Book 5: Love

Capitulo IV: Recomeço


O sol começou a pôr-se, pondo fim ao dia tumultuoso.

Wu tinha sido resgatado e Asami tinha-lhe pedido para ficar em casa dela. Tens a certeza que queres deixar este tipo viver contigo? Asami responde-lhe com um simples encolher de ombros e um sorriso tímido.

Os três, Korra, Asami e Mako estavam juntos na varanda da mansão. Como sempre, havia um clima nervoso entre eles. Foi Mako quem quebro o silêncio.

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“Com a minha avó a chatear a cabeça ao Wu, eu acho que esta é a única pausa que tive em meses.” Ele olha para as duas. “Obrigado por ajudarem-me a encontra-lo. A minha carreira não teria sobrevivido se eu tivesse perdido o futuro rei do Reino da Terra.”

“Foi divertido.” Disse Asami. “Três anos sem fazer nada de emocionante.” Mako sorri. “ Com certeza, isto fica chato sem ti Korra.”

“Eu uh…Eu acho que é melhor ir.” Disse Ele. Asami agarrou-lhe na manga antes que ele pudesse ir embora:

“Já?” Asami perguntou. Korra olhou para longe. “ É cedo. Podíamos ir jantar.” Ela olhou para Korra.

“Hum…Tudo bem.” Era o mínimo que podia fazer depois que ela tinha arruinado o almoço, e também pela sua ausência por três anos.

Mako apenas balançou a cabeça.

“Não, eu vou tentar descansar enquanto posso.” Ele alterna o seu olhar entre elas as duas, e com um pequeno sorriso, ele virou costas e desceu as escadas para ir embora. “Vejo-vos mais tarde.”

Elas veem-no ir. O que se passa com ele? Asami suspira. A sua pele radiava à luz do crepúsculo e os seus cabelos pareciam estar salpicados com ouro.

“Parece que somos só tu e eu.” Ouve uma súbita explosão de risos, seguida por cantoria. “E metade do Reino da Terra.”

“Queres sair daqui?” Perguntou Korra. A expressão de Asami era reservada, Korra não se lembrava de a ter visto assim antes. Eles mudaram assim tanto? Ela parecia mais confortável quando Mako estava por perto. Eles deviam ter ficado mais perto um do outro. Talvez ele conhecesse Asami melhor que ela agora.

“Nós podíamos ir dar um passeio. Tu prometes-te que ias mostrar-me a cidade.”

Uma pitada de surpresa traça as suas feições.

“Ok, sim. Isso soa-me muito bem.”

Elas conduziram por horas através de Republic City, Korra insistiu para que Asami lhe contasse tudo sobre os seus trabalhos e projetos. Asami disse-lhe. Ela mostra-lhe tudo o que tinha sido destruído antes e como estava agora. Korra não entendeu tudo o que ela lhe disse. Ela tinha a certeza que Asami era um gênio. Um gênio que limpava toda a porcaria que ela fazia.

Asami tinha só uma mão no volante, o outro braço estava casualmente pendurado na porta do carro. Korra não podia acreditar, no quão bem ela conseguia conduzir. Isto para ela era uma coisa do outro mundo. Ela apreciava o perfil de Asami, os seus cabelos ao vento. Por mais que um carro a confundia, ela gostava muito deles agora. Eles eram uma das maiores invenções da Future Industries, sem dúvida, um projeto do Sr. Sato, que Asami tinha aperfeiçoado. Os carros agora eram azul-claros, as cores da Tribo da Água. Já não eram vermelhos. Mas isso não queria dizer nada.

Korra fecha os olhos, relaxa de uma maneira que ela já não tinha há muito tempo. Ela ficou assim por alguns minutos. Era como voar. Apenas uma curva repentina, para se desviar de algo ou de alguém, a faz abrir os olhos novamente. Asami não olhou para ela.

“Tinha uma coisa na estrada.” Ela murmurou, no ar da noite, a sua cara começou a ficar vermelha. “Desculpa.”

“Está tudo bem. Só não quero que arrisques estragar o teu carro.” Asami, então trava o carro a fundo, para assusta-la. Korra segurava-se com toda a força. “Hey, isso não era um desafio, tá?”

Asami sorri e continua a guiar.

“Achas que eu não poderia arranjar isso?” Ela olha para ela e Korra queria dizer-lhe para manter os olhos na estrada. “Eu quero mostrar-te uma coisa.”

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Elas caminhavam pelo Avatar Korra Park. Era uma das poucas áreas em que o céu noturno realmente brilhava acima delas. Um vasto número de estrelas irradiava luz no meio da escuridão. Korra olhou em volta. Era uma loucura que aquele parque tinha sido batizado com o nome dela. Ainda assim aquilo era incrível. Asami tinha o projetado e ela tinha-o nomeado. Korra tinha a certeza que ela havia arranjado problemas, especialmente com o presidente Raiko, para conseguir faze-lo. Ela olha para Asami, que ia ao seu lado, com um sorriso calmo no rosto. Ela percebe que Korra olhava-a e retribuiu-lhe com um sorriso amplo. Korra ficou de tal maneira atordoada com aquilo, que quase caia, distraída a olhar para ela.

“O que fizeste aqui é incrível.” Diz Korra, depois que se recuperar.

“Achas mesmo?” Asami cruza os braços e olha para a estátua no centro do parque. Korra também olha. Era ela. Mais jovem, ousada e confiante. “Eu tive um pouco de inspiração.” Korra estava sem palavras. Ela achava que havia-se esquecido de como falar. “Então…Voltas-te para Republic City só há três dias e já salves-te a vida de um príncipe. Isso confirma-o. O Avatar está de volta.”

“Eu tive alguma ajuda.” Ela encolhe os ombros. Era ótimo estar de volta a Republic City, com as coisas finalmente a voltar ao normal. “Foi bom estar com a equipa avatar depois de tanto tempo. Eu posso…” ela diz baixinho. “… Entrar no estado Avatar novamente. Tu não tinhas perguntado isso no almoço? Antes de termos…começado a discutir.”

“Tu podes?” Asami ri, agarrando os braços dela. “ Isso é ótimo! Eu estava tão preocupada, mas eu sabia que ias voltar a ser o que eras! Eu não duvidei disso nem por um segundo!”

“Obrigado.” O entusiasmo de Asami era genuíno, contagioso. Era tão fácil sorri ao redor dela. Asami estava tão contente quanto Korra por ela conseguir voltar a entrar no estado Avatar. “Mas talvez tu tenhas duvidado de outras coisas não?” Asami inclinou a cabeça, estudando-a. “…sobre o que tu disseste antes…Mesmo que tu não acredites, eu ia voltar, mesmo se os miúdos não me tivessem ido buscar.” Ela atira as mãos para cima, impotente. Ela endireita as costas e olha para ela. “Bem?”

“Bem o quê?”

“Nada. Eu não sei o que esperar de ti. Toda esta confusão é culpa minha. Eu quero que acredites em mim, mas eu não te culpo se não acreditares. Eu só estou irritada comigo mesma.”

Asami considera. “Bem…” Ela caminha ao lado dela. “Eu acredito em ti, sinto muito pelo que aconteceu no almoço, estava frustrada.”

“Eu não sei como é que isto aconteceu. Eu nunca, nunca, planeei ficar fora por tanto tempo.”

“O que importa é que agora estas de volta.” Ela agarra o pulso de Korra brevemente. “O resto não importa.”

“Porque és tão boa para mim?” Ela pergunta. “Tu enviaste-me tantas cartas e eu levei anos para voltar. E a única vez que eu ia…eu nem fiz o que disse que ia fazer.”

“Porque é que tas com raiva?”

“Eu não estou!” Ela levanta a voz embora. Ela não sabia a razão disso. Ela senta-se num banco e Asami senta-se ao lado dela. “Ou talvez esteja. Não contigo. Mas sim comigo. Tu escreveste-me, apoiaste-me e nunca pediste nada em troca.” Asami sorri fracamente. “O que foi?”

“Quando tu também és assim, ninguém precisa de te pedir nada e estas sempre desposta a ajudar.”

“Assim como tu.” Korra retruca. Parecia estúpido, elas estarem a discutir para ver qual delas era a mais simpática, embora Korra acreditava que era Asami. “De qualquer maneira.” Ela tenta ganhar o ponto. “Eu fiquei com o teu namorado. Por isso não sou tão boa pessoa.”

Asami ri.

“Como é que foi para ti?”

Korra faz uma carranca. Eles eram um casal terrível. Tudo o que eles faziam era discutir.

“O Mako era muito irritadiço, da sua maneira de ser.” Ele sempre foi um pouco estranho a falar de assuntos sentimentais, com ele era mais fácil discutir do que falar. Talvez foi por isso que não deu certo. Eles eram muito semelhantes.

“Ele vai se acalmar.”

“Eu sei que ele era um idiota. Só não sei como explicar-lhe isso. Eu não entendo por que ele é tão irritadiço.” Ela cruza os braços, fazendo beicinho.

“Eu acho que ele sente-se sozinho. Sem o Bolin sabes?” Asami empurra o ombro de Korra com o seu. “Amigos ficam com ciúmes, entendes?” Korra lembra-se brevemente das cartas de Asami, quando ele mencionou namoro, e da maneira de como ela tinha agarrado a manga de Mako. “De qualquer forma, eu também ficaria chateada se tivesses-lhe escrito e não a mim.”

“Mas não o fiz. Eu escrevi-te a ti.”

“Eu sei.” Os olhos dela brilhavam, outro sorriso amplo traçava os seus lábios, o que maravilhava Korra. “Obrigado.”

“Eu tenho de fazer as pazes com ele.”

“Tu vais. Então…quando é o teu grande encontro com o Wu?” Os olhos de Korra arregalaram-se.

“O quê?! Aquele gajo? Nunca! Porquê? Estas interessada?” Asami olhou para ela. “ Porque eu não estou. No Wu.” Ela diz. “ Eu não estou interessada no Wu.

Asami reclina-se contra o banco.

“Somos duas. Ele é tão chato. Tu consegues imaginar que ele vai ser o rei do Reino da Terra?”

Korra mal podia imaginar o rei em tudo. Ela não tinha sido capaz de parar a Kuvira, nem mesmo no estado Avatar. Para que servia o Avatar que não podia cumprir com o seu dever?

“Esta tudo bem?” Perguntou Asami.

Korra suspira. “Eu mencionei que estive com a Toph?” Asami acena com a cabeça. “ Para encurtar a história, eu ainda tinha veneno dentro de mim.” Asami toca cuidadosamente no braço dela e Korra esquece momentaneamente a aflição do veneno debaixo da sua pele. “Ela tentou removê-lo, mas era muito doloroso. Ela pensou que eu estava a mante-lo, para que pudesse ter uma desculpa para não ser o Avatar.”

“Isso é ridículo.”

“Não…Quer dizer…Tudo bem.” Ela diz calmamente. “ No final de tudo, eu acho que ela estava certa. Eu falhei tantas vezes. Eu continuo a pensar: O Avatar não devia de ser mais forte? O Avatar não devia de ser capaz de cuidar de si mesma? Eu guardo tudo o que o Amon, o Unalaq e o Zaheer fizeram, dentro de mim. Eu já acordei por causa de tantos pesadelos.” Ela morde o lábio.

“Foi o que eu pensei.” Asami balança a cabeça suavemente. “Quer dizer…Eu pensei nisso antes.”

Korra acena.

“Eu ainda tenho esses pesadelos. Não tanto quanto antes…mas ainda são maus.” Asami vira-se de maneira a enfrenta-la, e pega-lhe na mão. “Toph disse-me para aprender com os meus pesadelos e depois deixa-los ir. Enfrentar os meus medos. Perceber que essas lutas não foram todas em vão. E eu fi-lo. Eu fui capaz de tirar o veneno e entrar no estado Avatar.”

“Mas…?”

“Mas não era o suficiente. Eu nem se quer quis lutar contra a Kuvira. Eu só fiz isso quando eu não tinha mais nenhuma escolha.

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Eu pensei que, talvez lutar nem sempre é a melhor forma de resolver as coisas. Estava com medo…e então eu pensei que podia haver outra maneira. Mas não havia, por isso eu lutei. E eu perdi. Ela estava pronta para me matar.”

“E o que aconteceu então?”

“Eu entrei no estado Avatar, apesar de não me sentir bem. Mas eu não tinha escolha, ou ela ia tomar Zaofu, mas mesmo isso não foi o suficiente. Eu... Quase a consegui parar.” Ela encolheu-se. Mesmo com Asami ela não podia falar sobre as coisas que ela tinha visto. “Eu ainda não estou bem.” As suas palavras saiam instáveis. Ela demorou um tempo para voltar ao normal. “Eu não sei o que vou fazer. Ela é uma ameaça e eu não posso impedi-la.” Por um momento ela não sabia o que a estava a pô-la mais nervosa, se era Kuvira ou aquele espirito maligno que a perseguia. Talvez ambos. “Eu sinto-me um fracasso.”

“Tu não és um fracasso.” Asami esfrega-lhe as costas, calmamente. “Tu vais conseguir cumprir com o teu dever. Tu só precisas de ser paciente.”

“Okay, Tenzin.” Ela balança a cabeça e olha de lado para ela. Ela suspira. “Talvez tu estejas certa.”

“Às vezes eu estou.”

“Toph…Toph disse-me que parte da razão pela qual eu não tinha-me conseguido recuperar antes, foi porque eu estive muito tempo afastada, de mim mesma, e das pessoas que eu amo.” Ela não conseguia olhar para Asami. Cada parte do seu corpo parecia gelatina. “Talvez ela estava certa. Talvez com o tempo…” Asami continuava a esfregar-lhe as costas, num ritmo suave. Korra fazia o seu máximo para não adormecer. Tudo parecia melhor agora.

“Eu sinto muito por causa do que aconteceu antes.” Ela ajusta-se no banco e dececionasse quando a mão de Asami afastasse. “Por causa do que eu disse sobre o teu pai. Eu não tinha o direito de dizer aquilo.”

“Não foi algo que eu já não tenha pensado. Mas eu tenho que tentar. Ele é o meu pai.” Ela estreita os olhos. “Eu sei que o que ele fez foi horrível. Talvez seja estupido.”

“Não é estupido.” Korra pega a mão dela, mas larga-a logo em seguida. “ Eu só estava preocupada. Eu…não quero que te magoes outra vez. Eu sei que foi difícil depois de toda a coisa com os igualitários. Então eu falei sem pensar, sinto muito por isso. Eu acho que sou muito boa nisso.”

“Tu és “muito boa” em muitas coisas.”

“Ai sim? Quem disse?”

“Eu disse.”

Korra sorri.

“Hum. Obrigado. Tu também és fantástica.” Não era bem isso que Asami tinha dito, mas seria estupido voltar atrás agora. Nervosamente, ela enfia uma mecha de cabelo atrás da orelha. O olhar de Asami fazia-a sentir-se em chamas. Ataque de pânico, er lutar contra aquilo ou fugir. O sentimento crescia e crescia, mais e mais. “Hum, está uma noite bastante quente não achas?”

“Está sim.” Ela concorda.

“Hum…Não seria melhor vermo-nos amanhã de dia? É meia-noite. Provavelmente tens de te levantar cedo. Trabalhar na empresa deve deixar-te bastante ocupada. Quer dizer, fazer isto tudo pela cidade…Deve ser…”

“Deve ser?”

“Hum…” Ela não conseguia pensar. Deve ser…

A Distância entre elas desaparece de alguma forma. A perna de Asami roçava na de Korra. O rosto dela corou na escuridão. Korra traçou os dedos ao longo do rosto dela, até chegar ao queixo, e então os seus lábios roçaram-se. A respiração de uma podia ser ouvida pela outra. Elas estavam tão próximas, sentindo uma certa eletricidade. Quem iria dar o próximo passo? Quem iria beijar quem?

Então, Korra puxa Asami mais perto e beija-a profundamente, os dedos de Asami enterraram-se no seu cabelo. Elas beijaram-se até que Korra perde-se os sentidos e o ar.

Ambas separaram-se, tremendo e sem fôlego. Korra esta tonta, surpreendida. Asami encontrava-se no mesmo estado.

“Estou feliz que estás de volta.” Asami respira novamente.

“Sim.” Korra mal conseguia falar. “Também estou feliz por ter voltado.”