— Hades! – gritou Perséfone caminhando até ele. – Mas que historia é essa? Como permite que ela ande pela terra?

Hades nem a olhou, apenas continuou contemplado a destruição nos campos da punição que ficava na direção oposta dos campos Elíseos.

— Você nunca teve problemas com Dallet, Perséfone.

— Você deixou que a alma dela assombrasse o mundo! Ela é uma alma! Eu estou viva e tenho que ficar aqui!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Hades a olhou profundamente com seus olhos tristes. Perséfone podia estar com a maior raiva do mundo que não conseguia impedir de se derreter ao ver aquele olhar.

— Me desculpe minha deusa. Demeter não permitiria que eu ficasse em seus reinos junto com você, então, se eu deixar você ir, ficarei sozinho e a única beleza que poderia existir nesse reino frio vai se esvair.

Perséfone se sentou no trono do marido e apoiou a cabeça nas mãos.

— Isso não é desculpa para deixar sua sobrinha sair andando por aí com a alma de Urano. Você não entende? Ela é só uma criança e quando Urano decidir parar de brincar, ela vai literalmente explodir em zilhões de pedaços.

Hades se virou. Perséfone estava chorando. Não era por causa do reino de sua mãe, nem pelo mundo. Era porque ela não queria que Dallet terminasse como sua irmã, Despina.

Ela também fora vítima de um estupro e tinha muita mágoa guardada. Perséfone entendia a mortalidade da garota. Ela era como um beija-flor, mesmo cansado e com dor ele se esforça para bater as asas e preservar a sua vida. A cada segundo luta por ela. Assim Perséfone admirava os humanos.

— Você não fez isso por Dallet Blake e sim por Bianca Di Angelo.

— Perséfone, elas estão ligadas agora. Se Bianca morrer, Dallet morre de novo. Nessa vida, Bianca deverá se tornar uma deusa e é o dever de Dallet proporcionar isso. Se seu problema for ficar livre de mim, pode ir.

O deus levantou as mãos e as sombras se moveram. Dentro das sombras, abriu se um portal para outro mundo, belo, florido e claro.

Perséfone queria ir. Ela queria voltar para a primavera, mas ela passou a amar o deus dos mortos e jamais se perdoaria caso o deixasse triste.

Ao se levantar, ela não olhou para o portal. Foi caminhando até Hades e o beijou.

— Eu não vou te abandonar nunca, meu senhor.

–--------------------------------------------------//---------------------------------------------------

Bianca voltou para o chalé de Hécate e viu Dallet deitada na sua cama brincando com fumaças coloridas que alguns campistas de Hécate lançavam um no outro. Bianca achava legais as coisas que eles faziam. Ela também tinha poderes, mas eram relacionados a sombras e aos mortos. Mas não foi só por isso ou pelo Dean que ela escolhera Hécate ao invés de Hades. Tinha também Nico. Ela não sabia se seu irmão a reconheceria, mas ela não sabia se ia aguentar vê-lo sem se revelar e causar à ele mais dor.

— Bianca! – chamou Dallet. – Vem aqui e me conta tudo.

Bianca caminhou até sua cama e sentou se ao lado de Dallet.

— Contar o que? Não teve nada demais.

Dallet sorriu.

— Então ele só te mostrou o que você já conhecia? Da próxima eu vou junto.

Bianca corou.

— Você está pensando que eu gosto dele não é?

— Bianca, isso meio que ta na cara.

Bianca fitou o chão.

— Era isso que eu temia. Será que meu juramento a Artemis ainda vale? Eu não quero ser destruída por nenhuma caçadora.

— Essa historia de Artemis... me conte.

E Bianca lhe contou como Percy tentou impedi-la, de como sentiu que poderia destruir qualquer coisa com o seu novo poder.

— Esse tal Percy tentou te impedir? Vai ver ele gostava realmente de você.

— Não é isso. Ele só queria me trazer para o camp, por ordem de Quíron.

Dallet desviou o olhar.

— Ele é meio lerdo não? Por isso aceitou o juramento?

— Sim para as duas perguntas. Agora, esse lance com o Dean...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Dallet suspirou.

— Precisamos falar com Artemis, urgente.

–----------------------------------------------------------------//--------------------------------------------------------

Por incrível que pareça, Bianca ainda se lembrava o caminho para o chalé oito, o de Artemis. Devia estar vazio agora. Quando estava no meio do caminho parou olhando para o pavilhão.

— O que aconteceu? – perguntou Dallet.

Bianca continuou olhando.

— É ele.

Dallet seguiu seu olhar. Então aquele era o famoso Percy Jackson? Ele não parecia nada demais, não era tão bonito assim, bom... ele era lindo sim, Dallet entendia Bianca por isso, mas não chegava perto de Aktra. Ele a lembrava Jensen e a Mary, mas ao mesmo tempo era diferente e parecia muito mais velho.

— Esse é o famoso Percy... acho que ele está vendo você babando por ele.

Percy vinha correndo na direção dela e a abraçou.

— Como conseguiu? Pensei que tivesse reencarnado à anos...

— Você está me machucando. – ela disse sorrindo. – como me reconheceu?

Dallet estava quase morrendo de rir ao seu lado ao ver a tal cena. Meus deuses, ela jamais pensou que alguém podia ter a cara de pau de fazer algo do tipo na frente de um acampamento inteiro.

—Está brincando? – disse Percy sorrindo. – você não mudou nada.

— Ao contrario de você. Você não era tão forte da ultima vez que eu te vi.

— Perseu Jackson! – Percy tinha esquecido desse mínimo detalhe. – Quem é essazinha?

Annabeth dava medo. Ela lembrava um pouco Dallet, mas não tinha aquele olhar gentil e amigo da garota.

— Annabeth essa é...

—Percy, não fala quem eu sou por favor!

Ele não entendeu o pedido direito, mas o respeitou mesmo assim.

— Essa é Bianca, minha mais nova amiga.

Annabeth olhou firme.

— E é bom que ela continue sendo sua amiga, ou vai ter mortes aqui.

— Eu ainda estou aqui sabia? E não tenho nada com o Percy.

“Ainda” sussurrou Dallet no ouvido de Bianca, fazendo a ficar corada.

— Me desculpa por isso. – a garota tentou sorrir. – eu meio que estou acostumada a ver Percy abraçado com suas “amiguinhas” por aí. Eu sou Annabeth Chase, prazer em te conhecer.

— Prazer. – disse Bianca meio assustada.

— Percy. – continuou Annabeth como se Bianca não estivesse ali presente. – Clarisse está esperando com Quíron na casa grande. Nós precisamos ir.

— Venha com a gente! – chamou Percy estendendo a mão para Bianca, o que deixou Annabeth com raiva.

Bianca segurou a mão dele, mas logo soltou ao ver o olhar assassino no rosto da garota.

“Bianca, não deixa ela te intimidar!” falou Dallet que estava andando ao seu lado. “Pelo que parece, eles são namorados agora. E por que ele te reconheceu e ela não?”

— Não faço a mínima idéia! – sussurrou Bianca baixinho, de um modo que só Dallet deveria ouvir. – e porque acha que eu quero ter alguma coisa com ele?

Dallet revirou os olhos.

“Por favor Bianca, não disfarça. Ta escrito na sua cara!”

— Então Bianca, você é filha de quem? – perguntou Annabeth tentando parecer amigável.

Ela estava a ponto de dizer Hades, mas mordeu a língua.

— Eu não sei. – ela queria soar um pouco mais convincente. – nem acho que eu seja uma meio-sangue.

Annabeth passou a mão pelos cabelos.

— Mas isso é impossível. Mortais não conseguem atravessar o tal portal.

—Eu não atravessei. O cachorro me trouxe aqui.

Percy deu um sorriso.

— Conheceu a Sra. O’Leary, minha cadela infernal. Então ela foi te buscar?

Bianca olhou assustada para Percy. Ele não estava ajudando.

— Eu sabia! – Exclamou Annabeth. – Você está mentindo. E vocês dois já se conheciam.

Bianca olhou para o lado, pedindo para Dallet lhe dizer o que fazer, mas ela parecia tão impressionada como Bianca.

“ Não minta e nem fale toda a verdade. Mostra a faca pra ela.”

Bianca se perguntou como ela sabia da faca. Ela se lembraria se Dallet estivesse perto quando estavam conversando com Anúbis e ele a veria.

— Eu conheci Percy sim, desde que entrei para o camp. – a garota de quem ela havia roubado o corpo sim pelo menos. – E eu não sei de quem sou filha. – ela disse isso pensando no pai de Dallet e em sua mãe, então seria uma verdade.

— Eu não acredito em você. – disse Annabeth.

– Anúbis me mandou aqui. Ele me deu isso. – Bianca mostrou lhe a faca.

Annabeth ia comentar ou falar algo, mas não fez isso.

— Você não se parece com uma filha de Atena, mas se comporta como uma. Vai ver tem uma possibilidade de que você seja minha irmã.

Eles entraram na casa principal, onde estavam esperando os quatro pessoas. Clarisse, Michael Yew, Quiron e para o horror de Dallet, um rosto que ela conhecia muito bem, Dionísio.

Algum tempo atrás, ela o humilhara, ele não estava muito feliz pelo que parece.

— O que faz Aqui? – grita Dionísio. – Esse é o meu acampamento e eu exijo que se retire!

— Vocês dois já se conhecem? – pergunta Clarisse.

Bianca estava se virando para ir embora quando Dionísio a puxou de volta.

— Você não criança, sua amiguinha.

Ouviram se algumas risadinhas, pois não havia ninguém ali.

— Dionísio, - disse Percy. – Zeus não ficará feliz se descobrir que andou bebendo...

— Cale se filho do mar! – e soprou um pó arroxeado sobre Dallet.

Dallet pode sentir seu corpo de novo, o chão e o olhar dos curiosos.

— Explique se criança! – ralhou Dionísio.

Ninguém prestou atenção nele e sim nas duas belas deusas que estavam paradas atrás dele.

—Talvez seria melhor eu explicar. – disse Atena.

Dionísio tremeu. Da ultima vez que eles estavam juntos, ele acabou babando sangue no pátio de uma escola, na festa em que ele próprio havia dado.

— Oi mamãe. – disse Dallet envergonhada.

Annabeth se impressionou.

— Como assim mamãe?