― Sejam todos bem-vindos! ― disse o professor mais lindo do universo. ― O meu nome é Pietro. Eu sou professor das matérias de Cálculos, para os cursos de Engenharias, Computação e Economia. Estou substituindo a professora Olly exclusivamente neste semestre e irei lecionar a cadeira de Estatística, disciplina básica para todos os cursos da área de humanas e é por isso que temos cursos e fases diferentes nesta turma, já que é optativo fazer a disciplina no primeiro semestre. Essa mistura pode ser bastante interessante!

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Pietro carrega um maço de folhas em suas mãos e entrega pequenas partes para cada primeira pessoa de cada fileira, para que ela distribua aos demais. Sou a terceira da minha fila, pego uma das folhas e repasso as demais para o próximo. Observo o conteúdo rapidamente e volto a fitar o professor e percebo que ele também me olha.

― Vamos começar com a leitura sobre a importância e as principais funções da Estatística, bem como suas aplicações. Quem pode ler pra mim? ― ele olha para todos na sala, mas ninguém se manifesta.

― Eu posso ler ― ergo minha mão.

― Como você se chama? ― ele questiona, abrindo um leve sorriso.

― Meu nome é Lauren Sophia, sou do primeiro semestre de Psicologia ― menciono.

― Certo Lauren, por gentileza ― ele ergue as folhas em sua mão, indicando para que eu comece a leitura e assim o faço.

O texto contém apenas duas páginas e como ninguém interrompeu minha leitura, acabei lendo o texto por inteiro.

― Muito obrigado, Lauren! ― diz Pietro olhando para o texto, em seguida dirigindo-se ao quadro e apresentando algumas fórmulas. ― Alguém conhece algumas dessas fórmulas?

― Média, mediana, soma... ― diz uma garota loira ao final as sala.

― Opa! Muito bem ― diz Pietro, interrompendo a garota. ― Posso saber o nome desta conhecedora em Estatística?

Felicity. Eu faço matemática ― ela responde.

― Então está explicado ― ele sorri para ela, contente por ter alguém que entende o que ele tá dizendo.

― ― ―

― Como eu havia mencionado anteriormente, este trabalho será em conjunto com os veteranos de Letras ― diz Emma, minha professora de Literatura Inglesa, indicando os alunos que também já estavam em sala. ― Vocês poderão escolher suas duplas agora, assim como o tema de desenvolvimento.

Na realidade não conheço nenhum dos veteranos e isso me deixa um pouco preocupada. Esse estado aumenta assim que vejo as primeiras duplas se formando. Uma garota se aproxima de mim e meu coração acelera: é minha chance.

― Oi, tudo bem? ― ela diz ao sorrir.

― Oi, eu sou a Candice. Tudo bem?

― Meu nome é Fleur. Você está sem dupla?

― Talvez não esteja mais.

― É, não está! ― ela pega uma cadeira e coloca ao meu lado. ― Você pensou em algo?

― Pensei em criarmos o projeto “OUAT nas escolas” ― sugiro. ― O que você acha?

― Gosto de Once Upon a Time ― ela comenta. ― Mas como funcionaria?

― Podemos pensar em contação de história, talvez, mas alterando o enredo, assim como funciona na série.

― Legal! Podemos pensar melhor sobre a sua ideia ― ela afirma.

― Ótimo!

― ― ―

― Pode ficar com ele, Viola! ― ela me estende o aparelho de celular.

Estamos no intervalo do período da manhã e combinamos de nos encontrarmos no RLU.

― Não Miah! ― digo, um pouco sem graça. ― Eu não preciso, mesmo!

― Claro que precisa! Como é que vamos falar com você pelo WhatsApp se você não tiver um celular?

― Mas eu não posso aceitá-lo ― falo baixo.

― Claro que pode ― ela insiste. ― Eu não uso mais esse celular, Viola. Só trouxe para emergência, caso esse aqui pare de funcionar.

― Ok então, Miah ― desisto. ― Mas fica combinado que se você precisar vai pedir de volta, sem pensar duas vezes.

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― Sem problemas gatinha! ― ela sorri, enquanto tira o carregador do celular da bolsa e me entrega.

― Que saco! ― Natalie se junta a nós e parece estar bastante estressada.

― O que aconteceu? ― questiono.

― Henry nos passou o primeiro trabalho prático ― ela explica. ― Temos que desenvolver um projeto de trilha sonora para um desfile de moda, em conjunto com os cursos de especialização em moda e fotografia. Então formamos um trio, uma pessoa de cada um dos cursos. Adivinhem!

― Não faço ideia – Miah diz.

― Estou com bests da Suzy! ― ela diz me encarando.

― Nat, você não tem nada a ver com a história, não tem por que ficar irritada ― explico.

― De todo modo, preferia qualquer outro grupo! ― ela menciona.

― Eu imagino ― Miah comenta.

― Mudando de assunto ― Nat fala. ― Como está Marco?

― Sentado em frente aos monitores do meu prédio ― Miah brinca.

― Engraçadinha! ― Nat responde. Lauren e Candice se juntam a nós, chegando juntas.

― Adivinhem quem agora tem celular? ― Miah comenta.

― Jura? ― Lauren diz.

― A Miah me emprestou o antigo celular dela ― respondo.

― Já coloca no grupo, Nat ― diz Candice.

― Ainda está sem chip ― Miah argumenta.

― Por gentileza, compre um hoje mesmo ― Candice comenta.

― Sim senhora ― respondo.

― Pietro me deu aula hoje ― Lauren anuncia sorridente.

― Mais uma nesse grupo apaixonada por esse professor? ― Nat brinca.

― Eu não estou apaixonada por ele ― respondo.

― Claro que não está, você está caidinha pelo Ric... ―Miah interrompe sua fala, olhando para Candice.

― Está tudo bem ― Candice responde. ― Eu não gosto dele.

― Eu também não! ― falo rapidamente.

― Certo ― Nat interrompe. ― Então temos três garotas na disputa pelo professor de matemática. Quem irá conquistar o coração do matemático? Viola, Lauren ou Miah?

― To liberando a disputa para vocês duas ― diz Miah. ― Prefiro o Marco, que aliás, não tenho concorrência.

― Eu não sou obrigada a dividir quarto com minha principal inimiga ― Lauren brinca.

― Acho que enquanto não estiver tudo ok com seu apartamento, és sim! ― respondo brincando.

― É, acho que sou! ― ela ri.

― Preciso passar na biblioteca antes de voltar para a aula ― anuncia Candice. ― Vejo vocês depois!

― Ok, até mais ― Lauren responde, enquanto acenamos para ela.

― Será que ela ficou chateada? ― Miah questiona.

― Espero que não ― digo. ― Não tem nada a ver.

― Converso com ela mais tarde ― Nat comenta. De todas nós, ela é a mais próxima de Miah.

― Vou procurar algum lugar que venda chip por aqui ― digo. ― Aviso vocês em breve.

― A tecnologia lhe diz olá! ― Miah comenta brincando.

― Sua boba! ― levanto-me da mesa, acenando para as garotas.

― ― ―

Ao chegar à biblioteca vejo que Anne está conversando com um rapaz, então resolvo aguardar folheando algumas revistas em cima do balcão. Ela está bastante entretida e não percebe minha presença de início.

― Olha quem está aqui! ― ela sorri para mim e interrompe a conversa com o garoto.

― Oi Anne, como você está? ― fecho a revista e coloco-a novamente no lugar de origem.

― Estou ótima, Candice. E você?

― Estou bem também ― digo, sorrindo.

― Este aqui é Yuru, veterano de Astronomia. Também é um frequentador nato de biblioteca ― Anne diz.

― Oi Yuru! Prazer! Sou a Candice ― estendo a mão para cumprimentá-lo, mas ele me ignora e me dá dois beijos no rosto, me deixando um pouco constrangida.

― Yuru, à disposição ― ele brinca.

― Precisando de algo, Candice? ― Anne questiona, tentando ser útil e quebrar o clima de vergonha que resolveu possui minha vida.

― Ah, sim! ― meus pensamentos estão confusos. ― O que você tem sobre contos de fadas?

― Não muita coisa, Candice ― ela diz, sorrindo. ― Sabe como é, já estamos na universidade e...

Começo a rir da brincadeira sem graça que ela faz, revirando os meus olhos. Em questão de segundos tudo muda drasticamente. Miah entra correndo pela porta da biblioteca, aos prantos. Segura o seu celular com tanta força que penso que irá quebrá-lo em breve. Ela se posiciona em minha frente e apenas mostra o visor do seu celular, sem falar nada. Há outra foto dela da noite da festa.

De repente Miah estreita seus olhos e foca alguém sentado em alguma mesa atrás de mim. Ela corre em sua direção e vejo o garoto levantar, assim que percebe que é o alvo. Provavelmente é o garoto que ela esbarrou ao sair do MC, pela descrição que haviam comentado. Ela pula em cima do garoto e ambos caem ao chão. Ela tenta tirar o celular que está nas mãos do garoto, enquanto todos os universitários destinam seus olhares para o que está acontecendo. Corro imediatamente e puxo Miah pela cintura. Ela está de quatro – literalmente – em cima do rapaz, que está estirado ao chão, sorrindo maliciosamente. Yuru me ajuda a segurar Miah e levá-la para fora da biblioteca, enquanto Anne tenta ajudar o garoto.

― O que foi isso, Miah? ― questiono assustada.

― Ele que fica me enviando essas fotos, Candice. Tenho certeza.

― Mas precisa mesmo fazer escândalo na biblioteca?

― Esse garoto tá me perseguindo. Você notou?

― Independente, Miah ― resmungo.

― Eu não aguento mais isso, Candice ― ela desabafa.

― Nós vamos te ajudar! ― Yuru fala pela primeira vez depois do acontecido.

― ― ―

― Oi, bom dia ― digo ao entrar em uma das lojas dentro do pequeno shopping universitário. ― Eu queria um chip para o meu celular.

― Claro, só um momento ― diz a atendente.

― Olha só quem descobriu a tecnologia! ― escuto a voz de Suzy surgir dentro do ambiente, mas resolvo ignorá-la. A atendente me entrega o chip e em seguida lhe pago pelo produto. Quando olho para o estabelecimento ela não está mais ali. Saio do local dirigindo-me para a sala de aula.

― Ricky me contou que você não deu seu número para ele, pois não tinha telefone ― ela sai do lado de uma parede e começa a caminhar comigo.

― Ok Suzy.

― Como é que você conseguiu esse telefone de última geração? ― ela caçoa.

― Tua vida é tão vazia que você realmente pretende preenchê-la preocupando-se com a minha? ― encaro-a, parando de caminhar.

― Vai me agredir mais uma vez, Viola? ― ela ri debochadamente.

― Não vou sujar minhas mãos com você novamente ― volto a caminhar em direção à sala de aula.

― Então quer dizer que agora você vai conseguir dar em cima do meu namorado por mensagem também!

― Primeiro, eu não tenho interesse nenhum no Ricky e segundo, pelo o que sei, ele não é seu namorado.

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― Talvez você não tenha conhecimento das coisas, de fato.

― E não você não precise se preocupar só comigo.

― O que você quer dizer? ― ela segura meu braço.

― Você sabe do que eu estou falando ― rio levemente. ― Ou talvez não? ― me livro de seus braços e volto a caminhar.

― Você está insinuando que Ricky tem outras pessoas?

― Você quem está falando! A conversa está ótima, mas eu tenho aula agora! Beijo queridinha.

Entro na sala de aula e me vejo livre daquele encosto! Você foi super bem, Viola! Parabéns! Meus pensamentos super me apoiam! Respiro aliviada, consegui passar pela megera sem me descontrolar! Estou ficando boa nisso!