– O que está havendo aqui? – Hannah gritou histérica

– Uma briga – um dos vizinhos respondeu como se fosse obvio

– Juro que não percebi – disse irônica – quero saber o motivo de todos estarem na porta da minha casa com essa algazarra toda

– A senhora é surda? Estamos assistindo uma briga

Hannah sentiu a raiva possuir cada célula do seu corpo. Um bando de pessoas sem ter o que fazer na porta de sua casa berrando como animais incentivando uma briga, da qual seu marido estava perdendo.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Sumam todos daqui. Se não tem o que fazer vão procurar algo, em vez de ficar fazendo baderna na casa dos outros – ordenou expulsando todos os vizinhos.

– Só tá nervosinha assim porque o marido estava perdendo – resmungou o vizinho barrigudo

– E você devia fazer uma dieta para perder essa pança enorme em vez de ficar incentivando violência

O senhor saiu resmungando e pisando fundo

Hannah foi até o marido e tirou Bernard de cima de Freddie, colocando a cabeça do moreno em seu colo.

– Meu amor, porque estava brigando com esse brutamontes?

– Bernard me socou de surpresa – respondeu com dificuldade

Hannah ficou estarrecida e se levantou furiosa, fazendo com que a cabeça de Freddie fosse ao chão.

– O senhor deveria ter vergonha! Como pode fazer um absurdo desse? Socar um alguém desprevenido é covardia

– Não tenho escrúpulos madame. A conversa não interessa à senhora, é melhor não interessar – Bernard falou a ultima parte em um cochicho.

– Isso foi uma ameaça? – perguntou Hannah com a sobrancelha arqueada

Freddie ainda estava no chão com vários hematomas e a boca sangrando, porém escutou a ameaça a futura esposa.

– É tão covarde a ponto de machucar uma mulher, Bernard? – perguntou ficando de pé

Em um movimento rápido, Bernard levantou e girou, tirando uma faca da bota de couro que usava. Hannah estava distraída, foi à oportunidade perfeita. Bernard prendeu Hannah passando a faca por seu pescoço.

– É talvez eu seja – sorriu

– Solta ela – falou Freddie cambaleando

– Mal consegue ficar em pé e está tentando me intimidar Benson?

– Solte-a – rosnou

– Hum – fingiu pensar – não!

Bernard colocou a faca a frente do pescoço de Hannah. Freddie tentou defendê-la, mas o que conseguiu foi um soco no olho direito.

– Diga adeus a sua mulherzinha Benson – sorriu perverso

No cativeiro Sam estava em cima da maca, a morte nunca esteve tão próxima.

Hale tinha a cabeça a mil. Por um lado não compreendia seus sentimentos, por outro precisava focar-se para salvar Sam.

Annie ainda encontrava-se desmaiada em um colchão sujo na enfermaria. Mesmo inconsciente Annie tinha sonhos – diga-se pesadelos – com sua mãe e momento sombrio que estava vivendo. Era informação demais para uma criança de oito anos.

Mas, na parte mais obscura do cativeiro, um louro machucado estava sentado no chão de sua cela, apenas esperando sua sentença final. Um limbo entre a vida, tortura e a tão amedrontadora morte!

– Levanta do chão moleque – um capanga entrou com uma bandeja de alimentos na cela

– Por que me alimentam se vão me matar? – perguntou de cabeça baixa

– Queremos ter certeza que estará vivo até lá

O capanga sorriu, deixando amostra todos seus dentes amarelados, sendo um deles de ouro.

A bandeja tinha apenas alguns restos de pão com alface podre e um copo com agua.

Jace continuava no chão, abraçado aos joelhos e com a cabeça apoiada entre eles.

– Para que lutar, se sua morte já está sentenciada? – pensou o garoto louro

“Os miseráveis” apenas o mantinham vivo para tortura-lo, tornando sua morte ainda mais lenta e dolorosa. Seria executado ao amanhecer.

Uma semana

Há uma semana tinha sido sequestrado no banheiro do restaurante italiano. Há uma semana estava sendo mantido em cativeiro. Há uma semana os sonhos tinham dado lugar aos pesadelos.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Apenas esperava sua sentença de morte. Era tudo que mais almejava... A morte.

– Hey lourinho – Uma garota ruiva entrou na cela, fazendo com que Jace levantasse a cabeça.

Jace coçou os olhos para ter certeza se não estava tendo mais uma das ilusões, provocadas pelas torturas.

– Quem é você garota? – perguntou incrédulo

– A Angelina Jolie – respondeu irônica.

– Qual seu nome? Mas, como conseguiu entrar aqui? E os guardas? E...

– Cala a boca. Temos pouco tempo. Eu tenho meus contatos. Agora bora vazar daqui – gabou-se puxando a mão do garoto

–Não existe saída, a guardas por toda parte. O melhor que podemos fazer é aceitar a morte – Jace falou duro

– Não é hora para ser Zé mane

– Eu nem te conheço garota. Por que está me ajudando?

– Por que sei que você pode me ajudar

– Então seu plano falhou, ruiva. Não sou capacho de ninguém. Não tenho motivos para te ajudar

– Odeio quando me chamo pela cor do meu cabelo, eu tenho nome.

– E qual seria? Já perguntei, mas como você é um amor de pessoa e me respondeu tão educadamente... – disse Jace irritado

–Deixa de ser molenga garoto, antes que eu desista de você.

– Me faça esse favor

– Argh – Clary grunhiu – me chame de Candy. Se quiser salvar sua amada Samantha é melhor se apressar

Jace arqueou a sobrancelha e fitou a ruiva com desconfiança

– Como você disso?

– Já disse, tenho meus contatos. Samantha está quase dentro do caixão é melhor você parar de birra

Ele estava pensativo, seria mesmo verdade o que a garota estava falando. Quem ela era? Como conseguiu entrar sem ser vista? Tantas perguntas rodeavam sua mente...

“Sam está morrendo”

– Vamos logo, ruiva.

Clary revirou os olhos e levou Jace para fora da cela. O garoto se assustou ao ver Soyer, fardado, na porta do local. Ele estava branco como papel

– Relaxa Mané – Clary socou seu ombro – esse é Soyer, ele é um dos nossos.

– Mas ele é um guarda

– Você quer mesmo ficar aqui discutindo isso ou salvar sua amada Samantha?

Jace olhou novamente para Soyer, estava desconfiado. Um guarda ajudando um prisioneiro? Tudo era tão obvio, aquilo era uma prova, armadilha, isso apenas uma armadilha e se ele falhasse poderia ter uma morte ainda mais dolorosa e prejudicar quem amava.

– Cara, você vai ficar ai olhando pro nada ou vai vir logo – a voz de Clary o trouxe de volta para realidade.

– Não! Isso é um teste, e você são capangas. Não iram me enganar! – Jace chutou a canela de Soyer e voltou para cela, onde começou a soluçar e chorar.

– Esse cara tem problemas – Clary disse para Soyer

– São os “medicamentos” que dão para ele, mechem com o emocional das pessoas, eles não sabem diferenciar mentiras de verdades e a realidade da ficção – Soyer explicou olhando para cela de Jace.

– Não podemos perder mais tempo com esse garoto. Seu plano deu erado. Agora vamos atrás dos meus irmãos

Clary iria correr, mas Soyer puxou seu pulso.

– Não tão rápido espertinha! Lembre-se todos estão aqui por culpa da Samantha Puckett, esse garoto é muito importante para ela. Podemos conseguir o que quisermos se estivermos com ele.

– Você tem certeza disso, Soyer? Samantha parece ser só mais uma vitima

– Esse lugar foi construído para ela e as pessoas que ela tanto ama. Eu estou aqui, fui tirado da minha família, e a culpa é toda dela. Anos e anos matando inocentes, tudo por culpa dessa mulher – declarou com amargura.

– Então por que eu estou aqui também? Nem a conheço. Não aguento mais esse lugar! Minha irmã está sendo torturada por um maníaco que ela diz amar. Meu irmãozinho, nem sei se ele ainda está vivo. Isso é... Demais para mim

As lagrimas já rolavam pela face da garota que sempre é tão forte. Mas todos temos nossas fraquezas, inseguranças, nossos medos. Choramos não porque somos fracos, e sim porque fomos fortes por muito tempo.

– Candy? – perguntou Soyer cauteloso – O sol brilha para todos. Um dia brilhará para nós também

– Um dia... – repetiu vagamente

– Vamos embora. Os guardas estão chegando

Ao terminar essa frase os dois já estavam longe.

Em sua cela. Audrey não tinha a mesma sorte de Clary, tinha queimaduras de terceiro grau no braço, onde formavam bolhas, estava horrível!

– Audrey Shay – Josh a despertou do seu transe

– O-que você quer... J-Josh – gaguejou

– O mesmo de sempre, tornar sua vida um inferno.

– Fique longe de mim, seu maníaco – falou cambaleado para trás.

– Não tente escapar. Seu irmão já foi, falta você.

Por um minuto o coração de Audrey começou a bater mais rápido. Não sentia seus músculos e sua pulsação parou.

Seu irmão estava morto

– Cody morreu – sussurrou desacreditada

– Foi uma morte lenta e dolorosa, assim como a sua será – ele sorriu perverso.

– Você matou meu irmão – gritou

– Talvez...

Cada partícula do corpo de Audrey se enraiveceu. O medo foi tomado por um sentimento ainda mais forte, ódio.

O ódio que destrói nações, mata pessoas e corrompe o ser humano

Audrey reuniu toda sua força restante e deu um soco na mandíbula de Josh

Ela saiu correndo, mas foi alcançada por ele.

– Perdeu a noção do perigo, em sua idiota? Tá a fim de morrer? – perguntou irritado

– Vou morrer de qualquer jeito. Melhor que seja hoje. Assim não tenho mais que sofrer

Josh a segurou pelo cabelo, puxando sua cabeça até a cela.

– Garota insolente, não fui eu que matei seu querido irmãozinho. Mas agora farei questão que você viva o máximo possível, seu inferno é aqui. Desejará a morte, pena que não vai ter esse privilegio.

Ele beliscou sua ferida, a ardência e a dor foram tanta que a garota desmaiou, novamente, em seus braços.

– Novamente em meus braços – Josh sorriu sarcástico

Enquanto isso...

Freddie estava inconsciente na grama, por conta do soco de Bernard, e a surra que tinha levado mais cedo.

– Parece que você está a minha mercê, queridinha – Disse Bernard a Hannah.

– Seu imundo fique longe de mim – falou tentando se esquivar

Bernard tampou a boca de Hannah

– Você fala demais. Mulher tagarela do caramb...

Hannah interrompeu Bernard com uma mordida na mão

– Aiiii aiiii aiii

No mesmo instante Carly surgiu de uma moita e acertou a seringa no braço do marido. Fazendo com que ele caísse no gramado.

Hannah fitou Carly assustada

– De onde você surgiu? E essa injeção, onde conseguiu, o que tinha nela? Está se drogando Carlotta?

– Não tenho tempo para explicações – disse Carly jogando a seringa no gramado e saiu correndo

– Hey, volte aqui imediatamente Carlotta Shay, Carlotta Shay – Hannah gritava por Carly que já estava longe.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

– Hannah? – Freddie acordou tonto

A mulher correu até o noivo, apoiando sua cabeça em seu colo.

– O que ouve? – perguntou desnorteado

– Longa historia, vamos entrar.

Hannah o ajudou a levantar-se, apoiando uma parte do corpo dele no seu.

Ela contou para Freddie o ocorrido, que aos poucos foi começando a lembrar-se dos fatos.

– Bernard sempre teve sérios problemas mentais. O cara surtava do nada. Eu avisei a Carly, mas ela estava cega de amor por ele.

Freddie contou a Hannah o como a briga começou, esta ficou enciumada ao saber que Bernard, apesar de paranoico, estava com ciúmes da relação entre Freddie e Carly.

– Por que está com essa cara? – perguntou Freddie ao notar o semblante da noiva

– Só estou cansada de ter um monte de mulheres se jogando em cima de você

– Que mulheres?

– Sam, Carly... – Freddie interrompeu

– Você está exagerando. Carly e eu éramos apenas amigos – disse coçando a nuca – e eu e Sam nunca tivemos nada de especial

– Você espera que eu acredite nisso? Argh – grunhiu de raiva cruzado as pernas – vou ligar para a policia vir buscar esse brutamonte

Hannah levantou irritada e foi até o jardim da frente, mas assustou-se ao ver que Bernard já não estava lá.

– Freddie – gritou

Em algum lugar no centro de Seattle...

Carly estava parada na frente do apartamento de Cat. Duas crianças idênticas de aproximadamente quatro anos abriram a porta. Tratava-se de Adam e Meredith ‘Meri’, filhos gêmeos de Cat com Marvel.

– Mamãe tem uma mulher na porta – gritou a garotinha

_______________________________________________________

NOTAS FINAIS

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.