Beautiful Love!

Um ano sem você


Pov. Kath

Um ano.

Um longo ano. Eu sempre pensei que um ano Passasse rápido, mas para mim foi uma tortura lenta. É o Josh estava em coma há um ano. Sem melhora, sem piora, apenas lá sobrevivendo, porque com certeza ele diria que aquilo não é viver. Ri com a lembrança ainda deitada na cama, as férias de início de ano já tinham passado faz tempo, eu passei de ano – Talvez mais por pena dos professores que por mérito – e não fazia ideia de onde a Meredith estava. Desde que não ficasse perto de mim, eu não me importava. – Kath, querida, a Cythia pode subir? – Ouvi minha mãe perguntar do andar de baixo. Gemi frustrada dizendo um "sim" alto. Estávamos já no meio do ano, e eu tinha faltado aula, de novo. Eu não era a aluna mais exemplar do mundo, admito, mas minha vida estava decaindo, a última coisa que eu pensava era "será que o Josh vai sobreviver? " "vai ter alguma sequela se acordar? ". Eu preferia faltar que ir chorar no banheiro no intervalo. Mas eu acho que estou superando, só faço isso uma vez por semana e, acho que isso é uma melhora. – Katheriny Sween! – ouvi os gritos de uma amiga descontrolada e me afundei mais na cama. – Eu? – murmurei abrindo um dos olhos vendo-a sentar na beira da cama. – Não pode viver nessa foça o resto da vida, Kath já faz mais de um ano! Aceite; não pode jogar fora sua vida assim. – era sempre o mesmo assunto a mesma conversa… A mesma discussão. Ela simplesmente não entendia, não era o namorado dela ali.

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– Cyn, eu… – comecei tentando escolher as palavras e não chorar.

– Não Kath! Você vai me ouvir. Estou farta de te ver desse jeito. O Josh nesse estado abala todos, eu sei, mas não pode ficar se martirizando! Aceita, Kath, já faz mais de um ano! Sabe que as chances dele diminuem…

– Cynthia para! Ele não vai morrer! Ele não pode…

Eu estava cansada de chorar o tempo todo, mas parecia que aquilo era uma faca que me cortava, fatiava e fritava ao alho e óleo.

Ela se sentou ao meu lado me abraçando. Eu sentia falta do Josh vê-lo daquele jeito todos os dias, entubado cheio de fios me matava. Eu queria ver aquele sorriso sarcástico que ele dava quando estava certo, queria ver aquele olhar infantil eu queria meu Josh de volta!

– Kath eu preciso te contar uma coisa… – ela disse parecendo tensa. A encarei limpando o rosto.

– Você me traiu com o Josh? – Perguntei assustada olhando sua expressão de “Bateu a cabeça?”

– O que? Não! Não é isso sua boboca.

– Então…

– Os pais do Josh concordaram em desligar as maquinas.

Naquele momento eu gelei. Eles não podiam fazer aquilo nem comigo, nem com o Josh! Fazia alguns meses que os médicos estão considerando desligar as máquinas já que ele não dá sinal de melhora nem de piora, mas todo mundo é contra a ideia. Pelo visto eram.

– É o que? Eles não podem… Vai matá-lo!

Eu ainda estava em choque. Eles não podiam! Não podiam tira-lo de mim!

– Kath, faz um ano! Os pais do Josh já estão começando a ficar com problemas financeiros. É tudo muito caro. Eles também não querem, mas não tem outra escolha.

Naquela altura eu já tinha voltado a chorar. Aquilo não era verdade eu não queria acreditar que sim!

– Não! Não! E se ele acordar amanhã? Ou depois?

– Ele teve um ano pra acordar Kath. Aceita, não dá mais. – ela não podia estar me dizendo isso. Não naquele dia.

– Mas… mas não podem – murmurei descrente.

Respirei fundo, uma das coisas que eu tentava me consolar e me apegar era o fato de que o Josh e a mãe não corriam risco de ir a Austrália. Já que qualquer tentativa de transferência para qualquer outro hospital mataria ele, e os médicos proibiram-no de sair e como a mãe tinha que ficar ao lado dele para qualquer "emergência" Mas agora isso parecia nada perto do que eles estavam pensando em fazer.

– Eu sinto muito. Ah, amiga, ninguém esta feliz com a notícia. Mas precisamos seguir em frente. – É ela não era boa em aconselhar ninguém.

– Eu... O amo – sussurrei afundando meu rosto, nas mãos. Sentia-a sentar abraçando-me pelos ombros.

– Você consegue amiga, já suportou esse ano inteiro, você consegue... – tentou apenas tentou, me confortar. Eu, por mais difícil que fosse já imaginava aquilo. Fazia um ano inteiro que ele estava ali, deitado e cheio de tubos.

– Não vai ser a mesma coisa – não, eu ficava bem.

– Preciso ir mais tarde nos falamos?

– Claro, mas vou ver o Josh hoje. Pelo menos uma última vez. – respondi com meio sorriso e ela depositou um beijo na minha testa e saiu.

Caí na cama, eu não conseguia me apoiar em nada naquele momento, meu namorado (ex, mas quem se importa?). Estava em coma, e ele nunca mais acordaria. Grunhi frustrada Eu queria acordar daquele pesadelo, simplesmente acordar. No entanto, naquele momento, eu iria me despedir do Josh, pelo menos com um pouco decência! Levantei-me da cama e corri para o banheiro, tomei um banho rápido e me enrolei na toalha e fui direto para o guarda-roupa e me vesti com uma camiseta qualquer e pus uma calça, nada de exagerado iria ver me namorado morrer e não acho que tenha uma roupa pra isso. Após me trocar, fui direto para as escadas, descendo-as rápido e meio sem jeito e quase tropeçando nos degraus, enquanto a bolsa me socava. Eu iria me despedir dele, eu merecia isso!

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– Aonde vai, Kath? - ouvi minha mãe perguntar enquanto eu corria pela sala. - Hospital. - respondi rápido. - Tchau.

Ouvia-a rir baixo, eu tentava, na frente de todos, parecer forte e confiante. Não queria que sentissem pena ou algo do tipo de mim. Tentava também não bancar a desesperada, ou a antissocial, tentava sair e ficar com meus pais e tentava continuar sendo a antiga Katheriny. Mas como eu disse, tentava. Corri até o ponto do ônibus, apressando ainda mais o passo ao ver o ônibus chegando sou pobre e não tenho carro, porque acha que eu pedia carona ao Josh? Acenei ao motorista, fazendo-o parar, subi rápido, paguei a passagem e procurei um lugar vago pra sentar, felizmente achei um lugar na janela.

O caminho foi lento e o trânsito não ajudou, mas não me importei tanto, iriam desligar as maquinas somente amanhã, pela manhã. Fui o caminho inteiro lendo a carta de novo. Desde acidente dele, eu lia aquilo, as prováveis últimas palavras dele; Sentia-me especial por serem pra mim aquelas frases. Acordei para o mundo real quando vi o hospital aparecer pela janela. Guardei a carta na bolsa e esperei-o parar para que eu pudesse descer. Andei rápido até a porta do hospital, já estava escurecendo. Que horas são? Quase seis da tarde? Entrei na porta da frente cumprimentando o porteiro, Raul provavelmente, já conhecia todos dali.

– Boa tarde, Kath, veio ver o Josh não é? - Sandra, a recepcionista de olhos verdes perguntou. Ela era bastante simpática e gordinha. Sorri a ela, entregando os documentos.

– Pois é pelo menos uma última vez - Sandra já estava informada de tudo óbvio, ela apenas concordou me entregando os documentos.

– Não fique assim, querida, ninguém aqui quis tomar essa decisão. Você vai se recuperar. - Eu espero, pensei, minha resposta foi exatamente assim, só que um pouco diferente.

– Vou tentar, obrigada, Sandra - Agradeci e acenei; caminhei direto a ala da emergência, ou quase isso.

Procurei o quarto 153, gostaria de dizer que encontrei rápido, mas foi mentira, entrei no quarto errado duas vezes, e vi cenas um tanto... Impróprias para menores de 100 anos. Enfim, o quarto do Josh era o 163, sempre me confundo.

– Ah, te achei - disse sorrindo.

As ataduras tinham sido retiradas há meses, o gesso da perna também, aquele cabelo dele cresceu e aumentou minha vontade de corta-lo, ele ainda estava cheio de tubos, mas pelo menos, eram alguns mais discretos e... A boca dele estava livre. "Controle-se, ele está em coma, Katheriny não seja tão tarada!" Me repreendi rindo e fechei a porta. Deixei a bolsa numa poltrona ali perto, e tirei a carta, novamente. Peguei o envelope dessa vez - coisa que raramente fazia, aliás, quem liga pra envelopes? - e ri vendo as inúmeras tentativas dele de fazer um coração bonito, mas, quando o virei de cabeça pra baixo, vi algo cair; um papel pequeno e todo amassado. Abaixei-me o pegando e desamassando-o. Arregalei os olhos, surpresa, ao ver o que estava escrito era apenas um "me perdoa" escrito várias vezes num papel pequeno.

Tive vontade de me jogar na frente de um ônibus, como eu pude ser tão idiota com ele e comigo? Tudo o que ele tinha pedido o tempo inteiro era meu perdão e eu não o dei, naquela vez eu chorei mais do que qualquer outro momento. Toquei seu rosto, ele só estava naquele estado por minha culpa. Não falo do acidente, mas em de tudo, se eu tivesse escutado... Por minuto...

Senti-me tonta, como se o ar tivesse faltado por inteiro, me apoiei numa máquina grande e a ouvir soltar um "PIB" e eu me afastei assustada. -Droga, droga! - xinguei baixo, começando a entrar em desespero. Odiava mexer nessas coisas médicas era tudo tão delicado!

Olhei num quadrozinho que antes estava em cinco agora estava em quase 10! Meu Deus! Tudo bem, tudo bem, vamos desligar tudo mesmo então não vão descobrir nada e não tem ning...

– Kath? Oi - a mãe do Josh abriu a porta um pouco e eu pulei na frente da máquina sorrindo culpada e tensa.

–Oi... Eu. Hã... Estou só me... Despedindo - disse rápido e ela assentiu, saindo.

Ufa, ufa! Comemorei respirando fundo. Poderia colocar a culpa na mãe dele! Eu sei, eu sei, é horrível culpar os outros, mas é melhor do que eu levara culpa. Segurei a mão dele forte, quase implorando por alguma reação. Mas nada... E! Era um movimento e... Não, espera, não era. Abaixei-me até o ouvido dele e sussurrei algo que deveria ter falado há um ano:

– Eu te perdoei Josh.

Apesar de tudo, me senti aliviada, por ter feito algo de bom nessa minha vida inútil. A máquina fez um barulho doido e eu me levantei com a maior cara de inocente que podia. Afastei-me dele, disposta a voltar para casa me entupir de sorvete e chocolate ao leite.

Ia soltando a mão dele, quando senti alguém apertar minha; foi leve, mas o suficiente para me fazer parar no automático.

— K-Kath? — A voz dele soou fraca e debilitada. Senti tudo parar, simplesmente congelar na minha frente. A minha cabeça girava, cheia de ideias confusas, e eu só tinha uma certeza no momento: ele tinha acordado.