Beijo Escarlate

Capítulo especial: Seiko e Keiji – Parte 2


Keiji me visitava quase todos os dias no meu quarto. Logo depois de me morder, ele dizia para eu me alimentar melhor para não ficar doente. Ele era claramente um sádico, mas eu percebia que demonstrava certa preocupação comigo. Ele me mordia sempre. No corredor, no banheiro enquanto tomava banho e até me levou para o quarto dele uma vez, me deitando na cama e me mordendo enquanto tocava meu seio. Fora o desconforto que eu sentia com o que ele fazia, eu gostava do final. Ele me beijava e me colocava ao seu lado, pondo um braço em volta de mim. Ficávamos apenas ali, juntos. E eu gostava dessa parte, era a melhor.

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O inverno estava quase acabando e eu estava no quarto, ansiando pela Primavera. Megu disse que seu casamento seria nessa época e eu estava ansiosa, queria vê-la se casar, saber como seria. Eu já tinha estudado a transformação que viria depois do casamento, agora estava na parte da etiqueta, mas mesmo sabendo eu queria assistir com meus próprios olhos.

Suspirei e vi a luz do sol recuar aos poucos, anoitecendo. Abaixei o olhar ao chegar a noite e ouvi a porta do meu quarto se abrir.

– Keiji?

– Vem. – Ele me puxou pela mão.

– Hum?

Ele parou e abriu meu armário, pegando e enrolando um cachecol no meu pescoço.

– Cala a boca e anda logo. – Ele disse.

Tive vontade de rir, mas fui com ele. Depois de alguns minutos andando, saímos do castelo. Andamos de mãos dadas até uma rua onde havia arcos de madeira, que davam para uma grande porta. Quando entramos vi uma floresta que estava branca pela neve. Estava de noite, mas mesmo apenas as tochas iluminando eu fiquei maravilhada com aquele lugar. Deve ser esse lugar que Megu disse na primeira visita. Keiji e eu ainda estávamos de mãos dadas e eu o olhei, dando um sorriso. Ele percebeu e virou o rosto, emburrado. Me puxou e voltamos a andar. Ele cumprimentava todos que passavam e acabamos nos afastando demais de todo mundo. Keiji parou em frente a uma árvore bem alta e me pegou no colo de repente.

– Etto...!

Ele saltou e subiu num galho. Fiquei boquiaberta, era muito alto! Ele saltou de novo e segurou em outro galho, se segurando e subindo nele, se ajoelhou e se sentou em seguida me pondo sentada entre suas pernas.

– Anou...

– Olhe. – Ele disse apontando para o lado oposto.

Me virei e fitei o horizonte logo atrás da parede montanhosa. Keiji me puxou e me fez escorar as costas em seu peito. Meu cabelo estava solto e a brisa o movimentava levemente, senti Keiji respirar fundo e calmamente. Eu via o horizonte estrelado e sorria pensando que ele me trouxe ali para me mostrar aquele lugar lindo. Keiji pôs os braços ao meu redor como se me abraçasse. Me virei para ele e pus a mão gentilmente em seu peito, encolhendo minhas pernas. Ele me olhava calmamente e começou a mexer no meu cabelo.

– Você gosta de mim? – Perguntei suavemente.

– Não sei... – Ele disse.

– Hum... – Encostei minha cabeça nele, próxima ao seu pescoço – Tudo bem. – Sorri – Eu gosto de você.

Ele abaixou o olhar me fitando e voltou a mexer no meu cabelo, pondo uma mecha atrás da minha orelha. Passou gentilmente os dedos pelo meu pescoço e o senti ficar ofegante. Me endireitei e o olhei. Sorri, tirando o cabelo da frente do meu pescoço e o abracei, deixando meu pescoço próximo do rosto dele.

– Nee? – Disse suavemente – Seja gentil, por favor.

Ele me olhou e eu não soube identificar sua expressão, apenas fechei os olhos. Keiji me abraçou e mordeu meu pescoço. Mordi o lábio quando senti suas presas, mas agora não parecia ser tão ruim. Ele bebeu meu sangue por poucos segundos e cessou, suspirando e limpando a boca. Eu pus a mão nas marcas e depois o dedo na boca.

– O que está fazendo? – Ele deixou uma risada escapar.

– Queria saber qual era o gosto. – Torci a expressão.

Ele balançou a cabeça querendo rir e me olhou.

– Pra você não vai ter um gosto bom.

– Por quê? – Perguntei em dúvida.

Ele me olhou com obviedade.

– Ah, gomen... – Abaixei o olhar com vergonha.

– Hum.

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Ele pegou minha bochecha e me fez olhá-lo. Vi seu sorriso gentil e de repente meu medo por ele parecia nunca ter existido. Ele aproximou o rosto, me olhando nos olhos. Acalmei meu olhar, extasiada.

– Você é tão linda... Seiko.

Sorri levemente, ele disse meu nome. Se aproximou mais e me beijou. Eu sentia aquele beijo gentil e começava a me apaixonar por ele. Os dias e semanas se passaram e Keiji a cada dia se tornava mais e mais gentil comigo. Eu fiquei muito feliz, não sentia mais medo dele e ele parecia gostar de mim. Como havia prometido a mim mesma, fiquei com Megu o tempo todo quando Shu-sama não estava com ela. Ela me contava enquanto passeávamos pelo castelo que ele era bom com ela, romântico e gentil. Ela perguntou com uma expressão cabisbaixa como eu estava com Keiji. Eu não contei que ele me deixava apenas com meu vestido debaixo e me beijava enquanto me acariciava, mas disse a ela que eu estava feliz e que suspeitava que ele gostasse de mim. Ela ficou surpresa e deu um sorriso.

– Nee, Megu?

– Hum. – Ela sorriu enquanto andávamos.

– Você sabe se Shu-sama já... Sabe.

– Mordeu outra pessoa? Já sim. – Ela sorriu – Mas ele disse que nunca como ele me morde, disse que o beijo escarlate é algo íntimo entre os vampiros e como eu vou virar uma em breve...

– Ah, hai... – Disse – Mas... Você sabe se ele já dormiu com alguém?

Ela parou de repente.

– Dormir como...

– Hai.

– Hum, acho que não. – Ela pensava – Nunca toquei no assunto e prefiro não tocar, mas... Tenho quase certeza que não, porque isso talvez o fizesse se apaixonar pela mulher. E ele mesmo disse que mantinha distância para isso não acontecer. Além do que ele se controla comigo por causa das regras do casamento.

– Hum. – Assenti.

– Por quê? Você acha que Keiji...

– Não... É que... Hum, não sei. – Disse sem ter um pensamento concreto – Eu gosto dele, mas não sei se ele fez a mesma coisa que Shu-sama.

– Entendo. Mas... Seiko.

– Hum? – Sorri.

Ela me olhou um pouco hesitante e desviou o olhar, cabisbaixa.

– O que foi? – Perguntei preocupada.

– É que... Hum, não quero te ver triste, mas não quero esconder isso de você.

– O que houve? – Perguntei nervosa.

– Ele... Me mordeu uma vez.

A olhei, paralisada.

– Uhm... Hai. – Disse cabisbaixa – Arigatou.

– Seiko...

– Não, tudo bem. – Disse, mesmo querendo chorar – Estou feliz por você querer me contar. Arigatou.

Ela tentou sorrir, mas percebi que estava triste por me ver daquele jeito. Voltamos a andar e a conversar sobre outras coisas. Eu estava na metade dos meus estudos e já sabia como seria o casamento e a transformação logo depois dele. Fiquei receosa, mas na hora feliz. Era como se eu quisesse mesmo passar minha vida com Keiji. Mas agora... Eu não tinha mais certeza disso. Fiquei realmente triste por ele ter mordido minha irmã, mesmo tendo sido antes de me conhecer. Mas mesmo assim, ele sabia que ela vai se casar com o irmão dele.

Na noite do dia seguinte, eu estava pronta para dormir e me deitei quando a porta do meu quarto se abriu. A fitei e vi Keiji entrar, o que me fez virar para o lado para não vê-lo.

– Já vai dormir?

– Hai. – Disse friamente.

Ele se aproximou e sentou ao meu lado na cama.

– Daijoubu?

– Hai. – Menti.

Ele mexeu no meu cabelo e eu me encolhi para ele parar.

– O que você tem? – Ele franziu a testa.

– Nada. – Menti.

Keiji me pegou pelo braço e me fez sentar a força.

– Fala. – Disse irritado.

– Por que você mordeu a Megumi? – Perguntei com os olhos marejados.

Ele desfez a expressão rígida, me olhando surpreso.

– Isso tem tempo, não significou nada. – Ele desviou o olhar.

– Por que você mordeu ela? – Insisti.

– Porque é isso que fazemos. – Ele me olhou irritado – Vai ficar com raiva de mim? Eu só bebi o sangue dela!

Desviei o olhar querendo chorar. Ele me largou irritado e foi em direção à porta.

– Não acredito que eu queria passar minha vida com você, bakayarou! – Exclamei chorando.

Ele parou e me olhou com a testa franzida, parecia surpreso. Voltou para a cama com o passo apressado e deitou nela, arrancando os sapatos com os pés.

– O que...? – Recuei em dúvida.

– Eu também, idiota... – Ele disse, tirando o paletó.

– Hã...?

Ele me deitou e me beijou intensamente.

– O que... – Disse ofegante.

Keiji se sentou e tirou a camisa com pressa, quase arrancando os botões. Me sentei e arregalei os olhos, apertando minha camisola na altura do peito.

– Pára... – Disse quase inaudível – É contra as regras...

– Não! – Ele exclamou me olhando – Não me importo, eu quero você.

O olhei surpresa. Keiji tirou a calça e me fez deitar com ele, me beijando. Apertei seu braço, ofegante.

– Nande...

– Eu gosto de você, idiota. – Ele disse enquanto me beijava – Não sei se eu vou te amar, mas já é grande coisa pra mim eu gostar de você.

Algumas lágrimas caíram por eu ter ouvido isso dele. O beijei de novo e ele começou a subir minha camisola, tirando-a em seguida. Acariciava meu corpo enquanto me beijava e se pôs entre minhas pernas. Apertei seu braço, estava com medo. Ele cessou o beijo e me olhou, pondo uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.

– Meu pai vai gritar muito comigo, mas eu quero você. – Ele disse – Vou ser gentil.

– Hai... – Disse nervosa.

– Eu nunca dormi com alguém.

O olhei surpresa e sorri. Ele sorriu e me beijou, voltando a acariciar meu corpo. Enquanto ele o fazia eu comecei a ficar ofegante. Ele beijou meu pescoço e se encaixou em mim, gemi por causa da dor e ele me beijou. Keiji me queria, ele me queria mesmo! Não sei o que o rei faria com ele e esperava que não fizesse nada, mas eu fiquei muito feliz por termos passado a noite juntos. Ele foi gentil e carinhoso, o homem que eu jamais imaginei antes que ele poderia ser. Eu adormeci logo depois e o senti me abraçar. Na manhã seguinte ouvi a voz de Keiji dizendo algo. Abri os olhos e fitei Nana.

– Não conte isso pra ninguém. – Keiji pedia.

A expressão dela era de extrema surpresa com pavor.

– H-Hai, Keiji-sama. – Ela disse.

Me sentei rápido, me cobrindo.

– Nana...

– Não vou contar a ninguém, senhorita. – Ela disse.

Nana fez uma reverência nervosa e se retirou rápido. Keiji suspirou e deitou.

– O que houve? – Perguntei.

– Ela veio trazer seu café da manhã e nos viu. – Ele disse com os olhos tampados pela mão.

– Ah... Ela não vai contar nada, ne?

– Não. Ela é sua empregada, qualquer coisa que queira que seja um segredo, ela vai guardar pra você.

– Hum. – Disse e suspirei aliviada.

Depois do que fizemos eu quis muito contar a Megu, mas não podia. Se ela talvez contasse a Shu-sama, ele poderia contar aos pais e Keiji poderia ser castigado. Keiji e eu passamos a dormir muito juntos. Como eu gostava de tomar banho sozinha e havia conversado calmamente com Nana sobre ele, ela me deixava sozinha no banheiro e ele aparecia dentro da banheira, me surpreendendo. Eu ria e tomávamos banho juntos, com algumas coisinhas a mais. Eu esqueci o que ele havia feito com minha irmã já que ele gostava de mim. Agora estava feliz por estar no castelo, o que na verdade eu nunca pensei que ficaria. Na verdade... Eu amo Keiji.

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Em algumas semanas ocorrerá o casamento de Megu e todos começaram a correr pelo castelo para os preparativos, já que as outras duas grandes famílias viriam como convidadas. Eu estava ansiosa e feliz por ela, era o que ela realmente queria. Eu estava tão feliz por ela que comecei a ansiar pelo dia do meu casamento com Keiji. Logo depois dela, seria minha vez. E eu estava realmente feliz por ele ter me escolhido.