Capítulo 4 - Já tá na hora de saber sobre tudo...

Ivan Sevenfold P.O.V

Sábado, minha folga, acordei as 06h00min com um barulho estranho em casa, me levantei da minha cama e fui até o quarto de Luck, que cheirava muito mal devido aos vômitos de Clark e Alec na noite passada. Então desci as escadas e vi que eu tinha recebido uma carta, achei estranho, pois aqui em Gorgoroth ninguém recebe cartas, s mesmo se for do Ministério. Saí de casa e peguei a carta, entrei em casa e fui até a sala de estar, sentei no sofá e abri a carta.

. Senhor Sevenfold.

Solicitamos sua presença ao Ministério, neste sábado, às 15h00min.

É, o Ministrio sempre assim, curto e direto. Mas... Pra que querem que eu v?

Suzan P.O.V

Na sexta foi legal... Bea, Claire, Jimmy e eu comemos pizza, à noite ficamos no meu quarto conversando e assistindo TV, ligamos meu velho vídeo-game, que há meses eu não ligava, ficamos até as 04h30min...

Agora, sábado. Está meio difícil levantar, - não tive sonhos estranhos esta noite, só sonhei com um homem que no sonho era meu pai - e envolta de mim há vários colchões onde meus amigos estão dormindo... É, vai ser difícil levantar, devem ser aproximadamente 06h45min... Não consigo acordar tarde... Só quando tenho uma noite muito cansativa. Resolvi levantar, eu teria que passar de qual quer jeito. Fiquei de pé no meu colchão e pulei Bea e Jimmy, este estava acordado e me puxou, eu caí em cima dele e nossos narizes se tocaram.

- Bom dia! - Exclama ele.

- Bom dia. - Eu disse e me levantei, saí do quarto e fui até o banheiro, Jimmy me seguia.

- Ei, ei! - Disse ele. - Hoje temos aula de alemão não é?

- É, temos, de sábado e de quarta-feira.

- Hm, eu não vou poder ir hoje.

- Por quê?

- Tenho que ir embora antes do almoço, porque minha me está grávida, e ela quer que eu e meu pai arrumemos o quarto do bebê hoje e amanhã, vou passar o dia todo arrumando...

- Tá, tudo bem, Bea e Claire vão. Então... Vou tomar banho, licença?

- Oh, sim! - Exclamou rindo e se afastou da porta do banheiro enquanto eu entrava no cômodo. - Vou ajudar sua mãe a fazer o café da manhã.

Só sorri e fechei a porta do banheiro, tirei minha roupa e entrei em baixo do chuveiro. Sabe, ás vezes o Jimmy me estressa. Não que eu queira arrebentá-lo no meio, não... Só que parece que ele quer ser algo mais que amigo comigo, e eu não quero! E isso ocupa minha mente a maioria do tempo... Eu... Eu não sei o que eu quero ainda...

Alguns minutos depois saí do banho, me sequei e coloquei roupa, penteei meus cabelos e sai do banheiro, vi Bea e Claire descerem as escadas rindo e animadas, desci logo atrás, fomos tomar o café da manhã.

- O que vamos fazer hoje Su? - Pergunta Bea passando manteiga no pão de forma.

- Ah, eu não sei... - Eu disse. Temos aula de alemão à noite, então podemos ajudar minha mãe a fazer o almoço e a tarde nós podemos, sei lá... Tomar sorvete?

- Pode ser! - Claire exclamou e tomou o restante de suco de seu copo. - Quem sabe assim você não fica mais feliz né Suzy?

- Tá me chamando de perturbada? - Perguntei colocando café no copo.

- Não... - Respondeu. - Tá bom, eu estou, mas sério Su! A gente tem que sair um pouco né?

Bom, durante o café da manhã Jimmy só ria enquanto nós discutamos quem era perturbada aqui. Logo depois do café Jimmy arrumou suas coisas e foi embora, me deu um beijo na bochecha e foi pra sua casa. Eu e as garotas ajudamos mamãe a fazer o almoço - que foi panquecas - sujamos quase a cozinha inteira, limpamos, almoçamos, e depois trocamos de roupa para ir tomar sorvete.

Luck P.O.V

Acordei tarde, aproximadamente ás 14h45min, com uma puta dor de cabeça. Fui tomar banho, pois eu estava fedendo a vomito de Clark. Saí do banho meia hora depois, coloquei roupa, desci as escadas sem camisa até a cozinha e meu pai estava de terno. Estranhei, me direcionei até a geladeira e peguei uma caixa de leite, tomei-a observando meu pai fazendo uma careta.

- Aonde o senhor vai? - Perguntei guardando caixa de volta a geladeira.

- No Ministério, eles querem que eu compareça lá ás 15h00min. - Respondeu.

- Porque tem garrafas com sangue dentro da geladeira?

- Estou muito velho para caçar Luck.

- Que isso, pai. O senhor só está com 31.230 anos, ainda está novo! Mesmo que tenha uma aparência nada boa... Mas o senhor ainda está novo pra caçar!

- Me sinto cansado filho, não dá mais.

- Ah... Então ta. - Eu disse e logo em seguida ouço batidas na porta e a campainha tocando.

Fui até a porta, abri e vi um Clark e um Alec preocupados adentrando minha casa sem mais nem menos.

- Minha mãe foi convocada para ir ao Ministério hoje, e o pai do Alec também. Isso é coincidência de mais! - Clark diz indo até a cozinha. - O senhor também recebeu a carta do Ministério?

- Sim, - Respondeu meu pai. - mas eu não sei o que eles querem, só recebo cartas assim quando sobre guerras ou algo parecido.

- Vocês acham que vai haver alguma guerra aqui em Gorgoroth? - Perguntou Alec puxando uma cadeira para se sentar, mas Clark puxou antes fazendo-o cair.

Alec se levantou e olhou com raiva para Clark, este estava rindo, eu e meu pai riamos de lado ao assistir a cena.

- Que isso Alequinho! Foi só uma brincadeirinha e... - Tentou dizer, mas a cara de “vou te matar, filho da puta” de Alec assustou Clark, este saiu correndo pra fora de casa e Alec foi atrás. Não demorou muito, já na frente de casa dava para ver Alec socando Clark rapidamente. Alguns segundos depois os dois voltaram a minha casa normalmente como se nada tivesse acontecido.

- Deixa eu adivinhar. - Meu pai começou. - Alec havia dito que da próxima vez que Clark fizesse isso apanhava, não?

- É! - Clark responde rindo mostrando sua boca com os dentes sangrando. - Foi mal.

- Sabe Clark, na minha casa também tem banheiro! Agora vai lavar a sua boca porra, você tá cuspindo no chão da cozinha! - Exclamei, Clark subiu as escadas e em questão de segundos estava de volta.

- Bom, garotos, então eu me vou! - Meu pai diz. - Daqui uma ou duas horas eu volto pra falar qual vai ser a bomba dessa vez... Tchau. - E saiu de casa. - Ah, e Luck! Hoje sábado...!

Revirei os olhos.

- Tá, o que vamos fazer hoje? - Pergunta Alec. - Tudo menos beber! Não quero ficar mais de uma hora ouvindo reclamações dos meus pais novamente e chegar em casa com os cabelos fedendo a vômito de um Roberts!

- No sei vocês... - Eu respondo. - Mas eu vou limpar a mansão.

- O que? Como assim Luck? Limpar mansão? - Começou a série de perguntas de Clark. - Não existem aquelas mulheres que limpam as casas das pessoas em troca de dinheiro não? Lá no mundo dos mortais! Que coisa de veadinho limpar a casa! - Revirou os olhos.

- Você é muito burro Clark! E está assistindo muita televisão! – Exclamei dando um tapa forte na cabeça dele. - Isso é só no mundo mortal, e pelo o que eu sei, os mortais não conseguem passar por Gorgoroth sem passar muito mal ou morrer!

- Isso quer dizer que a gente vai ajudar a limpar essa joça? - Pergunta novamente.

- Na verdade isso nunca me veio na cabeça querido Roberts! - Eu disse. - Mas já que sugeriu... Vambora limpar a casa cambada de panacas bêbados!

Alec e Clark se convenceram e então começamos a limpar a casa que estava uma puta duma bagunça. Bom, deêm um desconto, eu só limpo isso a cada cinco ou seis meses e sou só eu que limpo. E nessas horas que eu gostaria de ter uma irmã! Uma irmã que gosta de limpar a casa, de preferência...

Tive que ensinar os dois a usarem uma vassoura, os ensinei a passarem pano na casa também, e parece que Alec descobriu um novo objeto para quebrar na cabeça do Clark, pois é, o rodo, ele quebrou três rodos na cabeça do Roberts. Enfim, meia hora depois nós já terminamos, era um sábado um pouco ensolarado em Gorgoroth, então nada para fazer a não ser não sair de casa, ficamos jogados na sala de estar conversando.

E então algumas horas depois, meu pai, a senhora Roberts e o senhor Lewis adentraram minha casa mandando nós irmos até a cozinha, eles queriam falar com a gente.

Bom, o problema do Ministério que o senhor Armand Hunter - governante profeta -disse que viu que daqui aproximadamente alguns meses terá uma guerra muito perigosa no sub-mundo, e que depois dessa guerra, a sobrinha dele, também profeta, assumirá o cargo, só o que me deixa puto é que essa sobrinha é uma dividida e a pirralha só tem 17 anos! Tá, mas o pior ainda está por vir: Alec, Clark e eu vamos ter que convencer a garota a vir a Gorgoroth! E ela também no sabe da existência do sub-mundo .

- Procurem ela ainda está noite. - Disse o senhor Lewis. - Temos o endereço da casa, da escola e da aula de alemão que ela faz com os amigos, também temos uma foto dela.

É, passamos a tarde toda discutindo sobre a sobrinha de Hunter, o nome dela Suzan... Suzan Hell... Suzan Holl... Uma coisa assim! Enfim, chegamos na conclusão de que iramos falar com a pirralha ainda esta noite.

***

Suzan P.O.V

Eu estava saindo da aula de alemão, já era tarde da noite, eu estava sozinha, minhas amigas precisaram ir embora antes e o caminho até a casa era comprido. Já passava de dez e meia da noite, o vento soprava frio os balanços de um parquinho para crianças, o que fazia um barulho sinistro, eu estava sem casaco, apenas segurava meus cadernos e um pequeno estojo. Algumas luzes da rua em que eu estava andando falhavam, até que todas apagaram juntas e senti algum me puxar pela cintura, mas logo a pessoa desistiu e me encontrei de pé novamente e fiquei observando a escuridão, pois achei muito estranho, isso se parecia MUITO com o meu sonho, senti muito bem que alguém passou muito rápido do meu lado, de repente sinto a mesma sensação na minha frente, e de novo ao meu outro lado, as luzes se acenderam e lá estavam. Eu vi três garotos de sobretudo de couro e óculos escuros, eu fiquei paralisada, pensei na hora que era um assalto ou uma tentativa de estupro e homicídio, pensei que ele fosse me fazer algo de mal, e então fiquei parada aonde estava sem reação alguma. E é claro, me odiei muito por isso. Foi tudo muito rápido, as luzes se apagaram de novo e quando se acenderam lá estavam eles me cercando. Estavam mais próximos agora.

- Calma Suzan, não se assuste, não iremos te fazer mal algum. - O garoto que estava na minha frente disse. Como ele sabe meu nome?

- Só queremos ajudar! - O que estava do meu lado direito falou.

- Me ajudar em que? Como vocês sabem o meu nome? - Perguntei assustada.

- Calma aí gostosinha, antes temos que nos apresentar. - O cara que estava do meu lado esquerdo disse.

- Calma Alec, ela é nosso salário e não nossa refeição. Nem sua puta! - Disse o que estava na minha frente. - Eu sou Luck Sevenfold, aquele é Clark Roberts. - Apontou para meu lado direito e o suposto Clark disse “muito prazer” e sorriu de lado. - E aquele a sua esquerda é o Alec Lewis.

Terceira pessoa.

Luck faz Suzan desmaiar com um feitiço, Alec e Clark junto a Luck levam Suzan para o quarto dela, eles entram pela janela e ficam esperando a garota acordar. Ela acorda com uma dor de cabeça enorme.

- Finalmente a pirralha acordou - diz o Clark já sem paciência de ajudar Luck na missão.

- Porque vocês me trouxeram pro meu quarto? Ou melhor, o que vocês estão fazendo aqui? E como vocês sabem que eu moro aqui? - Pergunta Suzan um pouco impaciente.

- Temos uma missão, e você vai ter que ajudar. - diz Alec.

- Você uma dividida, Suzan. Um ser dividido é um ser metade vampiro e metade humano, isso explica todas as coisas estranhas que acontecem na sua vida. E nossa missão é fazer você entender isso e te levar pro sub-mundo que há todas as cidades de todos os seres que você imagina. Precisamos levar você a Gorgoroth, que é a cidade onde moram os vampiros, que é pra onde a senhorita vai agora sem reclamar. - diz Luck, impaciente no final da frase.

- Não, vampiros não existem! VOCÊS no existem! Deve ser só mais um sonho bizarro meu, sempre tenho pesadelos assim! - diz Suzan mais alterada - E se vocês não saírem daqui eu chamo a polícia!

- A gente já foi pra cadeia na cidade dos bichanos, não vamos parar no xadrez dos imortais né? - Pergunta Clark.

- Mas é tudo culpa sua pararmos no xilindró dos peludos! - Exclama Alec.

- Tudo bem, vamos gente, a gente diz pro senhor Hunter que ela está se recusando, mas uma hora ou outra ela vai entender que ela TEM que aceitar o que essa pirralha é! - Diz Luck, os outros concordam com a cabeça e saem rapidamente pela janela, deixando Suzan consfusa, ela levanta da cama, fecha a janela, volta pra cama, tira os calçados e o cinto da calça, se cobre com um lençol e fecha os olhos tentando esquecer tudo o que se passara em momentos atrás.

***

Suzan P.O.V

Acordei no muito tarde, aproximadamente as 09h00min... Saí do meu quarto e entrei no banheiro, escovei os dentes e desci do jeito que estava mesmo até a cozinha, do segundo andar dava para ouvir minha me cantarolando feliz e fazendo o café da manhã.

- Bom dia mãe. - Eu disse me sentando a mesa, ela preparou a mesa para o café da manhã e então tomamos, até que eu me lembro de um sonho meu. - Mãe... Porque você não fala do papai comigo? - Perguntei e vi a face da minha me mudar, ela me olhou curiosa. - Ah... Eu tive um sonho com ele... Mãe! Você nunca me disse nada sobre ele! Agora eu quero saber!

- Filha... Você já tem 17 anos não é? Já tá na hora de saber sobre tudo... O seu pai não se chama Hades Hall. Ele se chama Hades Hall Hunter. - Ela disse.

- O que? Como assim? Por quê? Não faz sentido... Então... Então eu me chamo Suzan Hall Hunter? Da onde veio esse Hunter?

- Antes de seu pai morrer, ele me disse que depois que ele morrer era pra eu afastar você do mundo dele, e tirar o sobrenome dele do nosso nome.

- Mãe... Que mundo? - Perguntei com um pouco de medo.

O que aconteceu ontem fora um sonho ou fora realidade...?

- O mundo dos vampiros filha. Você é uma dividida, metade vampira e metade humana. Isso explica a sua falta de fome, por isso que quando você come alho e passa mal... Eu fingia não acreditar para não te dar explicações, mas já está na hora não é?

- Eu sou metade vampira...? COMO ASSIM? Vampiros no existem!

- Pare com essa teimosia Suzan! - Exclamou ela em um tom mais alto. - Eu recebi uma carta do Ministério... Do ministério do sub-mundo e eles acham que você é a próxima governanta de Gorgoroth...

- Ah... Então tudo o que o tal Luck disse é verdade...

- Ah sim, eles falaram com você?

- Como você sabe deles, mãe?

- Seu tio, Armand Hunter, o governante e também profeta de Gorgoroth, me disse... Você vai ter que ir pra lá de qual quer jeito, querida...

Bom, resumindo, ficamos o café da manhã todo conversando sobre isso, e... Porra...! Eu sou metade vampira... Isso explica tudo, porem não é tão emocionante assim, qual é, vou ter que me alimentar de sangue, mudar de cidade, agüentar aqueles três idiotas...? Isso muita coisa pra minha cabeça.