Fizeram um casamento pequeno, chamando umas poucas pessoas que ajudaram durante as missões e ficaram amigos, mas o único real amigo, um de tempos, foi Victor. Foi convidado para ser padrinho e aceitou com alegria.

O indiano sentiu muita falta de Jim, felicitou o casal com lágrimas nos olhos, abraçando os dois com força. Fazia tanto tempo que não os via... Sempre esteve preocupado com esses dois, mesmo com as cartas que o amigo lhe enviava.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Jim estava realmente engraçado, o terno, formal, deixava-o totalmente deslocado. Mitsra, para compensar, estava linda. A única parte dela que não era branca eram os olhos incrivelmente azuis e os lábios rosados. Apesar do evidente contraste do casal, não estavam estranhos. Na verdade, tudo parecia obviamente certo.

Não foi comemorada na Igreja, afinal, não era para Mitsra estar se casando. Quando o juiz de pais decretou que os noivos poderiam se beijar, era difícil saber quem chorava mais: Victor, Mitsra ou Jim.

Enquanto Jim e Mitsra se encarregavam de tirar fotos com os convidados e aceitar felicitações, Victor os olhava com nostalgia, nem acreditava que o jovem e entusiasmado arqueólogo que tinha conhecido há tanto tempo ia achar alguém tão rápido. Bem, era inevitável, e uma boa escolha, era óbvio que a garota era uma ótima pessoa. Olhou outra vez para Mitsra, era o retrato de si mesma há 3 anos atrás, não tinha mudado nada, nem o cabelo. Sentiu-se velho, ao refletir sobre esse pensamento deu uma risada.

Com o fim da cerimônia, só restaram os três no salão vazio e uma Mitsra reclamando que o sapato machucava seu pé.

Com uma longa despedida aos seus amados amigos, Victor se foi, mandando uns: “Me liga” e “Vamos sair uns dias desses!!!”.

Com o término da festa Jim e Mitsra se olharam felizes.

- Vamos voltar para casa, marido? – Sorriu, puxando-o para um abraço.

- Vamos, marida – Beijou-a, rindo.

Mitsra se trocou rapidamente e foram a pé – era perto – para o hotel da vez.

Lá a garota tomou banho e tirou a maquiagem que estava lhe incomodando, após colocar seu pijama foi para o quarto principal e viu Jim deitado na cama, lendo um livro. Ele se levantou quando a viu, sorrindo ternamente, abrindo os braços, Mitsra sorriu de volta e sentou em seu colo, abraçando de volta o marido.

- Ei, sinta. – Pegou uma das mãos dele e colocou em cima de seu ventre. – Cresceu, não acha? – Não conseguia se conter de tanta felicidade.

Jim passou a mão demoradamente na barriga da esposa, sonhador.

- Querida, acha que vai ser uma menina ou um menino? – Perguntou, finalmente.

- Uma menina, é claro!! – Respondeu, segura de si. – Meus instintos dizem que vai ser menina então ela vai ser!!!

- Acredito em você, amor. – Ele disse, rindo.

- Então por que está rindo? – Ela perguntou, irritada.

- É engraçado ver suas reações.

- Não acho... – Fechou os olhos e fez uma cara de birra.

- Sua chata. – Ele falou brincando, e deitou na cama de surpresa, levando a pequena junto.

Ela ficou um tempo quieta, com a cabeça recostada no peito de Jim. Amava muito ele, queria ficar daquele jeito eternamente.

- A gente bem que poderia ficar assim para sempre... – Falou o homem como se tivesse lido a mente de sua esposa. Abraçou.

- É... – Ela falou simplesmente, aninhando-se melhor nos braços do marido e caindo no sono.

Jim não fazia ideia de quanto tempo ficou olhando para o rosto de Mitsra, era como um sonho, ela ressonava baixinho e quase não se mexia. Passou a mão em seus cabelos. Parecia que era ontem quando ela tinha contado que era uma anja e ele tinha embaraçado seus cabelos. Tudo parecia como se fosse ontem, mas e o amanhã?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Jim... – Murmurou sua esposa enquanto estava dormindo. – Eu te amo...

O homem sorriu e desligou as luzes do quarto.

- Eu também... – Respondeu, dormindo logo em seguida, sob o confortável calor de sua mulher.

—x—

A cada dia que passava a barriga de Mitsra crescia, e dentro dela, a sua filha. Após 5 de gestação meses ela parou de fazer suas missões, e os dois compraram uma casa grande, com um enorme jardim, numa cidade pequena e pitoresca. Os dois viviam felizes, planejavam o quarto da criança, pensavam em sua escola, faziam planos para o futuro. Não seria errado dizer que foi a época mais feliz de suas vidas. Nada faltava, amor sobrava, o quê poderia dar errado?

Com passados mais 4 meses, faltava pouco para sua filha nascer. A barriga estava enorme, enorme mesmo, a casa estava em estado de euforia – os dois futuros pais e Sheila, uma empregada dócil e simpática que o casal arranjou.

Jim entrou no quarto e viu Mitsra arrumando suas coisas, para passar os dias no hospital, animada.

- Querida, não faça tantas coisas, descanse que eu arrumo tudo para você – Falou com a voz dócil.

- Você tá achando que eu sou uma inválida??!! – Sim, alguns costumes são para sempre. Ela pegou uma roupa contrariada e jogou dentro da mala, se cansou e deixou-se cair na cama. – Adoraria. – Aceitou. – Mas vou ficar de olho, hein!!! Nada de lingerie provocante ou roupas fluorescentes. – Ela avisou, rindo.

- Ahhh... Não posso? – Jim fingiu decepção. Abriu o armário e foi ajeitando as roupas na bagagem conforme Mitsra mandava. Quando terminou se jogou na cama, ao lado de sua mulher, com a cabeça apoiada em uma das mão olhou demoradamente pra ela, que respondia o olhar com um sorriso. Com a outra mão afagou a barriga, que estava realmente enorme, nem parecia que era um bebê só.

- Ah!! – Fez Mitsra, olhando pra barriga – Acho que a bolsa estourou... – Deu um sorriso amarelo.

- Nossa, que timing, hein!!! – Riu Jim, pegando as malas. – Sheila!!! – Gritou pela porta. – A bolsa estourou, estamos indo adiantados pro hospital. Ligue pro médico e avise que já estamos indo. – Depois de ouvir a resposta afirmativa da empregada, voltou-se para sua mulher e ofereceu-lhe o braço.

Apoiada em seu marido, Mitsra desceu com dificuldade, olhou para o rosto dele e via uma mistura de êxtase com o nervosismo de pai de primeira viagem. Era normal, ela também estava assim.

Entraram no carro rápido.

- Amor, você está bem?

- Claro que sim, parir não é o fim do mundo, sabe?! – Respondeu como sempre, deixando Jim aliviado.

Foram pro hospital, que era bem perto, Jim mais cauteloso que de costume, mas mesmo assim não demorou mais do que 10 minutos.

Lá foram atendidos rapidamente e Mitsra levada para a sala de operação ou qualquer que seja o nome. Jim decidiu ficar esperando fora, pois quando o médico lhe perguntou e ele ficou indeciso, Mitsra disse:

- Pode ser covarde lá fora em paz. – Riu, dando-lhe um beijo de despedida.

Não demorou muito e Jim pôde ouvir barulhos de choros, e pensou que naquele momento seu coração explodiria de felicidade.

Pouco depois o médico abriu a porta com um sorriso, indicando-lhe que podia entrar.

E lá, deitada numa cama estava Mitsra, cansada e suada, mas com um sorriso enorme no rosto. E em seus braços, duas crianças.