As Crônicas de Arrundall: a rainha e rei

O rei - Conto paralelo do decimo primeiro capitulo


Andava de um lado para o outro no quarto tentando entender o pedido sem sentido de Edward.

“Apenas, fique. Temos algo importante para conversarmos.” Ele me pediu e concordei.

Mais que conversa seria aquela? Será que Edward queria o divórcio?

Esse pensamento me fez sentar na cama em choque, Desde que me apaixonei por Edward não me imaginei sem ele, e agora ter que considerar essa hipótese me destruía.

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–Majestade? - ouvi Henrik chamar após bater na porta.

Respirei fundo e enxuguei minhas lágrimas antes de pedir que ele entrasse.

– O rei Edward lhe aguarda na biblioteca majestade. - ele informou e concordei antes de segui-lo.

Henrik me conduziu até a biblioteca em silêncio onde Edward estava parado m frente à janela olhando para a noite. Naquele momento me senti em um verdadeiro Déjà vu, pois assim que percebeu nossa presença Edward virou para mim com o mesmo sorriso encantador de quando nos conhecemos.

–Pode se recolher Henrik, não vou precisar dos seus serviços por hoje.

– Claro majestade. Boa noite. - Henrik disse fazendo uma reverência para nós antes de sair.

–Por favor, sente-se. Você aceita um chá Madeleine? - Edward questionou assim que sentamos.

–Sim. - sussurrei sem jeito antes dele me servir.

Tomei um gole do chá e reconheci o sabor como o preferido do meu marido.

–Erva cidreira. Senti falta desse chá, Afinal você é o único que bebe chá lá em casa. - brinquei antes de tomar outro gole e ele sorriu.

–Um habito inglês que herdei de mamãe. - ele disse suave antes de tomar mais um gole do seu chá.

–E então, como está seu pai de verdade? - questionei sem jeito tentando tomar coragem para perguntar o que realmente queria.

–Nada bem. - Edward disse com pesar enquanto olhava para sua xicara. - Os médicos não conseguem descobrir que tipo de doença o está matando, tudo que sabemos é que ela é muito rara e que não é genética.

–Sinto muito.

–Tentei de tudo para descobrir o que está matando-o, mas tudo que consegui foi desacelerar a doença por alguns dias ou talvez horas. - ele disse com pesar e fechou os olhos antes de respirar fundo.

Sua impotência diante da doença do seu pai me deixou muito mais triste, por que se hoje Edward não podia salvar seu pai era por minha causa. Afinal ele abandonou toda a sua carreira brilhante para se casar comigo e me ajudar a reinar em Arrundall, e hoje sua escolha estava cobrando um preço altíssimo.

–Me perdoe Edward. Se você não tivesse se casado comigo, hoje você poderia ajudar seu pai, talvez já tivesse até descoberto a cura para essa doença misteriosa. - disse culpada e ele me olhou confuso. - Olha, não aguento mais essa enrolação toda. Sempre fui direta ao ponto e nesse momento não deixarei de ser. Edward, você quer se separar de mim?!

–O que?! Não. Por que você acha isso?! E eu já lhe disse tantas vezes que me casei com você por amor, e reneguei todo o meu trabalho por amor a você. E se fosse para escolher novamente faria tudo igual Madeleine. - ele disse colocando a xicara na mesa antes de me olhar confuso. – Por acaso você quer se separar de mim?

– Eu sei de tudo isso, mas...O que você quer que eu pense?! Edward, você saiu de casa e me pediu um tempo, e respeitei seu pedido por 1 mês. Mas, não posso viver com essa incerteza de que você volte pra mim. Por que sei que o fiz não foi certo, devia ter consultado você, afinal não fiz o Lorenzo sozinha para sair por ai tomando decisões por suas costas. Só fiz isso por que um pressentimento ruim se apossou de mim e tudo que fiz foi tentar proteger meu filho e no processo acabei perdendo o pai dele, o único homem que amei e vou amar a minha vida toda. - confessei chorando e Edward me ofereceu seu lenço.

–Seja o que você disser, estou preparada para ouvir e não irei reclamar ou questionar nada. - sussurrei chorosa enquanto enxugava minhas lágrimas com o lenço de Edward.

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–Só pedi um tempo para você, para que eu não disse algo que a magoasse como fiz no passado. Claro que fiquei com raiva por você me excluir de uma decisão que envolve um de nossos filhos, mas jamais passou por minha cabeça me separar de você. - Edward sussurrou e levantou meu queixo com seu dedo indicador de leve, para que pudesse ver seu olhos. - Jamais poderá me afastar de você Madeleine, eu te amo. E vou te amar pelo resto da minha vida meu amor.

Sem dizer mais nada Edward me beijou de um jeito desesperado e saudoso. Nós dois sentíamos a mesma coisa e queríamos o mesmo também.

Sentíamos uma imensa saudade um do outro e tudo que queríamos era aplacar toda a distância pela qual havíamos passado.

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–Senti tanto a sua falta. - Edward sussurrou acariciando meus cabelos de leve após termos feito amor na biblioteca.

–Também senti a sua afinal, quem é que me diz palavras sabias todos os dias?!- brinquei e rimos.

–Acho que ninguém.

–Ai é que você se engana amor, Lyssa tem sido minha “guru” durante esse tempo. - disse apoiando meu queixo em seu peito para vê-lo.

–Nossa caçula é a única sensata dos nossos 4 filhos querida.

–Isso é verdade. - disse e sorri maliciosa me lembrando de algo. - Talvez seja por que ela foi concebida nessa biblioteca, lembra?

–Não. - Edward disse corado e sorri antes de lhe dá um beijo.

–Eu sei que você lembra. Foi no natal em que passamos aqui. Você tomou champanhe demais por que Raphael o desafiou e eu vim buscar você aqui e disse umas poucas e boas para os dois.

–Madeleine, eu me lembro daquela noite. Só não gosto de lembrar que nossa princesinha foi concebida por um homem totalmente bêbado que praticamente forçou a esposa a fazer amor com ele em uma biblioteca. - ele disse envergonhado e sorri.

–Edward, você não me obrigou a nada. Fiz amor com você naquele dia por que eu quis. E agradeço a Deus todos os dias por ter sido amada por você naquela noite. Por que se não, não teria uma filha maravilhosa. Tão parecida com o pai...- disse sorrindo enquanto acariciava seu rosto com amor. – O homem que tanto me fez falta no mês passado. Me desculpe por ter magoado você.

–Não precisa disso meu bem, eu já perdoei você. - ele sussurrou e me deu um leve beijo. - Mas se você tem tanta certeza que essa jornalista não será boa para Lorenzo, vou confiar no seu julgamento e não contarei a ele como “burlar” a lei que o obriga a se casar com uma princesa.

–Como assim? - questionei confusa e Edward suspirou antes de me contar o que ele e Enzo estavam tramando.

– Edward William Grigori de Monpezat, você estava tramando pelas minhas costas?!- questionei chocada enquanto nos vestíamos.

–Só queria ver meu filho feliz. Você ficou com raiva? - ele questionou antes de colocar sua camisa.

–Claro que não. Estou feliz por você ter feito algo “ilegal”. Não se preocupe por que não vou mandar cortarem a sua cabeça por traição a coroa. Eu te amo demais para fazer tal coisa.

–É bom saber. - ele disse e rimos.

–Mas como você conseguiu burlar essa lei?

–Me lembrei que havia uma lei muito antiga em Arrundall chamada “invocação” e fui pesquisar se ainda ela poderia ser usada.

–E para que ela serve?

–Essa lei serve para que qualquer membro da família real possa invocar a constituição natal de um dos seus genitores, acrescentado assim uma nova lei ao seu país, ou impedindo um casamento arranjado. - Edward explicou e fiquei sem fala.

–Phillipe poderia invocar a constituição de Sophia que permite o casamento de membros da família real com plebeus assim ele poderia se casar livremente e ainda continuaria sendo o príncipe herdeiro do trono de Arrundall. - ele declarou e senti um arrepio percorrer minha coluna me fazendo estremecer.

–Não diga nada a ele Edward, por favor. Me prometa. Pelo amor que você senti por mim, me prometa que não dirá nada a ele. - pedi angustiada segurando em sua camisa.

–Eu prometo amor. - ele sussurrou me olhando preocupado.

–Você jura com a sua vida?

–Eu juro com a minha vida que jamais contarei a ele. - Edward jurou e eu o abracei com força. - Vou leva você para quarto e ascender a lareira. Madeleine, você está gelada amor.

Não disse nada a Edward enquanto ele me pegava no colo e me levava para o quarto. Sabia que o fato do meu corpo está frio não tinha nada a ver com a temperatura de Sophia e sim com os pesadelos e pressentimentos ruins em relação ao meu primogênito.