Between

Ponte Para Terabítia


DRABBLE 1

Corria pela colina. A respiração descompassada. “Tinha de chegar primeiro... Tinha de chegar primeiro.” Repetia incansavelmente para si mesmo.
Quando finalmente alcançou a corda, teve uma surpresa, que o fez escorregar e cair de bunda no chão.
Leslie riu da sua cara.
–Que foi, Jess?- ela perguntou debochada.
–Você... eu... eu não entendo... você devia... devia estar...
–Ah, Jess- ela disse, segurando a mão do garoto, ajudando-o a levantar- Só estou morta na vida real. Nos seus sonhos posso estar viva.
Jess olhou para os lados. A Ponte que ele construíra com May Belle, sua irmã mais nova, logo após a morte de Leslie não estava lá. A margem do rio estava escorregadia, porém, tudo que corria era um fino feixe de água, como era, como deveria ser. A corda que Leslie e Jess acharam presa na macieira, que os levava ao seu mundo secreto: Terabítia, ainda estava lá. Sem o horrível corte que Jess havia visto da última vez, que havia feito sua amiga cair no barranco. O tempo estava congelado.
Leslie sorriu.
–Vamos para Terabítia, meu rei!- anunciou.

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DRABBLE 2

–Jess! Jess acorda! Vamos para Terabítia!- gritava May Belle.
Não deu outra! Jess se pôs de pé, e em 20 minutos, ele e May Belle corriam pelas colinas, tentando alcançar o riacho que dividia Terabítia, seu mundo secreto, do mundo real.
Atravessaram a Ponte e se direcionaram para o forte.
Aquele lugar era extremamente nostálgico para Jess...
O vento assoprou forte, fazendo o vestido de May Belle levantar. A garota ficou nervosa com isso, afinal era o reino dela. Bom, dela e de Jess, mas ainda assim, dela.
–Oh, não!- disse Jess, deixando May Belle visivelmente confusa.
–O que foi? O que foi, Jess?
–Trolls- o garoto anunciou.- Vamos se esconda.- puxou a irmã para trás de um arbusto.
–Eu não estou vendo nada!- disse, leia-se gritou, May Belle
–Shhhhh! Fale mais baixo, ou os Trolls nos acharão!
May Belle, subitamente percebendo que era uma das ficções que Jess criava para deixar Terabitia mais divertida, enrubesceu.
–Temos que tirar os Trolls daqui, os os Terabitianos estarão em perigo.- disse a garota.
–Não podemos atacar, somos dois, eles dez, sem contar que eles tem umas vinte vezes seu tamanho.
–Ué! Fazemos uma poção então.
–Boa ideia! Precisamos de lama...
–Uma gota de água...
–Essência de jasmim...
Aos poucos, os dois iam aumentando a voz. Já estavam quase gritando:
–Folha do vento do Norte...
–Pérola de terra...
–Shhh... os Trolls- alertou o mais velho.
–Claro!

DRABBLE 3

Leslie corria em disparada. A visão um pouco embaçada por conta de lágrimas que escorriam por seu rosto. Pela primeira vez desde que se mudara para aquela cidadezinha de interior, não fez nada para impedi-las. Estava magoada. Magoada por Jess ter saído sem avisar, nem chamá-la. Magoada pela professorazinha de música não a ter chamado também. Mas principalmente magoada porque ela queria que Jess fosse seu melhor amigo. Que não ficasse saindo com Sra. Edmunds, a tal professora que Jess sempre tivera uma quedinha.
A chuva batia violentamente contra os braços nus da garota. Os cabelos já não açoitavam mais sua cara como antes, já que e estavam grudados e mais pesados pelas gotas.
Leslie havia chegado no riacho, involuntariamente, já que estava ali, resolveu ir para Terabitia.
A água estava mais alta que nos outros dias. Jess havia dito que era um leito seco há anos. Algo havia mudado dessa vez. Destino.
Leslie segurou firme a corda, indo para frente e para trás. Crac. Para frente para trás.
Seu coração saiu pela boca. A corda se rompeu. Leslie sabia nadar, mas com impacto de cair de água gelada, nem se lembrou disso.
Seu corpo se contraiu ao entrar em contato com o frio. Leslie só se lembrou de prender a respiração após engolir uma quantidade considerável de água. Ela tentou balançar os braços, voltar à superfície, mas o rio era frio de mais para que conseguisse se mexer. Sua visão estava turva. Ai! Algo bateu em sua cabeça. Leslie viu algo vermelho deslizando como em um peixe. Tudo escureceu.
–Jess!- disse a garota, suplicante.

DRABBLE 4

Sra. Edmunds realmente não sabia o que fazer quando Jess entrou na sala de aula naquela manhã de sexta.
No último sábado, a professora havia chamado Jess para ir à Washington, quando o garoto voltara, descobriu que sua melhor amiga estava morta.
Jess nunca tinha sido muito bom em socializar, mas quando ele arrumou Leslie, Sra. Edmunds ficou muito feliz. Jess era um menino especial, era muito legal ele ter achado alguém tão especial quanto Leslie.
Tudo era sua culpa. Caso ela não tivesse chamado Jess... “ele também poderia estar morto” ela mentalizava. Quem sabe virasse verdade?
Jess poderia a ter salvo... Talvez fosse o destino...
–Bom-dia, Sra. Edmunds- disse um garoto de frente.
–Bom-dia, Michaels- respondeu a professora, sem tirar os olhos de Jess, que estava com a cabeça repousada na mesa, como quem está triste por não ter dormido direito.
Ela queria ir falar com o garoto. Mas não sabia o que dizer. Por isso, começou a cantar.
It’s been a long day
Without you my friend
...

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