que eles não acabassem se odiando. Quando voltou para cabana, escutou Anna dizendo que os anjos estavam falando de novo. E ao escutar que eles queriam o Dean de volta, seu coração falhou por um minuto e seu sangue gelou em suas veias.
— É estranho. Parece uma gravação. Diz: “Dean Winchester, entregue a Anna a meia-noite, ou”...
— Ou o que?! – Dean perguntou.
— "Ou o mandamos de volta ao inferno”
— Qual seria o objetivo deles mandarem o Dean de volta ao inferno, se eles mesmos o tiraram de lá? – Prue perguntou, preocupada.
— Não sei.
— Anna, você conhece alguma arma que funcione com um anjo? – Sam a encarou.
— Pra quê? Pra matar? Nada que possamos ter. Não agora.
— Ok! Espere. Vamos chamar o Bobby. Vamos tirá-lo da boa vida.
— Dean. O que meu tio pode dizer que a gente já não saiba? – Prue se aproximou dele.
— Eu não sei. Mas temos que pensar em alguma coisa. – ele gritou.
***
Distante da cabana...
Dean estava com alguns livros abertos sobre o capô do Impala, e estava lendo mais uma vez os arquivos de Anna, quando Prue se aproximou. Ela não queria brigar, só queria que Dean se abrisse agora que as coisas conseguiram piorar. Prue não o deixaria voltar para o inferno, nem que pra isso tivesse que provocar uma guerra com os anciãos, ou com quem quer que fosse.
— Tudo bem?
— É. E você? – Dean respondeu sem tirar os olhos do que estava lendo.
— Você está bem mesmo?
— Estou. Por quê?
— Nada. Só esse lance todo de “voltar pro inferno”. – Prue encostou-se ao capô do carro.
— Vamos dar um jeito nisso ok!
— Dean, se abre comigo. Eu sei que você se lembra do que aconteceu no inferno, só quero que confie em mim.
— Prue. Eu não quero falar sobre isso.
— Nem sei por que eu insisto em fazer você se abrir comigo. Tá na cara que algo mudou, tem algo entre nós dois que se perdeu entre você sair do inferno e nos encontrar. – desencostou-se do carro. – Mas mesmo assim, você não está sozinho... era só isso. – Prue começou a andar.
— Espera. – Dean a segurou pelo braço.
— Que foi?
Dean parou um momento e apenas a olhou. E quando Prue deu seu primeiro passo, ele começou a falar.
— Sei o que você fez, enquanto eu estava no inferno.
— O que tem isso?
— Que você também mudou, estava tentando me trazer de volta e quando viu que não ia conseguir, saiu tentando se matar. – Dean a olhou.
— Eu não tentei me matar. – Prue incrédula o olhou. – Só estava matando demônios.
— De um jeito completamente maluco! – Dean alterou seu tom de voz.
— Espera! Você está jogando a responsabilidade de não ter me contado que tinha votado do inferno pra mim?! – Prue elevou o tom de voz. – Isso é inacreditável!
— Eu não disse isso!
— Nem precisava. – bateu o pé com impaciência. – Quer saber Dean, eu vou embora, vou te esquecer. Nem que pra isso eu tenha que fazer um feitiço.
Dean a puxou pela cintura colando seu rosto ao dela. Prue sentia seu coração bater feito um louco dentro do peito, ao ver aqueles incríveis olhos verdes tão de perto. Dean se aproximou mais e a beijou com todo o desejo que sentia em seu peito. Seu beijo era violento e desesperado. Prue sentia seu corpo estremecer e alguns arrepios percorrerem por ele. Dean apertou-lhe a cintura a deixando presa entre ele e o Impala, suavizando o beijo ao perceber que Prue não estava mais relutante.
No banco de trás do Impala, Dean provocava Prue com mordidas no pescoço enquanto pressionava seu corpo contra o dela. Parou de beijá-la por alguns segundos, apenas para tirar seu colar e sua camiseta preta e então voltou a beijá-la. Prue arqueava seu corpo, se entregando completamente a ele. Com muita força de vontade conseguiu se afastar dele, e começou a abrir sua blusa. Dean riu ajudando-a a se despir. Tornou a beijá-la com total paixão, segurou-lhe a perna esquerda, os mudando habilmente de posição. Agora Prue estava sentada em cima dele, apenas vestida com calcinha e sutiã.
Os olhos de Dean estavam mais verdes do que o de costume, dizendo claramente o quanto a desejava. Ele a beijava de uma forma enlouquecedora, percorrendo seu corpo, com mãos ágeis, causando arrepios. Prue parou de beijá-lo, começou a distribuir leves beijos pelo queixo, pescoço, descendo até o ombro, passando as mãos em carícias pelo abdômen. Dean deixou escapar um gemido grave a beijando urgente. Dean novamente os mudou de posição, deitando-a delicadamente no banco. Enquanto distribuía beijos por seu pescoço, Prue apertava-lhe com força suas costas musculosas.
***
Na encruzilhada...
Rubi revela-se a Alastair. Ela oferece Anna, se Alastair deixar os Winchesters, ela e Prue irem embora.
— Como um demônio protege um anjo e uma bruxa? – Alastair foi irônico. – Nós devíamos rever seu contrato.
— Olhe, eu sei que não sou a funcionária do mês, mas isto? Eu nunca quis ficar no meio disto. – Ruby cruzou os braços. – Eu entrego o anjo.
— É mesmo? E o que quer em troca?
— Eu, os dois Winchesters e a bruxa saímos livres. Este negócio de anjo não é a nossa praia. – Ruby cruzou os braços.
— Sabe... Eu sempre ouvi dizer que você era uma vagabunda falsa e covarde. Não estou surpreso. – Alastair riu irônico.
— E o que você me diz?!
— É interessante e prudente... Mas eu quero a bruxa também, ela tem algo muito interessante...
— Ela não está em discussão. – Ruby disse seca.
— Qual é virou amiguinha de bruxa também?! – Alastair foi irônico. – Eu quero a Bruxa gostosinha, e a anja... – dois demônios surgiram segurando a Ruby. – Porém eu quero fazer uma proposta.
***
No Impala...
Prue estava deitada no peito de Dean. Ela sorria fazendo carinho em seu peito, e Dean retribuía fazendo carinho nos longos fios de cabelos ruivo. Eles pareciam estar felizes, mesmo que o céu e o inferno estivesse a ponto de se colidirem. Mas naquele momento essa guerra estava em segundo plano. Dean a beijou delicadamente, e sorriu.
Não demorou muito para que eles acabassem adormecendo dentro do carro. Se Prue estava dormindo tranquila nos braços do Dean. Ele estava tendo um sono agitado, porque Uriel apareceu em seus sonhos. Uriel o insultava e fazia pressão para que Dean entregasse Anna, dizendo que ele conhecia seus pontos fracos.
— Eu estou sonhando?
— É o único jeito de a gente conversar. Já que vocês se escondem como covardes. – Uriel foi irônico.
— É raro ver você fora da coleira. Cadê seu chefe? – Dean o enfrentou.
— Castiel? Ele não está aqui. Você sabe que ele tem suas fraquezas. Ele gosta de você. A hora é esta. Queremos as garotas.
— Como assim as garotas? – Dean travou o maxilar.
— Queremos a sua bruxinha também. Ela tem uma coisa que interessa aos demônios e não podemos permitir... Ela deve morrer como a Anna.
— Eu não tentaria se fosse você. A Prue não está com o livro, e a Anna recuperou sua graça, voltou a ser um anjo.
— Seria um bom truque, considerando que a graça da Anna está comigo. – Uriel mostrou o pingente. – E quanto a sua bruxinha, nós sabemos que o livro está com as irmãs, mas não é por isso que a queremos. É por uma coisa muito maior. Não podemos deixar que o inferno ponha as garras nas duas.
— Mas por que matá-las?
— É assunto nosso. Não seu! – Uriel elevou a voz.
— Não.
— É a sua última chance. Entregue as garotas ou...
— Ou o que?! – Dean perguntou. – Vai me mandar de volta pro inferno?! Você está blefando. – sorriu irônico.
— Experimente. Isso tudo é mais do que os planos que temos para você Dean. E você pode ser substituído.
— Ah! Então vá em frente.
— Você é doido o bastante pra voltar não é?!
— O que eu posso dizer? Eu não sou fácil. – Dean riu irônico.
— Ah é! Você é! – Uriel foi sarcástico. – A gente só tem que saber aplicar a pressão certa. – Que tal uma troca? A Anna pelo seu irmão e a bruxa vadia?
— Você está blefando! Você vai voltar o mais rápido que conseguir para matá-la. – Dean foi seco.
— Como eu disse a gente só tem que saber aplicar a pressão certa. – Uriel sumiu.
Dean acordou com a respiração acelerada, assustando Prue que ainda dormia em seu peito.
— Que foi?!
— Acho que devemos voltar.
***
Horas depois – De volta a Cabana
As portas da cabana se abriram violentamente, e a passos duros Castiel e Uriel entraram. Ao escutar o barulho, Anna se aproximou dos Winchesters e de Prue.
— Oi Anna. É bom te ver. – Castiel falou.
— Como você nos achou? – Sam perguntou.
— Castiel olhou para o Dean, e então sua escolha foi revelada.
— Por quê? – Sam perguntou.
— Porque eles deram uma escolha a ele. – Anna respondeu. – Ou me matavam, ou matavam você e a Prue. Eu sei com eles pensam.
— Na verdade... – Uriel se aproximou. – Vamos matar vocês duas.
— Não é a Prue que vocês querem! – Sam a defendeu.
— Vejo que seu irmão não te contou algumas coisas! – Uriel foi sínico.
— Deixem a Prue fora disso. – Anna foi direto ao assunto. – Estou pronta, sem truques, sem fugas...
— Eu sinto muito. – Castiel falou.
— Não você não sente. Não mesmo. Você desconhece o sentimento. – Anna o encarou. – Mas ordens são ordens. Eu sei. Apenas seja rápido.
Os anjos estavam a ponto de levarem a Anna, quando Prue começou a sentir as mesmas dores que sentiu na igreja. Dean a olhou preocupado, e antes que pudesse ajudá-la, Uriel a empurrou contra a parede a segurando com fúria.
— Deixe-a fora disso! – Dean gritou furioso.
Então Alastair apareceu com mais dois demônios e a Ruby visivelmente machucada.
— Não toque em nenhum fio de cabelo dessas duas pobres garotas.
— Como ousa entrar nessa cabana, seu filho da mãe. – Uriel jogou Prue no chão, e se aproximou de Alastair.
Dean correu para ajudar Prue que estava se retorcendo de dor, sem forças para se levantar. Os demônios jogaram Ruby no monte de feno, e se preparam para atacar.
— Nome feio. – Alastair riu. – Agora eu magoei. Seu idiota fanático e pomposo.
— Dê as costas e saia daqui. – Castiel disse.
— Claro. É só nos dar as duas vadias. – Alastair se aproximou dele. – Nós garantimos que as duas serão devidamente castigadas.
— Você sabe quem nós somos e o que faremos. – Castiel o encarou. – Eu não vou repetir. Saia agora ou destruiremos você.
— Acho que eu vou me arriscar. – Alastair foi irônico. – Afinal estamos falando de uma bruxa que é muito poderosa, e de um anjo caído.
Os demônios e anjos se confrontam. Dean lutava com Alastair, enquanto Sam ajudava Prue e Ruby.
— Dean, Dean. Estou desapontado. – Alastair riu. – Você prometia tanto.
Prue e Sam se olharam, sem entender nada. Como assim Alastair conhecia o Dean?! Alastair não gostou nada da risada irônica de Dean, então fez com que os dois irmãos não respirassem. Prue tentou usar seus poderes, mas a dor que ela sentia era insuportável, deixando seus poderes sem força. “Porque todas as vezes que Alastair se aproxima, eu sinto sua presença e essas dores horríveis?!” Anna viu o que poderia acontecer se os Anjos e demônios continuassem lutando, roubou sua graça no pingente que estava com Uriel.
— Não – Uriel gritou.
Anna jogou o colar no chão, e uma intensa luz branca surgiu do chão.
— Fechem os olhos! – ela gritou, quando a luz branca entrou pela sua boca.
Durante o processo, Alastair desapareceu. Com dificuldade Prue, os Winchesters e Ruby se levantaram, olhando para Castiel e Uriel. Dean pegou a faca que matava os demônios, e quebrou o silêncio.
— O que estão esperando? Por que não pegam a Anna? A menos que estejam com medo.
— Isso não acabou! Eu ainda posso pegar a bruxinha vadia – Uriel a olhou.
— Nem tente! Fim de papo. – Dean os ameaçou.
Uriel e Castiel sumiram no ar, os deixando sozinhos na cabana.
— Por que demorou tanto para chegar aqui?! – Dean perguntou a Ruby.
— Desculpa a demora na entrega do demônio. Eu estava sendo torturada.
— Eu tiro o chapéu pra você Sammy. – Dean sorriu para o irmão. – Trazer todos juntos, anjos e demônios... Foi um plano danado de bom.
— Bem... Quando o Godzilla e Morthra estão atrás de você... É melhor sair do caminho e deixar os dois brigarem.
— Esse é o meu nerd! – Prue disse rindo.
***
Na estrada
Dean parou o carro no encostamento da estrada, embaixo de uma ponte. Pegou três cervejas, e saiu do carro.
— Está tudo bem? – Prue o seguiu.
Dean sorriu entregando uma garrafa de cerveja a ela, e outra para o irmão.
— Eu sei que vocês ouviram. – ele disse depois de tomar um gole de sua cerveja. – Alastair. O que ele disse sobre o que eu prometi.
— Dean. Eu estou curioso. – Sam disse. – Mas você não fala nada sobre o inferno e eu não vou forçar.
Prue estava encostada no carro, sem dar uma palavra. Claro que ela queria que o Dean se abrisse, mas no fundo tinha medo de saber o que ele tinha passado no inferno. Ela sentiu seu coração se apertar dentro do peito, quando Dean começou a falar sobre seu tempo no inferno.
— Não foram seis meses. – Dean os olhou. – Foram seis meses aqui, mas lá... Eu não sei. O tempo é diferente, pareciam 40 anos.
— Meu Deus! – Prue o olhou surpresa, ela podia ver a dor em seus olhos.
— Pois é. – Dean a olhou. – Eles me cortavam e estripavam de um jeito... Até não sobrar nada. E de repente eu ficava inteiro de novo. Como por mágica. Só para começar de novo. E no final de cada dia, Alastair me fazia uma oferta.
— Que oferta? – Sam o olhou.
— Que me tirava de lá, se eu mandasse mais almas. Se eu começasse a tortura. E todo dia, eu dizia a ele para tomar naquele lugar. Eu passei 30 anos dizendo. Mas um dia, eu não aguentei mais. Não deu mais, e eu saí de lá e comecei a acabar com elas. Eu perdi as contas de quantas almas. As coisas que eu fiz com elas...
— Você aguentou 30 anos. Mais tempo do que qualquer um. – Sam consolou seu irmão.
— Eu ainda sinto isto. – Dean falou com a voz embargada. – Aqui dentro. Eu não queria sentir nada.
Prue sentiu lagrimas escorrerem por seus olhos. Aquilo estava doendo nela, como estava doendo em Dean. Ela só queria poder desaparecer com o sofrimento dele. Prue suspirou, tentando não desabar na frente dele. Tudo o que Dean não precisava naquele momento, era ver mais uma pessoa sofrendo.