A curiosidade sobre o acontecido era muito grande em Hermione.

E o fato de que ela era provavelmente o alvo a deixava mais curiosa ainda.

Ela queria contar a alguém sobre suas suspeitas, mas quem?

Como se fosse coisa do destino uma coruja familiar pousou na janela de seu dormitório.

A coruja do Harry.

Hermione correu para pegar a carta que o animal trazia consigo e lhe dar um petisco.

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A grifinória abriu a carta apressada, ainda não tinha respondido as cartas anteriores de Harry.

Cara Hermione,

O que tem acontecido com você?

Eu e Rony estamos muito preocupados com sua falta de comunicação com a gente, você nunca deixou de nos responder!

Esperando que esteja bem,

Harry

Hermione sentiu uma pontada e culpa. Ela não tinha a intenção de deixar seus amigos preocupados.

Caro Harry,

Sino muito por não ter lhe respondido e nem a Rony, estive muito ocupada com os estudos e não tive tempo.

Sim, ela estava mentindo, mas como Harry iria saber? Ela estava sempre estudando.

Prometo que a partir de agora irei lhe mandar cartas todas as semanas.

Você nem imagina a falta que faz aqui, sinto falta de vocês dois, das nossas confusões.

E agora que uma aluna foi atacada me lembro do nosso segundo ano.

Harry, Elise Lockwood da Corvinal foi encontrada morta no sétimo andar e eu estou muito preocupada. No mesmo dia eu recebi um bilhete para um encontro na Sala Precisa e me pergunto se não era para ser eu no lugar de Elise.

Não seja impulsivo,

Hermione.

A menina suspirou aliviada e prendeu a carta na coruja que logo levantou vôo.

Hermione se sentiu melhor ao contar suas suspeitas a Harry, assim alguém poderia pensar com ela e ajudá-la a decifrar esse enigma que estava em suas mãos.

~o~

Naquela noite ela sonhou com algo um pouco diferente que o normal, ela sonhou com um par de olhos.

E eles eram prateados.

Prateados de um jeito terrivelmente familiar.

Sons cortaram seu sonho e ela percebeu que eram seus próprios gritos.

Ela estava na Mansão Malfoy novamente.

Bellatrix estava sobre seu corpo enquanto Hermione gritava.

Então os olhos de Malfoy apareceram novamente diante dela, somente os olhos, era como se aqueles olhos não pertencessem a corpo algum e tivessem decidido passear por aí.

Hermione não vira isso quando estava sendo torturada realmente, então logicamente aquilo era coisa de sua cabeça.

Mas parecia tão... Estranho e familiar.

Na verdade o sonho em si era todo estranho, porque ela sentia que ao mesmo tempo estava e não estava no corpo deitado no chão.

Então tudo parou, o sonho inteiro parecia ter congelado e uma voz cruel e monótona se pronunciou.

— Essa não é metade da dor que estou disposto a infringir a você.

E Hermione acordou.

Acordou com uma terrível dor no braço esquerdo e com a sensação de que o chão frio a queimava.

Seu cotovelo doía.

— Droga! – disse ela.

Hermione nunca foi uma garota que falava mal ou soltava palavrões, mas qual a melhor forma dela expressar o que sentia se não essa?

A garota olhou pela janela do dormitório, ainda era noite, madrugada talvez e Hermione teria que fazer uma visita a Madame Pomfrey naquele instante.

Era estritamente proibido um aluno sair de sua casa após o toque de recolher. Mas para Hermione aquilo era normal, quantas vezes ela, Harry e Rony não andavam por aí sem permissão?

E agora era diferente, ela não queria investigar nada, queria apenas cuidar de si mesmo.

Se ela fosse pega eles provavelmente iriam entender.

A meio caminha da Ala Hospitalar Hermione paralisou.

E se ela fosse pega por outra coisa? Algo terrível e perigoso?

Assim que esse pensamento se completou em sua mente ela ouviu o som de asas. Um som nada habitual das corujas. Parecia pesado demais.

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E sem saber para onde Hermione simplesmente correu. Não queria ficar para saber se era mesmo uma coruja ou não.

Ela estava assustada, apavorada na verdade.

Hermione correu o tanto que conseguiu, ela virou corredores e mais corredores com seu braço dolorido balançando inutilmente, talvez ela o tivesse quebrado.

Quando Hermione achou que tinha finalmente despistado a coisa ela bateu em alguém.

Com o impacto ela caiu no chão machucando o braço novamente.

Mas ela não ligou, estava mais preocupada com quem havia lhe achado.

— Que droga, Granger! – gritou a pessoa – Não olha por onde anda?

Depois de tantos anos ouvindo aquela mesma voz a desprezar tantas vezes era impossível não reconhecer.

Era Malfoy.

Ela conseguia ver um pouco de seu cabelo brilhando por causa da luz.

Ele continuava falando, xingando-a provavelmente.

Hermione não se importou, ela estava bem, a coisa parara de persegui-la.

Porém algo se acendeu em sua mente.

Malfoy sorrindo. Elise morta.

Ela colocou-se de pé em um salto. Ela não tinha certeza, mas era melhor não correr o risco.

E voltou a correr.

Malfoy parou no meio da frase olhando-a com incredulidade.

— Granger, sua maluca! – gritou ele – Volte e se desculpe.

Hermione não ouviu ou preferiu fingir que não, ela queria deixar Malfoy e a coisa para trás.

Porém ela ouviu passos atrás dela e soube que Malfoy tinha lhe seguido.

A garota olhou para trás para ter certeza – era ele mesmo- e quando ela olhou para frente novamente acabou batendo com o fim do corredor.

Quantas vezes ela iria bater em alguma coisa naquela noite?

Bem, é melhor do que estar morta – pensou

Mal teve tempo de concluir tal pensamento quando Malfoy entrou em seu campo de visão novamente e mais perto do que ela imaginara.

— Granger pare de correr como se você tivesse visto um maníaco assassin... – ele parou no meio da frase, seu rosto ficando mais pálido que o normal e seus olhos prateados se arregalando.

Olhos prateados.

Olhos prateados iguais aos do sonho, seria dele a voz que lhe prometeu muita dor? A voz era masculina com toda a certeza, mas não parecia a dele.

— Oh, droga! – ele parecia verdadeiramente espantado.

Ele se aproximou e Hermione recuou contra a parede.

O som havia voltado e ela podia ouvi-lo cada vez mais perto.

Ela não sabia se Malfoy ouvia e fingia que não ou simplesmente não se importava.

— Da pra você levantar? Porque eu não vou te ajudar – disse ele.

Hermione soltou um gemido e olhou para cima.

Por que ele não a matava logo?

Olhando fixamente para o teto ela viu uma sombra, era grande demais e difícil de distinguir.

Era uma coisa estranha.

Era a coisa.

Hermione sufocou um grito e engasgou assustada.

Malfoy seguiu seu olhar e também viu a sombra e ela estava se aproximando.

— Que merda! – ele disse antes de avançar sobre Hermione e ignorando o que dissera antes ele pegou sua mão e a puxou para cima pondo-se a correr.

Ela não fazia idéia de onde eles estavam, mas o garoto parecia saber perfeitamente.

Ele a conduziu por vários corredores enquanto ambos corriam apressados.

A besta ou seja lá o que fosse os seguia com grande facilidade.

E ao virar outro corredor ela estava diante deles.

Estava escuro demais para Hermione ver o que era realmente.

Era um pássaro enorme.

A criatura avançou as garras se esticando e acertando em cheio o braço de Malfoy.

Ele gritou quando sua carne foi cortada.

Hermione recuou, porém ela ainda segurava sua mão e estava apertando cada vez mais, talvez ele estivesse tentando aliviar a dor do outro braço.

A criatura recuou pronta para tacar novamente, mas Hermione foi mais rápida soltando sua mão da de Malfoy e pegando sua varinha.

Por que nenhum dos dois fizera aquilo antes?

A garota lançou um feitiço não-verbal na besta, que recuou mais.

Hermione continuou lançando feitiços até a criatura estar bem acima deles, então ela pegou a mão de Malfoy e correu.

Agora ela sabia onde eles estavam, era perto da Ala Hospitalar seu destino inicia, ela tinha dado uma volta muito grande no castelo tentando fugir.

Malfoy gemia e fazia caretas a todo o momento durante o caminho.

Mas Hermione percebeu que ele parecia bem melhor enquanto aumentaram o espaço entre eles e coisa.

E cadê ela afinal?

Parecia não estar mais atrás deles, pois seus passos eram os únicos sons que ouviam.

Quando chegaram à porta da Ala Hospitalar ela respirou aliviada, olhou para Malfoy. O braço dele sangrava, mas ele mantinha a cara neutra.

A dor tinha sumido?

Ele não a olhou, somente abriu a porta e a empurrou para dentro entrando logo atrás.

Hermione se sentia zonza e cansada, tudo o que ela queria era sua cama, na verdade qualquer uma daquelas macas estava bom.

Madame Pomfrey deveria estar dormindo, porque tudo estava extremamente silencioso.

Hermione nem sabia que horas eram!

— Madame Pomfrey! – ela chamou antes de se jogar em uma das camas.

A última coisa que Hermione viu antes de desmaiar foram os olhos prateados.

Olhos prateados que a salvaram.