"I wish I could heal you

And mend where you are broken

I wish I could heal you

And I wish you could heal me."

"Eu gostaria de curar você

E remendar onde está quebrada

Eu gostaria de curar você

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E gostaria que você me curasse."

( Fix You - The Offspring )

.

— Flashback -

Na sombra das luzes que se acendiam fracamente, Sakura respirava, ou pelo menos tentava. Seus olhos estavam mais abertos que o normal, seu corpo tremia. O ar frio dava a cena um tom mais melancólico do que era possível observar. Naruto estava com as mãos sujas de sangue, os olhos avermelhados da Kyuubi.

A Haruno estava perplexa, não sabia se acreditava na cena que acabara de ver. Naruto ainda com vestígios da Kyuubi em seu corpo, algo além do modo Kage, foi tomado por diversas lembranças em sua mente, e uma confusão de pensamentos. E, no meio, o corpo de Sasuke semi-morto. Sakura encarava Naruto, enquanto o mesmo ajoelhava-se em frente ao corpo de Sasuke. As palavras saíram de sua boca, acompanhadas de alguns suspiros.

— Sakura-chan... – disse Naruto, voltando ao seu estado normal – ele está vivo. Precisa de ajuda.

Sakura se levantou assustada, e caminhou até o corpo de Sasuke, enquanto Naruto continuava a encarar o rosto do rapaz.

— Ele precisa ir ao hospital urgente.

— Escuta. – Naruto disse, inspirando o ar rapidamente – nós precisamos salvar ele, Sakura-chan. Sasuke está de volta.

— Eu estou... – Sakura olhou para Naruto e depois para o rosto sereno de Sasuke, sem vida – eu não estou acreditando.

— Eu não vi Madara. Não vi sombra, não ouvi, não senti. Eu só queria ver Sasuke... Morto. – pôs sua mão na testa. Mesmo se acalmando, sentia que estava explodindo por dentro – eu só vi Madara quando Sasuke o enfrentou e o sharingan ficou mais avermelhado e eu não reconheci mais... Só pude perceber quando ele venceu Madara... Ele fez isso por nós e pela vila.

— Naruto, ele ainda é um assassino. – ela disse, entre as lágrimas que escorriam silenciosamente.

— Sakura-chan... – Naruto sorriu, aberto e aliviado, com o rosto molhado pelas lágrimas – ele salvou a nós e a Vila inteira que ele prometeu destruir. Ele acabou com o Uchiha que jurou morte a nós, 'ttebayo.

Sakura deu soluço e caiu no choro. Sentiu sendo abraçada por Naruto que logo se levantou com ela. A força havia voltado as suas pernas e ela precisava usar. Respirou fundo e o sorriso largo de Naruto iluminou o local.

— Vamos, temos que levar o Teme para o hospital.

—/-

A sala era sempre escura, e Naruto odiava aquele lugar. Todas as vezes que tinha que estar lá, um arrepio involuntário atravessava a sua espinha, e tinha vontade de sair rápido dali. Por que diabos a sala do conselho não podia ser mais acolhedora? Continuou caminhando enquanto todos os membros ali o encaravam. Ele realmente tinha que fazer isso?

O ar caia estava pesado e denso, até que o primeiro senhor, da ponta da mesa comprida disse, com palavras não muito amigáveis, ao loiro parado, ereto, no meio da sala:

— Você realmente teve coragem de vir até aqui fazer esse pedido, Naruto?

Respirou e olhou firme ao velho.

— Sim. Quero que aceitem Sasuke de volta.

— O assassino? – uma voz encheu a sala e o resto daqueles ali presentes estiveram em silêncio. Naruto não pôde reconhecer de quem foi o comentário.

— Sasuke salvou a todos nós. – disse, firmemente.

— Ele não fez mais que a obrigação, Uzumaki. – Satoshi disse ríspido e seco – ele é de Konoha. Aqui é seu lar.

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— Ele só precisa de uma chance. É só isso que peço a vocês.

Naquele momento, todos os senhores continuaram em silêncio. Naruto poderia, facilmente, sair dali, correndo, da forma que queria. Mas sabia que, para ter Sasuke de volta, a primeira coisa a fazer era enfrentar todos aqueles olhares carrancudos. Ele sabia que, com razão, eles não gostariam de aceitar Sasuke de volta. O perdão pelo o que tinha causado até aquele ponto era difícil. Mesmo que sacrificasse a própria vida para salvar a vila, fácil não seria.

— Vamos às condições – disse o velho que estava bem de frente a Naruto. Parecia um pouco mais impaciente que o resto – ele é o último Uchiha e espero que assim seja e que não haja mais vestígio ou esperança de outros surgirem. Mesmo sendo seu amigo, ele ainda é um traidor. Estará em vigia, frequente, e terá o dinheiro suficiente para viver com pequenas missões que serão mandadas. Se caso isso for desrespeitado, ele será morto. E se caso você mesmo não quiser matá-lo, considere-se tão traidor quanto ele. E este é por enquanto o nosso veredito.

Naruto deu um pequeno sorriso, triunfante, após a reverência aos senhores que ali estavam. Mesmo sabendo que seria difícil manter Sasuke dessa forma, nada mais importava. Ele cumpriu a sua vontade, e trouxe o Uchiha de volta.

"Seja bem-vindo, Teme!", pensou enquanto caminhava sorrindo pelas ruas de Konoha.

— Fim do flashback -

—/-

Um dos deveres de Hokage que Naruto simplesmente odiava, era lhe dar com os relatórios. Tsunade havia deixado claro que se ele não lesse os relatórios, provavelmente ele deixaria de ser Hokage para "voltar a ser um gennin". Naruto preferia não arriscar, pois desde quando ele assumiu o cargo de Hokage, sabia que Tsunade sempre estaria por perto não apenas para auxiliá-lo, mas também para lhe dar, quando necessário, puxões de orelha.

Decidiu então tirar a manhã daquele dia para ler e vistar os últimos relatórios do Hospital de Konoha. Aqueles relatórios eram provenientes de análises de jounnins que, nos últimos meses, estavam ativos em missões de ranking A e B. Ao fim de cada relatório havia uma pequena assinatura do médico responsável pela vistoria daquele jounnin. Normalmente a assinatura com traços fortes no ideograma que aparecia no final era sempre de Sakura. Ela agora assumia como cargo essa vistoria. Naruto foi olhando atentamente no fim dos relatórios e passou a perceber que nas últimas semanas não havia assinaturas de Sakura no fim desses relatórios, e sim as de Ino. Indagado, começou a olhar mais uma vez relatório por relatório e notou que em nenhum deles havia a participação de Sakura. Algo de grande importância, principalmente quando envolvia ninjas de alto porte.

Enrugou a testa e encostou-se à cadeira. Aquilo estava fora do comum e sabia que tinha que verificar. Levantou repentinamente e seguiu caminho para fora de sua sala.

— Shizune, você sempre está no hospital, não é? - perguntou o loiro se apoiando na mesa de Shizune.

— Sim, Hokage-san.

— Quando foi a última vez que viu Sakura?

Shizune se manteu em silêncio tentando se lembrar de algum momento específico, mas não conseguiu se lembrar de nenhum.

— Desde que Tsunade-sama deu um período de descanso a Sakura não...

— Descanso? Sakura não está no hospital, dattebayo? - Naruto disse com uma expressão de dúvida.

— A-achei que soubesse, Hokage-sama. - Shizune riu nervosamente.

— O que mais está acontecendo em Konoha que Obaa-chan não quer me contar? Mudamos de nome também, 'ttebayo? - o loiro olhou para Shizune que mantinha um riso nervoso e sem graça no rosto, enquanto ele a olhava com cara de indignação. Usando um falso sorriso, Shizune perguntou:

— Deseja mais alguma coisa, Hokage?

— Não, dattebayo... Vou sair e volto mais tarde.

—/-

Acordou um pouco mais tarde que o comum e resolveu desembrulhar algumas das coisas que continuavam em caixas. Há quase seis meses Sakura havia saído da casa de seus pais para morar sozinha e depois de tanto tempo algumas coisas ainda continuavam em caixas. Na verdade, seu tempo integral era dedicado a seu trabalho como médica e por essa razão nunca tinha tempo para se dedicar a sua nova casa ou a ela mesma. Achou no fundo da caixa alguns potes usados para ramen, presente de Naruto de alguns bons anos atrás, quando o mesmo ainda insistia para que saíssem juntos. Olhou para o objeto em suas mãos e sorriu. Era uma época que nada importava a não ser o fato de ter Naruto e Sasuke sempre por perto para enfrentar novas missões. Que seu desejo era ter Sasuke só pra si mesma. Pensava, agora Sasuke era como uma sombra de um passado bom e um futuro assustador. Colocou o pote no armário da cozinha e ouviu algumas batidas na porta da frente. Pensou por um momento e se lembrou de que Ino prometeu que viria mais tarde para que conversassem.

— Pode entrar Ino.

Identificando o barulho da porta se abrindo, Sakura foi até a sala da entrada esperando a loira entrar. Mas na verdade foi outro loiro que adentrou a sala.

— Espero que tenha trazido o almoço porque... Naruto?

— Oi, Sakura-chan!

— O.. O que faz aqui? - Sakura se surpreendeu. As duas únicas pessoas que tinham conhecimento dos acontecimentos dos últimos meses - em partes, Sakura ocultou quem era o pai de seu filho - eram Tsunade e Ino. Naruto era alguém de confiança para Sakura, mas daquilo ele nunca poderia saber. Por mais que ele e Sasuke fossem um pouco mais afastados do que antes, ele ainda era o amigo de Sasuke, e Sakura sabia que se viam sempre que era possível.

— É assim que você recebe um amigo Sakura-chan? Dattebayo, vocês mulheres são tão...

— Tão o quê? - ela olhou com cara de poucos amigos.

— Tão bonitas, hehe. - Naruto riu com uma de suas mãos atrás de sua cabeça.

— Naruto, estou ocupada no momento... - ela teria que se livrar dele o mais rápido possível, antes que o mesmo notasse alguma coisa.

— Não vou te deixar em paz tão fácil assim, 'ttebayo! Precisamos conversar!

"Ele não pode saber de nada. Por Kami, o que será?"

— Conversar? Sobre o quê? - indagou curiosa e apreensiva.

Naruto caminhou até o outro lado da sala se sentando no sofá preguiçosamente.

— Essa história de descanso. Obaa-chan não havia me contado nada disso.

— O stress Naruto, sabe como é, eu estava precisando de um descanso de-

— Você, descanso do hospital? - ele riu mais uma vez, olhando Sakura caminhar de modo nervoso para a cozinha e voltar, falando freneticamente – dattebayo, te conheço Sakura-chan, alguma coisa está acontecendo.

— Mas é claro que não...

— Você não quer me contar?

Sakura se sentou ao lado de Naruto, tentando se acalmar. Com Ino havia sido mais fácil, Tsunade acabou descobrindo por ela mesma, mas com Naruto a história tomava outro rumo. Isso comprometeria não apenas ele caso ele soubesse da existência de um último Uchiha, mas sim a sua amizade com Sakura e Sasuke. "Ele não pode saber disso. Mas como?"

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— É muito delicado, e também não é nada demais.

— Então me conta, 'ttebayo!

— Eu... Eu não posso.

Naruto se emburreceu, respirou fundo, mas não estava muito calmo. Estava cansado de segredos por toda parte, como se ele ainda tivesse doze anos e não soubesse lidar com os problemas. Aquilo estava o irritando muito.

— Qual é, Sakura? Sou seu amigo, dattebayo! Todo mundo me escondendo as coisas, não sou mais uma criança.

— Naruto, isso é muito delicado.

— Talvez eu possa te ajudar, me conta logo!

Sakura respirou fundo e olhou para o loiro que esperava uma resposta. Desviou o olhar e passou a encarar o chão.

— Eu não acho que você deva saber disso...

Naruto desencostou do sofá e se inclinou para frente na altura de Sakura. Ela estava com seus dedos inquietos e entrelaçados entre si, e Naruto percebeu que algo grave estava acontecendo.

— Você é a única pessoa que eu tenho de verdade e que eu não fiz besteira para afastar... Por favor, 'ttebayo, eu preciso de alguém que conte comigo.

Sakura ficou em silêncio e notou que Naruto parecia desapontado. Olhou para o loiro que a encarava.

— Sakura-chan eu posso tentar te...

— Eu estou grávida.

Naruto se calou e levantou assustado. Esperava qualquer notícia, mas... Grávida? Ficou tentando pensar em algo inteligente para dizer, mas permaneceu calado. Até que uma ideia surgiu em sua cabeça e Naruto corou.

— FOI O LEE? ME DIZ QUE NÃO FOI O ROCK LEE, 'TTEBAYO, POR...

— CALA A BOCA E SENTA NARUTO!

Naruto se sentou e calou, antes que Sakura tivesse um relapso como Tsunade, e ele apanhasse ali mesmo. Nenhum cargo era alto o suficiente para fugir da fúria dessas mulheres.

— Quem dera se a situação fosse fácil assim, Naruto.

Sakura respirou fundo e apoiou sua testa em uma de suas de mãos. Naruto ficou a observá-la, esperando alguma explicação. Ele notou que o assunto era sério, mas não conseguiu formular nenhuma ideia a respeito.

— Eu não quero que nada mude depois dessa notícia entre você, eu e... – suspirou - Sasuke.

— Mas é claro que na... - Naruto não terminou sua própria frase quando notou que nome do seu amigo havia sido mencionado. Ele olhou para Sakura com os olhos bem abertos, tentando entender a situação. Agora ele havia percebido que Sasuke não fora mencionado simplesmente por causa da amizade entre os três. Sakura continuou olhando para o chão, enquanto Naruto tentava digerir a notícia. O silêncio permaneceu por alguns segundos antes que Naruto falasse firmemente:

— Ele tem que saber disso, Sakura-chan.

— Não Naruto! - ela levantou e se colocou a frente dele quando o rapaz se levantou, decidido - você tem que me prometer que NINGUÉM vai saber disso, principalmente ele!

— Mas foi ele o responsável também, 'ttebayo! - dizia impaciente.

— Presta atenção, eu já tentei... Eu... - suspirou tentando amenizar a dor que seu coração tornava viva, cada vez que se lembrava daquele episódio - percebi que não sou importante na vida dele e nunca fui.

— Isso não é verdade Sakura-chan! Se você não fosse importante isso nunca teria acontecido!

— Eu sei que não sou e não fico me lamentando por isso - ela olhou firmemente a Naruto - ele deixou isso bem claro.

— Eu vou bater naquele Teme se ele não fizer nada, dattebayo!

Sakura empurrou Naruto fazendo com que se sentasse no sofá, impaciente.

— Já chega Naruto! Isso é sério!

— SAKURA-CHAN, MAS ELE TEM QUE SABER! - Naruto disse observando Sakura andar ansiosamente pela sala.

— Não Naruto! Não, não, não! Ele não tem que saber de nada! Já me machuquei demais por causa dele, e se ele souber quem corre risco de vida não sou só eu, mas essa criança!

O Hokage se levantou, com mais calma, aproximando-se de Sakura. Disse, em uma voz baixa:

— Ele voltou por vontade própria, Sakura-chan, ele não é o mesmo.

— Você acha isso, Naruto. Para mim, nada mudou. Ele continua sendo o mesmo assassino.

— Eu não entendo - soltou uma risada baixa irônica - se ele continua o mesmo, como isso aconteceu, dattebayo? - disse, apontando para a barriga de Sakura.

Naquele momento nenhuma palavra sábia surgiu na cabeça de Sakura. A mesma se sentiu envergonhada e triste ao mesmo tempo, pois da mesma maneira que Naruto se questionava pelo ocorrido, ela mesma já havia feito aquela mesma pergunta. Tentou dizer alguma coisa, mas nada lhe escapou os lábios. O loiro percebeu que o silêncio que permanecera a pouco caiu como um peso para ambos. Para consertar aquilo, disse:

— Se você quer assim, eu prometo que não irei dizer nada. Mas o que você pretende fazer?

— Eu ainda não sei... Estava pensando em sair de Konoha. - Sakura se sentou, inquieta.

— Você não pode fazer isso, dattebayo! Essa criança é um Uchiha, você sabe o valor que isso tem para as outras vilas, isso pode te fazer mal. - o Hokage se sentou ao lado de Sakura.

— Aqui eu não posso ficar. Se o resto da vila ficar sabendo que eu estou grávida... De Sasuke... Isso é ainda mais perigoso.

— E sair daqui, o que vai fazer?

— Eu não sei Naruto, não sei! - respondeu Sakura sob o olhar de indagação de Naruto.

— Pois eu sei, 'ttebayo. - o rapaz passou a encarar Sakura - essa criança não terá uma família, não irá saber ao que pertence, e ela pode ser tão solitária quanto eu e Sasuke éramos. Isso é um peso para um vida inteira.

— Naruto, eu não tenho alternativa.

Ele se lembrou da cena na sala do conselho. Lembrou-se dos olhos, marcados pela velhice, do homem que dizia sobre as condições para que Sasuke ficasse em Konoha. "Ele é o último Uchiha e espero que assim seja e que não haja mais vestígio ou esperança de outros surgirem." Certamente a gravidez de Sakura não seria aceita, e o pior podia acontecer, não apenas a Sakura, mas Sasuke e ele mesmo. Mesmo sendo um erro, Naruto tinha que acolher a amiga. De alguma forma ou outra, se aquela loucura fosse só suspeitada pelo conselho, estavam todos comprometidos. Sakura sabia disso. No calor do momento entre ela e Sasuke, não se lembraram de nenhuma condição. E agora, todas as noites, pensava no que poderia acontecer a ela, a criança e ao Sasuke, se esta história viesse à tona. Naruto não contou as consequências de tal fato, que diz que caso isso ocorresse, o próprio Naruto teria que resolver isso. E para resolver, a forma teria que ser do conselho, e ele esperava o pior. Omitiu isso de Sakura para que a mesma não se assustasse, agora não era hora de reações desse porte.

Não havia outra forma, a não ser uma, que de primeira instância, que surgira na cabeça de Naruto. Pensou. Olhou para o chão e depois para Sakura. Tinha que pensar no bem dela e da criança que carregava, que ao olhar na barriga, havia notado que a mesma estava ficando mais rechonchuda. Respirou. Pensou "É isso." e soltou a frase que saía de seu coração, como um alívio.

— Case-se comigo.

Sakura arregalou os olhos e encarou a expressão séria de Naruto, que a observava sem piscar.

— O... O quê?

— Sakura-chan, essa criança vai ficar sem identidade... Sei que você pode ser uma ótima mãe, mas uma família é o que ela mais vai precisar, 'ttebayo.

— Não Naruto, ficou louco? - sua impaciência se misturava com medo de um futuro próximo - você sabe que eu você somos só amigos!

— Eu sei, não estou pedindo para ser seu marido, Sakura-chan, só estou dizendo que essa criança merece uma família! Eu cresci abandonado, assim como Sasuke, e carregamos um peso imenso pelo resto de nossas vidas. Eu – suas mãos suavam - não sei amar... Perdi as chances da minha vida com a pessoa que me amou de verdade porque ninguém nunca me ensinou isso. Agora, ela está praticamente noiva de um estúpido que ela nunca viu na vida por eu não saber valorizar nada, dattebayo! - ele falava freneticamente, com as mãos trêmulas, enquanto Sakura o observava com atenção - eu não posso deixar que isso aconteça a outra pessoa.

— Eu não quero parar a sua vida por um erro meu, Naruto... Isso não é justo.

Com um olhar calmo e próximo, Naruto encarou Sakura, e estava lado a lado. Ela, com a dor de um erro imperdoável, e ele com a perda de uma parte de si próprio, e assustado com o que poderia acontecer dali pra frente. De alguma forma os dois sabiam que, algo que ia além da amizade, nada poderia retroceder e consertar seus erros. Sakura conhecia Naruto profundamente e sabia da dor que ele carregava pelo abandono, e por todas as dificuldades que ali proporcionava Sabia também que ele falava de Hinata, a única mulher a quem Sakura pode ver que amara Naruto de corpo e alma, e que o próprio sabia disso. Ouviu Tsunade dizer algo a respeito de Hinata e Naruto, e ultimamente havia percebido que Naruto agia de forma estranha quando a Hyuuga era mencionada em alguma conversa. Ele sorria, e dizia que "Konoha tinha uma das melhores kunoichis" e era mais próximo da Hyuuga. Sakura viu que os olhos de Naruto estavam um pouco marejados, mas o rapaz não carregava nenhum traço de choro.

— Eu penso nela. Todos os dias, todas as horas. Eu nunca vou desistir de Hinata como ela nunca desistiu de mim, 'ttebayo. - sorriu tristemente - mas eu não posso deixar que você faça isso sozinha... Você sabe o risco que corre. Eu quero te ajudar Sakura-chan, eu vou ser o pai dessa criança, e não vou deixar que ela passe pelo mesmo que passei! Sou seu melhor amigo e eu não vou mais abandonar as pessoas que eu amo, dattebayo!

— Como eu posso deixar você fazer isso? Vai te impedir de viver a sua vida com quem você realmente ama!

— Hinata será minha, você vai ver! E enquanto isso eu vou te ajudar, dattebayo!

Sakura abraçou Naruto, entre lágrimas. Sabia que ele era quem podia contar sempre, e abrir mão da sua felicidade para ajuda-lá, era algo de honra que ninguém faria por ela. Sabia do risco que corria, nas mãos do conselho, caso descobrissem, e isso a amedontrava muito. Naruto não havia comentado, e esperava não fazer o mesmo, mas sabia que Sakura estaria ameaçada se essa criança fosse descoberta como Uchiha fora de Konoha. Ela também corria perigo dentro da própria Konoha, mas como Hokage ele podia ajudá-la na medida do possível, sendo sua noiva e contestando que o próprio era o pai daquela criança. Não haveria conselho e ninguém mais que o enfrentasse para contestar. A respeito de Hinata, a dor de perdê-la era enorme, mas em momento algum pensava em desistir.

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"Eu estou fazendo a coisa certa. Não posso fazer besteira mais uma vez."