Scorpius Malfoy

Fazia cinco dias que eu não via minha ruiva preferida. Era muito difícil ela conseguir um dia todo de folga já que ela trabalhava em três hospitais. O Erd, St. Mungus e Hospital de Pesquisa Mágica. Minha agenda também era complicada, mas por ser meu próprio chefe posso me dar folga quando quiser e passar as reuniões inadiáveis para o meu vice-presidente.

Eu a esperava no meu apartamento. Estava tentando cozinhar o prato favorito dela Rosbife na mostarda, eu não era um cozinheiro de mão cheia, mas por ela eu fazia. Ainda mais essa semana. Na qual ela perdeu um paciente.

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Ela entra sem bater, e só me dou conta da presença dela quando me abraça por trás.

–Pensei que íamos pedir comida.

Rose fala, e eu me viro para encarar aqueles olhos azuis (Ela ainda estava com o casaco branco característico dos médicos, sorri para mim).

–Eu sei, mas queria cozinhar para você.

Digo antes de lhe dar um selinho.

–Scor, você sabe muito bem que gosto mais quando você cozinha só com o avental. Sem nada por baixo.

Ela diz com um olhar malicioso.

–Passa a noite aqui e eu faço panquecas só de avental.

–Vou pensar no seu caso.

Diz ela se sentando. Eu me volto ao rosbife e começo a fatia-lo.

–Trouxe sua gravata.

–A que sua mãe viu?

–Aham.

–E como vai à procura dela por um noivo para ti.

Pergunto sem querer demostrar meu medo de que essa historia der certo e Rose me largue. O que não falta nesse mundo é cara melhor que eu.

–Não sei, ela ainda não falou comigo depois daquele dia.

–E se ela encontrar o seu par perfeito?

Rose sorri.

–Eu já o encontrei.

Respiro fundo e continuo em silencio. Não posso tocar nesse assunto! Não posso tocar nesse assunto! Tento me controla.

–Scorpius o que foi?

–Nada.

–Malfoy!

–Não é nada. É só que não entendo como eu posso ser seu par perfeito se nem posso ser apresentado aos seus pais.

–Scorpius! Você sabe que não é simples. Ainda mais agora...

–Porque “ainda mais agora?”.

Ela bufa.

–Porque meu pai no mínimo quer matar você por causa da loja de logros que você vai abrir no beco diagonal. Imagina se eu chego e digo “Pai eu estou namorando Scorpius Malfoy”.

–Rose eu não estou abrindo a loja pra atrapalhar sua família, é só...

–Eu sei... Você foi esperto. E uma concorrência sempre é algo bom.

–Se você quiser é só dizer e eu paro a construção...

–Scorpius não seja bobo. Seu único problema é que você foi esperto por ter visto essa oportunidade. Eu sou totalmente a favor dessa concorrência entre lojas, até porque sei que eu como consumidora vou sair ganhando. É só que meu pai é Ronald Weasley.

–E eu sou Scorpius Malfoy. Estamos juntos há nove anos e mesmo assim se eu quiser sair para a rua de mãos dadas com você temos que viajar para outro país de preferencia sem tradição bruxa.

–Você acha que isso não me incomoda também. O que seus pais vão achar quando você me apresentar como sua namorada?

–Eles vão bravos por você ser uma Weasley, principalmente meu pai, mas eles vão entender. Obviamente seria pedir demais que eles simplesmente aceitassem numa boa, no inicio vai ser difícil, mas eles vão aceitar.

–Eu já não tenho tanto certeza assim quando se trata dos meus pais. Sem contar que Hugo te odeia tanto quanto meu pai.

–Estamos juntos há nove anos Rose, nove anos! Nunca passei seu aniversario contigo. Nunca passei o natal com você. O natal está chegando e eu não sei o que é te dar um presente no dia 25.

–É uma tradição da família que todo mundo passe o natal na Toca.

–Eu só queria que você me escolhesse uma vez no lugar da família. É pedir demais que a gente crie nossas próprias tradições?

–Eu sempre escolho minha família? Passei a noite com você a menos de uma semana mesmo tendo que tomar o café com eles de manha.

–Não, eu ia tomar o café com você, mas você me trocou por eles.

–Eu viajei contigo enquanto minha prima noivava.

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–Só porque você não viu a mensagem senão tinha me jogado para escanteio.

–A verdade é que você se sente tão mal ficando comigo que sempre que eles pedem você corre para eles não importando se nós tenhamos marcado alguma coisa ou não.

–Isso é mentira.

–Ah é? Fala aí uma vez que você desmarcou alguma coisa com eles para ficar comigo? Porque se for pra você contar o contrário vamos ficar aqui até o ano novo.

Rose parou e a vi tentando se lembrar. Então uma lontra apareceu do nada. “Vem para casa rápido. Emergência”.

Ela me olhou com quem pedisse desculpa. E aparatou.

...

Terceira pessoa

Rose Weasley aparatou na frente da sua casa, e entrou desesperada. Esperava encontrar uma bagunça, alguém morrendo, alguma coisa, mas não, seus pais estavam jantando junto Ronald, Hugo, Lily, Tia Gina, Tio Harry, Alvo e um moreno dos olhos castanhos e cabelos também preto.

–Filha que surpresa!

Exclama Hermione.

–Surpresa? A senhora me...

Rose parou quando viu o olhar da mãe com um sorriso.

–Chegou bem na hora que íamos começar a jantar. Sente-se.

Não foi preciso demorar muito para que Rose percebesse o que estava acontecendo. O moreno estranho devia ser seu “futuro noivo”.

...

Scorpius estava muito distante dali. Sentado á mesa, sozinho, encarando o rosbife que tinha feito para sua amada. Ele entendia Rose, a família deles sempre foi um problema e será por muito tempo. Nunca vai ter um momento certo para contar que eles estão juntos, sempre vai ter algo. Seu pai um dia lhe disse que momento certo é desculpa para covardes. E Scorpius Malfoy não fora criado para ser covarde.

Era uma batalha perdida. Entre ele e a família dela, eles sempre venceriam. Rose estava presa na culpa. Na culpa de não fazer o certo, de não ser quem eles desejam que elas sejam.

...

Rose mesmo a contragosto sentou-se à mesa, no único lugar livre, coincidentemente ao lado do moreno.

–Filha essa é o Arthur Miles. Ele trabalha no ministério de magia, no departamento de Mistérios. Arthur essa é Rose, minha filha, ela é uma médica muito conceituada.

Hermione os apresentou.

–Prazer Rose. Embora eu deva ressaltar que as apresentações foram desnecessárias, só um tolo se esqueceria de você. Estudei em Hogwarts no mesmo tempo que você, dois anos na frente.

–Sério? Eu não me lembro de você por lá.

–Pois é, eu era um pouco tímido. Sempre quis ter o prazer de conversar contigo, mas na época eu era um pouco medroso.

Disse Arthur sorrindo.

–Algumas pessoas consideram chegar a uma garota através dos pais dela coisa de medroso também.

Rose diz cortando-o e o sorriso de Arthur morre em seus lábios.

–Então, Hugo como estão as coisas? Estava comentando com a mamãe um dia desses que você deveria arranjar logo uma esposa, ou no mínimo um filho, estou louca para ser tia.

Rose diz enquanto coloca comida em seu prato. O silencio ate então reinava.

–Estão quase ótimas. Não tenho pretensão de me casar tão cedo maninha. E de ter filhos então.

–Desse jeito a mamãe vai morrer. Porque eu não quero me casar, muito menos ter filhos e você do mesmo jeito.

Rose comenta.

–Rose conte para Arthur sobre o seu trabalho.

Hermione diz ignorando a filha.

–Não é nada demais mais, a gente só salva as pessoas, outras a gente tenta salvar, e há ainda tem aquelas que morrem. Mas o melhor é quando conseguimos uma folga e sua mãe manda um recado pedindo socorro e quando corremos para cá ela está com a saúde melhor que a nossa.

Hermione engole em seco, e pede ajuda a Ronald com um olhar que por sua vez só dar de ombros.

–Arthur é um dos melhores no departamento Rose.

Gina comenta tentando ajudar a cunhada.

–Parabéns. Deve trabalhar muito para isso. O que minha mãe fez para te tirar do seu precioso tempo de folga?

–Simples. Ela falou que você jantaria aqui também.

Arthur falou todo encantador.

–Agora entendo o porquê de está solteiro. Suas cantadas são horríveis. Com licença.

Rose se levantou da mesa e foi para o banheiro mandar uma mensagem para Scorpius.

“Vou demorar aqui 😞”

“Aconteceu alguma coisa?”

“Não, minha mãe que armou para que eu ficasse aqui jantando com um pretende dela 😒”.

“E mesmo assim você vai ficar ai?”

“E o que você quer que eu faça?”

“Nada.”

“Melhor, façamos uma coisa, não precisa mais vim.”

“A comida já esfriou, o clima já acabou, depois marcamos de nos encontrar... se não aparecer outra lontra é claro”.

“Scorpius... Não fica assim, por favor,”.

“Eu vou te recompensar juro”.

“É só que não vou conseguir fugir.”

“Desculpa, de verdade”.

“Tudo bem. De verdade. Zabini tinha me chamado para sair hoje mais cedo, vou ver se ainda vai dar tempo. Boa noite”.

...

Scorpius estava irritado. Logo hoje! Ele não ia ficar em casa. De jeito nenhum. Jogou o celular em cima do sofá quando passou pela sala e saiu porta a fora. Os dois tinham discutido exatamente minutos anos por essas atitudes dela, e mesmo assim ela não parecia não se tocar do que estava fazendo.

O loiro foi para um pub onde seu amigo Lucas Zabini costumava ir e que para a sorte dele ainda estava lá.

Zabini estranhou quando o amigo entrou no pub. Scorpius não era de sair para beber, se fosse não teria um “império” de empresas como tem hoje só com 24 anos. Muitos achavam que ele não vivia na farra por causa do trabalho e pelo trabalho, mas Lucas sabia a verdade.

Scorpius não vivia na farra porque é e sempre fora louco por Rose Weasley, quando Zabini descobriu os dois juntos no sexto ano de Hogwarts achou que estava tendo uma alucinação, mas no mesmo dia quando confrontou Scorpius ele admitiu que os dois estivavam juntos. Lucas sempre achou que não duraria muito, que era só rebeldia, no entanto já tinha se passado oito anos que havia descoberto e os dois ainda estavam juntos.

–Oi.

Scorpius disse sentando-se ao lado do amigo.

–Vou querer um uísque, duplo e sem gelo.

Falou para o garçom.

–Problemas com a ruiva?

Zabini perguntou.

–A mãe dela quer arranjar um noivo para ela.

Scorpius respondeu tomando um gole do uísque que o garçom acabara de entregar.

–E ela quer o noivo?

–Claro que não!

Scorpius exclamou.

–Então não vejo qual o problema.

–Você não entende.

–Não entendo? Porra, cara. A mãe dela quer que ela tenha um noivo e ela não quer. Se ela te quer não tem porquê tu ficar preocupado com quem quer ela. Muito menos com quem a mãe dela acha que deve ficar com ela.

–Claro que tenho que ficar preocupado. Rose faz o que a família dela quiser e nem percebe isso.

–Arra! Aí está o problema. Não é o suposto noivo que está te incomodando é atenção que ela dar para a família.

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Scorpius não respondeu apenas tomou o resto da sua bebida em um gole. Depois levantou a mão pedindo outra.

–Qual é cara! Se ela se importasse tanto com a família não estaria contigo. Oito anos, cara. Oito anos.

– Nove. E sabe quem sabe que estamos a nove anos juntos? Ninguém. Por quê? Por causa da nossa maldita família. Principalmente a dela. Sabe o que é não poder pegar na mão dela e simplesmente caminhar pela rua? Ou mesmo leva-la para jantar em um restaurante? Estou cansando, Lucas. Cansado.

E lá se foi outro copo. Zabini o olhou preocupado.

–Está me dizendo que vai terminar com a ruiva?

Scorpius o encarou e puxou uma caixinha do bolso e entrega para o amigo. Zabini encara a caixinha em sua mão.

–Você ia pedi-la em casamento? Por isso ficou bravo por ela ter te trocado pela família.

Scorpius já estava no quinto copo de uísque duplo.

–Eu ia, mas sabe o que percebi hoje? Que não adianta. Eu vou pedi-la em casamento e então? Ela vai me enrolar para contar para os pais dela. Até a imagino dizendo: “Scorpius, eu não posso contar agora, eles vão ficar, como assim você vai se casar com um Malfoy?”. “É capaz até deles te acusarem de usar Imperius em mim”. “Tem que ser com calma”. Nós não temos futuro, irmão. Eu devia ter te escutado quando ainda estávamos em Hogwarts.

–Scorpius, vai com calma. Eu falei isso quando ainda achava que vocês só estavam juntos por rebeldia. Mas vocês se amam. Sei que vou parecer gay falando isso, mas um amor como o de vocês é difícil de achar...

–Um amor como o nosso? –Scorpius forçou uma gargalhada- Um amor covarde é o que quer dizer, né.

–Você a ama, se não amasse não estaria assim. Não vá tomar nenhuma conclusão precipitada.

–Eu não sei mais de nada.

Scorpius concluiu.

E ele realmente não sabia. Casar com Rose era um sonho, um sonho que a cada dia que ele passava percebia ser impossível. Ela nunca seria dele, não plenamente, porque para isso ela teria que enfrentar a família, e ela nunca faria isso.

Zabini tinha razão, ele a amava, mas de que adianta se os dois não estão determinados a pular no precipício que é o amor.

–Scorpius, vamos para casa. Você já bebeu demais.

O loiro se deixou levar pelo amigo.

...