Beautiful Obsession

Thirteenth Chapter


Leonard Vargas-Point Of View

Não. Não era apenas vislumbre, ela realmente está de volta à Buenos Aires e para minha completa frustação, está mais bela que antes, mais 'mulher' para ser mais exato. Quando lhe avistei, ali em minha frente, fiquei em um estado tétrico, quase um cadáver. Ruborizei completamente. Fiquei e estou completamente transtornado, sinto-me um perfeito idiota. Violetta ainda me faz sentir coisas que eu não consigo definir com palavras, eu apenas sinto e não gosto nem um pouco disso. https://girlblogforever.files.wordpress.com/2011/01/hp7-harry-hermione.jpg

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Conduzo o automóvel em alta velocidade e não me importo em ultrapassar alguns sinais fechados. Tudo que eu quero é perder o controle e deixar que a adrenalina me entorpeça violentamente. Preciso controlar minhas emoções para não ter um surto. O Dr. Gregário precisa voltar o quanto antes desse desnecessário congresso de médicos, mais do quê nunca, preciso da sua ajuda. Ter acesso a uma outra percepção do que se passa comigo, talvez seja minha única opção no momento.

Francesca está bastante quieta e silenciosamente, mexe no iPad sem ao menos pestanejar. Suas feições são inelegíveis. Ela parece pensativa, assim como eu estou. Ela sabe o quão devastador pode significar a volta dá, Castillo em nossas vidas. O trânsito está caótico, isso me deixa ainda mais irritado e o meu estresse, encontra-se no limite máximo. Presos a um terrível congestionamento, decido ligar o rádio do automóvel e para atenuar ainda mais o meu emocional abalado, está tocando uma música que me faz recordar alguns bons momentos vividos em meu casamento... me faz lembrar dela e não gosto nenhum pouco disso. Odeio me sentir vulnerável. Procurando fugir de mim mesmo e do quê estou sentindo, desligo a música e começo a buzinar feito um louco, até que, Francesca decide se manifestar a respeito:

– Calma, León! - resmunga, sem desviar o seu olhar do iPad e por alguma razão, isso me incomoda. Lhe ignorando por completo, volto a buzir e agora com mais rapidez. O barulho é quase ensurdecedor. - Você estava quieto, estranho, pensativo... - comenta em um tom quase inaudível e finalmente direcionando o seu olhar á mim. - León... ver sua aquela mulher novamente te fez mal! - diz mexendo em meus cabelos, porém, eu afasto suas mãos de mim e firmo os meus olhos no trânsito, deixando bem claro que não é um assunto do meu agrado. - Se não quer falar no assunto eu repeito e não insistirei, entretanto, eu preciso te alertar que o Hernández estará livre em alguns dias. Pelo que eu soube, a decisão da justiça foi revolgada e a pena...

– Francesca eu não quero falar do Alex, na verdade eu não sinto vontade de conversar sobre assunto algum agora. Estou exausto da viagem. - murmuro secamente, calando-a e relaxo minha postura no banco, rezando para chegar em casa o quanto antes e tentar assimilar tudo o que está acontendo comigo. - O que diz respeito ao Hernández, não me interessa nem um pouco. Meu único desejo é que ele fique o mais longe possível de mim, do contrário, eu sou capaz de matar aquele cretino! - disparo irritado com as péssimas recordações e me preparo para retomar o tráfego, já que, o trânsito foi liberado.

– Eu nunca entendi o porquê de tanto, ódio se eram amigos. Algo muito sério deve ter acontecido para esse rompimento definitivo - murmura intrigada e fico tétrico com o que ouço. Não é um assunto que eu goste de conversar. - O quê de tão ruim aconteceu entre vocês dois, León? - seu questionamento me deixa atônito e por um momento fico completamente desconectado a tudo á minha volta, até que ouço o barulho ensurdecedor de buzinas em meu entorno. - Tudo bem... se não quiser falar eu vou compreender, mas as vezes é bom compartilhar lembranças ruins - finge compreensão, mas eu sei que ela quer subtrair a verdade de mim.

– Como todos, inclusive você, sabem que, Alex e eu éramos bem mais que amigos, quase irmãos, eu diria. Nossas famílias tinham vínculos importantes, entretanto, tudo acabou no momento em que o papai descobriu que o pai do Alex estava envolvido com a máfia italiana, pessoas impiedosas e que se acham donas da lei. Fizemos de tudo para ajudá-los, mas já era impossível. O pai do Alex tinha acumulado uma dívida exorbitante com a máfia, meu pai estava disposto a ajudá-lo em nome da amizade que partilhavam, todavia... não foi possível, ele foi assassinado.

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– Nossa que história incrível e... triste! - exclama em surpresa ao que ouve de mim, e escurece suas feições de forma significativa. Ela parece incrédula do meu relato. - Eu não consigo entender... sinceramente não consigo. Porque não foi possível, ajudá-lo? - indaga, evidenciando sua curiosidade descomunal.

– Com as constantes ameaças, o velho Hernández, decidiu exilar-se de todos. Ninguém, além do Alex, sabia do seu paradeiro. Por meses não houve nenhum contato, até que... Alex pediu ajuda ao papai. Ele precisava de 500.000 mil libras, para fugir com o pai para a Suíça. O papai conseguiu levantar a quantia em poucos dias e mesmo a contragosto, ele permitiu que eu fizesse a entrega do dinheiro até eles - relato com cautela e faço uma pausa para vasculhar minha mente com um pouco mais de calma. Por anos eu tentei evitar esse assunto. Francesca me observa apreensiva, mas não fala nada, parece em choque. - Eu não percebi que estava sendo seguido e acabei levando os mafiosos até os dois. O pai do Alex foi assassinado na minha frente e eu não pude fazer nada, estava completamente impotente - continuo o relato, mesmo sabendo que o meu limite está sendo ultrapassado. É como se uma montanha estivesse caindo sobre mim, é um peso emocional quase insuportável. Falar sobre determinados assuntos, me deixa transtornado e quase sempre faço coisas ruins.

– Alex acha que você atraíu o seu pai para morte? - indaga estarrecida e aproxima-se um pouco mais de mim. Ela acaricia minha face e sobe o seu olhar ao meu. - Você já tentou falar a verdade para ele? - reviro os olhos de tão óbvia que é a sua pergunta e inalo abruptamente. - Tudo bem, León... não precisa me falar mais nada. Não quero te deixar mal ou que se irrite comigo - diz com um tom suave e foca o seu olhar em mim.

– Acredita em mim? - questiono um pouco intrigado, ela assenti que sim com a cabeça e sorri entre dentes. - Você foi a única que acreditou em mim - afirmo com grande desgosto e, Francesca desliza as pontas dos seus dedos em minha face, mas ela não consegue me causar sensação alguma. Continuo anestesiado. - Violetta não acreditou em mim, certamente me acha um mercenário - comento despretensiosamente e não percebo que é algo incômodo para ela. Minha noiva se afasta de mim e me encara irritada. Quase nunca merço minhas palavras e de alguma forma sempre acabo de lhe magoando. É algo involuntário. - Francesca eu...

– A opinião dessa mulher faz diferença para você? - questiona e por um momento eu fico estático. Ela inclina sua cabeça para trás e confronta algumas vezes contra o seu assento. - Responda por favor - sua voz está moderada, mas posso ver o enorme tamanho da sua ira. Já estamos bem próximos a sua casa, faltam apenas alguns metros.

– Sim, Francesca! - respondo sem meias palavras e vejo os seus olhos marejarem deliberadamente. - Porra, Fran! O que esperava que eu respondesse? - plaguejo irritado, enquanto espalmo minhas mãos contra o volante. Ela vira sua face na direção contrária e encosta sua cabeça no da janela do automóvel. - Não vou mentir apenas para te agradar, você sabe que a Violetta foi importante pra mim e isso nunca vai mudar. Se quiser podemos adiar nosso casamento e...

– Não vamos adiar nada! - troveja avidamente, temendo mais desentendimentos, decido não insistir na proposta e me silencio. Finalmente cheguei ao meu primeiro destino dessa noite fatídica. Estaciono o automóvel à frente de sua casa e desafivelo meu cinto, ela faz o mesmo e começa a me encarar. - Não vou deixar que a volta dessa 'mulherzinha' atrapalhe o nosso casamento - afirma decidida, apenas ignoro totalmente o que ouço, do contrário, certamente acabaríamos discutindo novamente. Ela sabe que eu odeio que falem mal da Violetta, mesmo não estando mais juntos, gosto que a respeitem. - Com o tempo você aprender a me amar e vai esquecer que já existiu outras mulheres em sua vida. - murmura com uma eminente convicção, tento e não consigo conter o riso ao ouvir suas sandices, Francesca sabe que é impossível um total esquecimento daquela que eu amo... amei. - León! - retruca me estapiando levemente e começamos a rir da situação. - Amanhã não esqueça que iremos fazer a última prova das roupas do nosso casamento. - Fran, sorri e me beija nos lábios brevemente. - Boa noite meu amor.

– Boa noite, Fran! - abro a porta e saio do automóvel para cumprir com o meu cavalheirismo. Cedo minha mão para que ela desça e ela o faz. - Prometo que não me atrasarei amanhã. Saírei mais cedo da empresa e irei diretamente para o ateliê da Madame Rebecca Philip! - lhe asseguro com toda ironia do mundo e ela estreita seu olhar em minha direção, mas não diz nada e vai embora apressadamente.

***

São 06h:34mim Am e já estou preparado para ir para ir trabalhar. Acordar cedo e cumprir com minhas obrigações na empresa. Essa vem sendo minha rotina, desde que, me divorciei e sinto-me bem assim, me refugiando em algo útil para mim. Antes de sair, verifico minha secretaria eletrônica, mas não há nenhuma mensagem. Sigo até a garagem da mansão e, Andrew me aguarda, como de costume. Ele foi um dos poucos funcionários que eu decidi manter, após a prisão do Alex. Ele tornou-se essencial para minha vida corrida e sempre está a disposição quando necessário.

O trânsito está afunilado e sem grande fluxo de automóveis. É uma linda e ensolarada manhã. Com a velocidade reduzida, seguimos para a empresa, que fica bem próxima ao bairro onde moro, mas eu decido mudar os planos e fazemos um retorno. Não posso trabalhar quando estou com cabeça em outro lugar. A noite passada não consegui descansar. O Jet Lag está acabando comigo. "A quem você está tentando enganar?", não estou bem por que a vi novamente. Isso mexeu comigo de tal forma, que não consigo, raciocinar direito. Cada pensamento, sensação... tudo me leva a ela. Em busca de desabafo, decido falar com minha irmã. Na ausência do Dr. Gregário, ela é a única com quem posso contar para determinados assuntos.

Adentro a casa dos meus pais e de imediato sou recebido por uma das empregadas, pergunto por minha irmã e a mesma me informa que ela está na sala de estar. Ludmila está sentada em um dos estofados e mantêm os olhos firmes em uma revista, mas, ao me ver, ela corre em minha direção e me abraça fortemente.

– É muito bom ter você de volta, querido! - exclama eufórica, e novamente me abraça, porém, agora com mais força, quase perco o ar. Após um quase estrangulamento, minha irmã me liberta do seu abraço e logo após me fita de um jeito estranho. - León... León, você não deveria estar aqui. Porque veio? - ela questiona com a voz trêmula e caminha em direção a porta, abrindo-a. Ludmila parece temer algo e isso me preocupa. Você precisa ir embora - afirma e não posso acreditar no que ouço.

"Ela está me expulsando?"

"Porque?"

– Ludmila eu preciso conversar com você. A Violetta está de volta e isso despertou algo em mim... é como se... eu não sei explicar... - enquanto falo, Ludmila me concede sua atenção, entretanto, não esboça nenhuma reação. - Desde que ela foi embora, eu nunca mais fui o mesmo - aparentemente vencida pelo cansaço, ela tranca a porta e caminha até o sofá, mas continua em silêncio. - Fala alguma coisa... por favor!

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– Eu nunca soube o que aconteceu naquela viagem. Você nunca me contou o que realmente aconteceu na noite em que o Hernández foi preso. León, não posso te ajudar. - murmura com todo o sarcasmo do mundo e volta a ler a sua revista. - Talvez se você me contar o que aconteceu de verdade, eu possa tentar ajudá-lo ou ao menos tentar fazê-lo.

Flashback On:

"Cannes, França (sul)
25/05/15, 20h:00min PM
Hotel Laphontaine "

Estávamos os três frente á frente pela primeira vez. Mesmo ensandecido, Alex estava sóbrio visualmente e mantinha seus olhos em mim, durante todo o tempo. Saber que a verdade havia vindo à tona e não dita por mim, estava me dilacerando internamente, não era um segredo dele... era meu... nosso. Alex e Violetta estavam lado á lado. Ela já não me olhava com ternura ou qualquer outra espécie de sentimento bom. Com todas as ameaças e uma arma apontada para a minha cabeça, ele não conseguiu me parar. Caminhei exatamente três passos em sua direção, até que estava bem próximo a ela, que por sua vez, me parou com um olhar, olhar este capaz de congelar até minha espinha. Foi indescritível a sensação que sentira naquele momento.

– O que esse cretino te falou? - questionei aos gritos, mas ela pareceu não me ouvir e ficou me fitando sem esboçar reação alguma. Impossível saber o que se passava em sua mente, mas eu sabia que a culpa era minha por ser tão covarde e querer priva-la de uma dolorosa verdade. - Por favor, me fale! - praticamente implorei e senti meu sangue fervendo com o sorriso estarrecedor que ouvira ecoando pelo cômodo. Alex estava se deliciando com a minha derrocada diante a ela, sua vingança estava se consumando. - Vou te matar, seu desgraçado! - rosnei para, Alex, que revirou os olhos e arquejou suas costas de forma vagarosa. Ele já estava começando a me cansar. Violetta apenas observava a situação sem tomar nenhum partido.

– Para com esse drama ridículo, Vargas! - caçoou do meu desespero e por um instante fiquei petrificado e atônito. Meu corpo parecia ignorar meus comandos e vontades, por menores que fossem. - Esse é o menor dos seus problemas, agora. Temos contas a acertar e...

– Cala essa boca! Durante anos você me persegue e tudo por por um mal-entendido. Acha mesmo que eu levei aqueles malditos ao seu pai por vontade própria? - questiono sem paciência alguma e isso lhe enfurece ainda mais. - Seu pai procurou a morte, quando envolveu-se com os mafiosos e mesmo que nunca acredite em mim, eu tentei ajudá-lo... eu juro que eu tentei e...

– Porque está falando isso, León? - indagou, Violetta, leiga ao têor de nosso acerto de contas e antes que eu pudesse tentar explicar a situação, Alex me interrompeu.

– Conte a sua esposa, León! - Alex gritava como um louco, enquanto apontava a arma para mim. Ele estava com os dedos no gatilho e eu sei que ele não hesitaria em atirar, mas por alguma razão ele não o fez. - Fala que você foi o responsável pelo assassinato do pai do seu melhor amigo! - ele vociferou para os quatro cantos daquele hotel e mesmo que eu tivesse argumentos para alcama-lo, decidi não me pronunciar e continuei em silêncio. Era desesperador ouvir tamanhas ofensas na frente da minha esposa. Violetta era minha maior preocupação naquele momento. - Meu pai te amava como um filho, talvez preferisse você mais que a mim. Ele queria que eu fosse como você... coitado. Você o matou e eu farei o mesmo com você... - ao ouvi as ameaças, Violetta fez o mesmo que havia feito na festa do Mr. Reys. Ela se jogou em minha frente, sem importa-se com sua raiva e desapontamento. Pela segunda vez, ela estava me salvando daquele louco. Alex não teve a chance de apertar o gatilho daquele revolver novamente. Antes de entrar naquele quarto de hotel, Andrew e sua equipe já haviam contactado a polícia local e consequentemente, a Interpol. Tudo estava sobre controle.

Ver o Alex sendo preso por minha culpa, me anestesiou por inteiro. Éramos como irmãos e, de repente tudo mudou bruscamente. Não havia um vencedor, apenas dois perdedores. Cada um estava perdendo um bem precioso naquela noite. Assim que ficamos sozinhos no quarto, eu fui em sua direção, porém, não consegui alcança-la. Violetta havia construído outro conceito sobre mim e já não sabia o que esperar de sua parte, a não ser, um tenebroso desprezo. Em sua face apenas lágrimas e um imenso vazio. Durante meses eu sofri em antecipação, todavia, estava sendo mais difícil do que eu pensei que seria... muito mais.

– Meu amor... você está bem? - indaguei cautelosamente, mantendo distância. Estava incerto do que falar, não sabia ao menos o que lhe foi contado ao meu respeito. Talvez uma auto-defesa não fosse o correto, perante ao acontecido. - Fala alguma coisa pelo amor de Deus! - comecei a elevar o meu tom de voz. Sempre fui muito inconstante, em relação a tudo e quando estou sobrecarregado fico ainda mais arredio. Estava perdendo o controle. .

– Não coloque Deus em nossos problemas, Sr. Arrogância! - ela satirizou e foi em direção a janela do quarto. Podia sentir o que ela estava sentindo. A dor era abstrata, mas era quase insuportável. - Tudo não passou de uma merda de uma ilusão não foi? - de imediato neguei com a cabeça e ela sorriu, entretanto, Violetta sorrira com tristeza. Estava nítido o tamanho de sua frustração. - No fundo eu sempre estive certa. Você é como todos os outros e queria diversão, até aí, tudo bem mas... León, você é louco e eu enlouqueci por você. Na verdade você buscava reviver um passado comigo. Queria que eu fosse alguém que você amava ou ama. Você buscava a Leena em mim, mas eu não sou ela. Eu não sou o que você quer que eu seja.

– Mesmo que não acredite, eu aprendi a amar você, independente da sua aparência física e...

– Você não ama ninguém, além de si mesmo! - ela resmungou em um tom moderado e direcionou-se a porta do quarto. - Era na Leena que você pensava quando estava comigo? Foi nela que você pensou na primeira vez em que fizemos amor? - questiona com os olhos cheios de ódio e já não posso reconhecê-la... não mais - Seja sincero e me responda.

– É você quem está ficando louca! Você se ouve falando tamanhas insanidades? - ela firma seus olhos em uma direção qualquer e se esquiva, quando eu tento me aproximar. Não podia toca-la e isso estava me destruindo internamente. - Violetta, o que eu sinto por você é bem maior que tudo isso. Quando decidi me separar, eu estava pensando em sua integridade. - afirmei tentando persuadi-la da minha sinceridade, porém, isso não era algo possível. - Foi real... tudo o que vivemos foi real. Cada momento, beijo, abraços, declarações... com você... apenas com você eu fui verdadeiro todo o tempo. Eu nunca falei dos meus medos para outra pessoa, nunca falei de sentimentos com tanta espontaneidade. Mesmo que não perceba, você me libertou de mim mesmo. Estava preso as lembranças da sua irmã e você me libertou. Lembra da noite em que eu te beijei pela primeira vez? - ela finge total desinteresse pelo assunto, contudo, sua inquietação a condena. Violetta não parava de se mover. Ela estava começando a ceder ou quase - Você foi ríspida comigo e me acusou de uma série de coisas. Na mesma noite eu cuidei de você. Era a primeira vez que eu me preocupava com alguém, que não fosse Eu mesmo, e como retribuição, você iniciou um jogo de sedução, que quase me levou a loucura. Como eu falei naquela noite: "você é uma ótima jogadora". No dia seguinte eu fui viajar e você sabe o que aconteceu. No fundo aquele sequestro foi bem propício e acabou nos aproximando. Eu não conseguia acreditar que eu estava conquistando o seu amor. Aos poucos, eu estava começando a amar-te verdadeiramente. Na noite em que o nosso casamento foi consumado, eu tive a certeza de que o passado estava ficando para trás e quando eu ouvi o seu primeiro "eu amo você", foi o melhor momento da minha vida, porque eu sabia que você estava sendo sincera... você sempre foi sincera e irritantemente inteligente. Era tão surreal que você, justamente você, a única que não sucumbiu as meus encantos, estava começando a amar. Estava tudo perfeito, até que eu comecei a ter pesadelos. Os pesadelos eram relacionados a você e eu tinha medo de te machucar de alguma forma. Meu médico me aconselhou a te deixar, pela sua própria segurança e despois de muita insistência eu acabei concordando. A possibilidade de ficar sem você me martirizava. Eu só queria que tudo acabasse e eu sabia que te perderia quando a verdade viesse à tona. As ameaças do Hernández também me preocupava. Eram tantas adversidades, entretanto, eu estava disposto a tudo por você. Viajar parecia a rota de fulga perfeita... o sonho virou pesadelo sem que eu percebesse. Como se tudo não fosse o suficiente, surgiu o Twaites em nossas vidas. Eu percebi que não era seguro para você, estar ao meu lado. Quase matei o seu primo por um motivo torpe e passional. - estava fazendo um resumo dos melhores e piores momentos do nosso casamento e suas feições mudavam conforme os relatos. Eu sabia que estava lhe perdendo. Eu não podia e não queria obriga-la a ficar comigo novamente, porque foi isso que eu fiz quando nos casamos. A escolha já não era apenas minha. O veredicto era seu, agora. - Nosso casamento foi real. Você não é a sua irmã, mas é você que eu amo. Estou te deixando livre. Se quiser ir embora, não irei me opor.

– Não tenho nada para dizer. - Violetta foi extremamente fria ao falar. Aquele realmente era o nosso fim. Ela saiu porta a fora e eu fiquei tentando assimilar tudo em minha mente naquele quarto escuro.

Flashback Off

– Aquela noite foi uma das piores da minha vida. A forma como ela me olhava... ela estava com medo de mim. Nunca me senti tão mal. - minha afirmação vêm acompanhada de um longo suspiro, Ludmila se mantêm em silêncio e não toma nenhum partido, apenas me observa. Inquieto e com certa dose de ansiedade, decido me movimentar pela sala para espairecer um pouco - Alex consegiu me deixar mal diante à Violetta. Contou sobre, Leena, óbvio que ele distorceu tudo, mas o que doeu e ainda dói, é que ela não confiou em mim... ela sequer deixou que eu desse a minha versão dos fatos e decidiu me odiar desde então. Podia ver raiva em seus olhos encobertos e cheios de lágrimas. Se você a visse como eu á vi... estava completamente transtornada e tremia... tremia bastante - tudo ressurge em nuance em minha mente e por um instante vejo ela em minha frente, mas é só uma alucinação. "Devo está ficando louco". - Como se não fosse o bastante, Alex também falou sobre o que aconteceu com o pai... ele nunca vai me perdoar pelo acontecido e de certa forma ele tem razão - cesso os meus passos e volto a me sentar ao lado de León, que parece estar preocupada com algo ou com alguém. - Naquela noite o Alex foi preso e eu a perdi definitivamente. Voltamos para Buenos Aires e após o divórcio... você sabe, Violetta sumiu das nossas vidas. Ela me odeia, Ludmi... Ludmila você está me ouvindo? - questiono incomodado com o seu silêncio e ela parece despertar do seu transe e centraliza os seus olhos em mim.

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– León... eu preciso te contar algo, mas eu quero que me prometa que não vai tomar decisões precipitadas - diz levantando-se do sofá e me encarando à uma certa distância. Ludmila parece tensa e começa a movimentar os braços de forma estranha. Ela realmente está preocupada com algo e isso e deixa de sobreaviso. - Promete que vai ficar calmo e não vai tomar nenhuma decisão precipitada? - lhe faço uma carranca, após ouvir seu questionamento esquisito, ela faz um gesto obsceno e revira os olhos. - Promete?

– Tudo bem, Ludmila, eu prometo que eu vou tentar não cometer uma loucura, até mesmo, porque eu não sei do que se trata. - lhe asseguro com certa dose de sarcasmo. Ela superficialmente está mais calma. - Se tem algo para me contar, é melhor que fale logo, eu ainda tenho que passar na empresa e depois vou com a Francesca até o ateliê para...

– León você tem uma filha! - fala tudo de uma vez, sem pausas e fico pasmado com o que ouço. "Isso não pode ser verdade. ... pode?". Parece muito absurdo que eu tenha uma filha, na verdade, isso é praticamente impossível. "Se eu tivesse eu saberia... não saberia?"

– Você andou se drogando ou benbendo não foi? - zombo escancaradamente dá afirmação patética dá minha irmã, que por sua vez, me encara inquieta. - Ludmi, eu não tenho e não pretendo ter filhos. Não acho que eu seria um bom pai - afirmo com total desinteresse pelo assunto. Vou até a cozinha da mansão para pegar um copo de água. Quando estou de volta a sala, encontro minha irmã com uma fotografia em suas mãos. Com calma, Ludmila caminha até mim, e quando estamos próximos, ela me entrega a fotografia, mas eu não me importo em ver de quem se trata. - Já chega, Ludmila! - sentencio-lhe irritado com a insistência no assunto inusitado. Minha irmã, firma os lábios em uma linha fina e estreita os olhos minimamente, como se buscasse minimizar sua irritação.

– A garota da foto é a sua filha - ouço o que ela diz atentamente e só então, sinto uma curiosidade desproporcional me invadir. Ainda abismado, elevo o meu olhar a foto e instantaneamente, reconheço a garota. É a mesma que estava com a Violetta no aeroporto. "Isso só pode significar uma coisa... você realmente tem uma filha!", exclama o meu subconsciente tão surpreso quanto eu. - Quando a Violetta foi embora para os Estados Unidos, ela já estava grávida, mas eu só fiquei sabendo há dois anos atrás, quando ela entrou em contato comigo através de um e-mail e eu fui visitá-la em São Francisco. Violetta não queria que você soubesse da existência dá sua filha e me fez prometer que eu não diria nada, todavia, eu acho que você tem todo o direito de saber que é pai. - Estou completamente embasbacado e todos os músculos do meu corpo se atrofiam. O copo que está em uma das minhas mãos, vai ao chão e minha respiração parece desregulada. - León, se eu não se contei de imediato, foi por respeito a Violetta. Ela confiou em mim, Não podia decepciona-la. Ela tinha o direito de não te querer por perto, já que, você pediu o divórcio. - Ouço tudo em silêncio e por mais que eu queira, não consigo pronunciar uma única palavra. Estou em estado de choque.

Ludmila me observa cabisbaixa. Não consigo externar nenhuma reação. Estou completamente consternado. Ouvir tudo o que acabei de ouvir foi demais pra mim. Inclino minha cabeça para trás e apoio-a no estofado. Cruzo minhas pernas e passeio meu olhar por toda a sala. A imagem daquela garota está firme em minha mente. Mil coisas me ocorrre e não sei o que fazer de imediato.

Continuo tentando assimilar as informações, mas isso é quase impossível, ouvimos a campanhia da casa ser tocada e uma das empregadas direciona-se a mesma rapidamente. Ludmila e eu continuamos nos entreolhando, até ouço uma voz familiar ecoando pelo ambiente. Alarmado, conserto minha postura e direciono o meu olhar para a porta e assim que ela é aberta totalmente, fico incrédulo do que vejo. "Violetta?" Assim que ela percebe a minha presença fica em um estado tétrico, entretanto, ela não está sozinha. Violetta está acompanhada da mesma garota do aeroporto... minha filha. "Sim, León, você tem uma filha".