Bloody Lessons - Interativa

Lesson 7 - Be interesting


– Cinco e dois – Sebastian disse alto enquanto encarava seu relógio de pulso, olhando para o céu ainda escuro do lado de fora da mansão. A floresta era um bom lugar para pensar. Principalmente quando não se conseguia dormir.

O loiro caminhava com somente uma blusa de mangas curtas num tom verde e uma calça de moletom cinza, seu cabelo um pouco bagunçado e em seus pés, um chinelo simples. Com as mãos nos bolsos, ele caminhava entre as arvores, tentando achar algo que o pudesse entretê-lo.

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Só não esperava encontrar a ela.

Depois de uns cinco minutos andando, no topo de uma arvore, usando uma jeans e uma blusa clara de ombro caído. Seus cabelos castanhos caídos por seus ombros enquanto seu olhar se mantinha perdido na lua logo a sua frente.

– Alex? – chamou o garoto encarando a menina por algum tempo. – O que faz aqui? – perguntou observando as reações da garota, que na realidade, eram nulas, era como se ele não estivesse ali, chamando-a e tentando conversar.

Sebastian suspirou, assim voltando a olhar a garota, se voltando para a árvore e encostando-se a seu tronco.

– Alex? –disse novamente tentando atrair a atenção da garota, que novamente, não moveu sequer um musculo – Porque você nunca fala nada? Juro parece que nunca ouvi sua voz, não gosta das pessoas? Não gosta de falar mesmo? Porque você faz isso? Vai me ignorar pra sempre? – ele perguntava sem parar para ver se alguma daquelas frases a atraiam ou se somente sua voz rapidamente fazendo todas aquelas questões pelo menos fizessem com que ela o mande-se calar a boca. Mas nada aconteceu, ela continuou quieta.

Sebastian passou a mão nos cabelos, desistindo e então escorregando pelo tronco sentando-se na grama e passando a encarar a lua assim como a garota, quem sabe desse modo poderia entender no que ela estava tão vidrada.

Um barulho então foi ouvido, logo acima, mas o garoto não olhou, um baque na grama e uma movimentação próxima fizeram com que ele, enfim, virasse a cabeça e encontrasse a morena de pé, caminhando até ele, mas ainda sem encara-lo.

Alex simplesmente se sentou ao lado do loiro, segurando as pernas com os braços sem parar se observar a lua, o loiro não conseguiu conter um pequeno sorriso, para logo em seguida encarar o mesmo ponto que a menina.

– A lua minguante é minha favorita, em noites assim gosto de sair pra observa-la – ela disse de repente, fazendo a expressão do garoto mudar para algo mais assustado, enquanto sua cabeça se virava com rapidez na direção da morena. Ela havia respondido sua primeira pergunta, ela o havia ouvido. – Evito falar porque são raras as vezes que acho realmente necessário faze-lo, faço isso porque sim, essa sou eu, e não, não vou te ignorar pra sempre – ela terminou de responder todas as suas perguntas, enfim virando seu rosto e encarando o do loiro – Não estou te ignorando agora, estou Bash? - ela sussurrou mantendo seu rosto realmente próximo do dele, que sorriu gentilmente.

– Não... – respondeu calmo, encarando cada traço delicado da garota, sempre tão misteriosa – Mas isso vai durar? – voltou a perguntar, fazendo a garota abrir um pequeno sorriso, e então voltar a encarar a lua.

– Isso depende... – respondeu baixo, sem muita emoção em sua voz.

– Depende de que? – questionou confuso.

– Depende do meu interesse na conversa – ela respondeu fazendo Sebastian soltar uma risada baixa.

– Certo... Então, porque gosta tanto da lua minguante? – ele perguntou desviando sua atenção da morena para a floresta a sua frente.

Sua resposta demorou, demorou tanto que Bash realmente se conformou que ela não responderia aquela pergunta, mas finalmente, ela disse:

– É bonita – respondeu simplesmente, piscando lentamente os olhos.

– Todas as luas são bonitas, mas porque só a minguante? – ele voltou a perguntar, interessado.

– Sim, todas são, mas é algo pessoal, simplesmente prefiro a minguante – respondeu sinceramente.

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– Gosta de luas então?

– Gosto

– Mas da minguante principalmente?

– Aham

– Algum motivo? – o loiro insistiu deixando um sorriso divertido escapar de seus lábios. A menina também sorriu, percebendo a vontade do garoto em ouvir sua resposta. Uma resposta de verdade daquela vez.

– Quando eu olho pra lua, é como se uma parte de mim, ainda permanecesse viva. – respondeu verdadeiramente, Sebastian conseguiu reparar em seu olhar abaixando algumas vezes, como se não gostasse do assunto.

– Não precisa dizer se não quiser – ele defendeu sentindo que aquilo estava a incomodando, mas a garota soltou uma risada baixa, assim voltando com o mesmo brilho no olhar de antes.

– Sabe, Na vida que só queria rir de tombos, aprender com os erros cometidos e continuar a seguir um caminho, acreditando sempre que no final tudo vai dar certo... Mas a vida não teve piedade de mim quando me fez isto. – ela terminou assim encarando os próprios braços e pernas, assim balançando a cabeça em negação logo em seguida. – Em um dia tudo está bem, tudo está alegre e perfeito, você pode ficar com sua família, pode ser feliz, pode simplesmente estar vivo! – ela explicava com uma expressão de tristeza reprimida em seu rosto, tentando não exibir como realmente se sentia. – E em outro, você perde tudo, as chances, oportunidades, a felicidade... – ela então levantou a cabeça, encarando o céu. – Sinto saudade de sair no sol, sem sentir minha pele pegar fogo, sinto saudade de dormir, sinto saudade de ficar doente até, sinto saudade de sentir meu coração bater – ela disse assim sendo interrompida por Bash, que a puxou para si, fazendo seu rosto ficar realmente próximo do dela.

– O que fizeram com você? – o loiro disse com uma expressão calma, passando os dedos carinhosamente pelo rosto da garota, que fechou os olhos por alguns segundos, aproveitando a caricia. – Você não merecia isso – Algo que Bash realmente não gostava, eram injustiças, e claramente, o que fizeram com Alex, foi completamente injusto.

– Eu sei, mas aconteceu, e eu não posso mudar o passado, posso? – ela perguntou encarando Sebastian nos olhos, azul no azul. O garoto sorriu, gentilmente.

– Não, mas você pode fazer seu futuro – ele respondeu se aproximando novamente – Por isso, faça valer a pena – ele aconselhou recebendo um olhar confuso da morena.

– Nunca pensei que receberia um conselho de um humano... – ela comentou fazendo-o gargalhar – E tenho que admitir um conselho bom – ela sorriu recebendo um carinho maior do outro.

– Pra um humano, eu até consigo ajudar, não é mesmo? – ele brincou, forçando o humano e fazendo-a sorrir.

Alex então passou a encarar o rosto do garoto, o cabelo, os olhos penetrantes, a boca, cada traço, cada detalhe, sorrindo de modo malicioso, se aproximando da bochecha do garoto, beijando a levemente.

– Consegue, mas agora não estou muito afim de falar mais – ela sussurrou assim selando seus lábios, começando um beijo longo. Sebastian segurou Alex por sua cintura, puxando a garota e trazendo-a para seu colo, a mesma sentou-se ali, com uma perna de cada lado do corpo de Bash. A cada segundo a situação se tornava mais urgente, o garoto apertava as coxas da morena com força enquanto Alex bagunçava ainda mais os cabelos do loiro, seus lábios se separaram para então os lábios da morena irem em direção ao pescoço do garoto, beijando-o, até finalmente Bash sentir as presas da mesma em sua pele, somente roçando-o e logo em seguida arrastando suas presas por toda sua extensão, arranhando-o e arrancando assim um sofrido gemido do loiro, mas ao invés de mordê-lo, seus dentes forem em direção a sua orelha, mordendo o lóbulo do garoto, fazendo-o fechar os olhos com força com a sensação, segurando ainda mais forte nas pernas da garota. Os lábios dele então logo começaram a procurar pelos dela, tocando-os levemente, antes de Alex levantar o tronco, encarando o céu, que passava a clarear. – Acho melhor eu ir, não vai querer que eu morra, vai? – ela disse se levantando, e então sorrindo de modo divertido para Sebastian, que então junto dela se levantava da arvore. – Obrigada pela companhia – ela agradeceu assim passando a caminhar, mas sendo impedida de prosseguir por um grito do garoto.

– Espera! – ele chamou, fazendo-a, o encarar. – Porque você falou comigo? – ele perguntou, vendo Alex rir baixo, morder o lábio inferior e olhar ao redor, logo antes de encara-lo novamente.

– É simples, Bash – ela disse alto, enquanto voltava a caminhar – Por algumas pessoas, vale a pena falar.