Até o fim

Compromissos. Comprometimento. Casamento? - parte I


– Edward como vão as coisas?

– Que pergunta é essa pai?!

–Quase não saímos juntos e pensei que podíamos conversar.

– Estávamos conversando... falando do novo filme que você foi ver com mamãe.

– Mas e você?

– Estou bem.

– A faculdade?

– Bem, minhas notas melhoraram. Acho que vou conseguir aquele estágio com seu amigo. Ele gostou de mim. Boa dica pai!

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– É um escritório disputado, faça por merecer a confiança.

– Sua vez de jogar pai!

– É mesmo, até tinha me esquecido. Espere um pouco que eu ainda não pensei numa jogada.

Carlisle olha com cuidado o tabuleiro de xadrez enquanto Edward olha ao redor, as outras mesas ocupadas por jogadores. O clube tinha uma área só para esse tipo de jogo, o que era legal porque não gostava muito de golfe. Muito chato.

– Pai, a idéia é jogar rápido.

– Já sei... já sei... – ele move o bispo.

– Péssima jogada pai. Edward move o cavalo e captura o bispo do pai. - Assim não tem graça.

– Não jogamos a muito tempo, você parece que não perdeu a prática.

– Isabella gosta, jogamos quando ela está cansada demais para sair.

– Ela joga? Que interessante.

– Ela joga muito bem! Também jogamos gamão e uns outros jogos de tabuleiros. Ela adorava ir a uns lugares em Londres e jogar com outras pessoas. Tipo aposta, mas ela não perdia muito, só que também não sabia ficar com o dinheiro dos velhinhos.

Carlisle ri imaginando ela devolvendo o dinheiro para velhinhos.

– Ela é uma moça muito especial não? – Carlisle move um peão sem prestar mais atenção no jogo.

– Ela é.

– Estão juntos já a quanto tempo?

– Não estamos juntos. Pelo menos não namorando.

– Não?

– Ela não confia em mim... sabe, minha fama e tudo mais. – ele dá os ombros.

– Isso prejudica muito quando queremos algo ou alguém mais sério. Mas já fazem uns meses não?

– Três meses amanhã.

– Não entendo, vocês se vêem todos os dias. Se falam pelo telefone e não estão namorando?

– Não foi algo verbalizado, mas acho que ela quer ir devagar.

– Hum... e ela ainda não mudou de opinião nem um pouco?

– Acho que ela está começando a confiar. Só que ainda precisamos realmente trabalhar essa questão da confiança. Quando meu telefone toca ela ainda olha assim meio desconfiada.

– Você não tem saído com mais ninguém?

– Claro que não! Ela é o meu objetivo. Quero que ela confie em mim e não posso fazer isso com ela.

– Você não estava com a Tânia? O que aconteceu com ela filho?

– Complicado... precisei terminar o que nunca tivemos. Nunca gostei dela pai.

– Ela parecia gostar muito de você.

– Ela chorou quando nos encontramos e precisei falar de Isabella.

– A vida é assim mesmo, ela vai encontrar alguém. Sabe, vou fazer um churrasco semana que vem. Chama ela.

– Churrasco?

– Sim, sua mãe acabou a reforma na churrasqueira e quer inaugurar.

– Não sei... ela não gosta muito de festas...

– Sua mãe disse que somos só nós e sua avó. Ela prometeu.

– Vovó?! Pai... – ele entendeu tudo rapidamente.

– Ela quer conhecer a menina direito. Me fez prometer que sairíamos daqui acertados.

– Pai... Isabella...

– Uma ótima maneira de mostrar comprometimento, apresentando a família.

Era uma ótima ideia e Edward precisava admitir isso. Já tinha pensado nisso, mas achava cedo demais.

– Só se você falar para mamãe para ser só nós mesmo.

– Ela prometeu.

– Você acha que mamãe vai gostar dela? Ela não ia muito com a cara de Tânia.

– Posso ser sincero? Acho que ela gosta de Isabella muito antes de você. Ela disse algo sobre ela na noite que você bateu com o carro que me deixou um pouco intrigado.

– O quê?

– Que ela seria uma moça que atrairia seus olhos.

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– Como?

– Isso mesmo, sabe que sua mãe quase não erra quando se trata de você e sua irmã. Deixei para lá, mas faz sentido agora.

– Ela realmente faz isso comigo. Pena não termos mais tempo juntos.

– Ela é muito ocupada não é?

– Bastante, parece que ela lida com muitas coisas ao mesmo tempo. Sua criação foi para isso, ela sabe mais coisas do mercado financeiro e investimentos do que seus amigos pai. Precisa conversar com ela! Nada do que ela tem é por acaso, sua mãe era uma grande empresária. Renné foi uma grande mulher também.

– Sua mãe a conheceu um pouco, ela foi para o exterior e ficou muitos anos lá.

– Criando Isabella.

– Vocês então têm conversado bastante...

– Se entendendo... se entendendo. – Edward faz uma pausa nos seus pensamentos alegres.

– O que foi?

– Nada.. só que lembrei de algumas coisas. As vezes pai parece que estou perdendo alguma coisa. Algo que ela não me diz... algo que ela evita.. uma sensação estranha.

– Mulheres são assim mesmo filho! Até hoje acho sua mãe a coisa mais misteriosa do mundo!

A aquilo não convenceu Edward nenhum pouco, mas os dois terminaram o jogo com uma vitória esmagadora de Edward, ele estava mesmo melhorando. Chegou e ligou para Isabella. A voz dela não era muito boa no telefone, pediu para ir para casa dela. Essa hora do dia ela nunca estava em casa, achou aquilo estranho. Alec atendeu a porta, o que era ainda mais estranho.

– Ela está no quarto.

Ele subiu as escadas preocupado, bateu na porta e ela abriu quase imediatamente. Estava no telefone e fez um sinal pedindo um minuto. Devia admitir que estava apaixonado demais, parecia um adolescente. Não se importava, queria nadar e afundar em cada parte dentro dele que amava ela. Se sentou na cama enquanto ela caminhava ansiosa pelo quarto. Tentou entender a conversa, mas não havia nada alarmante, até ela falar o nome de Claire e depois desligar.

– O que foi? Ela piorou?

– Não, só está um pouco nervosa. Desculpa te ligar assim.. só que eu também não estou muito confiante. Jacob disse que essa cirurgia é perigosa, mais do que as outras, não quero perdê-la.

– Ela já passou por coisas piores, isso faz parte do tratamento. – ele estava feliz por saber de toda a história, feliz por ela ter compartilhado tudo com ele, cada detalhe e cada lágrima vinda das lembranças da amiga perdendo o cabelo até as reações da quimioterapia. – É uma última cirurgia, não pode deixar que seus medos atrapalhem nada. Precisa estar lá e confiante por ela Isabella.

– Claro... claro.. você está mais que certo. Hum... eu tenho um convite para te fazer.

– Eu também, mas damas primeiro.

– Seria um incômodo você ir comigo para Londres semana que vem?

O convite pegou Edward de surpresa, ele ouvia falar dessa viagem algumas vezes, mas apesar de querer ir nunca os imaginou juntos dessa forma.

– Edward?

– Isabella... claro... mas... – ela sorri largamente com a resposta positiva.

– Não se preocupe, eu tenho um apartamento lá. Ficamos lá e vai ser ótimo porque ele é bem no centro. A casa de Claire não é longe. – A empolgação dela o deixa ainda mais tonto.

– Olha...eu...

– Edward se houver algum problema na faculdade ou algo assim não se preocupe, não precisa aceitar. É só mesmo se você puder.

– Bem... eu... eu estou surpreso.

Ela sorri para ele, nunca conseguiu expressar direito seus sentimentos. Ele deveria achar que havia um longo caminho pela frente para atingir seu coração, mas ele já o tinha. Só não queria ainda se entregar de uma forma mais física, seria devastador se ele quebrasse a confiança que ela cedera secretamente. Meses interessantes, ela realmente estava aproveitando a companhia dele. E quanto mais se viam, mais queriam ficar juntos. Ela achava isso engraçado, sentimento sem fundo...sem fim... insaciável. Diferente de tudo que ela já havia experimentado. O convite foi parte disso, uma semana seria muito para quem tinha o hábito de passar pelo menos duas horas por dia juntos e depois ao telefone sempre que podiam. E tinha Charlie... ele precisava de uma apresentação. Os dois homens de sua vida precisavam se conhecer. Estava assim decidido, se ele pudesse, ele iria.

– Agora sua vez.

Ele estava distraído demais pensando e imaginando a viagem. Não ouviu Isabella chamar.

– Edward!

– Oi...

– Sua vez.

– De quê?

– Convite.

– Isso, sim! Não é uma viagem... essa ideia você roubou de mim. – ela sorriu para ele- Vamos esse final de semana na minha casa, conhecer minha família.

– Sua família?

– Isso... minha mãe vai fazer um churrasco e pensei se você queria conhecê-los.

– Bom... acho que...olha é aniversário de alguém?

– Não.

– Hum... – ela olha confusa – é alguma comemoração? Vai haver mais pessoas além de sua família?

– Não. Só nós.

– Cla.. claro...

– Minha avó vai estar lá. Ela é muito engraçada, prometo te livrar das longas histórias dela e também da minha irmã. Ela é uma adolescente metida a adulta, insuportável. Algum psicólogo precisa realmente avaliar ela!

Conhecer a família era algo mais sério, ficou nervosa pensando em Esme e Carlisle esperando por eles. Um frio na barriga a invadiu só de pensar em não agradar, aquilo também precisava ser minuciosamente digerido depois que ele saísse. Jacob ia precisar de umas boas horas convencendo a ela de que isso era um bom sinal e não um tribunal onde ela seria a ré. E depois que Edward saiu ela realmente passou horas falando com Jacob sobre ir ou inventar uma desculpa para evitar isso, ela ficou pensando se isso não seria só uma desculpa boba para todos conhecerem ela e se Esme iria gostar dela, isso a preocupava. Jacob a distraiu com umas futilidades e prometendo comprar e enviar uma roupa adequada a ocasião, ela achou aquilo de um exagero completo.

Isabella precisou respirar fundo em frente ao espelho várias vezes, ela reavaliou a roupa e a maquiagem mais vezes que o necessário. Estava tudo como Jacob tinha falado e explicado no telefone. Um vestido curto o suficiente para mostrar as pernas, mas não ser vulgar. A cor era agradável, um tom de rosa um pouco mais escuro que o bebê, e caia bem no corpo dela. A sensação de estar irresistível e ao meso tempo discreta a agradou. Ela olhou para o relógio, Edward já estava esperando a mais ou menos meia hora, se apressou em colocar as sapatilhas que vieram com o vestido e se olhar uma última vez. Ela estava nervosa ao descer as escadas, Edward estava distraído vendo um jornal que ela tinha posto na mesinha em frente, os seus olhos não esconderam nada. Ela ficava mais deslumbrante a cada momento, ele se perguntava como isso seria possível. Ela se aproximou e esperou ele se levantar, mas ainda estava ali admirando ela.

– Eu vou desistir se você ficar mais um minuto sentado.

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– Desistir? Estão nos esperando, seria rude não aparecer.

– Então vamos... já estou nervosa o suficiente.

Ele gostava daquilo, ela estava nervosa e isso a deixava com uma expressão um pouco engraçada. Ele se levantou calmamente.

– Discutimos isso a semana toda, não é um noivado, você só vai conhecer meus pais. E eles já te conhecem de outros tempos.

– Mas nunca passamos mais de cinco minutos conversando.

– Eles vão adorar você e a quadrilha de amigas da minha irmã vai manter ela bem longe de nós o que é maravilhoso.

– Sua avó...

– Dessa não vamos escapar, minha mãe contou que você morou em Paris ou tem uma casa lá e ela quer falar sobre as noites de Paris.

– Eu.. eu...

– Já pedi para ela maneirar, mas acho que a língua que ela me deu foi um sinal de que a conversa vai ser longa.

– Vi.. Vi.. Edward olha.

Ele pegou a mão dela e a conduziu para a porta com muita confiança e firmeza, ela estava fraquejando demais e isso colocaria o almoço em risco. Na saída ele percebeu algo que não estava ali quando chegou.

– O que é isso?

– Isso é meu carro! Chegou! Finalmente vou poder andar sem o Alec.

– O quê?

– Eu te falei que comprei um carro.

– Mas não disse que iria dirigir. – Uma pontada de preocupação. – Você sabe dirigir desse lado? Morou em Londres quando aprendeu a dirigir.

– Não me ofenda! Sei dirigir dos dois lados muito bem.

– Sei. – A voz incrédula dele a ofendeu de verdade.

– Gostou ou não?

– Minha mãe estava paquerando esse modelo. Mas por que demorou tanto? Você comprou a um tempo.

– Bom... blindagem e outras medidas de segurança. Charlie é um exagerado.

– Ele é inteligente, assim você fica mais segura nessa cidade.

– Vocês realmente deveriam arrumar outra ocupação!

Ele viu que estava levando para um lado muito infantil, um contraste com aquela pessoa séria e responsável, um lado interessante demais. Mas a criança na frente dele não poderia faltar a um churrasco.

– Vamos, depois admiramos mais um pouco seu carro novo.

– Esqueci uma coisa, espera.

Ela voltou rapidamente para o interior e voltou uns minutos depois com uma garrafa de vinho nas mãos. Um ar de satisfação no rosto.

– Agora estou pronta.

– O que é isso?

– Para sua mãe, pensei que ela talvez fosse gostar.

Ele pegou a garrafa das mãos dela sutilmente e viu o rotulo.

– Barbera D’Alba? O que é isso Isabella?

– Um vinho tinto muito consumido no dia a dia dos italianos. Pensei que sua mãe e seu pai pudessem apreciar. E ele combina com carnes vermelhas, brancas e queijos.

– Você quer agradar ela. – ele riu com isso, era engraçado ela querer conquistar a mãe dele.

– Não quero que me odeie. O que você achou da ideia?

–Ela vai gostar, eu tenho certeza!

Ele percebeu a animação dela imediatamente, devolveu o vinho e foram andando com muita calma. Ainda faltava um pouco para chegarem e ela conseguiu coragem, um pouco mais do que tinha planejado.

– Isabella eu queria fazer isso de outra forma, mas depois do convite para a viagem eu não sei... Sabe eu sei que hoje pode não ser nada, mas para mim é muito importante. Eles já me viram com outras meninas e eu não vou esconder que Tânia, mas eu não queria... não queria te apresentar como amiga. Eles sabiam que eu ficava com outras meninas, mas nenhuma teve esse título e eu queria muito... muito te apresentar como namorada.

Um minuto e depois três e Isabella ficava olhando para Edward. As vezes confusa, outras indecisa, outras ele não sabia definir. Ele respeitou, não disse nada, era talvez um não que poderia vir e estragar tudo! O dia quase perfeito que ele imaginou.

– Isso me pegou de surpresa, desculpa.

– Olha... não precisa aceitar... eu... Isabella eu não quero estragar nada!

– Você só completou. Eu aceito.

Agora era ele que precisa de uns minutos, mas não queria perder mais nenhum. Edward se aproximou dela devagar encostou seus lábios nos dela delicadamente e a beijou. Um beijo longo, carinhoso e que foi acompanhado de sua mão no seu rosto, passando pelos seus cabelos e voltando para o rosto. Um toque tão esperado quanto a chuva no deserto. Estavam precisando disso mais do que demonstraram e ficou nítido naquele momento, todo amor e calor que o corpo poderia trazer estava ali com certeza. E acabou antes da fome ser saciada, antes da chuva molhar todo deserto. Ela sorriu com seus olhos fixos nele, o coração ainda num batimento frenético. Ele pegou sua mão e continuaram a caminhar para a casa dele calmamente, fazendo carinho nas mãos um do outro, aproveitando cada toque, saboreando cada movimento.