Blue Butterflies

Você tem inveja porque todas as garotas babam por ele!


Chloe, Max e Warren entraram na caminhonete rumo ao tal celeiro abandonado. No caminho, muitas perguntas surgiram nas mentes da hipster e do nerd. Warren foi o primeiro:

— Como você...?

— Unindo as pistas. Comparando horários e localizações, basicamente.

— O que você acha que pode ter lá? — Foi a vez de Max.

— Eu não sei. Uma super fortaleza secreta para se proteger de tornados, talvez. — Chloe respondeu irônica.

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— Haha. — Max retribuiu o sarcasmo. — Deve ser um lugar misterioso onde algum vilão super secreto faz suas maldades contra vítimas inocentes.

— Ou um lugar onde o Jefferson tira aquelas fotos sádicas que estão espalhadas pelo campus de Blackwell! — Warren comentou do nada e as duas garotas o encararam perplexas. — Que foi? Eu não gosto daquele cara. Ele é meio suspeito. — Chloe suspirou e voltou a olhar para frente.

— Você tem é inveja dele porque ele é um gato e todas as garotas babam por ele. Não se preocupe, nerd. Você também tem seu charme.

Logo todo vestígio de urbanização foi sendo deixado para trás e o caminho ficou repleto de árvores e grandes campos verdes ao redor. Aquele cenário dava uma sensação mista de tranquilidade e ansiedade. Max fotografava tudo com seus grandes olhos azuis curiosos, sonhando em estar ali a pé, num piquenique, clicando todos os lugares possíveis. Logo, ela pegou sua câmera e disparou pela janela uma grande árvore que parecia estar correndo por eles. Na foto, um pouco borrada devido à velocidade e ao tremor da caminhonete, podia-se ver o reflexo e Max e de Warren, que fez um sinal de V com a mão para a foto, na janela.

O nerd, ao observar a paisagem, analisava o lado científico das coisas. Pensava na complexidade da formação daquele verde, na forma como de pequenas sementes, surgiram majestosas árvores frondosas e todo aquele tapete extenso coberto de clorofila com algumas flores solitárias pelos cantos. Chloe sequer reparava em tudo aquilo. Apenas conseguia se concentrar no mal que seus amigos fizeram contra ela e imaginar se algum dia poderia rever sua antiga amiga, Rachel. Em sua cabeça nem surgira a possibilidade de que talvez ela nunca mais a fosse rever.

Logo, Chloe estacionou em frente ao celeiro. Ele era comum e bem desmanzelado. Assim que saíram do veículo, notaram marcas frescas de rodas na terra do solo.

— Quem será que veio aqui recentemente? Por que alguém viria aqui? — Max perguntou, se agachando para ver as marcas de perto.

— Deve ter sido o Jefferson, né Warren? — Chloe perguntou sarcástica e deu uma leve risada para descontrair.

Os três começaram a procurar uma entrada, visto que as enormes portas da frente estavam trancadas. Logo Max encontrou na lateral uma tábua solta por onde podiam passar. Eles entraram e encontraram um carro estacionado ali, ocupando boa parte do espaço.

— Max... Não é por nada não mas... esse carro não é familiar? — Warren perguntou nervoso.

— E-eu... eu acho que sim. Mas... Eu não consigo reconhecer de quem é! Chloe, você não encontrou nenhuma informação sobre essa placa quando estava pesquisando?

— Não tinha nada sobre essa placa entre as pistas.. Olha, tem um baú aqui. Cheio de documentos sobre este lugar... — Chloe se abaixou e começou a pegar aquelas folhas amareladas e grossas e observar os escritos e Warren ficou ali junto, procurando mais informações.

— Eu vou... tentar descobrir se tem alguma coisa por aqui.

Max se separou dos amigos e começou a vasculhar o grande local. Havia feno espalhado por todo o chão e alguns montes de palha enrolados em feixes. Depois de mexer na palha em busca de alguma passagem secreta no chão, Max finalmente teve sorte: Encontrou um grande e pesado alçapão de ferro. Ela chamou os amigos para ver a descoberta e ajudarem-na a abri-lo. Ele não estava trancada. Havia um local para inserir um cadeado, mas o cadeado estava jogado do lado, coberto por feno. Max e Chloe começaram a erguer o alçapão e depois de um bocado de esforço, cumpriram o objetivo e os três desceram pela escadaria branca que havia ali.

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Lá embaixo, uma porta grossa que parecia uma porta de cofre de banco era a única coisa no fim do corredor. Havia uma pequena placa com todos os algarismos. Havia três algarismos mais apagados, indicando que eram os números da senha. Max respirou fundo e começou a ir por tentativa e erro. Na quarta tentativa ouviu um clique. Começou a girar a grande roda que servia como maçaneta e logo a porta se abriu. Warren e Chloe entraram na frente, o primeiro ansioso e a outra impaciente.

Quando Max se preparou para pisar dentro do local, porém, sentiu algo gelado em sua nuca. Rapidamente ela se virou para trás e viu uma pessoa assustada, com as mãos trêmulas e rosto desesperado apontando uma arma bem próxima de seu rosto. Era Nathan Prescott.

Max respirou fundo e foi se afastando, até raspar as costas na roda da porta e soltar um gemido de dor. Ela ergueu seus braços cautelosamente, estremecendo. Chloe, impaciente e sedenta por respostas já havia começado a explorar o local escondido, mas Warren foi mais vagaroso e pôde perceber que algo havia acontecido com Max. Ele voltou à porta que estava entreaberta e viu a cena:

— O-o que você tá fazendo?!

Nathan se assustou ainda mais e instintivamente apontou a arma para Warren, ainda tremendo incessantemente. Ele abriu a boca e começou a balbuciar:

— N-n-não e-ent-t-trem l-lá... — Ele respirava ofegante e quase não conseguia raciocinar.

— P-por que não?! Nós temos que descobrir o que tá acontecendo! — Warren replicou, enquanto Max não conseguia dizer absolutamente nenhuma palavra.

Toda a tensão do clima apenas se agravou assim que, repentinamente, um grande estrondo foi ouvido de dentro do local.

— CHLOE! — Warren gritou desesperado ao perceber que a amiga não estava entre eles e deu meia volta para ir lá dentro.

Max se encolheu e de repente tudo voltou ao momento em que as garotas haviam acabado de abrir o alçapão e iam descer as escadas. A hipster olhou para sua amiga e a abraçou fortemente, fazendo-a estranhar o acontecimento.

— Chloe! Você tá bem!

— O que foi, Max?! Percebeu as babaquices que fez?

— Chloe! Por favor, não entra lá!

— Por que não?! Eu preciso encontrar a Rachel! E estou cada vez mais perto!

— Por favor, não! É perigoso!

— O que aconteceu, Max Caulfield?

— O... O Nathan... Ele está aqui e... ele quer me matar... E alguém... alguém lá embaixo... Um barulho de tiro e...

— O quê?! Aquele otário tá aqui?! Cadê ele?! — Chloe se revoltou e começou a gritar o nome dele e procurá-lo pelo celeiro. — Apareça, seu covarde!

— Chloe... por favor... vamos embora daqui.

— EU NÃO POSSO IR EMBORA, MAX! EU PRECISO DESCOBRIR O QUE ACONTECEU COM A RACHEL!

— A Rachel... está morta. — Nathan apareceu pelo vão da parede do celeiro por onde os três haviam entrado, com uma arma na mão, mas sem sequer erguê-la. — Você não vai encontrar ela. Não aqui.

— O... o quê?! Você tá mentindo né, seu desgraçado?! O que aconteceu com a Rachel?! — Chloe rapidamente foi até Nathan, se preparando para agarrá-lo pela gola da camisa.

Antes que ela pudesse encostar nele, Max e Warren a seguraram e Nathan apontou o revólver para ela. Chloe começou a se debater e gritar, exigindo explicações.

— N-não chegue perto!

— O que você está fazendo aqui, Nathan?! — Warren finalmente se manifestou.

— O que VOCÊS estão fazendo aqui?! — Nathan voltou a arma para Warren, que estava do lado direito de Chloe, a segurando pelo braço. — Esse celeiro é da minha família! Vocês não deviam entrar aqui, seus intrometidos inúteis!

— Nós viemos encontrar uma resposta! E todas as peças do quebra-cabeça indicaram esse lugar ridículo! O que você tá escondendo aqui, Prescott? — Chloe gritou, tentando se soltar dos seus amigos.

— Vocês são muito intrometidas! Eu já cansei de pessoas intrometidas! Vão embora daqui agora!

— EU NÃO VOU EMBORA DE LUGAR NENHUM, OUVIU?! Eu quero saber o que você está escondendo aqui! O que aconteceu com a Rachel?!

— Eu não devo satisfações pra nenhum de vocês, muito menos pra você, sua vadia punk! — Nathan se aproximou dela com a arma.

— Não! Por favor! — Warren gritou desesperado. — Chloe, pelo amor de Deus!

— O que ele tinha feito, Max?! Me diz!

— Chloe!

— É, Max! Do que você estava falando quando disse que ouviu um barulho de tiro e que tem alguém lá embaixo?! — Nathan disse, mais racional, se afastando um pouco, ainda segurando a arma com as duas mãos sem tirar Chloe da mira. — Será que você sabe alguma coisa que mais ninguém sabe?! Ou alguma coisa que você não deveria saber?

— Não! Eu...

Num instante, Nathan abaixou sua arma e começou a andar para trás, com um olhar de pânico. Os jovens não entenderam o que estava acontecendo, até que uma voz familiar disse:

— É, Max Caulfield... Tem algo que você gostaria que a gente soubesse?

Max sentiu a mesma sensação de quando havia aberto a porta antes de voltar no tempo, um objeto gelado encostado em sua nuca. Ela não teve coragem de se virar, mas tinha absoluta certeza sobre a quem pertencia aquela voz e não pode acreditar.

— Erga a arma, imbecil! — A voz irada gritou para Nathan, que começou a tremer e reergueu o revólver. — Mate ele.

— N-não... Por favor... O Warren não... — Max sussurrou, com um nó na garganta e os olhos ardentes prestes a desabarem em lágrimas.

Logo em seguida ela fechou os olhos com força e quando os abriu de novo, as coisas estavam diferentes. Não havia mais ninguém atrás dela. Porém, Warren e Max ainda estavam segurando Chloe pelos braços e Nathan disse:

— N-não chegue perto!

— O que você está fazendo aqui, Nathan?! — Warren se manifestou.

"Não, não..." Max pensou e tentou rebobinar ainda mais, no entanto, o máximo que conseguiu foi ver Nathan apontando uma arma para Chloe e dizendo:

— N-não chegue perto!

Max continuou tentando, e reviveu essa cena umas três vezes, até que desistiu de voltar. Ela não teve forças para dizer nada e quase não conseguia segurar Chloe. Ela não enxergava mais nada, sua vista estava escura e ela só conseguia ouvir alguns gritos ao seu redor, mas dentro de sua mente, ela implorava por qualquer tipo de ajuda. Ela estava prestes a desmaiar, porém quando sentiu o revólver em sua nuca, recuperou um pouco de suas forças, e um líquido quente escorreu em sua boca, com um forte gosto de ferro.

— Erga a arma, imbecil! — A voz irada gritou para Nathan, que começou a tremer e reergueu o revólver. — Mate ele.

— N-não... Por favor... O Warren não... — Max sussurrou, agora quase sem forças para fazer qualquer outra coisa, e a conversa prosseguiu, sem que Max pudesse evitar.

— Oh, que pena... Você quer continuar com seu amiguinho, Max? O seu erro foi ter estado com ele desde o começo. Esses rapazinhos não tem utilidade nenhuma pra mim. E eu não quero que ele seja intrometido e conte sobre o meu... projeto... para outros. Venha, chegue mais perto, Nathan. Por que está com medo? — A voz masculina disse com um tom ácido e falsamente sereno e logo em seguida mudou o tom para algo completamente paranoico e agressivo — ATIRE LOGO NELE, SEU INÚTIL! É O MÍNIMO QUE PODE FAZER PARA COMPENSAR O QUE FEZ COM A RACHEL!

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— O-o que ele fez com a Rachel?! — Chloe gritou.

— Oh... Você não contou para suas amigas o que fez com a pobre... doce Rachel? Não contou que você MATOU ELA COM UMA OVERDOSE?!

— E-eu... — Nathan tremeu mas não soltou a arma, apontada para Warren.

— V-você o quê?! — Chloe gritou e começou a chorar, desesperada. — O QUE VOCÊ FEZ SEU DESGRAÇADO?!

— Agora... você tem que compensar a BURRADA que você fez com ela! Vamos.

A última coisa que Max ouviu foi um som de tiro, seguido de um grito desesperado de Chloe. Depois disso, todos os seus sentidos sumiram e Max desmaiou.