Beauty and the beast

Capítulo 2


POV Bela
Eram oito horas da manhã e como sempre eu estava saindo de casa para ir a livraria. Sempre gostei muito de ler. Acho incrível o que os livros fazem conosco. Nos fazem sonhar. Nos fazem descobrir. Mas infelizmente a maioria das pessoas da aldeia não pensa assim...Quase todas as mulheres da aldeia sempre me diziam que eu deveria me preocupar mais em arranjar logo um bom marido do que com livros e histórias. Mas eu nunca ligava para o que elas diziam e sempre recusava as diversas propostas de casamento que eu recebia com bastante frequência de um monte de metidos que achavam que bastava ter dinheiro e um belo rosto para me conquistar. É claro que não bastava! Eu jamais me casaria com alguém que não me amasse de verdade e que gostasse de mim apenas pela minha beleza. Eu queria alguém que visse mais do que isso...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Enquanto caminhava pela aldeia, ia cumprimentando cada pessoa que encontrava e ia observando cada detalhe daquela pequena cidade. Eu já a conhecia como a palma da minha mão. Todos me conheciam e a me cumprimentavam e minha rotina era sempre a mesma. E eu estava sempre cansada dela, mas não havia nada que eu pudesse fazer.

No caminho para a biblioteca devo ter esbarrado em umas três ou quatro pessoas. Confesso que sou um pouco... Desastrada. Acho que fico pensando tanto nos meus livros que acabo não prestando muita atenção na rua. Mas, por sorte, a quinta pessoa em quem eu esbarrei naquele dia foi minha melhor amiga, Anna, a única da cidade que conseguia me entender e que me dava razão. Assim que me viu, Anna me perguntou o que eu estava fazendo andando sozinha pelas ruas da aldeia.:

–Vou a livraria, é claro. Quero ver se tem algum livro novo. Vem comigo? - respondi.
Ela fez uma expressão de tédio e disse:
–Mas você não foi a livraria ontem Bela? Ai ai, você e essa mania de leitura...
Fingi ter me ofendido e continuei seguindo meu caminho, quando ela falou:
– Está bem Bela. Eu vou a livraria com você. Não tenho nada para fazer hoje mesmo.
Ela segurou minha mão e fomos caminhando juntas pela rua. Chegando lá, perguntei se havia alguma novidade e como a resposta foi negativa, decidi pegar meu livro preferido. Tanto Anna quanto dono ficaram surpresos com a minha decisão pois, bem, já havia lido aquele livro três vezes. O dono da livraria , um senhor bastante simpático ficou tão surpreso com a minha escolha que quis me dar o livro de presente. Apesar de adorar aquele livro, eu não quis aceitar aquela proposta. Eu sabia que ele era um homem pobre e que precisava de dinheiro. Mas como ele insistiu, acabei pagando o livro pela metade. Enquanto Anna assistia àquilo revirando os olhos, vi uma menininha na rua, uma mendiga provavelmente, pedindo esmola para todos os que passavam. Ver aquela cena me deixou tão comovida que, bem, como tenho um jeito meio impulsivo, deixei tudo para trás e fui ajudá-la. Juntei todo o dinheiro encontrei em minha bolsa e lhe entreguei. Ela me agradeceu com um lindo sorriso. Aquela minha simples atitude atraiu a atenção de bastante gente na rua. A maioria me criticava e dizia que eu era boa demais, outros me apoiavam e diziam que eu tinha feito algo lindo.
No caminho de volta para a biblioteca, acabei esbarrando em mais uma pessoa. Só que essa pessoa eu nunca tinha visto na vida. Era um homem. Bonito, alto, forte e bem-vestido. "Deve ser alguém importante" pensei. Eu o fitei de alto a baixo. Quando ia me desculpar pelo esbarrão, ele interrompeu:
– Não precisa pedir desculpas querida. Se não tivéssemos nos esbarrado, eu nunca teria encontrado.

Meu instinto foi fugir. Mas não consegui sair do chão, pois enquanto uma parte de mim me dizia para fugir dali o mais rápido possível, outra parte me lembrava de todos os habitantes me criticando por pensar mais em livros do que em homens e comecei a pensar se não deveria permanecer e lhe dar uma chance. Não tive tempo de decidir se ia ou ficava, pois ele recomeçou a falar:

– Você é bem bonita sabia? Podíamos sair juntos, assim eu poderia conhecê-la.
Meio atordoada, dei a desculpa de que precisava ajudar meu pai, colocando assim, todos as chances que eu pensei em dar àquele rapaz por água abaixo. Mas tudo bem. Ele não me parecia nem um pouco interessante Quando estava saindo de perto dele,ele agarrou meu braço e falou:
– Não vá tão cedo. A senhorita deve saber que está falando com...

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Bela! - alguém gritou. Esse alguém era Anna.
– Ah, então esse é o seu nome? Bela. - ele disse - Então, Bela, você é realmente muito Bela.- revirei os olhos, irritada com aquela piada tosca e finalmente saí de perto. Já estava quase alcançando-a,quando ele me interrompeu perguntando, provavelmente para me convencer a ficar ali por mais tempo:
– Quer casar comigo?