Back Together

Meadow - Parte 1


– Amanhã. Pela manhã, no Meadow próximo à casa da minha tia. Você se lembra, certo?

Claro, ele se lembrava. Quantas vezes brincaram os dois, queimados pela luz do sol da tarde, deitados na grama verde do Meadow.

Peeta, infalivelmente, como em todas típicas as manhãs, destinava-se a sua estimada padaria. E neste dia, era presente um característico alvorecer de tempos frios. O vento, que soprava desde a noite anterior, descia pela toda vastidão do distrito. Em rajadas álgidas, obstinadamente, lutava contra as janelas de vidro do lugar, fazendo fastidiosos ruídos a quem escutasse. E em uma fenestra, que estava aberta, o frio encontrou uma brecha e adentrou. Quando chegou na garganta do garoto do pão, ele tossiu.

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– Droga – rumorejou para si próprio, enquanto dirigia seu passo até aquela janela para fechá-la. Ele mirou o céu e percebeu atentamente o sol, e então, pressupôs que já estava na sua hora de ir. Mas, não se esqueceu do inconfundível saco de pães quentes, que trazia todas as manhãs para a casa de Katniss.

Peeta estava mais arrumado do que o habitual. Seus cabelos loiros eram suavemente postos para trás e trajava uma camisa social azul claro, o que fatalmente destacava o par de pedras que tinha no rosto.

Ele percorreu um caminho curto pelo distrito sentindo o crestar do vento fresco na sua face branca. Por fim, quando chegou, encontrou Haymitch sentando na cozinha, bebendo uma garrafa de whisky.

– Não pode esperar até mais tarde para beber isso? – Peeta indagou, encarando-o com desprezo.

Seu ex-mentor esboçou um riso azedo e mirou seus olhos ébrios nele. E com isso, foi-lhe respondido a questão do garoto, que suspirou rasamente com extenuação e depois, deu os ombros.

– Claro – murmurou – Onde está Katniss? Dormindo?

– A garota saiu para caçar agora a pouco.

Peeta ergueu as sobrancelhas em surpresa. É do saber de toso que, a garota em chamas não caçava a meses. E por isso, um sentimento de esperança tomou-lhe o coração, sentindo que Katniss estaria verdadeiramente progredindo.

– E Effie? – perguntou mais uma vez.

– O que você acha? Dormindo claro. – replicou, dando mais uma golada no whisky.

Peeta deus os ombros e deixou o saco de pães no balcão marrom e continuou:

– Bom, vim apenas deixar os pães aqui. Diga a Katniss que eu estive aqui, tudo bem?

– E para onde você pensa que vai a essa hora?

– Para o Meadow central – respondeu rapidamente, olhando as horas no seu relógio – Tenho que ir, até mais.

Uma curiosidade irresistível chegou em Haymitch, mas antes que lhe desse tempo para perguntar com quem Peeta estaria, este saiu em passos ligeiros até a porta de entrada. O ex-mentor revirou os olhos. “ Crianças”

–---

Peeta encontrou Sally assentada sobre o chão verde do Meadow. Estava passando o tempo, alisando em tremulações de mãos ansiosas, a pulseira em seu pulso e os pingentes nele. Sua expressão era nervosa. Mirava a vastidão do ambiente e se decepcionava ao não vê-lo chegar. Mas, em uma dessas miradas, quando seus olhos verdes acharam os azuis dele, um amplo sorriso brotou em seu branco rosto sardento.

Levantou-se alegre, esperando-o caminhar até ela. E no momento em que o garoto do pão chegou, o coração dela pulsou intensamente. Viu que suas pernas tornaram-se trépidas. Peeta então sorriu docemente, aproximou-se e tomou-lhe nos braços para um abraço.

– Que bom que veio Peet- murmurou em seus ouvidos com a voz afetuosa e desafogada. Depois disso, desvencilharam-se.

– Eu nunca não deixaria minha amiga na mão. – respondeu-lhe. – Você está tão bem arrumada e bonita. Devia ter me vestido melhor. – lamentou, olhando para si mesmo.

Sally, realmente, estava belamente ajeitada. Trajava um delicado vestido de flores miúdas em tons de verde. O cabelo pardo era preso em um único rabo de cavalo. Ela acompanhou aquelas palavras com um riso e um olhar cintilante.

– Você está exagerando – disse com o rosto ruborizado – Venha, quero te levar para um lugar.

Ela pegou suas mãos cordialmente e o guiou para um local não muito distante dali. Ainda continuava sendo o Meadow, porém, nesta área, havia uma árvore, de frutos vermelhos, de alta altura. Ambos conheciam bem aquele espaço. Inúmeras vezes, depois de uma tarde inteira de brincadeiras de criança, iam ali para, enfim, descansar seus corpos.

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– Desde que você foi embora, nunca mais vim aqui. – Peeta disse, com a voz nostálgica, cravando, comovido, aquele lugar.

Sentaram-se os dois na sombra da árvore, como que repetindo o gesto tantas vezes executados há anos atrás. O garoto do pão fechou os olhos por um instante, desfrutando do repouso da rajada morna e fresca dos céus, em sua face. Aquilo trouxe-o lembranças de vida. Lembrou-se de Sally ainda criança e seus tempos de amizade. Mas, inevitavelmente, do mesmo modo, lembrou-se da primeira vez que viu Katniss, com suas duas tranças em vez de uma e seu par de olhos cinza na época de escola. E a mesma inédita imagem, inocente e plúmbeo, avistada por olhos curiosos de um garotinho, ainda via brilhar vivamente nas sombras de suas recordações.

– Peet? – chamou-o, encarando-o. O garoto do pão despertou das suas quimeras e sorriu.

– Me desculpe Sally. Fiquei pensando demais e me prendi.- confessou.

– Já sei o que você estava pensando. – falou convencida, mas com uma ponta de desapontamento. – Em Katniss, certo? – indagou ela, com a fala disfarçada de uma ferida por uma agonia íntima.

A pergunta o embaraçou por um momento. Mas, por fim, ele a respondeu.

– Pelo visto, você ainda me conhece bem. – diz – Também pensei em você e nos velhos tempos – Sally ruboresceu – Então, o que você queria me dizer?

– Não se preocupe, vou dizer, mas depois. Primeiro vamos comer!

Peeta hasteou as sobrancelhas confuso. Mas, antes que perguntasse do que se tratava, ela trouxe uma bolsa de palha, que estava escondida atrás da árvore. Tirou de lá uma toalha e ajeitou-a no chão. Depois, arrumou as comidas nela. Havia um bolo de chocolate e alguns doces. E para beber, um suco fresco de laranja.

– Você acha mesmo que eu o deixaria com fome? – disse Sally, com os olhos brincalhões. – Eu me esforcei, apesar de eu não cozinhar tão bem como você.

Comeram com avidez enquanto conversavam. Palavreavam tranquilamente, ora rindo dos velhos tempos, ora rindo dos tempos atuais.

– Estou farto. – disse Peeta, esfregando a mão na barriga.

Sally gargalhou.

– E gostou?

– Estava tudo muito gostoso. Não sabia que você cozinhava tão bem. – respondeu- Mas, agora, você vai me dizer o que queria falar.

– Falarei. Vamos andar um pouco.

E assim fizeram. Caminharam lentamente pelo Meadow. Até que Sally parou e defrontou-se para ele. Seu semblante era cândido e gracioso. O mirou fixamente. E naquele olhar castanho morava os mais incompreensíveis dos sentimentos, saudades, amor e dor.

– Devia ter lhe dito isso desde quando cheguei aqui Peeta. – disse Sally com a voz aluída de uma aflição antiga e visceral.

Ele, preliminarmente, não compreendeu tais palavras, e nem os nuances em que estas foram emitidas. Pensou ligeiramente e buscou em si mesmo algum sentido para aquilo, enquanto seguia e fitava o seu pesaroso olhar.

– O que aconteceu, Sally? – perguntou impaciente, já devidamente preocupado. – Aconteceu algo com você?

Ela balançou a cabeça negativamente. Peeta tomou suas mãos, que estavam geladas e estremecidas, suavemente.

– Não tenha medo de me dizer, eu sou seu amigo. – disse compadecido.

E com um sorriso verdadeiramente dorido, ela finalmente falou.

– Peet, você a ama, não é?

Ele a encarou em surpresa, novamente, não a compreendeu.

–--

Katniss, que passou toda a manhã na sua velha e conhecida floresta, chegou finalmente em casa. Portava em uma bolsa simples, alguns esquilos caçados durante o dia. Deparou-se com Effie, assentada no sofá da sala.

– Boa Tarde, Effie. – cumprimentou, enquanto removia sua jaqueta de couro marrom e deixava os esquilos na cozinha.

Effie se levantou em sobressalto e prontamente foi até Katniss.

– E então, está se sentindo melhor? – indagou, com os olhos curiosos nela. E envolveu-a em seus braços para um afago.

– Acho que sim. – balbuciou, sorrindo.

– Que bom então. Mas, só por isso, não irei brigar com você por não me avisar onde tinha ido. – advertiu-a em um riso estridente.

Depois, Katniss passou a arrumar os esquilos mortos, para, então, guardá-los depois.

– O Peeta está na padaria? – perguntou, concentrada em sua tarefa.

Desde a noite anterior, a garota em chamas ambicionava expor sua conversa com Paylor a Peeta, mas, por algum motivo, talvez o fastio de sua alma, fez a memória negligenciar tal detalhe.

– Haymitch disse que ele saiu cedo para o Meadow Central – replicou Effie.

Katniss ergueu os olhos surpresos. E então, ela baixou a cabeça e ficou pensativa. '' Para o Meadow? O que ele faria lá? ''

– Cuide disso para mim. – Katniss falou rapidamente e em um movimento apressado, ela entregou os esquilos para Effie, que, inevitavelmente, antes que evitasse o contato com eles, soltou um protesto agudo, a mirando com assombro. – Já volto, Effie.

Assim, a garota em chamas saiu da casa em passos ligeiros para o Meadow.