Asas

Consolada


Lucy chegou em Laforier às dez da manhã. O tempo estava agradável, mas Lucy nem ao menos notara. Estava tão perdida em pensamentos que não se importava com mais nada.

Olhou para a sua mão direita, onde agora somente uma cicatriz se encontrava. Sentiu uma dor em seu peito e algumas lágrimas caíram. Limpou-as rapidamente, tentando se concentrar somente no caminho para a mansão de seus amigos.

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Ao chegar nem teve tempo de bater, pois Gina já abrira a porta e a puxara pelo pulso para um abraço.

— Está tudo bem agora.- E, ao ouvir as palavras da amiga, Lucy chorou. Não segurou as lágrimas, ou os soluços, somente deixou tudo cair. Os resto do time aparecera, e as gêmeas logo circularam Lucy com seus braços. Os meninos somente olhavam a cena, mas logo Yamori se juntou as meninas. Atsushi entrou na cozinha, deixando os amigos consolarem Lucy. O grupo permaneceu assim até que Lucy se acalmasse. Ela limpou as lágrimas e respirou fundo, olhando para cada um.

— Onee-chan, o que aconteceu?- Maru sussurrou. Algumas lágrimas caiam de seu rosto, o que fez Lucy rir.

— Por que está chorando, querida?- Lucy secou o rosto da menina.

— Você chorando nos deixou tristes.- Respondeu Moro enquanto secava o próprio rosto. Lucy deu um beijo na testa das duas.- Pode responder a pergunta agora?

— Eu...- Lucy sentiu o peito doer. Respirou fundo novamente.- Eu saí da minha guilda.

Maru e Moro não entenderam porque Lucy parecia infeliz com isso, afinal, ela poderia entrar para a Wolfblood, mas decidiram não falar nada. Yamori fez um carinho nos cabelos da maga, que sorriu. O rosto de Atsushi surgiu na porta da cozinha.

— Temos restos de biscoitos e eu estou fazendo chá. O que acha, Lucy?- A maga andou até ele e o abraçou, recebendo um beijo na testa.

— Acho que é um ideia ótima.- Sorriu. Não o sorriso de sempre, que encantava Atsushi, mas o sorriso incompleto que sempre emoldurava seu rosto quando se tratava da Fairy Tail. Decidiu não comentar, prometendo que traria o sorriso dela de volta. Logo todos foram para a cozinha, onde passaram o resto da manhã.

Todos faziam o máximo para distrai-la e Lucy ficou grata por isso. Mas, por enquanto, nada poderia faze-la esquecer das fadas. Era uma ferida recente e não iria parar de doer tão cedo.

— Gina...- A maga a olhou.- Como você sabia que eu estava vindo? Não avisei pela lacrima.

A maga deu de ombros.

— Eu estava fazendo yoga na varanda e vi você se aproximando. Quando olhei melhor, percebi que sua mala era grande. Juntei os pontos e corri para a porta.- Gina pegou uma maçã e deu uma mordida, ainda olhando para Lucy.- Sabe o melhor?- Lucy negou.- Agora posso controlar sua vestimenta.

Droga!” Pensou Lucy, embora o sorriso animado no rosto entregasse seus verdadeiros sentimentos.

~•~

— Não. Não!- Natsu andava em círculos, não sabendo o que fazer.- Ela não pode... Ela...- Erza tentou se aproximar do mago, mas ele repeliu seu toque.- Eu só queria tempo.- Sussurrou, sendo ouvido somente por Gajeel. Wendy chorava no colo de Lisanna, não prestando atenção em mais nada.

— Tempo para que?- Gajeel perguntou frio.- Para faze-la se sentir horrível? Era isso que você queria? Faze-la sofrer por mais tempo?

Mas Natsu não respondeu. Ajoelhara-se, tentando não chorar. Não conseguia formular frase pois somente um pensamento rondava sua mente: Lucy não estaria mais ali com ele.

— Eu não queria perde-la. Eu só queria que as coisas fossem como antes.- Disse para ninguém em especial. Sentiu uma mão sobre seu ombro e olhou para cima. Lisanna o olhava preocupada. Wendy estava sendo consolada por Erza, junto com Happy .

— Natsu, não é sua culpa.- Ela disse com doçura, porem a risada seca de Gajeel foi o que acordou o mago de seus pensamentos. Natsu o olhou sem expressão.

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— E de quem seria a culpa então? Seria das pessoas que a ignoraram? Ou das pessoas que a chamaram de fraca?- Levy pedia para que Gajeel parasse, mas ele ignorava, subindo a voz a cada palavra.- Ah, espere um momento. Natsu não era uma dessas pessoas?

— Eu não ignorei a Lucy!- Gritou Natsu repentinamente.- Eu não a ignorei. Eu não fiz isso. Eu só...

— O que? Você só não falou com ela de proposito? Isso é considerado ignorar.- Gajeel não controlava a provocação. Estava cansado de Natsu pensar que somente ele sofria pela perda de Lucy. Eles eram amigos também! Ele também não queria ficar sem ela na guilda.- Eu disse para você ficar esperto, mas parece que não me ouviu.

— Gajeel! Para com isso!- Lisanna gritou enraivecida. Gajeel a ignorou.

— Nós a perdemos.- Ele sussurrou.- E a culpa é sua.

Natsu saiu correndo para fora da guilda, com Lisanna em seu encalço. Levy tentou se aproximar de Gajeel, mas ele foi até a saída também. Logo o grupo foi se dissipando, até que sobrara somente Levy e Makarov.

— Que droga! Lu-chan está ficando cada vez mais distante e não há nada que possamos fazer.- O desanimo estava claro em sua voz. Sempre soube que Lucy era importante para si, mas não sabia o quanto era para os outros. Gajeel pareci tão amargo.- Será que não pode tentar fazer um amuleto de proteção para todos os membros da guilda?

— Você sabe que a pessoa precisa saber que está enfeitiçada para que funcione e isso seria muito arriscado.- Ele sussurrou.- E, de qualquer forma, acho que encontrei o objeto enfeitiçado.

— O que?!- Mira olhou assustada com o grito de Levy, que a ignorou. Chegou mais perto do homem.- Mestre, o senhor tem certeza?- Sussurrou.

— É só um palpite.- Makarov tomou um gole de sua bebida, o que deixou Levy irritada. Que momento inoportuno para enrolar.- Você viu o colar no pescoço de Lisanna?- Levy concordou.- Eu acabei de lembrar que ela recebeu esse colar no dia em que fomos à reunião. Disse que foi um presente de algum mestre de guilda. Eu não conseguia lembrar disso porque não a vi usando esse colar nos últimos tempos, mas agora está ficando claro.

— Sim.- Levy estava com a mente fervilhando de ideias. Os dois pensaram que Lisanna seria um alvo muito obvio, mesmo que tudo tenha começado quando ela chegou, por isso nunca pensaram em inspeciona-la. Levy sentiu uma vontade forte de bater a cabeça em uma parede, mas se controlou.- Mas quem poderia ser? Eram tantos magos.

— Levy, você não percebe?- A maga o olhou confusa.- Lucy é ignorada pela guilda por culpa de um feitiço. Logo ela encontra amigos de uma guilda da qual quase ninguém sabe e fica cada vez mais distante. Para onde você acha que ela está indo agora?

— A Wolfblood? Mas, Mestre...- Levy não conseguiu terminar a frase. Culpar a Wolfblood seria como esfaquear Lucy. Ela amava aqueles magos.

— Eu sei o que está pensando, mas, se for para manter Lucy salva, eu não me importo de magoa-la mais uma vez.

~•~

Lucy estava no quarto de hospedes, arrumando-se para ir à Wolfblood quando ele apareceu.

— E eu me perguntando se você pretendia falar comigo.- Lucy levou um susto ao ouvir aquela voz familiar atrás de si, mas logo tratou de ignorar.- Eu dei o espaço que achei que quisesse, mas não posso mais.

— O que você quer, Loke?- Lucy foi bruscamente puxada pelo espirito, sendo obrigada a olha-lo. Viu a dor nos olhos do amigo e tentou focar o olhar em outro lugar.

— Eu quero que você fale comigo. É isso que eu quero!- Lucy tentou se desvencilhar, mas Loke a puxou ainda mais.- Você não admite que está com problemas e isso me enlouquece! Você diz que somos amigos, mas não age como uma.- A mágoa em sua voz era clara e Lucy sentiu uma dor terrível no peito, como se houvessem enfiado uma espada ali.

Sempre prometera que seria uma ótima dona e amiga de seus espíritos, mas ali estava um de seus espíritos jogando na sua cara como ela não conseguira cumprir. Lucy abaixou a cabeça, controlando as lagrimas. Não choraria de novo.

— Você sabe como foi ver você bebendo e fingindo estar bem? Ficava se metendo em missões perigosas, voltava toda machucada e quase nunca pedia nossa ajuda. Lucy...- Loke colocou as mãos nos ombros da maga, que levantou o rosto para olha-lo.- Nosso trabalho é te proteger. Você não esta me deixando fazer meu trabalho e isso está me matando.- Loke aproximou-se de Lucy e a abraçou.

— Você tem razão, eu sei que tem.- A maga sussurrou. Loke beijou sua testa, afinal, não conseguia ficar irritado com Lucy. Sabia que ela estava magoada e pessoas magoadas não agem normalmente.- Mas eu não podia controlar! Você não entende. Eu...

— Você não queria se sentir inútil, eu sei.- Lucy o olhou surpresa.- Eu te conheço, Lucy Heartfilia. E é por isso que não posso ficar parado.- Puxou a maga e ambos se sentaram na cama recém arrumada.- Sair da Fairy Tail? Será que podemos finalmente conversar sobre isso?- Lucy respirou fundo (adquirira essa mania nos últimos tempos) e começou a falar. Loke ouvia tudo sério, o que deixava Lucy levemente apreensiva.

— Poderia pelo menos ter me chamado e eu chutaria a bunda do Natsu.- Loke a puxou para um abraço.- Viu? Foi tão difícil falar comigo?

— Você sabe que não.- Ela resmungou. Sua voz saiu abafada por ainda estar abraçada a Loke, fazendo o espirito rir.- Eu só queria poder me considerar forte.

— E você é. Consegue chamar vários espíritos de uma vez, além de conseguir se virar sozinha. Seu Lucy-kick está mais forte e sua resistência também.- Afastou da maga e puxou seu rosto para cima, encarando-a nos olhos.- Você é uma das magas celestiais mais fortes que já conheci.

Lucy sorriu, sendo acompanhada pelo amigo. De repente, a expressão de Loke mudou e ele passou a encarar algum ponto abaixo de seus olhos.

— Lucy...- Ele sussurrou. Aproximou o rosto até que os narizes quase se tocassem. Lucy o olhou confusa.- Posso beija-la?

Um segundo depois Loke se encontrava jogado no chão, rindo.

— Seu idiota!- Disse Lucy, logo acompanhando o espirito.

— Não custava tentar.- Ele se levantou com a ajuda da maga, dando um peteleco em sua testa em seguida. Os dois permaneceram rindo até que ouviram um pigarreio. Olharam para a porta, de onde o som viera, e viram Atsushi olhando-os. Parecia desconfortável, o que fez Lucy se perguntar há quanto tempo ele estava ali.

— Hã... Oi.- Loke disse, aproximando-se do mago. Estendeu a mão para o rapaz, que demorou alguns segundos para retribuir.

— Oi.- Ele olhou de Loke para Lucy.- Eu vim te chamar para irmos à guilda, mas você parece ocupada.- Definitivamente ele estava desconfortável.

— Não precisa se preocupar, eu já estava de saída.- Loke foi até Lucy e beijou sua mão.- Até, minha princesa.- Acenou para Atsushi e desapareceu.

— Um de seus espíritos?- Lucy confirmou.- Ele é bem... Atrevido.- Atsushi parecia emburrado, o que, na opinião de Lucy o fazia mais fofo ainda. Lucy se aproximou do mago, circulou seu pescoço com os braços e mordeu sua bochecha.

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— Você é muito fofo quando esta com ciúmes.- O mago a olhou irritado, mas logo sorriu. Lucy deu um selinho rápido e se afastou.

— Já está pronta?

— Só preciso colocar um casaco. Pode ir na frente, logo desço.- Atsushi assentiu e saiu, deixando uma Lucy pensativa para trás.

Estar com os lobos distraía Lucy de uma forma que ela não podia explicar. Era como se seu mundo se resumisse aos lobos. Sempre que os via, só conseguia pensar nos abraços quentes de Maru e Moro, nas loucuras de Gina, na doçura sempre disfarçada com piadas de Yamori, nas perversões de Darci, naquela guilda maravilhosa e no quanto queria que aquelas festas durassem para sempre.

E era tão bom estar com Atsushi e se sentir querida. E os beijos dele, então...

Como devem ser os beijos de Natsu?”

Lucy largou o casaco que acabara de pegar. O que diabos foi isso? Por que pensara em Natsu?

— Onee-chan! Vamos logo!- Maru gritou do primeiro andar. Lucy pegou o casaco e o vestiu.

Foi só uma... Recaída. Ainda estou com a Fairy Tail na cabeça, é isso. Vamos deixar isso de lado por ora.”

Com esse pensamento Lucy forçou um sorriso e correu para junto dos amigos.

“Sim, é só uma recaída.” Pensou quando viu o sorriso de Atsushi.

~•~

— Lucy? Lucy!- Natsu gritou quando entrou no apartamento da maga. Procurou-a por todos os lugares, mas somente encontrou uma carta endereçada a Levy e gavetas vazias. O cheiro dela ainda estava impregnado no local, o que deixava Natsu ainda mais acabado. O mago sentiu uma vontade de rasgar a carta, tamanha a raiva que sentia. Não havia carta alguma para ele.

Por que não havia carta nenhuma para ele? Por que Lucy não tentou conversar com ele?

“Ela tentou, lembra? Você a desprezou.” Natsu odiava sua consciência, pois ela estava sempre certa. Ele abandonou Lucy e deixou ela ir atrás de alguém que não fizesse isso.

— Eu a magoei, não foi?- Natsu olhou para trás, deparando-se com Gajeel. O mago o seguiu até lá. O motivo? Natsu não sabia e não se importava.

— Sim, você a magoou.- Ele estava serio e não havia sentimento expresso em seus olhos.- E ela está dando o troco, embora essa não seja sua intenção.

— Eu mereço, depois de tudo que fiz.- Natsu sussurrou. Sentou-se na cama de Lucy, Gajeel sentou ao seu lado.- Talvez seja melhor assim. Deixa-la ir ser feliz. Ela é feliz com aqueles magos.

— Ela também era feliz com a Fairy Tail.- O outro retrucou. Natsu o olhou confuso.- Não me leve a mal, eu gosto do estrago que ela está fazendo em você, mas eu ainda a quero de volta.

— Você por acaso está apaixonado por ela?- Natsu perguntou. Sentiu um desconforto ao falar, mas precisava saber. A resposta de Gajeel foi uma gargalhada alta.

— Não vou negar que ela é bonita, mas não é meu tipo.- Gajeel colocou as mãos atrás da cabeça e deitou na cama.

—Então por que faz tanta questão de tê-la por perto?

— Bunny-girl é do tipo raro de pessoa que não guarda rancor por muito tempo e é sempre gentil.- Ele olhou para Natsu com um sorriso leve no rosto.- Ela foi uma das primeiras a me aceitar, e você lembra de como eu a machuquei, não é?- O outro confirmou com a cabeça.- Por isso quero mantê-la por perto. Eu sei que é egoísmo, mas eu quero ter amizades boas daqui para frente e Lucy é uma dessas amizades.- Gajeel ficou quieto por alguns minutos, até que chutou Natsu de repente.- Mas esse não é o caso. O que você pretende fazer?

— Como assim?- Natsu se levantou e começou a andar até a janela.- Não há nada a se fazer.

— Então você vai deixar a garota que ama ir atrás de outro cara? Quando virou um covarde?- Natsu parou no mesmo segundo, as mãos se fecharam.

— Eu não sou um covarde.- Ele disse, a voz controlada.

— Oh, desculpe se te ofendi, mas você é.- Natsu se virou, pronto para dar um soco em Gajeel, mas paralisou ao ver o olhar do mago. Ele estava firme, de uma forma que Natsu nunca havia visto.- Diga-me, onde foi parar o aquele Natsu que me derrotou? Porque eu lembro de ver o quão determinado ele estava para proteger a Bunny-girl.

— O que você quer que eu faça?

— Vá atrás dela. Diga tudo o que sente, explique o porquê de tê-la ignorado e depois a traga de volta!- Gajeel se levantou e foi até a janela, parou ao lado de Natsu, pegou a carta em sua mão (cuja existência Natsu esquecera), deu um tapa leve em seu rosto e saiu.

Natsu ainda permaneceu no apartamento por alguns minutos. Olhou em volta, recordando de tudo que passou com Lucy ali. Ponderou sobre o que Gajeel dissera, até que lembrou do primeiro dia da maga na guilda.

Natsu, olhe só! Agora eu também tenho a marca da Fairy Tail!

— Eu preciso traze-la de volta.- Ele finalmente disse. Lucy pertencia a Fairy Tail, sempre pertenceu.

Quem ela pensa que é para fugir de casa?” Sua consciência gritou em sua mente. Natsu pulou da janela e correu em direção a estação, sendo observado por Gajeel.

— Finalmente o Salamander está de volta, gihihi*...

~•~

Lisanna estava desesperada. Perdera Natsu de vista e não fazia a mínima ideia de onde ele poderia estar. Entrou na guilda, o desanimo estampado em seu rosto, e sentou em um banco de frente para o bar.

— Onde está Natsu?- Mira perguntou.

— Eu não sei...- Mira colocou um copo de suco sobre a bancada e Lisanna tomou um gole.- Ele desapareceu. Droga! Por que Gajeel foi falar aquelas coisas?

— Gajeel sempre foi grosso, querida. Logo ele e Natsu voltarão a se tratar como sempre.- Disse Mira despreocupada.

— Assim mesmo. Lucy foi embora, sabe o que isso significa?- A irmã olhou confusa para Lisanna.- Natsu nunca mais será o mesmo se ela não voltar.

— Lisanna, Lucy é uma grande amiga para Natsu, mas não significa que ele não possa viver sem ela.- Lisanna balançou a cabeça negativamente.

— Ele a ama, Mira-nee. E esse tipo de amor dura a vida toda. Eu sei disso porque em Edolas eles também se amavam.- Lisanna sorriu docemente quando Mira a olhou embasbacada.- Eles são destinados um ao outro, eu sei que sim.

Antes que Mira pudesse dizer algo, a porta da guilda foi brutalmente aberta. Lisanna virou-se para lá, esperando que fosse Natsu, mas era somente Gajeel. Viu Levy correr na direção do mago.

— Você está melhor?- Ouviu a maga perguntar. Gajeel soltou um grunhido e se sentou a quatro bancos de distancia de Lisanna.- O que é isso?

— Uma carta da Bunny-girl para você.- Olhou para a direção do casal e viu um pequeno envelope nas mãos de Levy. A garota parecia prestes a chorar, mas somente abraçou a carta e voltou a olhar para Gajeel.

— Onde encontrou?

— No apartamento dela. O Salamander encontrou e eu decidi te entregar, já que ele está ocupado.- Lisanna se levantou e andou até eles.

— Onde está Natsu? O que ele vai fazer?- Ela praticamente gritou, o que chamou a atenção de alguns magos. Entre eles estava Makarov, que olhava fixamente para seu colar. Gajeel de um sorriso maroto, o que deixou Lisanna e Levy apreensivas.

— O moleque decidiu agir, finalmente.- Quando as duas o olharam confusas ele decidiu explicar melhor.- Ele foi atrás da Bunny-girl.

Lisanna não conseguiu controlar o sorriso. Natsu estava indo atrás de Lucy!

— O que? Ele não pode ir!- Levy esperneou. Gajeel e Lisanna a encararam.- Por Mavis! Ele vai arrumar confusão enorme com aquela guilda!!!

— Sim, ele vai ser o típico Natsu.- Gajeel retrucou.

— Você não entende!- Levy ignorou os dois e virou-se para Makarov, que já estava de pé.- Mestre, precisamos ir atrás dele.

— Então se arrume, porque saímos em trinta minutos.- E assim ele subiu até sua sala. Levy se levantou e pretendia ir para Fairy Hills arrumar suas coisas, quando Gajeel a puxou.

— Por que estão tão preocupados com o que Natsu vai fazer? Não é nenhuma novidade.- Levy suspirou.

— Não é com ele que estamos preocupados. É com a Wolfblood.- Gajeel exigiu uma explicação melhor.- Digamos que eles sejam... Perigosos. Não posso falar sobre isso agora.

Ela se virou e deu três passos, antes de parar e andar até Lisanna.

— Lis, eu preciso que você me entregue esse colar.- A maga a olhou confusa.- Eu não posso explicar, só me dê o colar!- Lisanna estava cada vez mais desconfiada, mas deu o colar mesmo assim. Mesmo que Levy estivesse agindo estranho, nada poderia abalar a confiança que existia entre as duas.

Levy se despediu e saiu.

— O que diabos aconteceu aqui?- Perguntou Gajeel.

— Eu não sei, mas coisa boa não é.- Lisanna respondeu, embora estivesse perdida em pensamentos.

Só espero que nada de ruim aconteça àqueles dois.”

~•~

Lucy estava bêbada.

Era sua culpa, afinal. Chegou a guilda e mestre Elric logo vira a ausência de sua marca. Aí vieram as perguntas e Lucy não queria responde-la, por isso bebeu mais do que deveria.

Estava dançando com Filipa e Darci (que também estavam bêbados) e ria por qualquer motivo. Estava tudo leve e belo.

Até que Lucy pôs os olhos em Atsushi... E na vadia que conversava com ele.

Talvez fosse a bebida agindo em seu cérebro. Talvez a menina não estivesse tão próxima assim dele, nem sorrindo como uma idiota e tocando em seu braço a cada cinco segundos.

Mas Lucy se importava? Não.

E foi com esse pensamento que ela parou no meio da pista, prestes a chorar. Ou explodir de raiva. O que viesse primeiro. Quando ela deu o primeiro passo em direção ao “casal”, sentiu uma mão quente agarra-la pela cintura.

— Lucy, querida, por que parou de dançar?- Elric sussurrou em seu ouvido. Lucy virou o rosto em sua direção e percebeu como estavam perto demais.

— Ah, Mestre.- Lucy tentou se desvencilhar, mas o homem a puxou ainda mais e começou a se mexer de forma ritmada.

— Venha, dance comigo.- E Lucy não pôde dizer não. Elric era charmoso e Lucy estava sob efeito de álcool, uma combinação não muito boa.

— Pensou sobre entrar para a Wolfblood?- Ele perguntou depois de um tempo. Lucy pensou em ignorar a pergunta, mas sabia que ele não a deixaria em paz.

— Pensei, mas acho que ainda é cedo. Não estou pronta para entrar em outra guilda por ora.- Lucy viu uma leve expressão dura tomar o rosto de Elric, mas durou somente um segundo, o que fez a maga se perguntar se realmente vira aquilo.- Não é que eu não goste da Wolfblood, mas...

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Está tudo bem, você não precisa se explicar. Darei o tempo que quiser, embora meu desejo de que entre para guilda seja forte.- Ele deu seu típico sorriso, o que deixou Lucy mais confortável.

— Mestre?- Ouviu uma voz familiar dizer, Olhou para trás e viu Atsushi.- Será que posso ter minha vez agora?

— Claro, claro.- Elric disse com sua típica animação, mas o aperto em sua cintura ficou mais forte. Ele a soltou de repente.- Aproveitem...- E assim sumiu entre as pessoas.

Atsushi tentou pegar a mão de Lucy, mas a maga se afastou e o olhou emburrada.

— Por que não vai lá com sua amiguinha?- Atsushi a olhou confuso, mas logo caiu na risada.- Está rindo, é? Então dance sozinho.- Mas antes que ela pudesse se afastar, ele a puxou e a prendeu junto a seu corpo.

— Onde pensa que vai, mocinha?- Lucy sentiu o coração bater na garganta de tão nervosa que estava. Nunca esteve com o corpo tão próximo de alguém além de Natsu...- Agora sabe como me sinto quando vejo você com qualquer homem.

— Seus ciúmes não tem fundamento.- Lucy disse, falsamente irritada. Aquilo estava virando um jogo, afinal, Lucy não ficava com raiva de Atsushi por muito tempo.- Aquela garota estava quase se esfregando em você!

— Você fica linda quando está com ciúmes.- Ele disse. Lucy sorriu, pois não havia mais nada a se fazer. Era sempre assim: a tensão sumia em cinco segundos quando estava com ele- Agora podemos dançar em paz?

— Só se você cuidar de mim amanhã. Nós dois sabemos que estarei com uma baita ressaca e Gina vai querer me matar.

— Não se preocupe que dela cuido eu.- Ele piscou. Os dois continuaram dançando por alguns minutos, até que somente olhar nos olhos um do outro não era suficiente. Aproximaram os rostos lentamente, os olhos ainda abertos, e encostaram os narizes, os lábios estavam a centímetros de distancia...

Quando a portão da guilda foi brutamente derrubado. Lucy pulou de susto e olhou na direção em que todos olhavam.

Natsu estava parado onde deveria estar o portão. Ele olhava diretamente para ela, um sorriso maroto no rosto e confiança no olhar.

— Opa! Parece que cheguei na hora certa!