Blondie and Cotton Candy

Capítulo 20 — Máscaras desfeitas


Capítulo 20 — Máscaras desfeitas

Anteriormente:

— Eu preciso te contar mais uma coisa, Lucy. [...] - Ele segurou o rosto dela entre as mãos. - Eu venho tentado evitar isso desde que te conheço, ainda mais sabendo que o Sting e você tinham algo, mas... Mas não consigo mais. Você se doou a mim e... E eu também me apaixonei por você.
O coração dela acelerou.

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— Não sei se é o momento de manter isso... As coisas podem complicar muito agora. Só sei que eu te quero mais que tudo. Quero te amar a todo momento. Quero partilhar dor e amor contigo. E quero ser reconfortado apenas por você quando sofro, como agora. Quero que você me dê amor. É a única que pode fazer passar.

Sem saber o que dizer, Lucy apenas beijou-o. Um beijo que repetia o que ela dizia há pouco. "Eu estou aqui".

[...]

— Lisanna veio falar comigo hoje, Natsu. Perguntou porque você não foi, se eu sabia de você. Disse que tentou falar contigo, mas sem sucesso.

— Ela foi atrás de você ontem, também. Vocês voltaram a se falar? - Lucy perguntou, curiosa.

— Ela vem pedindo uma segunda chance. Talvez seja a hora de dar. Ela me disse umas coisas que me fizeram repensar um pouco sobre continuar afastando-a.

[...]

— Foi um prazer lhe conhecer, Sr. Bell. - Aproximou-se mais do mesmo, chegando a sussurrar no ouvido do rosado. - Ou seria melhor chamá-lo de Dragneel? - insinuou, fazendo com que o mesmo gelasse.

Então ela sabia. Mas como? Havia algo de errado naquela mulher. Ela afastou-se, acenou com a cabeça e seguiu seu caminho distanciando-se dos dois jovens.

[...]

— O Gajeel não disse que tinha uma namorada. - Flare comentou, o riso escapando pelo nariz.

— Ela NÃO É minha namorada!

— E você parece muito chateado com isso. - Rufus zombou, dedilhando no violão.

—___x____

"As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam"

— Lu-ce! - Natsu chamou, balançando suavemente os ombos da amiga. - Hora de acordar!

— Hmm... - A loira resmungou, ainda adormecida.

— Vamos, daqui a pouco é hora de sair. Você costuma ter mais disposição a essa hora, loirinha.

— Sai, Nats...

— Vou te acordar de um jeitinho especial, então. - Ele comentou, malicioso, as mãos se escondendo debaixo dos lençóis, acariciando a coxa da menina.

Em um segundo, o rapaz estava no chão. Lucy, com uma cara monstruosa de cansaço e de quem acaba de acordar, estava com a perna esticada, pelo chute que acabara de dar nele.

— O que você está fazendo com uma pobre menina desacordada, Dragneel? Vou te fazer enfrentar a fúria dos meus Lucy kick!

O rosado começou a gargalhar, pondo as mãos na barriga. A amiga estava hilária, e ainda assim fofa. Deu um sorriso grande e bonito.

— 'Tá certo, ô Lucy kick.

— Dragneel, você é um saco. - A loira resmungou.

— Sou, mas você me ama.

Ela riu, debochada. Olhou para as mãos, lembrando da conversa que tivera com o amigo anteriormente. Repassava esta em sua cabeça várias vezes, sem conseguir entender como Natsu guardara tudo isso para si durante esse tempo, coisas tão pesadas e provavelmente nenhum amigo sabia.

— Hm? No que está pensando? - O rapaz perguntou, a expressão curiosa.

Ele analisava Lucy com afeto e atenção, observando cada reação, cada piscar de olhos, a respiração, a face pensativa, a mordida ocasional nos lábios, as mãos se contorcendo uma na outra. Achava o quadro todo muito belo. Muito, mesmo.

— Ah, nada... Só em você.

— Seeei. Me pergunto no que sobre mim. - rondou.

— Vai continuar se perguntando, rapazinho. - Ela suspirou longamente. - Tem uma coisa rolando na minha cabeça há um tempo.

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— Diga.

— Eu te chamo de Natsu... ou de Autumn?

Silêncio desconfortável. Happy invandiu o quarto, subindo na loira, pedindo carinho e sendo prontamente correspondido. O rosado bagunçou os cabelos, incomodado, e enfim encarou Lucy novamente.

— Você pode me chamar como quiser. Autumn é importante para mim, faz parte da minha história e de quem eu fui. Mas hoje, eu sou Natsu. - Ele respondeu, tocando o próprio peito. - Natsu, que é o melhor amigo da Lucy. A escolha é sua.

— Está bem, então... Nats.

E sorriram um para o outro.

— Ok, hora de levantar, temos um dia cheio pela frente. - Dragneel disse, animando-se.

— Só mais uma coisa! Marquei com a mãe do Loke para depois da aula, porque ela viaja logo.

— Aff. 'Tá bom. - resmungou.

[x]

— Olá. Obrigada por terem vindo, sei que não deve ter sido uma decisão fácil.

— Que bom que você sabe, Regulus. - Natsu disse, desgostoso, para a mulher. A ruiva riu.

— Ótimo saber o quanto minha companhia lhe é agradável, menino Dragneel. Bem, sentem-se. - Ela apontou para as cadeiras a frente dela no café em que estavam. Lucy pigarregou.

— Com licença. A senhora escolheu propositalmente esse local por ter pessoas próximas a nós? Ou é algo aleatório? Sinceramente duvido que o seja, a senhora não parece alguém que–

— "A senhora", não, por favor. Me chame de você. Respondendo sua pergunta, Lucy querida, eu escolhi tendo em mente que duas amigas de vocês trabalham aqui.

— Certo. E o que você quer conosco, posso saber? - inquiriu o rapaz, ainda em tom rude.

— Ora, rapazinho, você não me trataria assim se soubesse quem sou.

— Uma megera podre de rica, talvez.

— Nats, deixe-a falar, acalme-se. - A loira alertou.

Mira veio atender o grupo, sorrindo para os amigos e curiosa por reconhecer a mulher. Já a vira em fotos, era a mãe do grande amigo de Lisanna, é claro. O que estaria fazendo com o casal?

— Pois não?

— Dois waffles com mel, por favor, Mira. - A jovem pediu, sorrindo. - Eu quero um suco de laranja e café preto para esse rapaz aqui. E você, Violette?

— Você por acaso teria tartine, mocinha Strauss?

— Não, senhora Regulus, sinto muito. - A albina respondeu, em tom surpreso. - Não sabia que a senhora me reconhecia.

— Aprendi muita coisa sobre os entornos de Loke recentemente. Eu gostaria de um croissant, então. De presunto e queijo. E um suco de abacaxi.

— Está bem, volto já.

A garçonete se foi e deixou o grupo sozinho novamente. Violette encarou os jovens com seus olhos claros e penetrantes.

— Acredito que meu comportamento, muitas vezes, tenha sido uma incógnita para vocês. Por exemplo, como eu sabia, em nosso primeiro encontro, quem você era, menino Dragneel?

— 'Taí uma coisa que eu ainda quero saber. - Ele disse, sério.

— Bem. No ano 2000, eu fui, ao lado de Cloud, observar um laboratório britânico que despertava atenção por seu imenso potencial. Diversos cientistas desenvolviam trabalhos complexos lá, aproveitando seu material, e estávamos dispostos a comprar alguma patente ou mesmo o local. Nessa época estávamos construindo nossa fortuna. E então tive a oportunidade de conhecer um casal adorável, com um ideal admirável. A cura do HIV.

Os olhos de Lucy arregalaram-se, mas Natsu esmagava as palmas de suas mãos com os dedos, apertando os punhos, furioso.

— Como você ousa revirar meu passado usando seus lacaios p'ra descobrir minha vida?! Você combinou com Jude, não foi?!

— Pare com isso, Autumn, não feche os olhos. - A mulher rebateu, impassível. - Eu tenho a prova bem aqui, comigo.

E pegou uma foto revelada dentro de sua bolsa. O queixo de Dragneel caiu. A foto mostrava seus pais sorrindo e ele mesmo, aos 4 anos, no colo de Viollete e ao lado de Cloud.

— Eu também conheci você, mas você não lembra de mim... Acabei virando amiga de Rose, e compartilhava dos seus sonhos. Passei a financiar, parcialmente, a pesquisa, e isso foi um grande avanço. Dois anos depois, eles sentiam que estavam quase lá... quando tiveram que fugir, graças a algum monstro que queria acabar com seus planos. Eu temi por minha amiga e por sua família. Soube que eles nunca foram encontrados, e jurava que você havia morrido.

Ela inspirou bem fundo, prestes a continuar, quando Mira irrompeu próximo a eles, com uma bandeja, e depositou os pedidos sobre a mesa. Agradeceram e ela, mais uma vez, se retirou, indo conversar com Erza sobre a estranha situação e o clima tenso na mesa.

A sra. Regulus bebericou seu suco, enquanto o casal se punha a comer. Então ela prosseguiu:

— Qual foi minha surpresa, tantos anos depois, quando meu filho me informou que havia uma pessoa incômoda em sua vida, sem me dar muitos detalhes, embora relacionando esse alguém a sua namorada. Natsu Dragneel, ele disse. Meu coração encheu-se de vida. - Regulus sorriu, os olhos umedecidos. - Eu sabia que se ainda restava um Dragneel, algo da história estava faltando e a morte não era o fim dos caminhos. Quando encontrei com vocês, eu instantaneamente reconheci esse rostinho... Eu o pegara no colo algumas vezes quando pequeno e, convenhamos, você não mudou muito. Esses fios róseos e olhos pontudos continuam os mesmos. Liguei os pontos rapidamente. Mesmo que meu filho me odiasse, eu tinha que tentar ser uma espécie de guardiã desse jovem, porque eu sabia que ele tinha sofrido muito. E porque queria poder continuar como já fui com Rose. - concluiu.

Natsu fechou os olhos, engolindo em seco. Pensara tão mal a respeito da mulher, e ela estava ali, mostrando que só queria seu bem. Ela apertou as mãos dele sobre a mesa, e então dirigiu seu olhar a Lucy, que tomava o suco de laranja.

— E quanto a você, mocinha... Também já tive o prazer de encontrar Layla em festas de alta sociedade. Nunca fomos próximas o bastante para marcar encontros, mas em cada baile trocávamos confidências. Ela te amava muito e, embora passasse uma fase complicada com o marido, vocês eram uma família cheia de amor. Quando ela morreu, vi pelos jornais internacionais que Jude se empenhou em aumentar seu império, fazendo muito dinheiro. Enfiou a cabeça nos negócios. E por meu filho e pelas poucas conversas que tive com teu pai, percebi que o amor dele foi encoberto pela fortuna. Você perdeu o lar amoroso que tinha, e eu quis o melhor para você, mesmo que isso prejudicasse Loke, pois eu sabia que ele não te valorizava como devia.

Lucy sorriu.

— Obrigada. - respondeu, em um fio de voz.

— Bem. Além de esclarecer essas coisas, queria me disponibilizar para financiar a pesquisa. Sei que seus pais nunca a concluiram e meu palpite é que você tenha algo aí.

— Eu tenho. - Natsu confirmou. - E seria um prazer ter a sua ajuda, guardiã.

[x]

— E como você está? - Erza perguntou, a voz suave.

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Acho que melhor. Viajar sempre me acalma. Ver diferentes lados da natureza é o que eu realmente gosto.

— Tá certo, astrônomo. - Ela alfinetou. - E você já sabe quando vai voltar?

Não sei, mas acho que não demoro tanto, não. Já sinto saudades da minha irmã. Da Lucy, da Levy, de você...

— É... - tentou não corar. - E como você está quanto a Ultear?

Ah, é aquilo. Não cabe ficar pensando em relacionamento agora. Ela precisa se focar em viver com a prima. Então estamos vivendo nossas vidas, conversamos às vezes, ainda temos muito carinho um pelo outro. No entanto, acabou.— suspirou.

— Entendo. É complicado, mesmo. Não se esqueça de que estou aqui, está bem? Sou sua amiga e estou sempre aqui, Jellal.

Eu sei que está. Sempre. Esse é meu maior consolo. Ninguém me entende como você, Scarlet, esse é nosso laço. Obrigado.

Erza apertou o telefone com força e fechou os olhos.

— Sim.

Quando eu voltar, te compro um bolo de morango.

— Conte comigo! - Ela riu.

Silêncio na linha. A ruiva deu um sorriso triste antes de comentar:

— Estamos acostumados a ficar longe um do outro, não é?

Se eu prometer mudar isso, você fica feliz?

— Só se você cumprir, Fernandez.

Então é uma promessa.— Ele disse, firme.

[x]

Natsu tinha acabado de bloquear a tela do celular, quando este tremeu novamente. Foi para as mensagens e viu a última que Lisanna mandara. Eles vinham conversando bastante ultimamente, embora ele ainda se sentisse desconfortável.

— Você não desgruda desse celular! - Lucy gritou, comendo uma batata recheada.

— Desculpa, desculpa. Ela está feliz.

— Que bom. - sorriu, contente com o perdão do amigo. - Agora coma, você mesmo cozinhou e não está comendo.

— 'Tá certo, certo. - deu uma mordida. - Eu sou muito bom, mesmo, que delícia. - riu. - 'Tô pegando fogo! - loira revirou os olhos.

— Aff.

[x]

Juvia despediu-se de Gajeel, indo para seu prédio, quando foi puxada pela cintura. A feição se fechou e preparou o punho, este já indo em direção a quem quer que fosse. Uma mão masculina segurou-o, e o sorriso a desnorteou.

— Senhor Gray, não me assuste assim! - pediu.

— Desculpa, só queria te dar carinho.

— Carinho, é? - Ela riu. - E desde quando você é carinhoso? Cuidadoso, sim, mas–

Um beijo calou-a. A mão de Gray sustentava suas costas com firmeza, ao mesmo tempo que a trazia mais para si.

— Você quer mesmo continuar falando?

— Ora, sr. Gray, vamos. Sabe que por mim ficávamos juntos o dia inteiro, contudo, temos aula. - piscou, se afastando.

— Isso não fica assim, Rolinho!

Ele ia puxá-la novamente, porém uma mão masculina bateu na sua. Gray fez cara feia para o rapaz, que já abraçava Juvia pelos ombros.

— O que foi, Lyon?

— Acho que a Juvia quer ir para a aula. Vamos, eu te levo até lá. - E puxou-a pela mão.

— Sr. Lyon, eu posso ir sozinha, obrigada.

— Não vou te deixar à mercê desse aproveitador, minha dama. - O jovem de cabelos platinados insistiu, beijando a mão da jovem, que enrubesceu.

— Larga ela, cara. - Gray puxou-o pelo ombro.

O rapaz soltou a mão da azulada para brigar com o amigo de infância. Juvia meneou a cabeça negativamente.

— Ah, não. Vai começar de novo.

— Viu, você está chateando a Juvia.

— Quem se intrometeu e estragou tudo foi você! - Fullbuster rebateu, tirando a blusa. A moça sentiu o corpo esquentar e se abanou. O amigo fez o mesmo e o rosto dela entrou em erupção, vendo ambos os rapazes definidos lutando por si.

— Juvia, quem está certo?! - Lyon perguntou.

Lockser, espertamente, deu um selinho rápido em Gray, um beijo no rosto de Lyon e foi para seu prédio sem mais delongas.

— Vejo vocês mais tarde, rapazes!

— Você fez ela ir embora, Gray!

— Não enche, Lyon. - E também foi embora.

[x]

— Nat. - Lisanna chamou, enquanto compartilhavam um salgado.

— Que é? - resmungou.

— Como estão você e a Lucy? Parecem mais próximos ultimamente...
Ele parou, arqueando as sobrancelhas.

— Por que isso te interessa? Não tem nada a ver com você.

— Só queria saber. Eu ainda te amo, sabe. E se vocês não estivessem juntos, eu–

— É isso, né?! Você só quer separar eu e a Lucy! Nada mudou!

A menina ficou sem palavras, tentando balbuciar um "nada disso". Natsu não deu tempo para as palavras sairem, estreitou os olhos e saiu acusando.

— Que foi, ainda tá ajudando seu cafetão?! - Foi maldoso. Muito maldoso.

Strauss arregalou os olhos e deu um tapa no rapaz.

— Não me ofenda de novo!

— Por que não? Soube que Loke veio falar com você outro dia, ainda 'tá enchendo o saco da Lucy, não quero me envolver com isso, garota, achei que você estava tentando voltar a ser minha amiga por bem, não p'ra fazer merda!

— Você nunca acredita em mim, Natsu, nunca quer ouvir diferente do que você pensa! E ainda sai apontando dedos o tempo todo! Se não quer aceitar meu amor, admita de uma vez que não me amava e que não sente nada! Você é um idiota!

— Talvez eu seja. Então por que você ainda tenta? - perguntou frio, embora as palavras mexessem consigo, e saiu do refeitório, a cabeça quente e sem pensar direito.

Lisanna começou a chorar e Mira veio a seu socorro.

— Natsu de novo, Lis? O que há entre vocês, afinal?

— Deixa para lá, Mira. Não importa. - relutou, levantando e indo para o banheiro.

[x]

And I wonder when I sing along with you... If everything could ever feel this real forever, if anything could ever be this good again...

Levy sorria, os olhos fechados, ouvindo Redfox tocar.

The only thing I'll ever ask of you: you've got to promise not to stop when I say when...

A baixinha abriu os olhos, enfim, ao ouvir o último acorde. O sorriso se alargou e ela se virou para ele. O rapaz estava sentado em sua cama, tocando, e a jovem no chão frio. Estivera de costas para ele para não se distrair admirando-o ao invés de se deliciar com a música.

— Bravo! - exclamou, encantada. - Sua voz é muito gostosa, Gajeel.

O rapaz enrubesceu de leve e remexeu em seus fios, desviando o olhar.

— Obrigado. É... gostosa. - completou, agora olhando para a menina no chão.

McGarden usava um de seus tãos comuns vestidos, que além de dar destaque às curvas avantajadas da mesma, vistos de cima davam uma boa visão dos seios firmes e pequenos. As pernas torneadas e descobertas estavam dobradas sobre o chão. Vendo o quadro todo, não tinha como fugir: Levy não só era uma mulher muito bonita, como tinha um corpinho maravilhoso; pequeno, mas desejável.

Gajeel engoliu em seco, sentindo uma gota de suor escorrer por sua têmpora. Levy fitava-o carinhosamente, sem imaginar o que se passava na cabeça do moreno.

— Levy, venha aqui para eu te contar uma coisa. - chamou, a voz rouca.

— Claro. - sorriu.

Ela se levantou e apoiou levemente o peso sobre a cama. Em um rápido movimento, a guitarra foi jogada sobre outro ponto da cama, enquanto ele a empurrava na superfície macia. A azulada nem ao menos teve tempo de reagir, surpresa, pois seus lábios logo foram roubados.

As mãos delicadas se emaranharam nos cabelos rebeldes de RedFox, que se mantinha sobre ela se apoiando nos braços. Os lábios masculinos sugavam os dela, carregados de desejo e, quem sabe, paixão.

Ao cessar do beijo, Levy pôs a mão no peitoral extremamente forte do rapaz, levemente ofegante, pedindo tempo.

— Sei que não é um ótimo momento para perguntar, mas o que estamos fazendo?

— Como assim? - Ele arqueou as sobrancelhas em seu jeito ríspido. - Nos beijando, ora.

— Não, eu quero dizer... Ficamos de vez em quando, somos bons amigos no resto do tempo. É isso, então? Somos amigos com um rolo?

— Basicamente. Por quê? Tá ruim assim p'ra você, tampinha? - Ela pareceu surpresa com a pergunta, contudo ele não parou. - Eu não sou muito bom com relacionamentos, sabe? Sou do tipo de cara que fica uma vez, às vezes algumas mais e acaba.

— Bem... Eu não gostaria que isso acontecesse entre nós. Mas gosto muito de ser sua amiga e confesso que ficar com você é algo que eu gosto de fazer. - corou. - Assim está bom.

— Eu gosto de você, tampinha.

Levy arregalou os olhos, o coração acelerando. O rapaz sorriu caninamente.

— A gente vai continuar assim por muito tempo se depender de mim, relaxa.

— Hm... Eu... também gosto de você, Gajeel. - McGarden conseguiu dizer, lentamente. - Espero que sim.

— Gee Hee. Agora para de falar. - E beijou-a mais uma vez.

Ficaram alguns minutos trocando carícias, quando o telefone da casa de Gajeel tocou. Este foi atender e a jovem resolveu olhar o quarto mais atentamente.

Achou uma pilha de papéis sobre o pequeno criado mudo, revirados. O segundo, meio coberto, chamou sua atenção, por ler rapidamente as palavras "cabelo azul".

Percebeu que se tratavam de músicas, a maior parte ele desistira e amassara ou rabiscara, entretanto essa permanecia intacta.

Começou a ler, e a música era sobre uma garota misteriosa que chamava atenção sempre que esbarravam. O eu lírico claramente não sabia nada sobre ela, além de que seus cabelos azuis eram hipnóticos e que os olhos castanhos pareciam guardar muitos segredos e conhecimento. Ele a retratava como deusa e sentia que já tinham se encontrado muitas vezes antes, embora não soubesse se era apenas uma sensação. Uma ótima sensação.

O rapaz voltou.

— Oy! O que você 'tá fazendo?! - gritou. Então se aproximou a passos largos e arrancou o papel das mãos dela.

— Ah, Gajeel... Desculpa, não queria sair mexendo, mas não pude evitar. Isso é sobre mim?

— É, é, claro que é. Não era pra você me ver tão exposto. Pelo menos agora você sabe o que causa em mim, não precisa ter dúvidas sobre durarmos.
Levy sorriu envergonhada, porém satisfeita.

— E por que você acha que já nos encontramos muitas vezes?

— Ah, você deve saber, ou talvez não. Olha o que eu achei.

O homem alto abriu uma das gavetas e de lá tirou um papel amassado. Nele havia um desenho bonitinho de uma estudante, que Levy reconheceu como sendo ela mesma. Ele colorira seu cabelo de castanho, a cor natural dele, e a data era de dois anos antes. Havia uma estrófe sobre uma jovem fada que aparecia às vezes por aí e que o eu lírico não conseguia parar de admirar.

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— Eu liguei os pontos há pouco tempo. Você era a garota que estudava no mesmo ano que eu. Nos esbarramos várias vezes no corredor, e lembro que sempre quis ver seus olhos, mas sempre que eu te encontrava cara a cara, você abaixava o rosto e eu não conseguia vê-los. Isso me angustiava muito. Acabei criando uma pequena fixação por você, admito, 'tava uma parada meio louca e a Juvia me fez quase falar com você várias vezes. Acabei não conseguindo, éramos de meios muito diferentes e você provavelmente não iria querer trocar uma palavra sequer comigo. Você pintou o cabelo, e foi justamente quando desisti dessa fixação, por isso não relacionei.

Levy começou a rir, quando Gajeel terminou, o que fez com que ele fechasse a cara, emburrado por ela parecer zombar de si.

— O que foi?!

— Ah, Gajeel... Eu tinha um crush absurdo em você durante todo o colegial. Também nunca ousei falar com você por medo de ser ignorada. Quando nos reencontramos eu pensei que era uma segunda chance de estar com você, e foi! Foi ótimo. Com o preço de você não lembrar de mim.

— Eu sei. Fui um burro, tampinha, desculpa. - RedFox se aproximou, cercando-a pela cintura com as mãos. - Como pude esquecer minha musa?

— M-musa...?

— Agora que eu te peguei, você e seus mistérios não me escapam. Gee Hee. - E mais uma vez, um beijo mais veloz do que qualquer resposta.

E Levy adorava isso.