Back to Start (em hiatus)

X — Ajuda necessária


"Got no reason

Got no shame

Got no family

I can blame

Just don't let me disappear

I'mma tell you everything."

"Não há razão

Não há vergonha

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não há família

A quem eu possa culpar

Não me deixe desaparecer

Eu vou lhe contar tudo."

( Secrets - OneRepublic )

.

“Terceira noite...” pensou olhando para o vaso sanitário “Terceira noite de mal-estar...”

Os sintomas pareciam cada vez piores conforme o tempo passava. Os enjoos mais constantes e a fraqueza também. Anteriormente, quando atendia a alguma grávida que chegasse ao hospital, achava que as constantes reclamações seriam exageradas. Como era possível uma gravidez causar tantas sensações ruins? Mas agora se achava uma tola por pensar assim. Afinal, a sua própria gravidez não estava sendo tão diferente. Sorriu enquanto voltava para o quarto.

Era forte o suficiente para aguentar qualquer sintoma que seria obrigada a sentir. Ouviu de uma paciente que se tornara mãe recentemente lhe dizer uma vez: “Qualquer sacrifício valerá a pena quando você ver o sorriso enfeitado no rosto de seu filho.” Era o que mais desejava e ansiava, mesmo que o futuro pudesse ser perigoso.

Seus pensamentos foram interrompidos quando ouviu um barulho de algo caindo no andar de baixo. Por um breve momento pensou ser Naruto ou Ino, mas logo mudou de opinião, pois se fosse ao caso um dos dois, reconheceria o chakra. Colocou-se na posição de alerta e saiu em passos lentos do banheiro, indo em direção ao corredor. Não sentia nada de diferente no local – nenhum chakra, na verdade – mas desconfiava que não estivesse sozinha.

Porém, sua posição de alerta foi em vão. Quando começou a caminhar lentamente no corredor, braços fortes seguravam seus braços finos com força, e em questões de segundos se viu encurralada. Não havia sentido nada de estranho, e no momento em que tentava se desvencilhar daqueles braços, perguntou-se como não notou a presença de um estranho dentro de sua própria casa. Começou a se debater, mas não conseguiu sair daquele aperto, a sua força descomunal parecia ter desaparecido. O rapaz que a segurava por trás tapou-lhe a boca com a própria mão, e a sua risada estranha enchia o local. Ela viu, a sua frente, outro homem esguio aparecer com algum objeto pontiagudo nas mãos, vindo em sua direção. De primeiro momento não pode identificar aquilo, mas, ao aproximar, viu que se tratava de uma seringa, com um líquido transparente. Desesperou-se, precisava se soltar do rapaz que se apossava de suas forças. Sentia-se frágil e inútil, mas logo deixou de se sentir assim, quando a seringa foi aplicada violentamente em seu pescoço e tudo não passou de um borrão, e do borrão, ficou escuro. Já não estava mais consciente.

—/-

Seu olhar vagava pelo jardim a sua frente. Já fazia alguns dias que estava sem tempo para apreciar o jardim da mansão Hyuuga, em manhãs ensolaradas como aquela. As flores pareciam ser colocadas nos locais certos, enquanto a grama era sempre bem tratada. Uma calma começou a surgir em seu peito, calma que já não sentia há algum tempo, e parecia sem confortante. Ouviu o barulho de a porta abrir lentamente e passou a observar quem estava prestes a entrar. Shinji sorriu a Hinata que estava sentada, e pediu permissão para sentar-se junto a ela. A Hyuuga concordou e o rapaz logo se sentou ao lado dela, no futon que também dava de frente ao jardim.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Acabei de conversar com Hiashi-sama. – o sorridente Shinji quebrou o silêncio e a atenção de Hinata se voltou a ele – Então quer dizer que você concorda com esse almoço?

Hinata fingiu um sorriso sincero e balançou a cabeça positivamente. Na verdade, a ideia de um almoço, de última hora naquele mesmo dia, para finalmente oficializar o seu noivado com o Mitsuaki, não agradava. Mas queria acabar logo com aquilo, finalmente oficializar o noivado que representava a ela um ponto final, forçado, nas esperanças de que algum dia poderia viver ao lado de seu verdadeiro amor. Respirou fundo e falou, calmamente:

— Otousan achou uma ótima ideia que oficializemos esse noivado o quanto antes.

— Eu concordo com Hiashi-sama. Mas antes disso, não quero que faça nada como obrigação, está bem? – sorriu amigavelmente – Quero que se sinta a vontade com isso, Hinata-sama... Esse noivado é para mim o maior prazer, e quero que assim seja para você. Nunca me senti tão feliz assim...

O rubor na face da Hyuuga e os olhos abertos, de surpresa, agradaram aos olhos de Shinji que sorriu de lado. Tudo estava indo da maneira que queria, e mesmo que fingisse oficializar um compromisso com a Hyuuga não era de nenhum mal agrado a ele. Ainda mais que ele se sentia atraído por ela, todo o tempo. Vendo que ela não responderia a seu galanteio, o mesmo disse que precisaria partir e logo saiu do local, deixando uma Hyuuga sem reação e envergonhada, observá-lo. Logo precisaria entrar em contato com Hideo e Minoru, dando continuidade ao plano e se preparar para o almoço de seu noivado, depois do entardecer. Afinal, o dia lhe proporcionaria diversos prazeres.

—/-

Caminhava com os passos firmes por todos os cantos de Konoha, enquanto via em alguns relances ninjas ANBU’s por toda a parte. Estava desesperado e ansioso, mas conseguia pensar, e seu coração temia qualquer coisa que pudesse acontecer a Sakura. Quem poderia ter feito aquilo com ela?

Algumas pessoas da rua o cumprimentavam felizes e sorridentes, mas Naruto mal podia retribuir os sorrisos de bom grado a eles, mesmo que se visse forçado a isso. Ninguém poderia saber do sumiço de Sakura – ou sequestro, como temia – ou desconfiar disso. A gravidez dela poderia estar em risco, e ele desconfiava que o sequestro fosse devido ao filho que ela esperava, e que talvez alguém tivesse descoberto que aquela criança era uma Uchiha, o que valia muito nos locais e organizações perigosas fora de Konoha.

Os ANBU’s nada encontravam e Naruto já parecia estar no seu limite. Vasculharam cada beco e rua de Konoha e não encontraram nada que sinalizasse para onde a Haruno havia ido, ou qualquer outra pista. As mãos passavam nervosamente pela testa e depois pelo cabelo. A vida de Sakura em risco lhe causava arrepios na espinha e um medo enchia seu coração. Quem poderia ter feito isso a ela? Ele prometeu protegê-la e havia falhado nisso. Sakura tinha que estar bem, ele pedia aos céus e a qualquer força externa. De repente, para a sua surpresa, um ANBU com uma máscara que simulava um urso apareceu a sua frente. Antes que pudesse sibilar qualquer coisa, o rapaz adiantou e começou a falar.

— Nara-sama encontrou pistas de sua noiva, Hokage-sama. Ele pede ao senhor que vá imediatamente ao seu escritório, ele o está esperando.

Naruto agradeceu o rapaz rapidamente e se encaminhou para sua sala, correndo sob os telhados. A inteligência de Shikamaru nunca parecia tão útil quanto agora.

—/-

Depois de ouvir atentamente as recomendações de Shikamaru, ele decidiu o que iria fazer. As pistas que levavam até a Sakura eram fracas, e, portanto, ele tinha necessidade de encontrar algum ninja rastreador, assim como disse o Nara. Mas, não era apenas a busca de um ninja com essas características que ele precisava. Teria que ser alguém de confiança. E a primeira pessoa com da qual ele pode pensar, havia sido nela.

Caminhou rapidamente e entrou sem cerimônias na mansão, que estava aberta. Havia um Hyuuga logo na entrada, mas ao ver quem se tratava, não ousou perguntar o que desejava ali. O local parecia enfeitado, e estranhamente estava cheio. Ele encontrou uma criada que se assustou ao ver o loiro ali.

— Hokage-sama...

— Eu preciso que me diga onde está Hinata-sama.

Com o susto, a jovem moça apontou para um longo corredor que se seguia ao fundo da casa, e disse que era o último quarto à esquerda. Ele estava praticamente a correr pelo local, e ao achar o quarto de Hinata, entrou, sem bater ou sinalizar que estaria entrando. Suas emoções e sentimentos estavam tão afoitos, que ele não conseguia discernir se o que estava fazendo era certo ou não. Ele só sabia que precisava da ajuda de Hinata, agora mais do que nunca.

— Hokage-sama!

Ele estancou na porta do quarto e passou a encará-la. Observou que ela estava arrumada, vestindo um kimono mais formal, sem deixar que mostrar as curvas e os traços femininos dela, como se fosse para alguma ocasião especial. Hinata o olhou rapidamente e se assustou com Naruto ali. Antes que pudesse começar a perguntar o que estava acontecendo, e o porquê do rapaz ter entrado na sua casa daquela maneira, ele logo começou a falar, freneticamente.

— Eu preciso da sua ajuda Hinata... – ele fechou a porta atrás de si e continuou a falar, entrando no quarto e a olhando fixamente – aconteceu uma coisa muito grave e eu só confio em você para me ajudar.

— O que aconteceu? – ela começou a ficar nervosa com a forma do loiro de falar. Aproximou-se um pouco dele, ficando a poucos metros de distância.

— A Sakura-chan... Ela foi sequestrada. – a voz dele desapareceu. Hinata o olhou, Naruto estava preocupado e também era possível ver pelos seus olhos que estava em aparente desespero.

— T-temos que chamar os ANBU’s, posso pedir para o Neji-niisan ajudar, temos qu-

— Não, Hinata! – ele encurtou a distância, entre os dois e segurou o braço da moça, que o olhava apreensivo. Sua feição séria a interrompeu, antes que prosseguisse – você tem que me prometer que ninguém vai saber disso!

— M-mas por quê? Ela está em perigo...

— Eu vou te explicar tudo. Eu te juro, tudo! – o Hokage a olhava ainda mais profundamente, e Hinata sentiu as maçãs de seu rosto corar. Havia algo nele que ela não conseguia decifrar – Há muitas coisas que você não sabe, e eu te prometo que no final disso eu vou te contar. Mas eu não consigo me concentrar em nada, eu preciso saber se a Sakura-chan está bem, ‘ttebayo! Preciso que você vá comigo em busca dela! Alguns ANBU’s de confiança foram atrás dela, mas eu não aguento ficar parado aqui sem fazer nada!

Antes que Hinata pudesse responder, um barulho chamou a atenção dos dois. A porta do quarto de Hinata estava sendo aberta, e os olhos perolados e azulados passaram a encará-la. Com um sorriso enfeitando o rosto, Naruto reconheceu que Shinji era quem abrira a porta. Logo a ver quem interrompia a conversa dos dois, a expressão do loiro se fechou, em contraste com a expressão sem graça que Hinata adquiriu, a ver que Shinji aparecera ali, olhando os demais de forma curiosa.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Me desculpe entrar assim, Hinata-sama, ouvi um barulho e achei que talvez precisasse de alguma coisa... Hokage-sama!

“Agora ele a chama de ‘Hinata-sama’?”, pensou o loiro, que encarava o homem na porta, com cara de poucos amigos.

— O-olá S-Shinji-sama, eu e o Hokage só estávamos conversando... – Hinata simplesmente não sabia como agir, assim que percebeu o olhar de ameaça que o Uzumaki estava e o sorriso simpático de Shinji para ele.

— Então ele veio comemorar com a gente?

— Comemorar? – a expressão dele passou de ameaçadora para curiosa.

— Sim, Hokage-sama! – Shinji fingia e alargava ainda mais o seu sorriso – Hoje eu e a Hinata-sama vamos oficializar o nosso noivado!

Naruto mudou novamente de expressão, e se voltou para Hinata, que estava completamente constrangida pela situação. O rosto dele voltou a uma expressão fechada, e os olhos penetraram nos olhos dela. Algo que inquietaria qualquer um.

— Oficializar o noivado? Você vai ter que adiar isso, Hyuuga-sama. – ele disse, com um tom de desaprovação, frisando ironicamente o “Hyuuga-sama”. Não estava se importando com o que Shinji pensaria, só gostaria que não houvesse nenhum noivado com a mulher que era sua. Pensou, internamente, que chegou ao momento certo.

— Adiar? Mas por que adiar?

— Shinji-sama... – ela se afastou do loiro que cruzou os braços e a expressão voltou a ser de poucos amigos. Com passos curtos chegou até Shinji, que a observava atencioso. – O-o Hokage veio me chamar para uma missão de extrema importância, não poderemos ter o nosso... N-noivado hoje.

— Ah Hinata-sama, eu tenho certeza que o Hokage pode deixar isso pra amanhã, não é Hokage-sama? – ele olhou para Naruto que só analisava a cena, de cima abaixo, guardando a raiva e o desconforto daquele homem que estava sua frente. Desde quando ele entrava no quarto de Hinata daquela maneira?

— Não. Ela vai ter vir comigo, agora. – Naruto disse, sem fazer questão de ser educado e cordial com Shinji.

Hinata pensou em se explicar para o Shinji, e tentar dar um jeito na sensação de desconforto que todos estavam. Não queria que o seu futuro noivo se chateasse, mas nunca deixaria Naruto na mão, e sentia, no fundo de sua alma, que precisa ajudá-lo o mais rápido possível. Mas Shinji a impediu de dar explicações, sorrindo convidativo e acolhedor. A sua arma mais poderosa era a habilidade que ele tinha para mentir.

— Tudo bem, Hinata-sama... Eu entendo. Sei que nós teremos muito tempo ainda para oficializar o nosso noivado.

Naquele momento, Naruto se segurou para que não enchesse a cara de Shinji e socos. Qualquer coisa que ele fazia – inclusive, respirar – irritava o Uzumaki que tinha a necessidade de se controlar, ao máximo, para que não se exaltasse. Além de que, eles precisavam ir logo, Sakura estava em risco.

Hinata agradeceu Shinji com um olhar amigável, e o mesmo a retribuiu com outro sorriso ainda mais doce. Ele olhou para o Hokage e reverenciou, assim, saindo do quarto de Hinata e os deixando a sós, novamente. Hinata foi à busca de algumas armas, e objetos que poderia usar na missão. Logo, ela o e o Hokage, que melhorou seu humor com a saída de Shinji, saíram pela janela, ambos com a cabeça a mil. Sakura, mesmo sendo noiva do homem que amava, precisava de ajuda e Hinata iria ajudar, assim refletia a Hyuuga, enquanto Naruto temia que alguém tivesse descoberto que o filho que a Haruno esperava era um Uchiha. Ele prometeu protegê-los, tanto ela quanto a criança, e ele sempre cumpria com as suas promessas.