As milhares de coisas que Logan poderia ter feito naquele momento se resumiram em comandos nervosos que foram transmitidos aos músculos da sua perna indicando que o melhor que ele deveria fazer era abandonar aquele lugar onde mais um crime brutal e hediondo havia sido cometido por um zumbi sanguinário.

As coisas estavam ficando fora de controle e ele já não via mais saída para que tudo isso terminasse. Doía ver as pessoas morrendo bem diante dos seus olhos e saber que não havia nada que ele pudesse fazer para impedir. Uma completa sensação de impotência era o que preenchia o seu corpo naquele momento. Podia odiar Janeth e querer com todas as suas forças que ela pagasse por tudo que já havia feito, mas sabia que a morte não seria necessária. Nem mesmo ela, que havia plantado tanto mal, precisava colher a morbidez.

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Logan abandonou o pomar e cruzou correndo a quadra, sem se importar com os gritos das pessoas perguntando onde estava a pequena bola felpuda. Ele apenas encontrou com o olhar de Sophia, que olhava esbugalhadamente para o namorado, como se perguntasse internamente o que teria acontecido para ele sair do pomar tão transtornado.

Quando atravessou a porta de madeira e entrou no colégio, ele logo voltou a sentir aquele cheiro podre de carnificina que fazia suas narinas querer coçar. Aquele ar de morte preenchendo completamente Shavely que só poderia ser causado por uma criatura maligna e vingativa como um zumbi. Será que Mark estava por perto? Logan não quis saber a resposta dessa pergunta; subiu as escadas o mais rápido que pôde até encontrar a porta do dormitório e desabar sobre o seu colchão que estava repousado no chão gelado.

Seus olhos já estavam ardendo desde o momento em que vira o corpo de Janeth e foi naquele momento que ele permitiu que as lágrimas escapassem e se transformassem em um choro. Ele poderia se sentir aliviado ao saber que a pessoa que mais lhe atormentou dentro daquele internato agora estava morta, mas sabia que ela não havia morrido pelas verdadeiras causas e sim para servir de alimento a Mark. Apenas isso e era injusto demais. Nenhuma pessoa, nem mesmo Janeth, merecia morrer desse jeito podre.

Um clique na porta fez com que Logan enxugasse rapidamente as lágrimas que banhavam seu travesseiro e que virasse o corpo de modo que sua barriga ficasse para cima. Ele olhou para o espaço que se formou quando a porta foi aberta e visualizou Helena e Sophia. Ambas estavam vermelhas como uma pimenta, gotas de suor escorrendo pelo rosto todo e com o cabelo preso em um rabo de cavalo.

Logan não encontrava forças para dizer qualquer coisa e elas fecharam a porta e adentraram no quarto. Ele percebia que elas estavam pensando em quais palavras usarem naquele momento.

— Hã, você saiu do pomar correndo, — começou a dizer Sophia — aconteceu alguma coisa?

Logan sentou no colchão e sentiu novamente as lágrimas querendo sair dos seus olhos, mas dessa vez ele se conteve.

— Ela não merecia isso. — foi a única coisa que a sua voz embalada pelas lágrimas conseguiu dizer.

As meninas se entreolharam e suspiraram em uníssono.

— Ela quem, Logan? — perguntou Helena — Será que você poderia começar a fazer algum sentido?

— Todo esse tempo e ela sempre dava um jeito de ferrar todo mundo, como se ela gostasse de ver o sofrimento dos outros. — ele encarou profundamente as garotas e elas pareceram se arrepiarem — Mas o destino não precisava pregar essa peça nela. Nada disso era necessário porque eu sei que ela aprenderia com os próprios erros e se tornaria uma pessoa melhor. Ela já estava tentando fazer isso quando sua vida foi brutalmente retirada por...

— Logan, meu Deus, de quem você está falando? — interrompeu Sophia com um desespero evidente em sua voz — Estou ficando aflita! Pare com esse mistério torturante e nos conte logo de uma vez o que você viu de tão terrível naquele pomar que fez você sair correndo daquele jeito.

Logan assentiu e esfregou os olhos com o dorso da mão.

— É melhor vocês sentarem primeiramente.

Helena bufou.

— Logan, você sente tesão em nos deixar agoniada? — ela jogou o corpo sobre a cama de Sophia, a qual fez o mesmo — Que coisa, eu nunca vi um menino tão cheio de frescuras como você.

— Tudo bem, eu vou contar. — ele analisou profundamente as meninas — Mas onde está o Tommy? Ele também vai querer saber o que eu tenho a dizer.

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— Eu vou te matar! — gritou Helena — Onde mais ele poderia estar senão na aula de educação física, seu idiota? Ele não pôde vir atrás da donzela que foge do pomar assustador porque estava ocupado jogando! Mas agora será que dá para parar de putaria e nos contar logo de uma vez por todas?

A voz irritante de Helena entrou como se fosse uma faca dentro dos seus ouvidos e ele não hesitou em finalmente dizer o que havia visto por entre as árvores do pomar.

— Certo. — ele começou — Quando eu entrei no pomar avistei um amontoado incomum de folhas secas que simplesmente estavam escondendo o corpo morto de Janeth.

Ele não sabia que conseguiria dizer tão naturalmente aquelas palavras. O queixo das meninas caíra instantaneamente e Logan se perguntou se não teriam deslocado tal órgão.

— O quê? — perguntou Sophia com a cara enrugada — Janeth morta? Mas eu a vi hoje antes de ir para a cantina. Como ela pode ter morrido?

Helena revirou os olhos.

— Está óbvio demais, não está? Janeth é a vítima misteriosa de Mark e isso indica que o colégio está nas mãos de um zumbi.

Logan ainda não tinha pensado por esse lado. Com a diretoria nas mãos de Mark tudo ficaria mais fácil para que ele botasse terror no colégio e destruísse tudo de uma vez por todas.

— Então esse deveria ser o plano dele desde o início. — disse Logan — Assumir a diretoria do colégio para que pudesse tê-lo em suas mãos.

Helena levou a mão ao queixo.

— Não acho que ele tenha planejado isso desde o início. A situação apenas ficou cômoda para que ele pudesse matar Janeth. Foi como se ele tivesse acertado dois coelhos com uma cajadada só.

Um olhar aterrorizado tomou conta dos olhos de Sophia.

— Temos que fazer alguma coisa! Ele vai matar um por um até não sobrar ninguém para contar história.

Logan não sabia o que dizer. Sua mente ainda estava levemente distante, lembrando-se do corpo gelado e morto da diretora do colégio jazendo por entre as folhas secas.

— Não é hora para se desesperar, Sophia. — a menina ruiva a tranquilizou — Apenas temos que pensar em algo para fazer. A situação está fora de controle.

— O que está fora de controle? — a porta se abriu em um clique e o rosto vermelho e molhado de Tommy apareceu. Suas roupas estavam visivelmente grudadas no corpo suado — Ah, e, a propósito, meu time ganhou o jogo, diferente do de Logan que foi desclassificado por WO.

O garoto deu de ombros e Helena exprimiu um grito.

— Ainda bem que você chegou! Sente aqui do meu lado que precisamos te contar uma coisa sinistra.

Tommy franziu as sobrancelhas, mas sentou ao lado de Helena na cama e disfarçadamente deslocou os seus dedos para que se encontrassem com os dela.

Logan respirou fundo e começou a contar para Tommy tudo o que havia visto no pomar. A reação dele não foi nem um pouco diferente da das meninas e ele piscou os olhos repetidas vezes tentando absorver aquela informação.

— Então Mark é Janeth? Quero dizer, na verdade, quem descobriu que estamos dormindo no mesmo quarto e deu um escândalo por causa disso era Mark?

Todos que estavam naquele ambiente acenaram afirmativamente com a cabeça e Logan falou:

— Ele estava apenas nos investigando e quando descobriu que estávamos no mesmo quarto usou isso para disfarçar que era Janeth. Deveríamos saber que não era ela porque não deu nenhuma punição imediata. A verdadeira Janeth teria nos matado se descobrisse que estávamos dormindo no mesmo quarto.

— Faz sentido, — disse Sophia — mas se não era ela, por que ela ficou tão irritada quando Tommy fez aquela chantagem?

Helena deu um leve tapa na cabeça de Sophia e ela arregalou os olhos.

— Você é tão inteligente para algumas coisas, mas tão lesada para outras. É claro que Mark fez isso para disfarçar. Ele queria que acreditássemos que ele era Janeth.

— Mas quem nos garante que ele não a matou depois disso?

— Eu sei que é informação demais para a sua cabeça, Sophia, mas acorde! — disse Helena exasperada — Já se esqueceu do bilhete? Ele o fez com o sangue de Janeth e então, obviamente, ela já estava morta naquele dia.

Ela assentiu e logo em seguida suspirou profundamente. Seu olhar se perdeu por entre os tijolos que formavam as paredes do quarto e ela provavelmente não estava mais escutando o que os outros estavam dizendo.

— O que faremos agora? — perguntou Tommy.

— Uma coisa que já deveríamos ter ido atrás há séculos: — respondeu Logan — descobrir um modo de matar esse zumbi.

Helena emitiu um ruído que parecia uma risada.

— Não lembra o que aquele livro disse? O governo dos Estados Unidos mantém tal informação em sigilo. É o mesmo processo que eles fazem com a Área 51, que contém possíveis corpos de extraterrestres que estão sendo possivelmente estudados.

— Mas o livro cita o nome do estudioso. — lembrou Logan — Se colocarmos o nome dele na internet provavelmente acharemos alguma coisa. — ele insistiu quando percebeu que o olhar dos amigos estava murcho — Precisamos pelo menos tentar!

— Tudo bem, embora eu ache que não servirá de nada. — lamentou-se Tommy.

Eles se mantiveram em silêncio até que o sinal ensurdecedor emanasse por todos os corredores, fazendo com que se levantassem e fossem em direção à cantina para preencherem o estômago com alguma comida.



Apenas alguns minutos na frente do computador foram suficientes para que percebessem que não havia nada na internet que pudesse ajudá-los a descobrir um modo de aniquilar Mark de uma vez por todas. A única coisa útil que eles conseguiram encontrar depois de muito esforço foi um trecho exclusivo da carta escrita pelo estudioso que foi descoberto e postado em um site estrangeiro:


...e assim a essência do zumbi será consumida.


— Só você para achar que isso ajuda em alguma coisa, Sophia. — disse Helena depois que eles desligaram os computadores e estavam subindo as escadas em direção ao dormitório.

A noite já havia caído há muito tempo e o sinal do toque de recolher estava prestes a tocar a qualquer momento. Mais um dia estava chegando ao fim e nenhum deles havia sido morto. Isso já poderia ser considerado uma vitória em um mundo onde um zumbi dita as regras a serem seguidas.

— Estou achando que você tirou o dia para me aporrinhar. — resmungou Sophia — A única coisa útil que achamos sobre a tal carta e você ainda me menospreza por eu achar que isso pode nos ajudar.

Helena deu uma risada alta.

— Eu sempre tiro todos os instantes da minha vida para te aporrinhar, Sophia. Pensei que já tinha se acostumado.

A garota loira bufou e virou o rosto para o outro lado.

— Foco, meninas, foco! — pediu Tommy — Ao invés de ficar brigando, uma de vocês anotou a frase assim como eu pedi?

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— Eu não brinco em serviço, meu amor! — Helena arrancou um papelzinho do bolso e o balançou na frente da cabeça de Tommy.

— E depois ainda diz que o namoro não é meloso... — sussurrou Sophia num tom tão baixo que Logan achou ser o único que tinha escutado.

— Eu ouvi isso! — disse Helena — E eu não tenho a menor culpa se você nunca usou a expressão “meu amor” ironicamente.

Sophia enrugou a cara numa expressão de ira e apontou o dedo indicador para Helena.

— Olha, cale a boca antes que eu enfie esse papelzinho dentro do seu...

Logan colocou a mão na frente da boca de Sophia e ela parou de falar.

— Opa! Não vamos perder a compostura, meninas. Sem baixarias, por favor.

Os quatro amigos permaneceram o resto do trajeto sem falar uma palavra e Helena e Sophia se encaravam frequentemente. Ultimamente, elas vinham brigando demais...

Depois de alguns lances de escadas e alguns corredores, eles haviam alcançado a porta do dormitório que agora era único. Sophia girou a maçaneta e emitiu um grito quando abriu a porta e acendeu o interruptor. Sua pele ficou mais alva do que o usual e Logan a afastou apenas para dar de cara com Mark sentado sobre um dos colchões.

— Que falta de educação deixar um antigo amigo esperando tanto tempo assim. — sua voz estava rouca — E, a propósito, achei uma graça esse dormitório. Por que não tivemos a ideia de dormir todos juntos antes?

O sangue de Logan ferveu e ele tentou correr até Mark, mas Tommy o segurou pela gola da sua camiseta.

— Seu assassino! — gritava Logan enquanto se debatia para tentar se livrar das garras do amigo — Como tem a coragem de aparecer aqui?

Mark deu um sorriso cínico e Logan percebeu que ele estava semitransformado porque, apesar de ainda estar com o rosto de Mark, seus dentes estavam excessivamente pontiagudos e amarelados.

— Do mesmo modo que você teve a coragem de contar para todos os seus amiguinhos sobre o nosso segredo íntimo.

Logan respirou fundo e Tommy o soltou lentamente.

— Meus amigos valem mais do que uma chantagem estúpida. Demorei a perceber isso, mas escutei o meu coração e ele me disse a coisa certa a fazer.

Mark levantou do colchão e se aproximou deles. Sophia se retesou e se escondeu atrás do corpo de Logan, enquanto Helena e Tommy se mantiveram firmes e rígidos em suas posições.

— Você deve achar que eu sou burro, não é? Acha que eu não ouvi você falando com aquela puta que chama de tia naquele dia que entrei no quarto? Eu sabia que você ia dar com a língua nos dentes, Logan, mas eu apenas estava esperando o momento certo para ter certeza disso.

— Se eu conheço bem espécies da sua laia — disse Helena — você ficou o espionando até conseguir ouvir a conversa que teve conosco quando contou toda a verdade.

Mark mostrou os dentes como se estivesse pronto para atacar alguém em alguns segundos.

— E quem falou com você, sua vadiazinha estúpida?

Helena deu um sorriso.

— Sinto nojo de mim mesma por um dia ter sentido algo por um ser desprezível como você.

— Se você foi tão burra a ponto de se apaixonar por um zumbi, deveria ser pelo menos um pouco inteligente para não querer lavar roupa suja num momento como esse.

Helena olhou indignada para ele e abriu a boca para falar, mas nenhum som saiu. Parecia não encontrar palavras boas o suficiente para rebater aquele argumento e foi assim — quietos — que todos permaneceram até que Mark quebrasse o silêncio.

— É muito bom quando seres inferiores como vocês calam a boca e permitem que eu fale. — Mark começou a andar em círculos — Eu pude ouvir os berros de Tommy quando estava passando pela porta da sala de estar. Percebi que vocês estavam reunidos e esperei ele sair para que pudesse escutá-los. Logo notei que Logan tinha contado toda a verdade e eu quis matá-lo imediatamente, mas sabia que eu teria que esperar um tempo. Minha cabeça estava doendo e eu fui para a parte exterior do colégio em busca de um pouco de ar fresco. E foi quando eu vi Janeth sentada no tronco de uma das árvores, com a cabeça baixa e abraçando os próprios joelhos, e eu tive a ideia mais brilhante desde que eu entrei nesse internato. Se eu matasse a diretora e começasse a me passar por ela, teria tudo o que eu sempre quis em minhas mãos. Poderia transformar Shavely em um regime ditatorial. Ditaria regras estarrecedoras que acabariam com a moral dos alunos. Todos se renderiam a mim e apenas serviriam para serem abatidos e se transformarem em comida de zumbi.

Mark gargalhou malignamente e todos olharam horrorizados para ele.

— Como você pode ser tão sádico a tal ponto? — perguntou Sophia.

— Apenas entenda que é uma questão de sobrevivência. Vocês todos são suspeitos demais para me recriminarem ao fazerem a mesma coisa com os animais que lhes alimentam.

Logan estralou os dedos e algumas gotas de suor já começavam a escorrer da sua testa. Ele estava iniciando um ataque de fúria, mas dessa vez ele se controlaria. Colocou toda sua ira em seu grito:

— Isso é mentira! Você não está apenas fazendo isso para sobreviver! Agora já é uma questão pessoal para você, mas saiba que somos mais fortes.

Mark gargalhou novamente.

— Não me faça rir. Quatro crianças como vocês não são páreas para um zumbi da minha magnitude.

— O que você veio fazer aqui? — perguntou Tommy — Se foi apenas para nos amedrontar com toda essa história de você ter matado Janeth, saiba que já havíamos deduzido e que também sabíamos que o bilhete que você escreveu para amedrontar Logan foi escrito com o sangue dela.

Mark elevou as duas mãos frente ao seu corpo e começou a bater palmas ironicamente.

— E quem disse que isso importa? — ele deu de ombros — Pelo menos vocês passaram no teste de dedução e esperteza.

Helena foi em direção à porta e a abriu, apontando o dedo para o lado exterior do dormitório.

— Se era só isso que você queria, pode sair do dormitório agora. Não queremos que o nosso quarto fique infectado com esse cheiro podre que sai do seu corpo.

Mark se aproximou de Helena e segurou-a pelos braços, enfiando as unhas sobre a sua pele até que ela gritasse de dor.

— Você deveria aprender a manter essa sua boca nojenta fechada.

Ele retirou as garras dos braços de Helena e elas estavam cobertas de sangue. Algumas gotas pingaram no chão e Logan pôde perceber que lágrimas querendo escorrer estavam causando ardência nos olhos da menina.

— Saia daqui! — gritou Tommy, segurando Helena pelas mãos e rasgando o tecido que estava cobrindo os ferimentos. Pequenos buracos vermelhos e sangrentos podiam ser vistos na pele da garota e Tommy apertou-os com o tecido rasgado.

Mark assentiu e, antes de sair do quarto e bater a porta com toda a sua força, disse:

— Só digo uma coisa antes de deixá-los a sós: dias de completo terror estão por vir.