Enquanto o sol subia no horizonte, Harry Potter já embarcava no navio Karla, que os levaria por mar até o Precipício de Gamora. O navio era pequeno o bastante para que apenas três pessoas apenas pudessem navegá-lo sem problemas. Apenas ele, Ted e um marinheiro contratado estavam no navio. O Auror não queria ninguém mais indo com eles.

O mar não estava calmo, mas também não estava tempestuoso, como na última semana. Corriam risco de uma tempestade acontecer a qualquer momento. Por esse motivo, eles avançavam numa velocidade horrivelmente devagar, tanto que quando era meio dia, ainda estavam na metade do caminho.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Durante o período que ficaram no mar, Ted e Harry conversavam sobre os acontecimentos daqueles meses, sobre o sequestro de Gina, sobre os sonhos de Alvo, sobre as muitas coisas que passaram. Harry se perguntava do paradeiro de Hermione e Rony, que fazia bastante tempo que não mandavam nem ao menos uma carta via coruja para ele. Ted ficou subitamente tenso no mencionar nos nomes do casal Weasley.

– Você sabe de algo, não? - Harry perguntou inquisitivo.

– Sim, mas não me pergunte mais padrinho. - Ele pediu. - Eu prometi a eles que não diria.

– Tudo bem. Respeito isso. - Ele respondeu, apesar de estar curioso e preocupado com os amigos.

O navio chegou em uma desembocadura de rio. Passaram a navegar rio acima entre dois paredões de pedra. De acordo com o mapa de Slytherin, aquele era o Precipício de Gamora, precisavam apenas a entrada para a caverna.

– De acordo com Alvo, o local de onde Elisha pulou terminava em uma espécie de buraco com uma tocha de fogo azul no fundo. - O Auror informou.

– Provavelmente eles esconderam a entrada com magia. - Ted afirmou.

– Faz muitos anos que eu aprendi que magia sempre deixa traços para trás. É impossível esconder todos os traços de um feitiço conjurado. - Ele sacou uma varinha do bolso e disse: - Incantatem Revelio!

O horizonte tremeu, como uma miragem. Havia no fim do vale onde estavam uma cachoeira, da qual nascia o rio que navegavam. Logo ao lado dela, a direita e perpendicular a ela, havia um trampolim de pedra; de onde estavam, Harry já era capaz de ver a Floresta Proibida. Era o lugar que procuravam.

Pararam logo abaixo do trampolim, entretanto, não havia tocha azul nenhuma e, de fato, não havia entrada para caverna alguma. Ted e Harry desceram do barco para margem do rio. Ele se concentrou, precisava usar o feitiço a seguir com toda sua força, pois o que precisava quebrar era muito poderoso.

Finite Incantatem!

O chão que pisavam desapareceu num segundo. Os dois caíram alguns metros, mas ambos rapidamente apontaram suas varinhas para o chão e impediram sua queda com um Aresto Momentum. Eles se levantaram e limparam as roupas. Não havia tocha ali, entretanto encontraram um suporte acima de suas cabeças.

– Não estamos sozinhos. - Ted disse.

– Não achei que estaríamos. - Harry disse. - Vamos.

Eles andaram alguns minutos pela caverna, até chegarem a um local em que as paredes alargavam-se. Havia desenhos rupestres nas paredes, notou que eram escritos no que parecia ser Armênio, mas Harry não tinha certeza. Assim que avistaram luz a frente, apagaram suas varinhas. Se aproximaram em silêncio para não chamar atenção das pessoas que estavam ali.

Escondidos atrás de uma rocha, observaram o que acontecia. Apenas um homem estava ali; ele tinha duas varinhas, uma em cada mão. Eles viram a porta de ferro pela primeira vez. Era imensa, com dois metros e um pouco mais de altura; havia onze varinhas presa a ela, e um espaço vazio apenas.

– Aquele é Omincron. - Ted sussurrou.

– Pode vê-lo?

– Sim. Ele está usando suas habilidades de Metamorfomagia.

Omincron colocou uma das varinhas no espaço vazio, mas ela foi cuspida para fora; bateu em uma pedra com força e partiu-se em duas. Fez o mesmo com a outra, mas esta foi aceita. Um brilho verde saiu das varinhas, iluminando assustadoramente o ambiente.

– Finalmente! - Omincron gritou. - Conseguimos todas as varinhas! Abra-se porta maldita!

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Contudo, para decepção do vilão, a porta permaneceu fechada. O brilho cessou e apenas uma coisa mudara. No centro do círculo de varinhas, onde antes era liso, agora surgira um símbolo na língua armênia:

ցավ

Eles ainda precisavam do ingrediente final.

– POR QUE VOCÊ NÃO ABRE!? - Ele gritou, com muita raiva.

Obviamente ele também não sabia o que era o último ingrediente. Os dois trocaram olhares. Era a hora de intervirem. Saíram do esconderijo com suas varinhas apontando para Omincron, que virou-se subitamente, pois percebera instintivamente que os dois estavam ali.

– Harry Potter e Edward Lupin. - Ele disse, ainda com raiva. - Exatamente quem eu queria ver. O chefe disse que não posso matá-lo ainda. - Ele virou sua varinha para Ted. - Avada Kedavra!

Um raio de luz verde veio na direção de seu afilhado. Harry saltou na frente, gritando “Protego”. Um raio de luz branca saiu de sua varinha, interceptando o raio verde da Maldição. Chocaram-se no ar, o feitiço de Harry impedindo o avanço da Maldição de Omincron.

Ted sabia o que fazer. Ele afastou-se de Harry e lançou um feitiço estuporante no inimigo, mas ele tinha outra varinha em mãos, e se defendeu. De onde esse cara está tirando essas varinhas, Ted pensou, irritadiço. Omincron lançou feitiços em Ted, que se defendia e atacava ao mesmo tempo. Ele duelou com o Metamorfomago enquanto, ao mesmo tempo, competia com o Auror Potter, que sem dúvida era um dos melhores bruxos da atualidade.

Omincron lançou algumas Maldições de Morte em Ted, que desviava com saltos ou escondia-se atrás de rochas. Eram dois contra um, mas sem dúvida ele estava na vantagem. Ted saiu mais uma vez de trás da pedra lançando feitiços, mas o adversário bloqueava. Ted calculou um passo errado, pisou em uma pedra e torceu o tornozelo. Estava caindo, mas, antes de sentir dor no pé, ele sentiu dor pelo corpo todo. Omincron o acertara com a Maldição Cruciatus.

Ele estava no chão, caído de dor, enquanto o inimigo dizia.

– Se eu soubesse que iria te atingir, teria usado a Maldição de Morte. Sabe, minha irmã tinha um interesse particular em você, Ted. Além de nós três, você era o único Metamorfomago que conhecíamos. Queríamos trazer-te para nosso lado. Então tudo mudou quando descobrimos que Lucius havia escapado de nós em Azkaban. O chefe não permitiu que tentássemos fazer com que você mudasse de lado. Bem, não importa, você está com muita dor. Apenas isso já é gratifican...

Ele foi subitamente interrompido por duas vozes de duas crianças dizendo ao mesmo tempo:

Estupefaça!

Uma bola feita de ar um tanto esbranquiçada voou na direção de Omincron. Ela veio das sombras. Ele foi jogado contra uma das paredes. Harry viu que por pouco sua cabeça não bateu em uma pedra pontiaguda.

Alvo e outro menino que Harry não conhecia surgiram. Eles tinham as varinhas em mãos, ainda apontando para o inimigo, que estava desmaiado no chão. Harry estava com sentimentos conflitantes: alivio por terem sido salvos, mas raiva, por que seu filho de onze anos estava ali, se arriscando.

– Alvo Severo Potter! - Ele escolher ficar irritado com o filho. - O que você pensa que está fazendo aqui?

– Salvando vocês, oras. - Ele retrucou; Alvo não era muito de retrucar, por isso acrescentou imediatamente: - Desculpe.

– Como chegaram aqui? - Ele foi ajudar Ted; usou um Episkey para curar seu tornozelo.

– Há uma passagem de Hogwarts até aqui. É muito longe, quase meia hora de caminhada. - O outro respondeu. - Você deve ser Harry Potter, e ele - o menino apontou para Ted - deve ser Edward Lupin. Muito prazer, meu nome é Richard Radkey.

– Muito prazer. - Harry disse; Ted já havia levantado. - Rose está com você?

– Sim, ela está logo atrás de... - Alvo se virou, e viu apenas escuridão. Nem sinal de sua prima. - Rose?

Não obteve resposta. Richard disse que voltaria e procuraria por ela. Alvo contou sobre o fantasma de Coraline ter se revelado a Yanka; sobre a Chave do Reino, a qual Harry conhecia a lenda, mas não sabia que ela havia desaparecido. Aparentemente o governo não queria que o público soubesse que uma adolescente havia invadido e roubado o Palácio de Buckingham, e ainda sair impune disso. Ela morreu, é claro, mas não por causa do roubo.

– E Minerva escondeu isso todos esses anos?

– Aparentemente.

Foi então que ouviram barulhos vindo do corredor. Feitiços sendo lançados, uma criança lançando-os e depois silêncio. Harry e Ted correram para escuridão, Alvo permaneceu onde estava. Os dois adultos voltaram recuando e com as mãos para cima. Outro homem vinha com a varinha no pescoço de Rose, que estava soluçando de tanto chorar.

– Não tentem nada, ou ela morre. - Ele disse.

Ela tinha estatura mediana, apenas um pouco maior que Harry. Usava uma túnica negra que cobria-lhe os pés e ainda se arrastava alguns centímetros no chão. Alvo se perguntou como ele não caía com ela. Ele usava uma máscara com o mesmo símbolo que Alvo tivera na testa durante meses: um triângulo com um círculo no centro, sendo ambos partidos ao meio por um risco vertical; das pontas do triângulo nasciam rodamoinhos, um em cada. Triskelium.

– Primeiro, desperte Omincron. - Ele disse, sua voz era grossa como o badalar do Big Ben.

Harry foi até o inimigo nocauteado. Despertou-o com um Enervate rápido. Omincron ficou confuso por um tempo, até que viu o mascarado. Entendeu tudo.

– Reporte, Omincron Hambrick.

– Eu consegui encaixar todas as varinhas, mas algo ainda está faltando, pois a porta não abre.

– Pegue uma varinha e venha até aqui. - Assim ele o fez. - Tome essa criança de refém, enquanto eu estudo a porta. Se qualquer um deles se mexer um centímetro se quer na sua direção ou tentem pegar varinhas, mate-a. - Ele agarrou Rose com um braço e colocou a ponta de sua varinha no pescoço dela. - E Harry, se tenta acionar os dispositivos em seus braços, ela morre também.

O mascarado olhou para Omincron, que confirmou uma vez com a cabeça. Ele foi até a porta para estudá-la de perto. Ele fitou-a por um tempo, depois tocou-a, tanto com a varinha quanto com seus próprios dedos. Mas ele não parecia ter encontrado uma resposta satisfatória.

– O que estamos procurando sem dúvida é um ingrediente muito peculiar e específico. Acho que a resposta está nessa escrita, mas não conheço armênio o bastante. Alguém ai sabe a resposta? - Ele fitou um a um nos olhos.

Harry tentou pensar na resposta. Havia descoberto que sangue de jovem combinado com a língua das cobras poderia abri-lo. Talvez o mesmo funcionasse com a porta.

– Nós conseguimos abrir o mapa de Slytherin usando sangue de jovem e Ofidioglossia. Talvez essa porta funcione da mesma forma.

– Youngblood e Slytherin. - O mascarado disse. - Uma dedução brilhante, Harry Potter. Agora vejo por que tanto Dumbledore quanto Voldemort escolheram você. Claro, um como aliado e o outro como nêmeses. Traga a garota aqui, Omincron.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Enquanto ele cumpria a ordem, o inimigo conjurou uma faca. Ele cortou a palma da mão de Rose, que chorou ainda mais, agora pela dor. Sem piedade, o mascarado colocou a mão dela na porta, e a manteve ali. Harry decidiu que matá-lo-ia na primeira oportunidade.

– Sua vez, Harry Potter. Fale.

– Eu não sei mais como. - Ele respondeu.

– E você me deixou cortar a mão dessa pobre garota à toa? - Ela era um bom ator, pois realmente soou como se se importasse com a dor dela. - Devia ter dito antes! Omincron, acabe com o sofrimento dela. - O jovem loiro pegou a faca e, sem hesitar, colocou-a contra o pescoço da menina, cuja mão ainda estava na porta.

– Não é isso! - Richard Radkey interveio, vindo das sombras. - Não é isso que está faltando.

– Se você sabe mesmo, prove.

– Գնալ դժոխք (Gnal dzhokhk’).– Ele disse em armênio, o que surpreendeu a todos.

– Você fala armênio. O que está escrito na porta?

– Dor. - Respondeu simplesmente.

– Está me dizendo que a porta exige dor para abrir. A garota está com dor, e sua mão está na porta. Por que não funciona?

– Não é dor física, mas dor da alma; do coração. E não pode ser de qualquer pessoa, tem que ser de um herói.

– Então simplesmente posso matar, por exemplo, Alvo Potter, Harry ficaria com dor no coração e, portanto, a porta abriria.

– Sim, se você descobrir uma forma de transferir a dor dele para a porta. - Rick retrucou, aproximando-se do mascarado.

– Algo me diz que você sabe exatamente como fazer. Me conte! - Vociferou.

– Eu vou contar, se me permitir curar a mão da garota.

– Alvo, assuma o lugar dela. - Alvo assim o fez; no minuto seguinte, era o filho de Harry que estava nas mãos da morte. - Agora me diga, garoto, ou matarei todos vocês.

Episkey. - Ele disse, apontando sua varinha para o corte de Rose, que começou a curar imediatamente. - A Maldição de Dor, é claro. Conhece a história de sua criação? - Como não obteve resposta, Richard contou, procurando ganhar um pouco de tempo. - Deon Youngblood criou-a para livrar-se de sua própria dor, mas, ao invés dela desaparecer, era ela lançada sobre outras coisas, como árvores ou animais. Salazar pediu a Deon que usasse esse mesmo feitiço como a tranca final da porta diante de vocês.

– Muito didático. - Ele olhou para Harry. - Sua vez, Harry Potter. Você é o herói por aqui. Aproxi... - Ele se interrompeu. - Onde está o outro?

Com toda a conversa e o drama, ninguém, nem mesmo Harry ou os inimigos, notaram que Ted havia desaparecido.

– Ele se transformou. - Omincron disse. - Bastardo esperto esse.

– Edward Lupin. Apareça, ou mataremos todos os presentes aqui.

Ted surgiu atrás de Omincron, agarrou sua mandíbula e, num único movimento, quebrou o pescoço do inimigo. Harry teve a chance de sacar suas varinhas dos dispositivos. Antes que os outros pudessem perceber, ele já estava duelando com o mascarado.

– Ted - Harry disse - tire as crianças daqui! - Ao perceber que o adversário era muito habilidoso, ele acrescentou: - Depois volte, vou precisar de você!

Ted guiou os três para saída que levava a Hogwarts, entretanto, apenas Rose e Richard haviam passado quando uma quimera se entrepôs entre Ted e Alvo; o menino ficou par dentro da caverna, e Ted na saída. Outra surgiu. Cada uma encarou um deles.

– Alvo, corra! - Ted gritou; uma das quimeras encurralando-o, impedindo que ele fosse para caverna ajudar Harry.

O menino correu em direção ao pai, entretanto, uma terceira quimera estava diante dele. Ele estava cercado. Estava com medo, muito medo.

– PAI! - Foi tudo o que conseguiu gritar.

– Pare de lutar, Harry Potter, ou seu filho virará merda de quimera. - Harry cessou seu ataque. - Agora, largue uma delas e venha até mim. Sabe o que fazer, não? E se tentar mirar em mim, já sabe também.

Crucio.

Nada aconteceu. Nenhuma luz saiu da varinha de Harry, muito menos a porta abriu-se.

– Por que não está funcionando? - Ele disse, incrédulo. - Por que não está funcionando!? - Vociferou em direção as sombras. - Eu sei que está ai, moleque. Diga, por que não está funcionando? - Entretanto, o bruxo das trevas não recebeu resposta. - Mate Alvo.

– Por que ele está pronunciando errado! - Rose gritou, do fundo da escuridão.

– O que quer dizer? Ele pronunciou o feitiço corretamente!

– O que ele pronunciou foi a Maldição para causar dor, que é a mesma, porém modificada pela família Malfoy.

– E QUAL É A MALDITA PRONÚNCIA?! - Ele gritou; apesar da voz estar abafada pela máscara, foi assustadora do mesmo jeito.

Cruciatis. - Foi Alvo quem respondeu. - Assim é a pronúncia.

– Ouviu o garoto. - Olhou para Harry. - Faça o maldito feitiço.

Ele apontou a varinha mais uma vez para porta e disse a palavra. Um raio de luz verde saiu da ponta de sua varinha e, no momento que tocou o símbolo armênio na porta, este também iluminou-se, assim como as doze varinhas que formavam o círculo. Um brilho prateado dividiu a porta em dois. Um cheiro horrível de mofo subiu ao nariz de todos os presentes.

O mascarado entrou sem hesitar. Dentro do salão redondo havia apenas um altar de pedra com uma caixa comprida de madeira, dentro da qual estava a varinha de Slytherin. Agora, tudo que o bruxo das trevas precisava conseguir era a chave de ouro, que a abriria. Ele ficou alguns minutos ali dentro, observando a caixa com cautela.

Nesse meio período, cinco professores de Hogwarts entraram na caverna. Neville os liderava o time, Podmore e Flitwick logo atrás. O nome dos outros dois fugiram da mente de Harry. Rapidamente, eles destruíram as quimeras, colocaram as crianças em segurança e encurralam o mascarado dentro sala onde se encontrava.

– Bem, já consegui o que vim buscar. - Antes que qualquer um pudesse fazer qualquer coisa, ele aparatou, levando consigo a varinha de Slytherin.

– Droga! - Harry vociferou; ele recolheu as varinhas das portas, incluindo a sua própria de azevinho e pena de fênix.

– Posso saber o que exatamente está acontecendo aqui? - Minerva surgiu da escuridão, inquisidora como todo diretor de Hogwarts.

– Vamos conversar mais tarde, senhora McGonagall. - Harry disse. - Mas antes preciso entrar em contato com o Ministério imediatamente.

Ele e Ted foram direto para sala de Minerva, que estava exatamente igual de quando era de Dumbledore. Até mesmo a penseira estava ali. A única coisa que faltava era Fawkes, a fênix que pertencera a ele.

Harry narrou os acontecimentos até ali, deixando escondido informações secretas, como a invasão de Azkaban ou a liberdade de Lucius. Contou tudo o que podia, até que chegou a vez dele de perguntar: por que ela havia escondido sua amizade com Coraline.

Ela contou a mesma história que tinha contado a Rose e Alvo. Harry foi compreensivo e aceitou o que ela dizia como verdade. Ela tirou um notebook da gaveta, com o qual Harry conversou diretamente com o Ministro através do webcam.

Já que estava em Hogwarts, afinal de contas, Harry matou a saudade. Andou por todos os corredores, foi a torre da Gryffindor, viu seu antigo quarto e sua antiga cama, que agora era, coincidentemente, ocupada por Tiago. Teve uma refeição com eles naquele dia e, depois, foi visitar Hagrid. Bateu na porta com força, ou caso contrário o gigante não ouviria. Hagrid escancarou a porta e cumprimentou-o parecendo vermelho e excitado.

– Está quase furando. - E o conduziu para dentro.

Havia um ovo sobre a mesa. Tinha fundas rachaduras. Alguma coisa se mexia dentro dele, fazia um barulhinho engraçado. Era uma sensação nostálgica para o bruxo, que lembrava muito bem de já ter encontrado o guarda-caça naquela mesma situação.

– Estamos tendo um dragão-bebê de novo, Hagrid? - Ele não conseguia parar de sorrir, apesar da derrota sofrida a algumas horas.

– Mas é claro, Harry. - Hagrid abraçou o velho amigo, a quem vira crescer. - Você me conhece.

Naquele momento, Harry se sentiu com onze anos novo. Sentiu saudade de tudo e de todos. Talvez fosse pela derrota ou pela nostalgia ou, até mesmo, uma consequência do feitiço Cruciatis feito a pouco tempo, tudo que ele sabia era que não aguentava mais. Harry Potter, então, chorou nos ombros no seu amigo bruxo de mais longa data.