As Terras de Nobirth

Pt2 - facas perdidas e pessoas de outra parte


Ficou quieto. Fez o menor número de movimentos possíveis e todos devagar.

Estava muito surpreso. E quem não estaria? Seu coração foi acelerado e seus olhos quase saíram da cabeça. Fora tão cauteloso para não chamar atenção de nada…! Ainda assim, um animal lhe apareceu, quase lhe engolindo com a aura venenosa. Rapidamente surgiu um arrepio, no entanto, tinha de conter o medo e fazia isso bem; demonstrava que estava assustado, mas fazia seu corpo obedecer às suas ordens. Não olhou diretamente nos olhos da ave quando percebeu a situação; também não olhou para baixo um segundo sequer. Conforme o tempo passava, a distância se esvaía.

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Teria que pensar depressa e agir um pouco vagarosamente, sem perder tempo. Logo foi se agachando, com os braços para baixo, prontos para sacar as duas facas nas suas imitações de bainhas; não iria desabotoá-las, só puxá-las, mesmo que fosse desastrado o bastante a ponto de poder perder o equilíbrio e cair se usasse força demais.

Doía no peito ter que segurar a respiração para não fazer algum barulho além.

E o bicho fez um grande avanço repentinamente, quase lhe empurrando com o bico. Levado pela adrenalina, Aaron sacou suas armas e as cravou nos olhos do bicho, que soltou um pio muito alto, e continuou a berrar constantemente ensurdecedor e levantou voo, carregando Aaron em cima de seu rostro, agora, todo envolto de sangue, ou algo bem parecido.

Se ele não se escondesse seria muito chamativo, então tentou usar o bico como apoio para pular entre as penas das costas da besta. Esperou ela voar em linha reta; não fora daquela vez. Ele escorregou e quase caiu, até que no inesperado, foi levantado pela pressão do vento, e conseguiu chegar onde queria: no esconderijo de penas nada perfeito. Agia como uma pulga ou carrapato, bem agarrado para garantir sua estadia, ainda tentando processar o que aconteceu.

Logo que se acalmou o que demorou um pouco; não é, pois, todo dia que se lida com algo tão colossal em tamanho , se apoiou de um jeito que conseguia levantar um pouco para ver aonde ia. Aquela névoa trevosa se afastava cada vez mais, e lá longe restava o vazio negro, talvez desnecessário, talvez cheio. Olhou para o outro lado e levantou mais, levando um susto ao sentir algo tocar sua cabeça. Era somente a água, estava tão alto que podia tocar o “céu”. As raízes daquelas árvores havia ficado para trás, e a parte daquele mundo parecia estar mais próximo da realidade do habitat humano.

Via coisas tão diferentes, assustadoras, bonitas, surpreendentes, inovadoras…! E se lembrava do último desejo pedido, e também via o quanto ele estava sendo realizado. Queria ficar vivo, mesmo em meio à guerra, para aproveitar ao máximo do que lhe fora concedido pela divindade. Se tocou do quão imprudente foi e do quanto poderia ter agido melhor.

Enxergava feixes coloridos quando o pássaro voava depressa, e quando ele se acalmava podia ver imagens melhor formadas. O solo ia esverdeando, as árvores estavam no chão, suas folhas eram transparentes e frágeis, assim como era o vidro. Animais, dessa vez pequenos, andavam no chão e pareciam dóceis, insetos de todas as cores populavam com abundância, o céu ainda era água, água azul clara e um pouco verde. Tudo ali parecia muito natural, sem um toque de modificação. Mesmo depois do que passou, sorria, se surpreendia cada vez mais com a bela vista.

Aos poucos, o voo foi descendo, até pousar em algumas plantas trepadeiras que se alastravam em dois ábetos altíssimos. Uma das poucas chances de descer; foi e escorregou e abraçou os caules flexíveis, pelos quais pôde alcançar a terra firme. Ainda ouvia os berros de dor pela cegueira, então tratou de se esconder novamente em algum outro lugar era mais fácil agora, com tantas plantas ao redor e com tudo de uma cor só.

E perto daquele lugar, avistou um vilarejo, com pessoas que trabalhavam e se pareciam com as que conhecera. Que avistaram a besta que estava pousada ali no alto, e vinham correndo naquela direção.

Mais terra nova.

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