Born To Die - Clato

Especial de halloween


Quando acordo, vejo dois olhos azuis me encarando. Os olhos de Ally não são azuis.

Pisco repetidamente para limpar minha visão, e vejo que é Cato.

– Hein? Cadê Ally? – pergunto, me apoiando em meus cotovelos e olhando para Cato.

– A levei para o quarto dela. – ele diz me encarando, e como se lembrasse de algo, ele começa a rir. – Sabia que você fala dormindo?

– Que mentira! Como você sabe?

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– Primeiro: você comeu chocolate antes de ir dormir, certo? Isso sempre acontece quando você come algo assim antes de dormir. – o fuzilo com o olhar. – Segundo: quando eu cheguei em casa, Ally se assustou e pensou que você estava doida falando sozinha! – ele começa a rir.

– Você é um idiota! – jogo o meu travesseiro nele. – Cadê Ally?

– A deixei na escola. Se arruma que vamos sair.

– O quê?! Mas eu acabei de acordar! – exclamo.

– São dez da manhã. E aonde vamos tem comida.

* * *

E então descubro aonde vamos: em um parque de diversão.

– Não vou entrar aí! – grito, tentando sair do túnel.

– Ora! Vamos! Está com medo?! – Cato exclama sorrindo. – Eu estou aqui para te proteger, ok?

Ele me puxa e sou obrigada a entrar no túnel, só porque o tiozinho que dava início ao passeio já estava ficando bravo. Ele puxa a alavanca, as luzes se apagam e rangidos aparecem. Seguro com força a mão de Cato, e corremos pelo túnel. Ouço o barulho de uma motosserra – viro para trás e vejo Jason, um cara muito sinistro de um filme de terror – correndo atrás de nós dois com a motosserra. Era de verdade.

Solto a mão de Cato e saio correndo gritando. Cato estava rindo da situação.

Ouço-o correndo atrás de mim, e acabo batendo de frente com um palhaço com um sorriso sinistro, que mostrava todos os seus dentes – afiados, como era os de Enobaria -, e saio correndo. Entro em uma sala cheia de espelhos, e vejo Cato do meu lado. Aperto sua mão com força.

Ele me encara, depois olha para um dos espelhos e arregala o olho. Olho para o espelho que ele olhava, e vejo um fantasma que se transformava em diferentes pessoas toda hora.

Thresh, Katniss, Peeta, Marvel, Glimmer... então, o fantasma-bestante do espelho para em um bicho sinistro demais para descrever isso aqui*.

– Clove, fica calma... – Cato começa. – você sabe que isso é só um programa do espelho...

Solto a sua mão.

– Clove... se acalma... não faça isso...

Mas é impossível. O bicho ficava me encarando.

Dou um grito e saio correndo. Ouço o grito de Cato longe, e depois uma pancada. Tento voltar para lá, mas o cara da motosserra volta a correr atrás de mim e não tenho escolha. Isso aqui deixou de ser “O túnel do Medo” do parque de diversões e passou a ser “O túnel do medo onde eles viram realidade e você morre. Pelo menos, é para quem desafia a Capital.”

O cara da motosserra se aproxima de mim, mas simplesmente não tenho reação. Corro, e acabo indo em um lugar sem saída.

Então, olho para um espelho, e ninguém está atrás de mim. Então, do escuro, sai uma pessoa coberta de roupas pretas, e com uma única luz, consigo ver o seu rosto. Nariz longo, olhos azuis... o mesmo cara que estava em minha casa.

Ele dá um sorriso sinistro com o efeito da luz e dos espelhos, e o seu sorriso bate em todos os outros espelhos. Ok, se eu sair viva daqui, vou ter pesadelos.

Ele levanta a mão, que segurava um tipo de porrete, e a única coisa que ouço antes de desmaiar é um riso.