Between Letters and Numbers

Capítulo 28 - Coisinha maluca chamada amor.


“Essa coisa chamada amor. Eu simplesmente não consigo lidar com ela. Essa coisa chamada amor. Eu tenho que tratar dela. Eu não estou pronto. Coisinha maluca chamada amor.”

Crazy little thing called Love – Queen.

Eu conversava com Thomas enquanto arrumávamos as malas para voltar para casa. Aquela semana passou tão rápido, que todos os acontecimentos ainda estavam sendo absolvidos por nós dois. Primeiro teve a carta de Jamie, que tirou um peso enorme das minhas costas. A partir daí, o clima tenso não voltou a nos acompanhar.

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Meu pai levou meu namorado para pescar por um dia inteiro, enquanto minha mãe me arrastou para o shopping, apenas para assistir o novo filme romântico que estava em cartaz. No fim do dia, quando nos reencontramos, parecia que tínhamos ficado meses separados. Esse era o tamanho da saudade que eu sentia.

Na quarta-feira visitamos a casa da minha prima Emily, que acabou de dar à luz a dois gêmeos lindos. Eu fiquei de dengo com os dois garotos, imaginando que um dia seria eu ali no lugar dela e que ficaria imensamente feliz se fosse Thomas quem estivesse ao meu lado.

— Não queria ir embora agora... — Ele lamentou.

— Nem eu, mas você sabe que se não formos, Jasmine fará picadinho da gente.

Falei referindo-me ao aniversário da ruiva que seria no fim de semana. Ela estava empolgada para festejar essa data especial e se não estivéssemos lá, tenho certeza que ela ficaria no mínimo um mês sem olhar na minha cara.

Depois de tudo pronto, descemos com as malas para a sala de estar, onde meus pais nos esperavam.

— Filha, comprei esse presentinho pra Jasmine, espero que ela goste!

Minha mãe não conhecia minha amiga pessoalmente, mas acabou criando um carinho por ela, de tantos elogios e coisas boas que ouviu por mim. Ela entregou-me uma embalagem vermelha e beijou minha bochecha, me dando um abraço em seguida.

— Boa viagem, meu anjo. — Desejou enquanto afagava meus cabelos.

Meu pai se despedia de Thomas simultaneamente e assim que nos soltaram, fomos para fora, tomando um táxi para a rodoviária municipal onde partiríamos de volta para Lincoln.

{...}

A viagem foi demasiadamente cansativa e tudo que eu queria era minha cama macia e aconchegante. Porém, eu não perdia por esperar.

Quando girei a maçaneta da porta, ouvi um grito seguido de uma ameaça. Em poucos instantes, o som de uma panela indo de encontro ao chão me assustou.

— Eu já disse que não gosto de você! Por que raios você insiste nisso? — Jasmine parecia alterada.

— Você acabou de me beijar, sua louca! O que você tem na cabeça? — Reconheci a voz grave de Charles e franzi o cenho, acabando de abrir a porta.

— Não me chame de louca! — Ela grunhiu em alto e bom som. — Eu não te beijei. Você que me beijou!

— Ah sim. Por que certamente fui eu quem te puxei pelo colarinho da sua blusa. — Ele ironizou e eu pude sentir seu tom de voz carregado de sarcasmo.

— Vai embora daqui, Charles!

— Jasmine, por que você não admite de vez? Qual o problema de nos gostarmos?

— O problema é que eu não gosto de você. Nunca gostei e nunca vou gostar. Agora vai embora daqui.

O tom de provocação e brincadeira sumiu instantaneamente após a fala da ruiva. Observei Charles caminhar raivoso e sair da cozinha, dando de cara comigo no meio do caminho.

— Louise, não sabia que estava aí. — Ele disse e eu me resumi a sorrir de boca fechada.

Ele passou por mim logo após acenar lamentosamente com a cabeça e eu segui para o cômodo onde minha amiga louca se encontrava.

— O que foi isso? — Perguntei preocupada.

— Não foi nada. — Ela respondeu dando de ombros.

— Você sabe que pode conversar comigo.

Ela apenas balançou a cabeça positivamente, confirmando que tinha ciência do fato. Seus olhos estavam marejados e seus lábios pressionados em uma linha reta, indicavam que Jasmine tentava prender o choro.

Caminhei até ela e a abracei. Foi o suficiente para as lágrimas virem à tona e as declarações também.

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— O que há de errado comigo? Eu não deveria gostar dele! — Ela disse em um soluço.

— Você nunca me contou o motivo de não poder...

— Nós ficamos e bom, ele meio que desapareceu em seguida. Parou de me ligar, de me responder... Escondia-se de mim, basicamente.

— E você nunca perguntou o motivo?

— Eu não quero saber o motivo! Por que raios agora ele cismou que gosta de mim?!

— Talvez ele estivesse com medo, sei lá...

— Isso não existe, Louise. Ele não gostava de mim e eu não entendo por que ele começou a gostar de uma hora pra outra.

— Jasmine, me desculpa, mas você está sendo infantil agindo assim. Deixa ele se explicar, caramba! Depois de ouvir o que ele tem a dizer, você pode tomar uma decisão melhor. E, bom, tá na cara que você gosta dele.

— Até você, Lou?

— Desculpa, amiga. Tudo o que eu quero é a sua felicidade e o Charles te faz bem, sempre que você o permite.

Jasmine calou-se por algum tempo. Talvez estivesse considerando a minha ideia, ou talvez só voltando para a sua personagem de menina forte e inabalável.

Quando ela voltou a falar, soube exatamente a resposta para a minha indagação:

— Vamos combinar todos os detalhes da festa? — Disse animada, puxando-me para a sala e com a sua máscara devidamente no lugar.

{...}

— Amor? — Thomas atendeu minha ligação no segundo toque.

— Oi, meu amor! A que devo a honra da sua ligação? Já tá com saudade? — Ele disse com o seu tom metido de sempre e eu ri baixo.

— Engraçadinho. — Revirei os olhos. — Estou com saudades, mas não é isso.

— Aconteceu alguma coisa? — Seu tom mudou para preocupado.

— Mais ou menos. Quando cheguei em casa, tava a maior confusão entre Jasmine e Charles. Em seguida ela me disse umas coisas e eu fiquei com uma ideia na cabeça.

— Já até sei qual é sua ideia, amor...

— Não fala com esse tom, Thomas. Acho que a gente podia fazer algo pra ajudar os dois.

— Me conta o que você pretende.

— Bom, tudo aconteceria na festa da Jasmine. Eu ainda não sei direito como faríamos, mas nós precisamos dar um jeito de ela escutar o Charles.

— Isso se ele ainda quiser conversar. Pelo o que você falou, ele deve ter saído daí uma fera.

— E é aí que você entra, meu amor!

— Lá vem bomba...

Ele disse rindo e eu comecei a explicar meu plano. Se tudo saísse do jeito que eu pensava, conseguiríamos juntar Chasmine de vez.