Blackwhite

Calmaria antes da tempestade


…:Normal POV:…

Era mais um dia comum no Departamento de Investigações Criminais de Tokyo, ou simplesmente DIC, como os integrantes gostavam de chamar. O sol estava brilhando, o céu estava azul, os passarinhos estavam cantando, o chefe do departamento estava gritando com alguém pelo telefone e todos estavam assistindo e ao mesmo tempo fazendo seu melhor para se esconderem e evitarem a fúria do chefe.

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– …algo sobre isso e faça agora! – Yagami Hayato, chefe do DIC, finaliza a conversa com um grito, batendo o telefone na mesa com força e fazendo todos por perto se virarem rapidamente e voltarem ao seu trabalho.

O homem olhou pela janela de sua sala e suspirou. Eles realmente achavam que estavam enganando ele? Ele era o chefe do Deparatamento de Investigações Criminais, pelo amor de Deus! Suspirando mais um vez, o homem sentou em sua cadeira, tentando lembrar em que momento exato da conversa ele havia se levantado. Provavelmente no começo, quando ele fora informado que Yamamoto Takashi, o líder de um dos maiores círculos de tráfico de drogas, havia sido libertado da maldita prisão em que fora posto 1 ano atrás. E por que ele fora liberado? Por bom comportamento! Por favor! O homem já havia assassinado dezenas de pessoas, vendido drogas e destruído a vida de mais umas milhares de pessoas e havia sido solto por bom comportamento?! Mas é claro que ele não podia fazer nada! Por que não haviam provas o suficiente para mantê-lo por mais tempo naquela maldita cela! E por que não haviam provas? Porque, convenientemente, qualquer e toda testemunha haviam literalmente sumido da face da Terra. E aqui estava ele, pensando que esse caso estava finamente chegando ao fim, depois de 10 anos, e havia acabado de se complicar infinitamente mais. Agora eles teriam que trabalhar 5 vezes mais para conseguir mais provas para manda-lo de volta para a cadeia e com ele, todos os seus seguidores e comerciantes de drogas.

– C-chefe? – Hayato levantou a cabeça ao ouvir seu assistente o chamar. O rapaz, apesar de jovem, era bastante talentoso, razão pela qual havia conquistado sua posição tão cedo na carreira.

– O que foi, Yasuhara?

– O seu filho está aqui.

– Ótimo. Deixe ele entrar. – ele disse, fazendo um movimento com as mãos para dispensá-lo.

O rapaz fez um aceno com a cabeça e saiu da porta, dando espaço para quem estava atrás dele entrar.

– E ai, pai? – Kei sorriu, completamente a vontade na sala, entrando como se aquela fosse sua casa. Provavelmente era algo como uma 2ª casa para ele. Quando era criança, seu pai costumava leva-lo para o trabalho muitas vezes e ele ficava lá, brincando e observando o pai trabalhar.

– Onde está seu amigo? – o homem foi direto ao ponto. Não tinha tempo a desperdiçar. Não depois do telefonema.

– Aqui está ela! Amu-chan, esse é o meu pai! – Kei sorriu, dando um passo para o lado e revelando a garota, que olhava para todos os cantos, como se estivesse tímida. Mas anos de trabalho o fizeram experiente o bastante para saber quando alguém estava observando o ambiente, tentando descobrir algo. E anos de trabalho também o proporcionaram uma memória acima da média.

– Amu…chan? É você? – Hayato se levantou, o choque evidente em sua face, enquanto encarava a garota a sua frente. Sua mente o levou para anos atrás, quando ele havia olhado para essa mesma garota, que estava bem menor, mas com os mesmos olhos dourados e cativantes herdados do pai.

– Hayato…oji-san? – a garota olhou para o homem a sua frente, que havia frequentado sua casa muitas vezes no passado, para discutir sobre o trabalho com seu pai. Algumas vezes, eles permitiam que ela ficasse com eles, e como a boa garota que era, mas também muito curiosa, ela ficava quietinha no sofá, olhando para os dois homens e tentando entender sobre o que eles discutiam. No final, quando Hayato estava indo embora, ele sempre se abaixava, sorria para ela e perguntava o que ele havia achado da conversa. Quando ela respondia, o homem sorria mais uma vez, passava a mão em seus cabelos e dizia que um dia ela seria tão boa policial quanto seu pai. E ela, como uma garotinha qualquer, sorriria em pura felicidade por ter sido elogiada assim.

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– Eu não posso acreditar! – o homem avançou alguns passos, parando frente a ela – Olha só para você! Como cresceu! Está tão linda!

– O-obrigada. – Amu sorriu, envergonhada com o elogio.

– Onde você estava? Eu procurei por você em todo canto depois que… que seu pai morreu. E-eu pensei que haviam levado você e… - o homem parou, suspirando. Quantas noites ele havia passado pensando onde estava a garota e se ela estava viva.

– Então… vocês se conhecem, né? – Kei olha para os dois, não entendendo a razão para o clima ter ficado tão depressivo de uma hora para outra.

– Hayato-oji-san é seu pai, Kei? – Amu pergunta, sorrindo para o garoto. Ela deveria ter percebido as semelhanças entre eles.

– Isso aí. Da onde vocês se conhecem?

– Ele… era o melhor amigo do meu pai. Eles trabalhavam juntos.

– Ahh, então o seu pai também trabalhava aqui também? Espera! – ele olha para o pai, como se tivesse tido uma revelação – O pai dela é aquele seu melhor amigo que foi assassinado por aqueles homens?!

– Kei!!! – Hayato lança um olhar furioso para o filho, e coloca um braço ao redor da garota, que agora olhava para o chão sem expressão alguma.

– Ah, droga. – Kei murmura, percebendo o que havia feito – Desculpe, Amu-chan. Eu não queria… Não era minha intenção magoar você.

– Está tudo bem, Kei. – a garota sorri para ele, mas o sorriso não alcança seus olhos. – Você não sabia e aconteceu há muito tempo.

– Tenho certeza de que se seu pai pudesse vê-la agora, ele estaria muito orgulhoso Amu-chan. – ele sorriu gentilmente para a garota, passando a mão em seus cabelos e fazendo a garota sorrir com a memória.

– Obrigada.

– Apesar de eu estar muito feliz em vê-la e saber que está bem, tem algo que eu devo perguntar. – o homem fala, indicando para a garota sentar ao lado de seu filho e sentando na poltrona a frente deles – O que você está fazendo aqui?

– Você quem me pediu para trazê-la. – Kei responde.

– Você quer dizer que a Amu-chan é o seu amigo que lhe disse tudo aquilo?

– Isso ai!

– Eu deveria ter adivinhado que mesmo após Tsumugu morrendo, o espirito investigativo dele e a teimosia iriam para você. – Hayato suspira, mas sorri para a garota.

– Na verdade, oji-san, eu queria lhe pedir um favor.

– Sim?

– O que quer que eu lhe conte aqui, você tem que prometer anonimato a mim. Pelo menos por enquanto.

– Anonimato? – o homem a olha surpreso – Não sei bem se vou poder prometer isso. Se o que você tiver para me falar puder ser usado para prender os que estão por trás disso, vou precisar revelar seu nome e ter que lhe pedir para agir como testemunha.

– Eu sei. Eu acredito que o que eu tenho para dizer e… mostrar, vão ajudar bastante na sua investigação. Mas pelo menos por enquanto, eu queria que você não falasse para ninguém da onde conseguiu essas informações. Eu tenho me… escondido de algumas pessoas e não queria que elas descobrissem onde estou.

– Escondido? Você está em perigo? Tem alguém ameaçando você? Porque se houver, eu vou…

– Não! Calma, oji-san. Não estou em perigo nem nada assim. Bem, pelo menos não diretamente.

– Tem certeza? Eu posso mandar alguém para cuidar da sua segurança.

– Não, isso só vai chamar atenção. Eu… meio que sou famosa agora, ojii-san.

– Famosa? Como assim?

– Eu acho que a gente tem muito o que conversar ojii-san. – Amu sorri e Hayato sente um calafrio percorrendo sua espinha. Aquele sorriso…Era igual ao de Tsumugu quando ele estava prestes a se meter em encrenca. Ele já podia sentir a dor de cabeça chegando.

…:Kei POV:…

– Eu estou dizendo, ela está planejando alguma coisa com meu pai. – falo, olhando para o cabeça de vento chefe da gangue do Norte.

– Talvez eles só precisassem de um pouco de privacidade. Você disse que seu pai conhecia o pai dela. Talvez ele quisesse falar sobre isso com ela e não queria que você escutasse com medo de isso machucar ela.

– Por que diabos isso machucaria ela? Seria mais uma pessoa para confortá-la!

– Não é todo mundo que se sente confortável falando sobre alguém que ela amava morto, idiota. – Ikuto-kun fala, passando as páginas de uma revista.

– E o que você entende sobre isso, idiota? – pergunto. Ainda não o perdoei pelo que fez a Amu-chan.

– Kei-kun, não…

– Minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos. Eu acho que entendo o suficiente.

Hmm… Droga. Não pensei que algo assim tivesse acontecido com ele. Será que eu deveria me desculpar?

– É claro que você tem que se desculpar, idiota. – sinto a mão de alguém dando um tapa na minha cabeça e me viro, sorrindo.

– Mas Amu-chan…

– Agora.

– Ta bom, ta bom. – me viro para o idiota e resmungo – Foi mal.

– O que? Eu não escutei. – olho um para ele tentando explodir a cabeça dele com a minha mente. O imbecil ta me provocando!

– Eu disse foi mal! – falo mais alto, olhando para ele com o meu melhor olhar de ‘morra, seu idiota’.

– Ainda não esc… Ai! Amu! – sorrio ao ver ele levando um tapa na cabeça igual a mim. Bem feito.

– Ele já pediu desculpas. Para de provocar ele, Ikuto.

– Você não tinha que me bater. – ele resmunga, massageando a cabeça.

– Não me diga que o grande e todo poderoso líder da gangue do Norte vai chorar porque a pequena e malvada Amu deu um tapinha na cabeça dele. – ela sorri para ele, seus olhos brilhando e escondendo a vontade dela de rir.

– Eu não…

– O bebê quer um beijinho para melhorar? – ela interrompe ele, provocando-o mais ainda.

– Vai ser na boca? – ele pergunta e eu reviro os olhos. Vai começar…

– O que?

– Nós estamos entre adultos aqui, Amu. Se você vai me dar um beijo, tem que ser pelo menos na boca. – ele sorri maliciosamente e eu suspiro, já vendo o corado no rosto dela – A não ser que você queira aumentar o nível e vá me beijar em um lugar mais… escondido dos olhos do público.

– O que?! – ela grita, completamente embaraçada. Não deveria ter começado com isso Amu-chan.

– Vamos ver… Talvez aqui? – ele toca o pescoço dela, e vai descendo o olhar pelo corpo dela – ou talvez aqui? – ele toca outro ponto e desce mais o olhar – ou quem sabe… Ai! – ele leva as mãos a cabeça, gemendo com o tapa que acabara de receber.

– Bem feito! – ela mostra a língua a ele, cruzando os braços e bufando ao sentar no sofá ao seu lado.

– Criança. – ele resmunga.

– Bebê. – ela rebate.

– Ok, ok! Já chega. – Nagihiko-kun se intromete antes que eles comecem a discutir como um casal. Sinceramente, quem olha pensa que eles ainda namoram pelo jeito que se tratam.

– Kei? – olho para a garota que considero minha irmãzinha e sorrio.

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– O que foi, Amu-chan?

– Eu não estou planejando nada com seu pai.

– Não está? Então por que você me pediu água e quando eu voltei vocês tinham sumido?

– Eu pedi para visitarmos o túmulo do meu pai. Desculpe. Eu não queria… magoar você por excluir você disso. Eu só não queria que você começasse a me tratar de um jeito diferente por causa dos meus pais.

– Você é minha irmãzinha. Eu trato você assim e isso nunca vai mudar. – sorrio para ela – Mas se você precisar de alguém para conversar, eu vou estar aqui, ok?

– Hm… - ela concorda com a cabeça, sorrindo para mim. Por que a minha irmã de verdade não pode ser fofa assim? Nunca vou entender aquela garota.

– Tem uma coisa que eu ainda não entendi. – Hotori fala e eu olho para ele, pensando em como minha irmã foi gostar dele. – Por que você levou a Amu-chan para ver seu pai, Kei-kun?

– Meu pai pediu para conversar com a pessoa que tinha me dado as informações. Nesse momento, nós estamos bem no centro da investigação dele.

– Você quer dizer que a gente pode ser preso? – Souma me olha, assustado.

– O que? Não! Eu sou o filho dele e ele sabe que a gente está tentando ajudar a resolver essa confusão. Falando nisso, eu vou precisar que vocês assinem esse papel. – tiro do bolso o papel que meu me deu ontem depois do jantar – Se vocês assinarem, vão estar concordando com o fato de estarem trabalhando em uma cooperação com a policia de Tokyo.

– Então nós vamos ser como agentes duplos? – Souma se anima e eu reviro os olhos.

– Se é disso que você quer chamar. Meu pai quer provas contra a gangue do Akira e ele me pediu para ajudar nisso.

– Eu não acho que toda a gangue dele esteja envolvida nisso. Seriam muitas pessoas para controlar e a maioria tem nossa idade. Não acho que o líder iria querer um bando de adolescentes mexendo com as drogas dele.

– Provavelmente são apenas alguns dentro da gangue. Os mais próximos dele. O resto é apenas peão no tabuleiro. – Ikuto-kun fala, olhando fixamente para o papel.

– Você não vai assinar?

– Estou pensando se isso é seguro.

– O que?!

– Qual é, qual é a policia que iria envolver um bando de adolescentes em uma investigação dessa? Não parece ser muito confiável.

– Ele está certo. – Amu-chan concorda e eu olho para eles chocados.

– Vocês acham que meu pai iria me enganar?

– Você acha que isso veio do seu pai? – ele ri – Você é mais idiota do que pensei.

– Ele é o chefe da investigação!

– Por favor, ele provavelmente tem que dar satisfação ao chefe da policia. Deve ter alguma coisa aqui…Bem, é melhor assinar. – ele da de ombros.

– O que?! Para que você fez esse drama todo se ia assinar?!

– Por favor, não vou receber ordem de ninguém da policia, mesmo sendo seu pai. Mas esse papel me da certa segurança quanto a futuros planos. Vai que eu faço alguma coisa fora da lei? Isso aqui é meu ticket de liberdade. – ele sorri maliciosamente.

– Você é um idiota.

– Ah é! – Amu-chan fala de repente – Kukkai? Utau me pediu para você se arrumar bem para o encontro de você hoje a noite.

– Me arrumar? Por que? Nós só vamos ao cinema.

– Aruto-san quer conhecer você. Acho que ela vai levar você para jantar com ele depois.

– O que?! Mas que droga! Eu tenho que me arrumar! – ele grita e sai correndo.

– Ele sabe que agora que são 3 da tarde, né? – pergunto.

– Talvez…

– Ah! Olha eu! – Amu-chan grita de novo, dessa vez apontando para a revista no colo do Ikuto-kun.

– Hm? Ah é. – Ikuto-kun fala calmamente e eu olho para ele desconfiado. É impressão minha ou ele está fingindo que não sabia que ela estava na revista? Desde que eu cheguei aqui ele está na mesma página, apesar de ele tentar fingir que está lendo, passando as páginas para depois de alguns minutos voltar. Bem, melhor ficar quieto.

– Eu realmente não consigo acreditar que essa sou eu. Estou tão bonita…

– Você sempre foi bonita, Amu. – ele fala com a maior calma do mundo. Qual é o problema dele?! Ele termina com ela e fica falando essas coisas!

– O-obrigada, Ikuto… - ela murmura baixinho, com as bochechas vermelhas.

– O que… Ficando vermelha, Amu? – ele ri – Dá pra ver que você ainda não está acostumada com elogios.

– Ah, cala a boca! – ela grita, mais envergonhada – Você fica vermelho também!

– Eu? Ah tá. – ele ri, como se fosse a coisa mais ridícula que tivesse escutado.

Eu assisto de queixo caido ela se aproximar dele do nada, beijando o canto da boca dele, não longe o suficiente para dizer que foi na bochecha, mas também não tão perto para dizer que o beijo foi na boca. Quando ela se afasta, meu queixo cai mais ainda ao notar que ele tinha um leve vermelho nas bochechas.

– Q-quem está vermelho agora? – ela murmura, apesar de também estar com as bochechas vermelhas e corre para fora da sala, indo embora e deixando todo mundo de boca aberta.

– Uma palavra: Wow!