P.O.V. Aro.

De acordo com os relatórios de Alec quanto mais a criança cresce mais o seu poder cresce com ela. Ela destranca novas habilidades a cada dia, evolui rapidamente.

Tem habilidades de vampiro e magia de bruxa, a mãe a ensina feitiços e como controlar sua sede de sangue. Edward não consegue entrar em sua mente e ela é imune ao poder de Alec também.

Ela vai á escola. Os Cullens acham importante que aprenda a interagir com os humanos desde cedo. Não gosta muito de comida humana, mas consegue comer se for necessário.

Decidi que quero ver as habilidades da criança ao vivo.

P.O.V. Alec.

Eles não vão gostar disso.

—Do que não vamos gostar Alec?

—Aro quer testemunhar o poder da criança ao vivo. Ele quer que eu a leve para Volterra.

—Você sabe que se não tiver a nossa permissão por escrito para tirá-la do país é sequestro, não sabe?

—Sei.

—Eu acho que tudo bem irmos, mas é melhor ficarmos hospedadas em um hotel. Ela é uma criança sensitiva e ficar naquele Castelo não vai fazer bem pra ela.

—Tudo bem.

Depois deles assinarem toda a documentação para transportarmos a criança. A garotinha foi informada de que iria viajar de avião.

Foram apenas ela e a mãe. Ela foi a viajem inteira cantando e balançando as pernas.

A mãe lhe deu um colar de presente de aniversário. Quando finalmente chegamos ao Castelo de São Marcus, ficou de mãos dadas com Isabella e Aro mandou a Guarda para recepcioná-la.

—Oi. Bem vinda ao Castelo de São Marcus.

Disse Jane.

—Não gosto de você. Você é uma vaca.

O queixo de Isabella caiu.

—Querida! Seja educada.

—Não sou eu. São eles. Estão em todo o lugar e estão com raiva.

—Eles quem?

—As pessoas.

—Que pessoas?

—As pessoas. Elas estão em volta de nós, estou canalizando direto delas.

—Canalizando de... Oh, Meu Deus! Vamos logo.

Ela pegou a menina no colo e apressou Jane. Logo estávamos na sala do Trono, mas a garotinha não estava muito atenta ao que o Mestre Aro falava.

—O que está olhando querida?

—As pessoas. Elas estão com raiva, estão presas.

—Olhe pra mim. Renesmee, olhe pra mim. Pare de canalizar, bloquei.

—Mas...

—Bloquei.

—Mas, são muitas. Muitas pessoas, muitas vozes ao mesmo tempo e elas são tão altas e tão furiosas.

—Querida, você é uma bruxa Petrova com um pai vampiro. Bloquei as pessoas e as vozes.

—Do que ela está falando?

—Das almas. Fantasmas, das pessoas que vocês mataram. Mortes violentas geram espíritos vingadores, fantasmas raivosos. Eu podia senti-los, mas aparentemente, ela pode vê-los.

—Mamãe, eu quero ir embora. Eu acho que eu vou explodir.

—Você não vai explodir. Inspire e expire.

Elas ficaram uns dez minutos inspirando e expirando.

—Não ta funcionando. As vozes estão ficando mais altas.

Ela tampou os ouvidos e gritou:

—Não! Parem com isso!

Eu senti o meu corpo sair do chão e ser arremessado longe. A sala foi destruída. Tudo foi pelos ares.

Isabella foi mais longe já que estava mais perto.

—Ei amor, você está bem?

—Estou. Eles foram embora.

—Mas, a sala do Trono foi pelos ares.

—Se isso te incomoda tanto, eu posso concertar.

A menina tirou algo da bota cor de rosa.

—Onde achou isso Renesmee?

—Foi um presente.

—De quem?

—Magnus Bane.

—Ah, Bane eu te mato. Sabe usar?

—Sei.

Ela desenhou alguma coisa na mão com aquele palitinho e conforme ela movia a mão pela sala tudo se concertava.

—Magnus te ensinou essa marca?

—Não.

—De onde veio essa marca?

—Eu não sei. Eu só... sabia ela.

—Extraordinário. Se me permite perguntar, quem é Magnus Bane?

—Ele é só o feiticeiro Mor do Brooklyn.

—Então ele é como você era.

—Não. Feiticeiros são metade humanos metade demônio. A magia deles tem origem nas trevas. Por isso eles não podem por o pé em solo consagrado. igrejas, cemitérios. Eles não podem entrar sem um convite ou viram pedra.

—Viram pedra?

—Literalmente.

—Agora que temos bruxas entre nós talvez possam nos responder o que diabos é isso?

Renesmee falou:

—É uma representação física de um feitiço de ligação. Mas, quem tá ligado á quem?

—Eu. Estou ligada a sua adorável Sulplícia.

A bruxa cortou a própria mão e o grito de Sulplícia foi ouvido. Ela foi trazida até a sala do trono e sua mão estava cortada e sangrando.

—Você não pode fazer isso. Se fizer vai ser igual a eles.

A menininha correu, tomou o nó das mãos de Aro e começou a fazer alguma coisa. O nó flutuou e ela sorriu.

—O que ela está fazendo?

—Fique quieto.

A bruxa tentou atacar a pequena Cullen e ela e Isabella saíram no tapa, então todos assistimos atônitos o nó ser desfeito. Isabella enfiou uma faca na bruxa e a menininha desmaiou.

Isabella empurrou o corpo da bruxa e foi até a filha.

—Querida? Querida responde. Ness, responde.

Então a pequena Renesmee abriu seus olhinhos.

—Eu consegui mamãe.

—Nunca duvidei que conseguiria.

—Á propósito, você me deve uma Aro.

Os ferimentos de Sulplícia cicatrizaram.

—Obrigado.

—De nada. Eu quero doce mamãe, doce me ajuda a recarregar mais rápido.

—Tudo bem. Vamos arrumar um doce pra você comer.

—Como sabia como desfazer o nó?

—Foram os espíritos das minhas ancestrais. Elas me ajudaram, me explicaram o que eu tinha que fazer. Quando as coisas ficam difíceis e é caso de vida ou morte, elas falam comigo, sussurram no meu ouvido.

—Onde vocês vão?

—Arrumar um doce.

—Mas, está sol. Não pode sair sem ser exposta.

—Eu.. meio que posso. Fica olhando.

P.O.V. Aro.

Eu a vi sair no sol e não ser exposta. Ela deu um sorrisinho sacana e acenou pra mim, como se dissesse... tchauzinho.

Quando elas voltaram, a pequena híbrida estava mais feliz, saltitante.

—Você fez a sua mãe sair ao sol?

—Não. Ela fez, antes de se transformar, mas eu fiz os dos primos Denali. Até a Irina.

—Como?

—Um feitiço. Alec?

—O que?

—Você vai me levar pra conhecer o seu quarto? Eu te levei pra conhecer o meu.

—Ahm... Mestre?

—Leve-a. Tenho algumas perguntas para Isabella.

A mãe olhou pra ela encorajando-a.

—Tudo bem. Se ele tentar alguma coisa, sabe o que fazer.

Depois de Alecssandro levar a menina, eu fiquei frente a frente com a mãe.

—Ela é poderosa.

—É. Ela é.

—Você sabe a extensão de seu poder?

—Não. E não me importa.

—Entendo. Sobre a coisa das ancestrais que ela mencionou...

—É verdade. Eu tinha isso quando era bruxa, quando tava empacada, ou triste.

—E a criança pode se comunicar com os mortos?

—Eu sei lá, ela pode ouvi-los, senti-los ,enxergá-los talvez mas não sei se pode falar com eles.

—Ela derrotou Jane antes mesmo de aprender a falar.

—É. Derrotou. Você queria o que? Ela é uma bruxa Petrova. Ela não é qualquer uma.

—Eu estou á par.

P.O.V. Alec.

Ela entrou no meu quarto antes de mim.

—Nossa! Quantas coisas tecnológicas. Pra quem mora num Castelo super velho você está bem.

—Obrigado.

—Uma cama? Porque você tem uma cama?

—Me faz sentir humano.

—Eu não entendo você. Você assassina pessoas e nem liga e tem uma cama porque a cama te faz sentir humano? Você é maluco. Sabe, quando eu te conheci te achei um imbecil.

—E o que te fez mudar de ideia?

—Oh, eu não mudei de ideia, ainda te acho um imbecil só meio que aprendi a gostar disso em você. Olha! Um piano! O meu pai tem um piano, ele me ensinou a tocar. Você quer me escutar tocar?

—Claro.

A música que ela tocou meio que me definia.

—Onde aprendeu essa música?

—Numa série de TV. Eu assisto muita TV.

—E joga vídeo game?

—Não. Vídeo game me deixa enjoada. Mamãe fala que é porque as bruxas tem a glândula pineal mais aberta que as pessoas normais, por isso a gente tem a empatia. Conseguimos nos conectar com os sentimentos das outras pessoas, sentimos o que elas sentem que nem o tio Jasper. Eu consigo sentir outras bruxas e outros vampiros, sinto quando eles usam seus poderes.

—Como assim?

—Eu sei que tem uma bruxa fazendo magia agora. Aqui na cidade. Não sei exatamente onde ela está, mas está na cidade. E a música do piano, era pra você.

—Porque pra mim?

—Porque você tá sempre fazendo coisas pras outras pessoas e as pessoas nunca fazem nada pra você.

O que ela disse me fez pensar, me fez ver algo que eu não via antes.

—Que doce você comeu?

—Um doce italiano. Um rolinho com uma coisa branca dentro.

—Cannoli.

—Você lembra dos seus pais?

—Não.

—Eles iam mesmo queimar você vivo?

—Sim.

—Credo. Deve ter sido horrível. É por isso que você gosta de machucar as outras pessoas? Acha que isso vai te fazer se sentir melhor?

—Eu não gosto de machucar as outras pessoas.

—Você olhou nos meus olhos e mentiu na minha cara. Achei que fossemos amigos, mas é por isso que você não tem amigos. Você é um mentiroso!

Ela saiu e bateu a porta. Ouvi ela falar:

—Castigos Domicus Eternos.

Dai eu ouvi a tranca da porta. E ela falou:

—Você foi malvado comigo e com todas as outras pessoas e por isso tem que ser castigado!

Eu tentei abrir a porta, mas não abria. Não importava quanta força eu empregasse, ela não abria e nem quebrava.

P.O.V. Aro.

Ela entrou na sala toda sorridente, com um sorriso de quem tinha aprontado.

—Renesmee...

—O que?

—Vai me falar o que você fez?

—O Alec foi malvado comigo, ele mentiu na minha cara e mentir é feio. Então, deixei ele de castigo.

—Castigou ele como?

Perguntou a mãe meio assustada.

—Eu tranquei ele no quarto dele. Enfeiticei o trinco da porta. Ele não vai conseguir abrir nem derrubar.

—Vai soltar ele.

—Não. Ele foi malvado. Tem que ser castigado! Ele tem que me pedir desculpa.

—Eu quero ver isso.

Jane foi correndo e Renesmee foi atrás dela.

—Alec.

—Jane. Jane abra a porta!

—Ela não vai conseguir e nem você vai. Pede desculpa por ter mentido.

—Me deixa sair pirralha!

—Não deixo! Você tá sendo malvado! Pede desculpa!

P.O.V. Jane.

Acho que estando sem opções ouvi o meu irmão dizer uma palavra que ele não dizia a muito tempo:

—Me desculpe.

—Agora sim. Alohomora.

Eu vi a luzinha saindo da mão dela e indo para o trinco da porta que abriu fazendo um barulho.

—Pode sair agora.

Alec abriu a porta e saiu.

—Alec.

—O que?

—Abaixa.

—O que?

—Abaixa, pra ficar da minha altura.

O meu irmão abaixou e ela fez algo que ninguém esperava, ela o abraçou. E passado o choque, ele a abraçou de volta.

—Podemos ser amigos agora, amigos não mentem para os amigos. Se você mentir outra vez, eu tranco você outra vez.

—É justo.

Nós voltamos para a sala do trono e Aro pediu:

—Pode demonstrar o feitiço que fez para trancar Alec?

—Essa porta tem tranca?

—Tem.

—Então tá.

Ela se concentrou, colocou as mãos numa determinada posição e disse:

—Castigos Domicus Eternus. Pronto. Vai, tenta abrir.

Mestre Aro tentou abriu a porta, mas fracassou. Todos os mestres e até mesmo Félix tentaram abrir a porta e fracassaram.

—Como abriu a porta?

—Alohomora.

De novo a luzinha saiu da mão dela. E ai ela falou como se fosse óbvio:

—Assim.

Ela empurrou a porta com uma das mãos e ela abriu.

—Fascinante.

—Você não conhece muitas palavras não é?

—Como assim?

—Você sempre usa as mesmas palavras. Devia tentar alguma coisa diferente pra variar.

—Eu soube que você é imune aos poderes de Alec e aos do seu pai.

—É. E dai?

—Será que é imune aos de Jane?

—Sei lá.

—Dor.

—Era pra acontecer alguma coisa?

—Magnifico. Você não está...

—Não. Eu não estou escudando ela, ela está fazendo isso sozinha.

—Posso ir dormir agora? Eu to com sono.

—Claro amor. Vamos voltar para o hotel.

—Tchau. Até amanhã.

Quando amanheceu nós não poderíamos ter sido pegos mais de surpresa.