Heriberto correu até ela que o olhou ajoelhar a seu lado e tentar parar o sangramento, um tiro que era pra ser no coração com o impacto pegou em seu pescoço e ela se afogava em seu próprio sangue, mas antes que fosse tarde demais ela disse em um sussurro.

− Foi por amor... – foi o único que conseguiu dizer e pra ela tudo ficou negro...

− Maldita não pode morrer assim!!! – ele rosnou sentando ao lado dela com as mãos cheias de sangue. – A morte é pouco pra você!!! – chorou por aquele triste fim...

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Era incrível como a maldade podia destruir tantas vidas, Heriberto olhava para aquele corpo sem vida na sua frente e só conseguia sentir tristeza, uma vida inteira fazendo o mal para se terminar daquele modo. A morte com certeza era pouco para ela que merecia pagar em vida pelo que tinha feito a seus filhos e a Victória, mas mais uma vez ela tinha sido fraca e acabado com sua própria vida, deixaria um mar de tristeza para eles que ficariam vivos e teriam que juntar todos os cacos que ela tinha quebrado.

Ele ficou ali sem conseguir tirar os olhos dela por um longo tempo e só saiu daquele transe quando ouviu a voz de João chamar por seu nome...

− Papaaaaiiii... – a voz de João o fez reagir e ele saiu do escritório depois de olhá-la mais uma vez. – O que aconteceu? – falou ofegante com Victória ainda em seus braços.

− Ela se matou...

− Não... – ele negou acreditar. – Ela não fez isso com a gente!!!

Era um pesadelo aquelas poucas horas em que estavam acordados, tantas revelações, tanta dor para assimilar e agora Leonela estava morta sem se quer contar de fato quem era seus pais, estava no escuro novamente e em sua mente veio Joyce, sua pequena sofreria tanto com a morta da mãe. Joyce tinha sido desprezada e maltratada uma vida toda por Leonela e agora ela estava morta para causar mais uma dor em sua menina.

− Victória precisa de ajuda!!! – ele estava ajoelhado no chão com ela em seus braços, não tinha forças naquele momento para tirá-la do chão.

Heriberto foi a ele e se abaixou o beijando no rosto e o consolando.

− Vamos superar juntos porque você sempre vai ser o meu filho!!!

− Só vamos ajudar Victória!!! – não queria falar naquele momento.

Heriberto iria pegar o seu amor, mas ao ver as suas mãos parou, levantou e foi ao banheiro lavá-las e quando voltou ouviu o barulho das sirenes e apenas esperou que eles entrassem, pegou Victória nos braços e a levou até o sofá e com o álcool que tinha pegado no banheiro passou em frente a seu nariz e aos poucos ela foi acordando. João se arrastou até o escritório e sentou na porta olhando o corpo de sua mãe, chorava amargamente por aquele destino e não sabia o que seria dali em diante.

Ele estava perdido e precisaria de forças para seguir, tudo a sua volta era uma mentira e Leonela tinha sido egoísta até em tirar sua vida e levar consigo a chance de saber mais sobre sua mãe. A policia entrou na casa e metade foi até Heriberto e a outra metade foi até João. Heriberto explicou tudo que tinha acontecido ali e ajudou Victória a se recompor, ela não quis ir para o hospital e ficou ali ao lado de seu amor e de João que foi levado para a sala.

Ela o agarrou e ficou com ele em seus braços enquanto Heriberto resolvia as pendências, era um momento de dor e ainda tinha Joyce no meio daquela historia que não precisaria saber daquela historia horrível. Foram algumas horas ali até que eles foram liberados e em completo silencio eles foram para casa, ao entrar em casa João procurou logo por sua irmã e a encontrou vendo televisão com Enrico.

Ele a pegou nos braços e a abraçou forte, queria chorar novamente mais segurou suas lágrimas e sentou com ela em seus braços. Joyce estranhou o jeito dele e toda linda como era tocou seu rosto e o beijou um monte de vezes.

− O que aconteceu que você estava chorando? – não era boba.

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− Eu preciso te dizer uma coisa que vai te deixar bem triste!!! – respirou fundo.

Ela o olhou e depois olhou o pai.

− O que aconteceu?

Victória foi até o sofá e pegou o filho nos braços e o encheu de beijos e ele a agarrou sorrindo.

− Aconteceu uma coisa muito ruim hoje e a mamãe foi morar com o papai do céu!!! – usou as melhores palavras para dar aquela noticia para ela, mas sabia que não seria nada fácil.

Joyce ofegou e encheu os olhos de lagrimas, nunca tinha recebido muito da mãe, mas saber que ela tinha morrido a desgarrou por dentro.

− Morreu? – um soluço escapou de seus olhos.

− Sim, meu amor!!! – Heriberto foi para perto deles. – Leonela agora esta em um lugar melhor!!! – não era o que pensava, mas sim o que precisava ser dito a ela.

Joyce não precisava saber o monstro de mãe que tinha e quando fosse a hora certa ele contaria a ela a verdade, mas naquele momento era melhor que ela ficasse com as poucas e boas lembranças de Leonela, ela chorou agarrada ao irmão e Enrico ao vê-la chorar também chorou agarrado a mãe. Era um momento difícil e aquela família precisava ficar junta para que todos os pedaços fossem colados e eles pudessem seguir em frente.

À medida que as horas iam avançando Heriberto junto a João resolveram tudo sobre o enterro de Leonela e quando seu corpo foi liberado, eles a levaram para a capela para que algumas poucas pessoas se despedissem dela, Joyce ficou o tempo todo nos braços do irmão e hora ou outra chorava ao olhar o caixão de sua mãe, ele se manteve firme e não derramou mais nenhuma lágrima por ela, Victória achou melhor não levar Enrico e depois de muito choro dele tinha conseguido sair de casa quando ele adormeceu. Ela ficou todo tempo ao lado de João e Joyce e esperava o momento em que Mayra entrasse por aquela porta porque ela tinha certeza que ela entraria e seria o momento que ela seria presa.

Havia alguns poucos policiais espalhados por ali para prendê-la, Victória tinha a denunciado e pedido que eles a prendessem ali e não demorou muito para que ela atravessasse a porta de vidro com sua cara lavada e uma falsa tristeza que somente era percebida por eles que eram íntimos e sabiam perfeitamente de sua índole. Mayra se aproximou do caixão e o tocou sussurrando algumas palavras.

− Idiota!!! – suspirou fingindo sofrer. – Já vai tarde!!!

Olhou para Heriberto e sua família e se aproximou deles, beijou Joyce e João falando algumas palavras e parou frente a Heriberto, ela o beijou no rosto e o abraçou aproveitando da situação e sussurrou em seu ouvido.

− Eu sinto muito por isso e quero que saiba que pode contar sempre comigo!!! – o soltou e ele apenas assentiu e ela olhou para Victória com um meio sorriso. – É muita cara de pau a sua vir no enterro dela. – queria arrumar uma cena, mas Victória não iria permitir.

− A cara de pau é a sua, mas você terá o que merece!!! – foi somente o que disse e olhou para o lado e autorizou o policial a prendê-la. – Chegou a sua hora Mayra!!! – e o policial a segurou pelo braço a fazendo arregalar os olhos...