— Eu pedi para trazerem algumas coisas para comermos, acho que seria mais agradável termos essa conversa com alguns doces e chá — Alistair informou, enquanto a garota ruiva tomava seu lugar ao lado do irmão mais novo.

— Não tente deixar as coisas mais leves, tio Alistair, você sabe o que pensamos — Dan falou, com ar de quem fala sobre um assunto já discutido.

— Mesmo assim Dan, creio que podemos discutir como gente e não como um bando de animais. — Alistair usava um tom doce em sua voz, embora Amy sentisse o gosto amargo de suas palavras.

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— Unf! — Dan graniu, afundando-se no sofá, enquanto Amy deixava a postura mais ereta possível. De canto de olho, ele observava a irmã, simplesmente encantado por ela parecer que iria falar alguma coisa com mais de duas pessoas na sala pela primeira vez na vida.

— Eu sinto muito que isso os aborreça tanto, Dan — Alistair falou, continha doçura em seu olhar, embora seus lábios estivessem franzidos, ele realmente sentia um grande afeto pelos filhos de Arthur e Hope. — Mas precisamos esclarecer tudo.

Dan abriu sua boca para retrucar, mas Amy o impediu.

— Compreendemos, tio Alistair — e com um breve olhar de repreensão calou o irmão. Mas Dan não ficou calado pois a irmã o havia mandado, como Alistair, Dan estava impressionado pela fala da irmã. Não pelo o que ela dizia, mas sim por dizer algo!

Natalie e Ian parecia relapsos ao fato de Amy falar, mas estavam bem alertes ao que Alistair iria dizer. Natalie corria os olhos pela barra de sua saia, segurando-a com as duas mãos, numa postura nervosa e atenta, enquanto Ian mexia no cabelo, pensando no que Alistair queria tanto conversar.

— Bem, ahn... — Alistair finalmente reencontrou sua voz. — Já que estamos todos, ahn, aqui creio que posso dizer o porquê de ter levado Dan e Natalie para a fazenda comigo — ele pegou uma pasta de papel pardo de cima da mesa, abrindo-a com delicadeza. — Quando a Sra. Kabra me procurou, dizendo que havia recebido uma carta de Grace dizendo que Ian e Natalie estariam no testamento, eu, perdoem-me sobrinhos, estranhei — ele falou, gesticulando com as mãos para Natalie e Ian, que apenas concordaram com a cabeça, ou concordando com as palavras, ou incentivando-o a continuar. — Mas quando olhamos no testamento público, Ian e Natalie estavam incluídos lã.

Dan bufou do lado de Amy, encontrando a voz que lhe fora tirada por vários minutos.

— Perai, estar no testamento não significa que é dono de tudo que é nosso — Dan replicou, irritado. — Saladin está no testamento, mas não significa que ele vai ser o dono das empresas! — O garoto se referia ao gato Mau Egípcio de Grace, que eles viraram donos com a sua morte, fato que Dan aprovara, e estava no testamento, apenas como uma nota para que 0,0001% do dinheiro de Grace fosse destinado para que o gato tivesse bons tratos... (É pessoal, salmão é caro hoje em dia).

— Dan, você realmente acha que eu sou estúpido? — Alistair perguntou, com um toque de graça.

— Certamente não foi isso que Dan quis dizer — Amy interrompeu, surpreendendo mais uma vez o irmão e o tio. — Ele quis dizer, que mesmo que a senhorita Natalie e seu irmão, perdoe-me, esqueci vosso nome, estejam no testamento, não quer dizer que eles são donos de nossa empresa, tio. — Ian parecia levemente risonho ao ouvir as palavras da ruiva, a mente dele girava com o fato dela fingir não conhecê-lo. Santo Gideon.

— Ahn, correto, mana — Dan falou, meio sem jeito.

Amy deu um pequeno sorriso para ele, mais expressão do que ela havia demonstrado durante todos esses anos.

— Mas você precisa ser mais educado com os nossos primos, Dan — ela sorriu, oh céus, aquilo era sarcasmo? — Eles podem pensar que não gostamos deles.

Por alguns segundos a sala ficou em silêncio, mas então Dan expludiu em uma gargalhada, linda e sonora.

— Deus, Amy, te trocaram na delegacia foi?

— Daniel, modos. — A irmã falou com tom de quem puxa uma orelha, mas estava com um fantasma de um sorriso na face. — Por favor, continue tio.

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Alistair pescou um papel de dentro da pasta.

— A Sra. Kabra e eu vimos o testamento, mas ele parecia... Digamos, alterado. Em todo caso, ela me disse que Ian e Natalie viriam aqui para podermos ver o testamento todos juntos e...

— Só um minuto — Dan gritou. — O senhor nos disse que o testamente havia mudado, que o senhor ingomadinho ali era o dono da nossa empresa, mas agora... Isso pode não ser verdade?

Ok, Dan só faltava tirar a roupa e dançar conga no meio da sala.

— Daniel, é só uma ideia, pode ser que o testamento seja verdadeiro e eu queria lhes preparar para todas as possibilidades.

Amy queria esganar o tio, mas manteve a calma, sorrindo docemente.

— Senhor Alistair, pode nos ler o que está escrito ai? — Natalie perguntou, com uma linda nota de pureza na voz. Voz de criança, Amy pensou, mas ela sabia que Natalie deveria ter seus 14, 15 anos.

— Com toda certeza, senhorita. — Alistair levantou o papel na altura dos olhos. Ele ficou em silêncio por mais tempo do que o que Amy achava seguro. — Bem, isso é uma bela novidade. — ele ponderou no final.

— O que, exatamente, é uma bela novidade, tio? — Dan perguntou, tentando retirar o papel da mão do tipo.

Alistair abaixou o papel, olhando nos olhos de cada um dos presentes.

— Bem, parece que vocês terão que dividir algumas coisas... — Ele olhou fixamente para Amy. — O testamente diz que cada um de vocês é dono de 25% das ações da empresa, ou seja, vocês são donos juntos.