As Nossas Vidas - Percabeth

Capítulo 15 - O Caminho para as Respostas


– Não consegue o que? – perguntei confusa.

– Controlar esse navio...é como se houvesse algo maior, mais poderoso no comando.

Estreitei os olhos. Seria esse um plano de Hécate?

Percy parecia perturbado, ele detestava não estar no comando do barco.

Refleti durante muito tempo.

Tempo demais.

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Quando ia falar algo para acalmá-lo percebi que o Cabeça de Alga já estava dormindo.


Deitei-me em seus braços e dormi quase que instantâneamente.

No meu sonho eu via o nosso barco. Uma mancha negra em meio a imensidão esverdeada que era o oceano.

– Quem é você? – alguém perguntou atrás de mim com uma voz grave e antiga.

Me virei para ver quem havia falado, mas tudo que eu via era mar, para qualquer lado que eu olhasse.

– Perguntei quem é você, garota incoveniente...Ah, não me diga que foi Hécate que os mandou? Esse navio é dela, eu o conheço. Ela não tinha o direito de falar sobre a minha localização, não tinha. O que ela falou? Responda, garota!

Eu fiquei confusa com todas aquelas afirmações e perguntas. Quem era aquela pessoa? Não parecia ser a voz de um monstro...Mas tinha certeza que não era um mortal. Um deus menor, talvez?

– Ora essa, que insulto! Deus menor? – a voz respondeu aos meus pensamentos – Poderia te fulminar agora mesmo, mocinha. Ou te transformar em espuma do mar. Mas agora eu sei quem você é...Filha de Atena, isso explica tudo.

– Quem...quem é o senhor? Por que está nos acusando e o fato de eu ser filha de Atena explica o que? – despejei.

– Ora, ora, ora...Logo descobrirá quem sou, infelizmente. Bem, o fato de ser uma Ateninha explica a sua inconveniência..

Aquilo me tirou do sério. Quem aquele homem pensava que era para falar assim de mim, e, indiretamente, da minha mãe?

Pensei em dar uma resposta, mas, como não fazia ideia de quem era aquele ser, tentei me acalmar.

A criatura riu.

– Gostei de você, criança. Uma pena que talvez tenha que te fulminar...Mas agora vou mandar você de volta para o seu namoradinho. Perseu Jackson, filho de Poseidon, não é? Ele poderia ser um trunfo...mas eu não faço isso há tanto tempo...será?...seria melhor fulminá-los? – era como se ele estivesse falando consigo mesmo.

Quando eu ia falar alguma coisa percebi que estava sendo mandada de volta de meu sonho.

Despertei ainda nos braços de Percy, seu cheiro de mar delicioso como sempre. Percebi que ele também estava acordado.

– Olá, Sabidinha – ele sussurrou no meu ouvido, me deixando arrepiada.

– Olá, Cabeça de Alga – sorri e voltei a fechar os olhos

Percy beijou minha testa, depois minha bochecha. Desceu para meu pescoço e depois para minha clavícula.

Eu suspirei, aquilo era tão bom...Por que nunca podíamos ser só Percy e Annabeth? Por que tínhamos de ser os semideuses e grandes heróis, Perseu Jackson e Annabeth Chase, que lutam contra monstros, deuses, semideuses, titãs e outros seres indeterminados?

O Cabeça de Alga se ajoelhou e me olhou. Seu olhar transmitia a mesma saudade que eu sentia. Eu tinha saudades dele. De estar nos braços dele e, principalmente, de ser dele. Mas isso não poderia ocorrer enquanto estivéssemos nessa missão, afinal, não tínhamos privacidade de verdade, a qualquer hora alguém poderia entrar por aquela porta. Percy também sabia disso.

Mesmo assim, ele pegou a minha mão e me puxou para um beijo.

Um beijo longo e apaixonado, que foi ficando cada vez mais intenso até nós nos separarmos ofegantes.

– Droga, Annabeth, assim eu não vou conseguir me segurar- O Cabeça de Alga riu, tentando parecer bravo por eu tê-lo atacado.

Percy se levantou e estendeu a mão para eu ir com ele para o convés superior. Eu fiz que não com a cabeça. Queria um momento sozinha.


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Depois, sozinha no quarto, eu passei a analisar o colar que eu sempre carregava comigo, o colar de contas do acampamento, que possuia muitas recordações. Junto as contas estavam o anel de formatura que meu pai me dera e a aliança que ganhara de Percy. Segurei a pequena jóia com as duas mãos, aquela aliança simbolizava a promessa de Percy, de que ficaríamos juntos para sempre, não importa o que acontecesse.

Suspirei.

Nem podia acreditar que, há apenas alguns dias, minha maior preocupação era a faculdade e a distância que me separaria do Cabeça de Alga.

Agora estávamos no Mar de Monstros, procurando por não sabíamos quem, dentro de um navio suspeito e sem ter ideia do que viria.

Não era para eu estar surpresa, afinal, minha vida sempre fora uma grande confusão de monstros, lutas e missões, mas eu pensei que, com a destruição de Cronos, tudo ficaria diferente...pois é, só pensei, pois não foi isso o que aconteceu.


Estava sentada na cama quando Thalia entrou correndo.

– Annabeth, estamos chegando em uma ilha... A Mare Laudes ficou esquisita. É melhor você subir.

Concordei e a segui até lá em cima, nesse caminho eu me lembrei do sonho estranho e da voz. Eu tinha a estranha sensação de que essa ilha tinha alguma relação com isso tudo...


Thalia tinha razão, Mare Laudes estava estranha, ela andava de um lado para o outro como se estivesse ansiosa, quando me viu veio correndo ao meu encontro.

– Que ótimo! Agora que todos estamos aqui eu posso falar! – ela disse agitada – Estão vendo aquela ilha? – a nereida apontou para um pontinho verde no horizonte.

Todos confirmamos, então ela continuou a falar:

– Bem, essa ilha pertence a um antigo deus do mar, Proteu.

Deixei as informações entrarem em minha mente. Infelizmente eu não havia lido muito sobre Proteu, a única coisa que eu sabia era que ele tinha conhecimento sobre praticamente tudo, e que era muito difícil convencê-lo a falar...

– Bem, se Hécate nos mandou para cá de propósito, é possível que estivesse mesmo tentando nos ajudar... afinal, Proteu tem o conhecimento do Presente, do Passado e do Futuro – contou Mare

– Espere, eu não entendi... – respondeu Percy

– Proteu provavelmente sabe quem é o responsável pelo problema no oceano, e também deve saber onde podemos encontrá-lo. Mas...

– Ah, de novo? – gritou Thalia – Mas o que?

– Bem, é quase impossível fazê-lo falar...o único jeito é surpreendê-lo enquanto dorme...

– Bem, temos que tentar..Sabidinha, por acaso você tem um plano?

Sorri. Um plano já ia se formando em minha mente, poderia funcionar...ou não.

A ilha ficava cada vez mais próxima, e nós cada vez mais perto de nos encontrarmos com aquele que possuia as respostas que queríamos.