Os brilhantes estandartes do exército liderado por Daario haviam sido colocados nas portas para a luta. Nunca antes, via-se um povo mais ansioso pelo fim daquela aflição. Eles esperavam algo de Jon e nisso vinha todo o peso daquela responsabilidade. Nunca sonhara em ser um rei de nada. Mesmo sendo Comandante da Patrulha, não havia amor pela patente que ostentava. Mas depois de tanto tempo dando sua vida a isso, de algo poderia ter certeza: aquele era seu dever. Tinha um dever a cumprir com aquelas pessoas, com Dany e com seu bebê. Morreria por todos eles, mas se os deuses de seu pai lhe permitissem, gostaria muito mais de viver, pegar seu filho ou filha nos braços, queria estar ao lado de Dany quando isso acontecesse, gostaria de sua família unida como nunca houvera antes.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Você deseja demais!”— Dizia a voz em sua mente. Sabia que as batalhas eram cruéis, que nada disso tinha final feliz no ardor de uma guerra, porém precisava viver, precisava derrotar o homem que sequestrou sua família. Ela merecia isso dele, mesmo que ele não merecesse o amor dela.

Presumiu que o homem sentado no grande trono de bronze, fosse Daario. Seus intendentes ao lado que cochichavam incansavelmente ao seu ouvido, o fizeram entender algo, aquele homem tinha homens que trabalhassem por ele. Não sabia por quanto tempo havia sido assim, porém aquilo não importava. Era a vida de Dany e de seu filho que estava ali, a mercê de um rosto presunçoso e déspota.

— Então você é o bastardo que voltou dos mortos? Conte-me, Jon Snow, o que viu de tão terrível do outro lado que o fez correr para as saias de minha amada? - As palavras foram jogadas com desprezo, como se realmente Daario não fizesse ideia de que ele era seu rei também.

— Ela se apaixonou assim que me viu? - Jon fez apenas questão de sorrir. - Alguma dúvida sobre o fato de que ela não lhe amou nunca?

— Aposto que pensava em mim. - Ele recostou-se na cadeira, visivelmente enfurecido, apesar de não deixar escapar qualquer esbravejamento.

— Não veio me fazer perder tempo com suas ilusões infundadas, certo? - Jon disse com avidez. - Veio com sua dignidade me propôr um combate se não estou enganado.

— Exato. Será um prazer talhar a sua cara de bastardo ao meu bel-prazer. - Sorriu de lado e Jon contou todos os White Walkers para não perder a cabeça ali mesmo e acabar com aquela história maluca.

— Não posso esperar. Que seja hoje, ao entardecer. - Jon ordenou.

— Isso se dará quando eu quiser, bastardo. - Disse o arrogante a sua frente.

— Se está tão certo de que me vencerá, porque tenta adiar? - Jon zombou, era sua única chance de fazê-lo apressar aquilo. - Os lordes de Westeros odiariam um rei covarde.

— Eu os mataria. - Disse simplesmente.

— Até o mais inteligente dos homens sabe que isso não seria possível. Que espécie de comandante é você, que mal sabe sobre estratégia. - Desdenhou Jon. - Agora entendo o porque sitiar a cidade, ninguém poderia descobrir que seu Comandante não passa de um peão mal encaixado.

— Como se atreve, bastardo. - Daario se levantou do trono e gritou enfurecido. - Morrerá hoje bastardo e o matarei na frente dela, pra aprender com quem está se metendo.

Antes do entardecer, Jon pedira para ficar sozinho em seus aposentos, mantendo todos apreensivos pelas horas que se passaram. Logo que saiu, todo os homens começaram a se debandar em direção a Arena. Ele tinha um colete de couro sem mangas, e sua calça. Embainhou Garralonga e rezou aos Deus Antigos de sua terra fria. Nenhuma palavra foi dita, ele encaminhou-se até lá a pé com dez mil homens, impondo a cidade um mar de vermelho de amarelo, um mar de fogo da casa Targaryen, os homens dragões que tinham armaduras em escamas vermelhas, amarelas e alaranjadas brilhantes como o sol. Seus elmos com gravuras rústicas do fogo e suas espadas, forjadas pelos dragões de Daenerys, agora eram as novas espadas de aço valeriano.

Os portões se abriram a sua frente e o fizeram vislumbrar uma multidão eufórica com sua entrada. As pessoas gritavam em uníssono, bem no alto da Arena, e as pessoas gritavam diferentes coisas, mas todos queriam ver apenas uma, queriam ver a batalha do Rei Lobo contra o Comandante de Meereen. Ele a passos lentos caminhava em meio aos louvores do público. Ele a viu em primeiro plano, por mais afastada que estivesse de Daario. Ela brilhava a luz do sol, a pele alva e seus olhos violetas reluziam como pedras preciosas. Ela estava mais linda que da última vez que a vira e seu coração retumbou no peito. Ao longe ele a viu protegendo a barriga, dali tão pequenininha. Seu bebê, ela e tudo lhe vieram como um filme em sua cabeça. A primeira vez que a vira e sabia que tão prontamente se encantara. Amava-a quando a vira dormir por noites a fio, avama-a quando sorria para ele, amava-a quando acordava, amava-a quando tinha mau-humor, amava-a e só.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Daario desceu para a Arena e ali percebeu que Dany finalmente o havia encontrado, ela lhe sorria e segurava seu ventre com as duas mãos. Seu olhar de sofrimento me mandava boa sorte. Eu lhe sorri, precisava avisar que só sairia dali com ela em seus braços, de volta no seu abraço para sempre.

Daario chegou a uma distância dele, tapando sua visão para a esposa.

— Não olhe muito, pode acabar chorando, bastardo. - Ele tinha tanto o desejo de tirar daquela cara aquele sorriso. Derrubá-lo por fazer isso com sua família, que voltaria mais forte, tudo renasceria.

— Você não viverá o suficiente para vê-la sair daqui comigo. - Sorriu para ele, os nervos tomavam conta de seu corpo, mas relaxou. Segurou o cabo da espada, serpenteando seus dedos ao seu redor. Seus sentidos só tinham um objetivo. De olhos fechados, ele sentiu Ghost em sintonia. Daario pareceu sobressaltar-se com a impressão de ver os olhos vermelhos reluzir nos de Jon.

— Tire sua espada Jon Snow, morra em toda a sua honra. - Daario retirou a espada da bainha e rasgou o ar a frente do rei. Ele parecia ter orgulho de sua arma, porém mal sabia o que a sua sabia fazer.